As doze aventuras do garoto Félix escrita por Gabriel Felix de Souza Lopes


Capítulo 2
Capítulo 2: Os seres esquisitos e o início da segunda aventura!


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo, o menino Félix vai se aventurar na praia após sair de um denso bosque a procura de civilização. Félix vai conhecer alguns seres meio estranhos e um Barqueiro muito simpático.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/536424/chapter/2

OS SERES ESQUISITOS E UMA CIDADE EM RUÍNAS

Depois que peguei o caminho da sorte, eu cheguei em uma bela praia. O sol já penetrava mais em minha pele, pois não haviam árvores gigantes, apenas alguns coqueiros. Decidi ir caminhando pela água do mar, pois sempre fazia isso com a minha mãe. Andando pela água, via vários peixes rodeando meu pé formando pequenos redemoinhos. Continuei andando ignorando eles, porém, peixes grandes começaram a me rodear. Comecei a ficar com medo, pois veja bem, não é todo dia que se vê um peixe com vários espinhos na pele, parecendo até mesmo um porco-espinho. Os redemoinhos ficarem grandes, e eu entrei dentro deles. Depois disso, só vi escuridão, até que acordei em um lugar totalmente inusitado. Uma cidade submarina! Fiquei assustado, já que humanos não respiram debaixo da água. Porém, eu respirava perfeitamente. Eu vi as ruínas da cidade que não pareciam muito distante, porém como eu estava na água minha velocidade estava reduzida.

Comecei a pensar os motivos de eu conseguir respirar debaixo da água, isso não é normal. Pensei na possibilidade de ter morrido e meu corpo ter caído no mar, mas eu me lembrei que eu estava pensando, então descartei essa possibilidade. Fui nadando para as ruínas. O que se via, eram lindas rochas cobertas por corais e vários peixes se alimentando de grãos e restos. Algumas bolhas se formavam, e alguns peixes iam pegar elas e acabam estourando-as. Era engraçado, parecia um cachorro correndo atrás de seu próprio rabo. Haviam alguns peixes assustadores também, um parecido com um tubarão só que listrado de vermelho, não me comeu, por sorte. Mas não era só ele que era uma criatura perigosa. Enquanto nadava, um peixe começou a me seguir. Pensei que tinham poucas chances de não ser atacado. Eu estava certo. Ele mordeu meu pé e desesperadamente comecei a nadar muito mais rápido. Imaginei ter pedido meu pé, mas quando olhei, vi que o ‘’ monstro’’ era banguela. Então, me aliviei. Que susto!

Chegando nas ruínas, via que os peixes conviviam ali. Esculturas destruídas, casas com musgo e também destruídas, era frequente. Porém, comecei a imaginar: ‘’ porque uma cidade tão grande entrou em caos?’’. Eu estava perto da resposta. Quanto mais ia nadando pela cidade, eu via lixo, esgoto, combustível, carvão e resíduos da terra ali. Comecei a pensar de um possível suspeito para isso. Porém, por mais que tentasse, eu não conseguia. Era ridículo. Eu olhei para mim e lembrei do que meu pai uma vez disse para mim: ‘’ O homem é uma praga.’’. Só queria entender isso. Ele tinha falado sobre alguma coisa de empresas despejarem lixo nos rios, e que esse lixo ia para o mar, através do rio. Então, comecei a pensar na hipótese da cidade ter sido acabada pelo lixo. Mas me questionei: ‘’ Lixo não causa destruição de casas e nem de castelos.’’.

Comecei a sentir uma tremedeira na água. Havia uma espécie de abismo de baixo da água a minha frente, e sem seu fundo vi dois olhos. A criatura nadou mais para cima, e adivinha: ERA UMA LULA GIGANTE! Em desespero, saí nadando e podia sentir que a lula estava me perseguindo. O desespero era muito grande. Eu me escondia em casas, isso dificultava que a Lula me pegasse pelo tentáculo. Porém, a espertinha havia me cercado contra uma rocha. Pensando no que aconteceu anteriormente, pensei na possibilidade de ela falar. Então, dei um passo e disse, com a cabeça no chão:

– O que você quer? Por favor, não me mate!

– VERME!! VOCÊ É UM DOS QUE DESPEJARAM O LIXO NESSA CIDADE! VOCÊ DEVERÁ SER PUNIDO COM A SUA VIDA! – Disse, irritada.

Minha hipótese havia se transformado em uma teoria. Então, por um segundo pensei no que ia falar para uma Lula gigante que come carne.

– Eu não despejei o lixo aqui. Minha espécie é feita por seres bons e seres ruins. Eu sou o ser bom. Se me permitir perguntar, você protegia essa cidade? – Disse, olhando para ela com uma afeição de muita inocência.

– Eu sou o guardião da cidade submersa. Ela foi destruída por causa dos invasores. Eles jogavam lixo aqui, e os habitantes dessa cidade morriam intoxicados. Alguns, confundiam sacolas plásticas com comida e acabavam morrendo de fome, pois nunca mais sentiam necessidade de comer. Outros já sofriam mutações genéticas e morriam. Sem falar nos altos barulhos que as máquinas submarinas faziam. Seu som era tão forte, que estourava os ouvidos dos habitantes, e derrubada nossas frágeis construções. Eu tentei defender a cidade... Mas... Eu falhei... – Falou com muita tristeza.

