As Brumas de Avalon - Destinos Interligados escrita por Atena Black


Capítulo 3
"Bem vinda"




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/536140/chapter/3

– Acorde Margo, acorde! – Rosa foi levantando a menina da cama.

– Vovó deixe-me dormir um pouco mais – a menina resmungou.

– Não menina, temos que conversar querida – Rosa levantou a menina e ajeitou seus cabelos engrelhados – Minha filha, iras você fazer uma viaje com aquela moça, Viviane.

– Mas por que vovó? – a menina perguntou.

– Seu lugar não é aqui minha pequena – ela passou a mão fria no rosto quente e corado da neta – Seu lugar é aonde sua mãe foi criada.

– A ilha mágica?

– Sim querida, a ilha mágica, todos nós temos um motivo para viver e o seu minha criança é ir para esta ilha.

– Você quer ficar longe de mim vovó, eu fui uma má criança? – a menina perguntou em lágrimas.

– Não meu amor! – a avó lhe abraçou e pode sentir pequenas gotículas de agua que caia em sua roupa – Não queria eu ficar longe de ti, mas és para teu próprio bem! Lá você ira crescer e aprender a fazer magias.

– Magias não são coisas ruins?

– Não, claro que não. Você será tão sábia quanto qualquer padre, e valente também como sua mãe era. Esta ilha que sua mãe foi criada e você será como ela, ou melhor, será mais que ela – a avó dizia as palavras para acalmar a menina, mas principalmente a si mesmo que gritava de dor por dentro.

– Aprenderei mais coisa? – a menina olhou para Rosa com um olhar verde brilhante.

– Sim, muitas coisas e você será uma pessoa tão importante como sua avó não foi. Vá minha querida com Viviane ela cuidará de ti como uma filha.

– Vou ver você depois vovó? – a menina disse esperançosa – Eu quero ir, mas quero que vás junto sim?

– Meu bem a vovó está velha para ir, não aguento mais viagens longas sem contar que Avalon não é meu lugar.

– Eu quero ir vó, mas não quero deixar ti! – a menina a abraçou forte.

– Quem disse que me deixara garota! – a avó puxou de dentro da roupa o colar que a menina carregava desde a morte da mãe. O colar do pentagrama - Veja isto, estarei com ti enquanto este colar estiver contigo, não só eu, mas tua mãe também minha pequena.

– Então você estará comigo vovó? Eu poderei ir?

– Sim criança, mas venha tomar um leite com mel e conversaremos melhor com Viviane.

Desderam a velha e a criança empolgada com a viagem, Viviane ficou satisfeita em ver a alegria da criança com a viagem e sim aquela vida que daria aquela menina seria sua verdadeira forma de torna-la uma peça importante para si, mas ela tinha um envolvimento com a garota. Não queria ter, mas tinha. Uma afinidade, um amor que vivia lá dentro quando ouvia as doces palavras da criança e lembrou-se de seu filho que estaria lá no reino de Ban como um filho bastando seria criado bem, era o que ela esperava.

– Vou aprender a ler também? – “Sim menina, serás incrível tu” ela pensou.

– Mas é claro – ela concordou sorrindo e acenando com a cabeça.

Dois dias após foi chegado o momento da viagem, Viviane sentia angustiada pensando que a menina poderia desistir de ultima hora o que seria bem trágico. Rosa arrumou as roupas da menina e algumas comidas para a viagem. Margo estava feliz com a viagem, mas sentia medo de ficar longe de sua avó e sentia mais medo ainda do que viria. Sentada no cavalo negro, Viviane viu a menina sair da pequena casa de campo e passar a mãozinha entre a crina amarela do cavalo.

– És bonito – ela disse.

– Sim, seu nome é Eron – ela sorriu.

– Prazer Eron.

– Margo, menina, sentirei sua falta – a avó abraçou a menina e começou a chorar o que fez a criança entrar em lágrimas também.

– Eu também vovó! Venha conosco dá tempo – ela apertava forte a avó.

– Não posso minha querida, mas sempre irei orar por você – largou a menina e olhou profundamente em seus olhos verdes, a ultima vez que ela via aqueles grandes olhos verdes – Sempre estarei contigo, lembre-se se comporte e faça tudo que Viviane falar.

