—Miku! – Rin pula em cima da minha cama. Bem encima do meu estomago.

—Ahhh! Como você entrou aqui? – Digo gemendo de dor com a mão no estomago.

—Seu pai me deixou entrar!

—O que você está fazendo aqui em casa numa hora dessas?

—Vim te chamar para a festa da piscina!

—Mas são seis da manhã! – grito.

—Não! São seis e um! – Rin aponta para o relógio.

—Eu vou dormir! – me enfio debaixo das cobertas.

—Vamos Miku, acorde! Acorde! – Rin me chacoalha – É... pelo visto você não vai levantar! Então depois eu te chamo...

Rin sai do meu quarto.

Observo Rin saindo. Nunca foi tão fácil me livrar de Rin, estranho. Que seja, voltei pra debaixo das minhas cobertas.

—Ahhhh! – Acordo com um balde de água gelada na cara – Tá doida Rin? Tá possuída por um demônio?

—Isso é pra você acordar! Você dorme muito!

—Tá legal, eu levanto! Mas é melhor você correr porque eu vou te matar!

Rin sai correndo e eu corro atrás dela para acabar com a raça daquela loira desgraçada.

Me sequei pois estava encharcada. Rin não parou de falar: “É hoje! As 15:00h!”. Por que aceitei ir nessa festa?

—Rin, quem vai levar você nessa festa?

—Seu pai ué! – exclama Rin, parecendo certa no que dizia.

—Quem disse? – pergunto equivocada. Como assim? Meu pai?

—Ele! Eu pedi para ele levar eu Len e você.

—E ele deixou?

—Sim! E até disse que é um milagre você querer sair de casa.

—Ah, acho que vou ser órfã. Porque vou matar o meu pai! ­– eu praguejo.

—Deixa de ser chata Miku! A festa vai ser legal!

—Tem vários motivos pra festa não ser legal: primeiro: – mostro o dedo em sinal de “primeiro” – é uma festa na piscina, e eu não sei nadar. Segundo: – mostro mais um dedo – é a festa do Shion, eu odeio o Shion. Terceiro: – mostro mais um dedo – não to a fim de ficar vendo a Luka e o Kamui se agarrando.

—Não ligo Miku, você vai! Você precisa ser mais sociável, mulher! – Rin exclama, até de um modo cômico.

—Okay, okay! – reviro os olhos e me sedo à loira.

As horas passaram voando, que raiva! Estava rezando pra cair uma tempestade e essa festa ser adiada. Cara, a festa era tudo o que eu NÃO gostava! Mas não caiu tempestade nenhuma, pelo contrário, o sol estava brilhando e não havia nem uma nuvem no céu, meu pai já estava arrumando o carro pra nos levar para o sítio da minha avó, que era perto da mansão e então seria fácil pra ir à festa. A animação de Rin era estonteante, Len também estava animado, mas não como a irmã. Rin só falava em dançar, pular na piscina e conhecer um garoto gatinho. Rin disse que ficou sabendo que a festa iria até amanhã de madrugada, teria só uma pausa pra trocar as roupas do dia para as roupas da noite. Shion levou uma galera enorme da escola.

Não acredito que ela me fez levar uma mala cheia de roupas só pra ir na pra casa da minha avó, to pensando em dar um bolo em Rin e ficar dormindo.

Saímos de carro rumo à casa da minha avó, o sorriso de orelha a orelha de Len e Rin era assustador. Era eles que estavam muito animados ou eu que estava muito desanimada?

Chegamos rápido, estava com saudades da vovó. Ela achou Rin e Len duas criaturas curiosas, pois eram idênticos, ela logo os acharam um amor e encheu eles de bolinhos, que eles amaram, lógico. Rin e Len contavam as horas. E eu rezava pras horas não passarem, elas não me obedeciam, pelo contrário, teimavam em passar voando.

Rin já se arrumava, fazia vários penteados no cabelo louro e curto. Por fim escolheu um penteado, o mesmo de todos os dias, com presilhas na franja, reviro os olhos, tanto tempo só pra fazer aquilo no cabelo? Faltavam meia hora pra festa do Shion, e eu queria ficar dormindo. Rin já estava arrumada, com o biquíni e por cima um leve vestido amarelo de botõezinhos dourados. Ela estava um amor. Len também estava arrumado, com uma bermuda marrom e uma camiseta branca de mangas amarelas.

Len estava com uma bóia ridícula de girafa entre os braços, Rin brigava com ele.

— Len você tá maluco? Que coisa mais... infantil! Essa sua bóia é ridícula. ­– Rin gritava exaltada.

— Ah Rin, me deixa! ­– Len revira os olhos.

No final Rin convence Len a não levar a bóia ridícula.

Rin me obrigou a arrumar-me. Coloquei o biquíni, por cima coloquei um vestido verde florido leve com uma fita na cintura, não estava acostumada a vestir roupas que me expunha tanto, minha pele extremamente branca era ainda mais visível. Resolvi deixar meu cabelo solto, coloquei apenas uma fita semelhante ao vestido na cabeça.

— Nossa Miku! ­– exclama Rin sorrindo – Você tá muito linda! Vai deixar os garotos da festa derretidos por você – me dá uma cotovelada leve. Eu sorrio.

— Obrigada loirinha! Você tá adorável! Vai arrasar corações heim? – bagunço o cabelo dela.

— Ei! Não bagunça meu cabelo! Eu demorei pra arrumá-lo. – diz ajeitando o cabelo.

Reviro os olhos.

— Mas você gastou meia hora para arrumar o cabelo e acabou deixando como sempre está!

— Ah Miku! A Rin sempre demora pra arrumar o cabelo, até lá em casa. – diz Len rindo.

Eu pego meu óculos de sol com uma armação verde e prata e coloco na gola do meu vestido.

— Cadê meu óculos de sol? – Rin diz procurando pelo objeto.

— Aqui! –diz Len balançado o óculos de sol dourado de Rin.

— Devolve! – grita Rin. Meu Deus, como essa loira grita!

— Na-na-ni-na-não! – e Len sai correndo.

Rin sai correndo atrás de Len que subia as escadas de madeira que rangiam a cada passo.

Dou risada. Quem sabe eles não caiam lá em cima e se machucam? Aí a gente não iria à festa. Mas é claro, não quero que meus amigos se machuquem... muito.

­-Parem de brigar e vamos! – grito desanimada.

Vejo Rin descendo vitoriosa a escada com os óculos de sol na gola do vestido. Len vem em seguida massageando o braço. Deduzi que Rin havia batido nele.

—Vamos Miku! – diz Rin pegando a bolsa dela em cima do sofá.

—Ah – eu suspiro – Vamos... pego minha bolsa verde água e sigo Rin com a maior desanimação da minha vida. Len vem atrás, gemendo de dor.

É, iria começar la fiesa..