A Profecia escrita por Fairchild


Capítulo 3
3. Proteção


Notas iniciais do capítulo

Cheguei!! Espero que gostem! Boa leitura!



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O cobertor em cima de mim. Meu corpo quente reclamava do despertador. Cale a boca. Não quero ir para a escola. Começo de ano? Não acredito....Estou indo. Me levantei, me arrumei, tomei café da manhã e saí.

Na escola, Encontrei Steven no banco da área. Ele estava sorrindo. Cheguei perdo dele com uma ponta de curiosidade.
–Que sorriso é esse, homenzinho?
Me sentei ao seu lado, esperando uma resposta.
–Sabe, é meio... Muito legal ter uma amiga que possa ler mentes - ele continuava sorrindo.
–Ler mentes? - comecei a rir - Está louco?
–Deve ser. Está certo que já conhecia essa história e todos da minha família me chamavam de louco, mas sempre acreditei. Meu pai tem um livro que fala sobre isso.
–Steven... Do que você está falando?
Ele me olhou como se eu tivesse dito algo terrível e inaceitável.
–Eu que te pergunto. Fizeram lavagem cerebral em você?
–Claro que não.
Nós dois estávamos sérios.
–Seu pai... Mathias... Demetrius... Poderes... Não?
–Wow... Acho que quem pode ler mentes é você.
–O que?
–Essas pessoas apareceram no meu sonho. Mathias era irmão do meu pai. Demetrius era um vilão louco. E por eu ter olhos azuis, podia ler mentes - fiz uma careta.
–Hayley?
O olhei, seriamente.
–O que?
–Isso aconteceu ontem.
Fiquei assustada. Retardada. Não conseguia acreditar. Até que lembrei do fim do dia de ontem, quando eu estava indo tomar banho e acabei... Desmaiando.
Sou Hayley Susan. Filha de Camilla e Paulo Ravy. Tenho 16 anos. Um melhor amigo chamado Steven. Um tio chamado Mathias. Olhos azuis. Posso ler mentes.
–Hayley?
Acordei. Estava dormindo acordada. O olhei com uma pontada de preocupação.
–Mathias cuidará para que ninguém chegue perto de nós aqui na escola.
Steven sorriu, sabendo que eu tinha me lembrado.
O sinal tocou.
–Vamos para a aula, garota mutante.