– Sinto muito... Em todas as espécies, a aqueles que querem destruir... É muito triste, pois eu adoro a vida submarina. Eu gostaria de saber, há como eu sair desse mar? Eu fui sugado por um redemoinho estranho. – Disse, com mais intimidade e com um sentimento de entender o que aquele ser disse.

– Sim. Temos um simpático barqueiro que sobrevive no mesmo lugar que eu, e alguns seres que também sobreviveram. Vou te levar, pois você parece ser bom.

O BARQUEIRO SIMPÁTICO E SUA HISTÓRIA

Montei em cima da Lula, que era muito sábia. Ela, pelo caminho, me contava todas as histórias como a lenda do deus do mar:

– As lendas diziam que ele protegeria todos os habitantes do mar do mal externo... Mas é apenas uma lenda. – Disse a Lula.

– Entendo. Da onde eu vim também temos deuses. Aliás, minha raça também acreditava, no passado, na existência de um deus do mar também. – Falei, empolgado com os contos da Lula sábia.

– Entendo. Todos os seres vivos procuram uma maneira de escapar do mundo real e criar seres maiores para explicar muitas coisas. E aliás, estamos chegando na caverna aonde vivem os sobreviventes. – Comentou a Lula.

A caverna também era cheia de corais. Mas a diferença é que haviam partes que não eram submersas, mas só algumas é claro. Nas paredes da caverna se viam lindos corais que pareciam te dar boas-vindas. A Lula sabia que túnel entrar e como chegar na vila dos sobreviventes. Até que então, me bateu a curiosidade e perguntei:

– Porque há tantos túneis?

– Para dificultar o acesso a este lugar. Como ele é um lugar de sobreviventes, temos medo dos destruidores voltarem e nos acharem novamente. Eu protejo a caverna. Eu fico na entrada da vila para controlar quem entra e quem sai. – Respondeu com convicção.

Quando entrei no ultimo túnel, vi a vila. Era praticamente um pedaço de rocha enorme cercado por um precipício. No fundo dessa ‘’ ilha dentro da caverna’’ eu vi uma espécie de submarino em seu fundo. Devia ser aonde o barqueiro ficava. A Lula me levou até o ‘’ porto’’ aonde estava o submarino e disse:

– Você fica por aqui. Boa sorte.

Então, vi o Barqueiro. Ele me perguntou, de modo carismático:

– O que posso fazer por você?

– Eu queria sair do mar. Você pode me levar para terra firme de novo? – Perguntei, com delicadeza.

– Posso sim. – Respondeu de modo direto e alegre. Naquele momento, me bateu uma coisa na cabeça: ‘’ Porque chamam ele de Barqueiro se ele dirige um submarino?’’. Então decidi perguntar:

– Porque te chamam de Barqueiro se dirige um submarino?

...

– Antes dos destruidores chegarem, eu pilotava um navio abaixo do mar, pois era um navio mágico dado pelo deus do mar. Ele havia me abençoado por eu ter salvo a vida de uma pessoa antes da chegada dos destruidores... – Respondeu, um pouco choroso.

– Porque você está com vontade de chorar? – Perguntei, com timidez.

– Eu não merecia aquele barco... – Respondeu, agora chorando.

– Porque? Você é tão simpático! – Disse, tentando animar ele.

– Eu podia... Ter salvado minha família... Eu vi ela morrer... Diante dos meus olhos... – Comentou, agora chorando muito.

– Eu também já perdi membros da família. Perdi meu avô... Eu nunca valorizei muito ele em vida sabe? Mas quando ele morreu... Fiquei arrependido a vida toda... – Analisei, com uma vontade de chorar.

– Sério? – Perguntou, agora enxugando as lágrimas.

– Sim... Eu sei como é perder alguém... – Analisei, com uma lágrima ou outra.

– Obrigado por me confortar... Vamos, temos uma viajem a fazer! – Falou, agora animado.

– Sim, Sr. Capitão! – Disse, batendo continência.

Então, entramos no submarino. Haviam vários homens trabalhando neles. Sentei na cadeira e vi outros ali. Eles eram uma espécie de sereias, tritões, sei lá! Eu perguntei ao Barqueiro aonde íamos ir:

– Barqueiro, para onde vamos?

– Para a Ilha desértica. É o ponto mais próximo de terra firme, e só vou lá porque você está com pressa em voltar a pisar na terra. – Respondeu, agora com orgulho do que fazia.

Então, ele começou a ordenar:

– Liguem os motores! Fechem os resfriadores! Girem as engrenagens! Vamos por essa belezinha para funcionar pessoal! – Disse agora, com muito mais orgulho de comandar aquele submarino.

Então, o submarino começou a se mover. Era incrível! Eu sempre quis experimentar a sensação de ficar em um submarino! Foi... Fantástico! Eu via mais peixes enquanto subíamos! E também haviam muitos outros corais! Eu vi alguns navios que haviam naufragados e com chapeis de piratas ali! Foi demais. Porém, comecei a pensar no mal que os seres humanos fazem no mar. Não só no mar, mas na própria terra... Então conclui que esse seria o início da minha segunda aventura, e além disso, tirei uma lição de moral de todos esses estranhos acontecimentos: Vamos preservar a natureza.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem e fiquem ligado no próximo capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As doze aventuras do garoto Félix" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.