– Sim vovó – a menina enxugou as lágrimas.

– Quando quiser falar comigo, pense em mim, nas folhas que voam em volta desta casa peça ao vento que traga sua voz até mim e que ele levará em troca um beijo meu, ouviu pequena! – a avó a abraçou para enfim deixa-las partir.

– Tá vovó, eu te amo – o ultimo abraço foi desfeito, Rosa colocou a menina no cavalo e deu alguns últimos beijos e acenou, quando perdeu de vista Viviane e Margo pensou em ir correndo atrás delas e desistir de entregar Margo, seria apenas dela e de mais ninguém. Estava decidida iria fazer isso, a neta era sua e de mais ninguém, mas no vento frio quando se ajoelhou na terra dura ouviu a voz da filha falecida falando delicadamente em seu ouvido “Deixe que vás mãe, meu fruto tem que florescer e semear o que aprenderas. A menina, ambo, nos dará orgulho deixes que parta em meu nome e que nele vença a cada desafio.” Rosa não pode fazer nada se arrepiou e ficou caída por algumas horas na terra sentindo o cheiro da tristeza e da saudade de sua neta e de sua filha. E sem poder tirar de sua cabeça que a ultima vez que viu sua filha ela estava, exatamente, daquele tamanho.

.........................................................................................................................................................

Depois de algumas horas Margo parou de chorar e soluçar, ela ficava quieta sem falar nada mesmo com Viviane querendo conversa a menina dava um jeito de se calar. “Fale garota, fale! Deixe que eu ouça sua voz delicada de menina jovem” Viviane dizia a si mesmo tentando aguentar o silencio profundo que havia entre elas.

– Hum... Vou aprender a cantar também? – Margo quebrou o silencio que Viviane odiava e com felicidade olhou para a garota e sorriu.

– Sim, claro que vai!

– E o que é Deusa? – ela perguntou e lembrou-se diretamente de Morgana, lembrou da primeira vez que foi até a irmã pedir que deixa-se trazer a menina a Avalon e por algum momento se sentiu malvada por tirar as crianças de suas famílias.

– A Deusa é a vida, a natureza, fertilidade das mulheres, a lua que brilha forte no céu, a Deusa somos nós. Tudo que temos foi ela quem deu e lá em Avalon você ira aprender a servir a Deusa.

– E Deus? – a menina curiosa perguntou.

– Ahh Deus... Deus é a coragem, a igualdade, a força, o universo, o Sol. Mas ele é diferente do Deus dos cristões.

– Por quê?

– Para os cristões nossos Deuses são seu demônio, você deve ter ouvido algo daquele padre imundo. Eles achavam que nossos Deuses são ruins que fazem mal, mas estão muito enganados, nossos Deuses são bons cultivam a paz e o amor, mas infelizmente eles não compreendem e nos chamam de bruxas.

– Por que eles fazem isso?

– Talvez por falta de conhecimento, por quererem ter uma única religião ou quem sabe para dizer colocar uma verdade na cabeça das pessoas fazendo assim com que a controle.

– Vocês, ou nós... Não somos maus, pelo menos eu não quero ser.

– Não somos maus, sem seremos. Nos apenas sabemos viver com a natureza a respeitando e aos animais, servindo a Deusa e o Deus, não fazemos nada de mal a ninguém temos uma frase que seguimos “Faça o que quiseres sem prejudicar a si nem a ninguém” e “O que fizeres vira três vezes para si”, então apenas entramos em contato com as energias do cósmico e fazemos o mundo mudar um pouco a nosso favor e a favor dos outros.

– Fazemos a magia?

– Isso magia a energia da natureza que a Deusa nos fornece, você aprende rápido menina.

– Estou começando a ficar feliz de vim – Margo respondeu – Terá crianças para eu brincar?

– Terá uma menina, quase da tua idade.