Eu e Steven tentávamos não falar sobre o assunto, não comentar sobre o assunto, nem mesmo pensar sobre o assunto... Ok, era impossível, mas nós tentamos. Mathias estava lá, eu sentia isso, parecia que nós dois tínhamos algum tipo de ligação. E também porque ele me disse que estaria. As vezes eu passava pelos corredores e via Mathias desafiando pessoas. Provavelmente porque queriam falar comigo. Ele fazia perguntas do tipo ''quem é você?" e "o que você quer com ela?" Depois de ver isso acontecer três vezes, percebi que eu estou mesmo correndo perigo. A partir daí, tentei sair da sala menos vezes.
Me pergunto, as vezes, porque ele não tem medo, se Demetrius também o quer e não só a mim. Acho que é porque ele não tem medo de quase nada. Talvez porque já lutou com Demetrius ou coisa assim. Ou simplesmente porque ele é um adulto experiente.
Na hora das aulas nós não conseguíamos prestar muita atenção na matéria, ficávamos pensando, viajando em outro mundo, com um pouco de medo. Com as cabeças confusas. Principalmente eu. Não parava de pensar, e as vezes, chegava a pensar no pior. Só no pior. Isso me deixava aflita. Depois de chegar ao ponto de começar a tremer, me obrigava a parar de pensar. A professora perguntava alguma coisa que eu ou ele não sabíamos responder, então ela nos xingava por não estarmos prestando atenção na aula dela. Esses primeiros períodos foram os mais demorados, apavorantes e entediantes que já tive.
Na hora do intervalo, fomos em direção à cantina, quando Mathias me parou no corredor.
–Onde você vai? - perguntou ele.
Não tive tempo de responder, pois enquanto pensava em uma resposta, vi Steven partindo para cima de Mathias, dando um soco no nariz dele, fazendo com que ele caísse e todos em volta olhassem.
–Não! - eu gritei e fui ajudar Mathias a se levantar.
–Não o que? Ele vai te matar! - Steven ficou inconformado de eu ter ido ajudar uma pessoa que queria me matar. A palavra matar deixou as pessoas confusas e ainda mais curiosas.
–Steven, esse é o Mathias! Meu tio! - fiquei parada ao lado de um Mathias caído e com a mão em seu nariz.
Steven ficou vermelho. Envergonhado. Ele me olhou com um sinal de interrogação na testa, mas percebeu que eu estava falando sério.
–Me desculpe, eu não sabia, só estava protegendo minha melhor amiga - disse ele enquanto ajudava Mathias.
–Tudo bem, eu entendo. Mas da próxima vez, vai com menos força! - disse Mathias, sorrindo e com um olhar que dizia "está doendo''.
Nós fomos para a enfermaria e depois para a cantina. Espero que as pessoas não tenham levado a sério. Mathias, depois de ter feito um curativo, me disse que iria me levar e me buscar da escola. Eu perguntei se ele não podia levar Steven também e ele disse que levaria quando o pai dele não fosse buscá-lo.
–Mas lembrem-se: Ninguém, eu disse ninguém pode saber desta história. Nem mesmo seus pais - ele apontou para Steven.
Pai– eu o corrigi.
–Tudo bem, me desculpe. Lembrem-se: Ninguém, eu disse ninguém pode saber desta história. Nem mesmo seu pai pode saber.
Eu sorri.
Me lembrei que Steven disse que seu pai tinha um livro que falava dessas coisas de poderes. E pela cara dele, imaginei que seu pai sabia de tudo o que estava acontecendo.
–Por que não me disse que eu tinha desmaiado? - perguntei a Mathias.
–Não era necessário.
Silêncio. Dois estudantes e um adulto com roupas estranhamente pretas, em uma mesa na cantina de uma escola. Por que essa gente estranha tem que usar só preto? Eles não conhecem outra cor?
Mathias nos disse no intervalo, que o sobrenome de Demetrius é Tially. Ele perdeu a esposa grávida num acidente de carro há uns sessenta anos. A culpa tinha sido dele, ele bebeu sem que ela percebesse e acabou batendo o carro. Com o impacto ele foi jogado pra longe e teve ferimentos não tão graves, mas sua esposa, a Letícia, ficou presa nas ferragens - o cinto de segurança travou - e morreu carbonizada, pois o carro capotou umas duas ou três vezes e pegou fogo no meio da estrada. Demetrius ficou com raiva dele mesmo, e tentou se matar no hospital logo depois que soube da morte de sua esposa e de seu filho, que tinha três anos e estava na cadeirinha no banco de trás. Mas sombras não deixaram que ele morresse. Levaram ele para o lado mau e ele se tornou um vilão. Complicado? Sim, mas foi o que aconteceu. Demetrius iria se matar com um cabo de vassoura. Como? Iria bater com o cabo na sua cabeça. Mas quando se levantou da cama, sem que ninguém visse e pegou a vassoura, que estava atrás da porta, uma fumaça escura se formou no quarto e se transformou em três pessoas. Essas três pessoas eram as sombras que eu disse ter impedido ele de se matar. Demetrius ficou apavorado, nunca tinha visto algo daquele tipo em toda sua vida, então começou a gritar, mas antes que alguém pudesse ouvir, um deles impediu que ele gritasse colocando a mão em sua boca. As sombras pegaram ele e o levaram para uma espécie de portal, com uma mistura de preto e roxo girando sem parar. Do outro lado tinha um homem sentado em uma espécie de trono que disse a ele:
–"Você será meu substituto. Estou deixando essa vida e indo para uma outra... Vou reencontrar minha filha e pedir perdão à ela. Você vai se tornar mau e virá para o lado negro. Mas lembre-se, vou estar te guiando onde quer que vá".
Depois que ouviu aquilo, Demetrius ficou ainda mais apavorado, não conseguia raciocinar sobre o que estava acontecendo. Ele olhava para os lados e via aquele lugar escuro, sem luz, sem janelas e sem portas. Era bem grande e parecia um esconderijo debaixo de terra. As sombras não estavam segurando seus braços, até porque não tinha para onde fugir.
O nome do outro homem era Campus, que passou seus poderes à Demetrius. Campus colocou sua mão diante da testa de Demetrius e se concentrou. Em estantes, Demetrius ficou com os olhos arregalados e de repente sentiu uma força e um poder muito forte dentro dele.
Depois do trabalho estar pronto, as sombras o levaram de volta para o hospital e disseram que ele estava curado e que era imortal, a não ser que alguém usasse os poderes dele mesmo para matá-lo. Quando o médico que cuidava dele viu que ele tinha se curado totalmente, o liberou para ir para casa. Quando chegou, colocou quase todas as suas roupas fora e algumas ele redecorou. No mesmo dia foi ao shopping e comprou roupas estranhamente elegantes. Pretas. O Visual dele ficou parecido com de um roqueiro metido a besta e com um agente do FBI. Ele se veste sempre de preto, com uma calça jeans, um casacão que vai até os pés e correntes no pescoço (nem sempre). Seu cabelo é preto e curto. Ele é muito poderoso e deixa terror por onde passa. Hoje ele tem uns noventa anos, mas não se importa já que tem aparência de trinta. Roupas de couro? Sempre.
Depois da aula ter acabado, Steven foi para casa com seu pai e eu fui com para a minha com Mathias. Eu fiquei pensando no que ele contou. O que será que ele quer com a gente se ele tem todo esse poder? Mathias me disse que ele queria pegar nossos poderes para ele, para ser mais poderoso ainda. Eu perguntei que poderes ele tinha, Mathias disse que ele tem todo tipo de poder. É quase um feiticeiro
Depois que chegamos em casa, nós almoçamos e depois eu subi para o meu quarto. Fui direto para o telefone para falar com Steven sobre Demetrius. Conversamos sobre as hipóteses que apareceram, as coisas estranhas que aconteceram e que ainda poderia acontecer. Sim, nós nunca tínhamos visto algo desse tipo. Só em histórias mas... Quem iria acreditar? Tudo bem que ele acredita na profecia e agora eu também, mas... Tem coisas, que se você contar a uma pessoa, ela não vai acreditar.