Viviane e Margo conversaram muito até chegarem num vilarejo e pararem para dormir e continuar a viagem até Avalon pela manhã. Margo dormia encolhida ao lado de Viviane e percebeu que ela não era tão pequena assim, estava quase chegando a altura de Viviane. Ela apertava o colar do pentagrama em suas mãos e choramingava baixinho para não incomodar ninguém. E assim partiram após um belo café da manhã. Viviane cavalgava rapidamente, mas parava alguns minutos para a menina ir ao banheiro até chegar a um lago tão grande que Margo ficou com medo, Havia brumas naquele lugar, bruma tão densa que era capaz alguém cair no lago sem vê-lo.

– E agora Viviane como chegaremos a Avalon? – a menina perguntou preocupada.

– Calma garota, está é a melhor parte da viagem – Viviane saiu de seu cavalo e ficou parada por algum tempo na frente do lago e logo veio um barco com dois homens com roupas negras e cabelos estranhos, Margo teve medo e então Viviane ajudou-a a sair de cima do cavalo.

– Senhora do Lago, levaremos os cavalos e suas coisas até a ilha sagrada – um dos homens falou e Margo tentava a cada momento ficar perto de Viviane.

– Ótimo, muito obrigada – ela agradeceu e estendeu a mão ao homem no barco que a ajudou a entrar no pequeno barco amarelo – Venha querida – ela estendeu a mão para Margo que segurou-a fortemente e se sentou na parte da frente ao lado de Viviane e o homem estranho atrás. Não se via nada devido a densa bruma que havia Margo tocava as aguas do lago enquanto passavam e ia perdendo cada vez mais o medi.

– Senhora pode tirar as brumas – o homem estranho disse e Margo se assustou. Viviane levantou e agora ela parecia verdadeiramente mais alta. Ela levantou os braços para cima e respirou fundo e devagar foi abaixando levemente os braços e as brumas iam cada vez mais desaparecendo. Uma ilha enorme apareceu, era belo! Campos verdes e árvores grandes e carregadas de frutas vermelhas, havia algumas casas que Margo acreditou ser das pessoas que moravam naquela ilha, cisnes passeavam vagamente entre o lago e o barulho dos pássaros traziam a paz era perfeito! Margo esqueceu-se da tristeza de da saudade e ficou pensando que fez certo de ir a Avalon e agora pode entender um pouco o porquê sua mãe tinha ido para aquele lugar. Viviane viu a alegria da garota quando viu Avalon, ela se sentiu feliz ao ver que Margo havia gostado da casa nova e aceitado já a Deusa para si era como se fosse à filha que aceitou a mãe. A menina começou a pensar porque os padres diziam que aquele lugar era ruim, aquilo era a coisa mais bonita que Margo havia visto era sem exagero melhor que as flores da sua avó, ou melhor, do que qualquer igreja que já tenha visto. E não acreditou que aquele lugar poderia ser do diabo.

– É lindo – ela suspirou para a alegria de Viviane.

– Gostou não? Este lugar é o meu preferido em todo mundo. Com certeza você esta destinada a Deusa Margo – e passou a mão no cabelo trançado da menina.

– Isso é a Deusa – ela disse alegre.

– Sim, isso é a Deusa – Viviane só faltava explodir de alegria ao ouvir aquelas ultimas palavras.

Chegando a beira da ilha Margo começou a ficar com vergonha das outras mulheres que vestiam vestidos diferentes alguns pretos outros coloridos. Muitas havia os cabelos diferentes e a maioria carregava uma lua minguante na testa. Viviane desceu do barco e ajudou a menina a descer e muitas das mulheres demonstraram respeito a Viviane.

– Viviane! Viviane! – veio correndo uma mulher igual a Viviane um pouco mais bonita do que ela e mais alta e Margo tinha certeza que era sua filha, mas por que não a chamava de mãe? A mulher abraçou Viviane.

– Morgana que saudades! – soltou a mulher que se chamava Morgana – Venha conhecer Margo.

Margo sorriu timidamente para Morgana.

– Prazer – Morgana sorriu e abraçou a menina – Você não fala?

– Falo – Margo disse envergonhada e Morgana sorriu.

– Não tenha vergonha irmã, seja bem vinda!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Brumas de Avalon - Destinos Interligados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.