–Hayley, já são quatro horas, você não vai sair deste telefone?
Essa era minha mãe gritando comigo. Fiquei desde meio dia e meia até as quatro da tarde no telefone. Assunto era o que não faltava.
–Vou ter que desligar. A gente se fala pela internet. Tchau
–Ok, tchau.
Minha mãe abriu a porta com um pano de prato na mão.
–Você fica esse tempo todo no telefone porque não é você que paga a conta. Vem, me ajuda a fazer o bolo.
–Que bolo?
–Eu estou a fim de fazer um bolo e você vai me ajudar, mocinha. Vem.
Guardei meu celular e fui com minha mãe para a cozinha. Passei o resto da tarde ajudando ela a fazer aquele bolo, que era de chocolate com morango e, que por sinal, ficou muito gostoso. Enquanto nós fazíamos, ela me fez um questionário, me perguntando tudo sobre Demetrius - eu percebi que o meu pai não falou nada dele para ela, - e também me perguntando sobre meu poder. Eu disse a ela que só tinha acontecido uma vez, e ela ficou entusiasmada, porque achava legal essa coisa de ter poderes. Ela também me perguntou sobre um assunto que me deixa constrangida.
–Quando vocês dois vão começar a namorar? Hein?
–Mãe!
Ela estava colocando morangos em cima do bolo e eu secando a louça. Quase deixei a forma cair.
–O que foi Hayley? Só perguntei - o olhar dela era de desconfiança e ao mesmo tempo certeza - Acha que eu não percebi? Vocês dois estão mais próximos a cada dia.
–Pensamento seu, mãe.
–Aham, sei. Tá legal, vou deixar "quieto" como vocês dizem, mas quando vocês namorarem, por favor, quero ser a primeira a saber!
Fiquei pensando por um tempo e me dei conta de que se eu deixasse, minha mãe colocava coisas na minha cabeça e tirava palavras da minha boca.
–E como você tem tanta certeza de que a gente vai namorar? - perguntei.
–Dá para perceber no olhar de vocês.
–Hã? – eu disse, enquanto largava o pano de prato e ia ajudá-la com os morangos.
–Vocês vivem juntos. Cresceram juntos, estudam juntos desde a terceira série e são melhores amigos desde então. Não mentem, ajudam um ao outro, filha... Essa é uma amizade muito forte!
–É isso aí mãe. Amizade, apenas uma amizade.
–Já parou para pensar que ele pode sentir por você alguma coisa mais forte do que amizade?
Guardei os morangos que sobraram na geladeira.
–Não... Ele é só meu amigo. Ah mãe, vamos mudar de assunto? - eu disse quanto fechava a porta da geladeira.
–Tá bom.
Minha mãe me olhou de lado pensativa e com um sorriso no rosto que dizia "ela fica sem jeito quando falo disso, ela gosta dele, mas não quer dizer ou enxergar".
Talvez ela esteja certa. Eu gosto dele, mas ainda não enxerguei. Será?


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Notas finais do capítulo

Mais um pouquinho pra vocês! Esse final foi meio clichê, mas não importa a história, sempre tem alguma coisa clichê!



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