Setevidas escrita por tony


Capítulo 4
O despertar de um anjo




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— Eu? — Ele diz assustado. — Acho que Shat estava meio embriagado quando previu isso.

— As tribos precisam da sua cooperação Nash. — Digo o fazendo levantar do chão.

— É claro que não precisam. As coisas permanecem normais sem as cartas ou amuletos ou sei lá o que. — O menino diz virando para trás. — A vida continua seguindo o seu fluxo, com ou sem as cartas de Shat.

— Isso é egoísmo. — Digo me aproximando. — Será que você não entende em quantos clãs podem ser extintos sem seus amuletos.

Nathan continua estático.

— Há uma guerra entre duas dimensões. Sem essas cartas não podemos manter o equilíbrio e sem isso todos os clãs serão extintos.

— Tem que haver outro modo de sobreviverem! — Ele diz.

— E tem. — Verbalizo. — Mas ele se recusa a ajudar.

O silêncio toma conta do local. Não queria pressioná-lo, mas as circunstâncias não me dão outra opção. Se o conselho interferir meus planos, tudo o que sempre sonhamos estará acabado.

— E se eu não conseguir juntar as cartas? — Ele diz se virando e fitando meus olhos.

“Você já reuniu sete antes, é claro que vai conseguir” — penso em dizer, mas apenas respondo sorrindo: Confio em você!

O menino fica pensativo por um instante, porém logo suspira. — Vamos terminar logo com isso.

Sorri: — Ok. — Digo estalando meus dedos fazendo toda a atmosfera vazia se voltar para o porão pouco iluminado onde estávamos.

Nash se espanta.

— Você vai ter que me ensinar essa parada!

— Hahaha. Claro.

— Okay, agora sem mais demora, por onde eu começo? Tem alguma pista de onde podemos encontrar a primeira carta, “guia”? — Ele pergunta dando ênfase na palavra guia e ironizando com aquele sorriso de canto que só ele sabia fazer.

— Paciência pequeno gafanhoto. — Debocho fazendo ele revirar seus olhos. — Ainda temos que despertar suas habilidades antes de começarmos.

— Despertar... minhas habilidades?

— Sim! — Digo. — Ou você acha que conseguirá entrar em contato com as cartas sem ao menos ter habilidades pra isso?

— Habilidades? — Ele diz estranhando a situação. — No máximo que eu consigo fazer é pular do segundo andar do colégio.

— Não habilidades de gato. — Explico. — E sim, a do anteposto.

— E o que o anteposto faz?

— Nada de mais! — Respondo decepcionando o garoto. — Apenas sela as auras das cartas.

— Auras?!

— É uma longa história! — Sussurro.

— Outra?! Ain Ain. — Ele diz batendo na cabeça. — É muita informação pro meu cerebrozinho... Acabei de entrar de férias, será que não podemos esperar as aulas começarem para eu capturar as cartas de Shat, não?!

Encaro.

— Okay, eu já esperava que “não”. Adiante com esse papo de despertar logo.

Coloco as mãos no meu bolso e retiro um pequeno colar de asas. — Aqui. Use isto. — Digo entregando para Nathan. — Essa será sua halo até a profecia se cumprir.

— Uma halo?

— Sim. É tipo uma auréola que servirá para prender os amuletos e transporta-los para seu devido clã.

— Ok. — Nash diz colocando o colar no pescoço. — E agora?

— Agora repita exatamente as minhas palavras. — Ordeno. O menino apenas acena em positivo com a cabeça. — “Eu, Nathanael, aceito a devida missão de capturar e selar a sete chaves, as cartas mágicas. Conceda-me à graça.”

— “Eu, Nathanael, aceito a devida missão de capturar e selar a sete chaves, as cartas mágicas. Conceda-me à graça.” — O menino repete, no entanto nada acontece. — Tipo, não era pra acontecer algo tipo faíscas saírem do...

Uma onda de luz emerge do chão cobrindo o corpo do menino. Seus olhos são cobertos pela luz e o colar se transforma em uma auréola de anjo que flutua para cima de sua cabeça. Seu corpo é domado por luzes coloridas que iam do mais escuro vermelho até o mais claro amarelo.

— Agora Nash! — Grito cobrindo meus olhos devido a luminosidade. — Segure a auréola e repita as palavras que estão na sua cabeça.

— Ta. — O menino responde confiante. Ele levanta seus braços e agarra firme a halo que flutua em cima de seu corpo. — “Espectro de luz que oscila entre o vermelho e violeta, atue na mais pura faixa de sete cores da minha aura e envolva o peregrino Nathanael de acordo com suas emoções. Halo!”

As luzes aos poucos vão desaparecendo e nas costas de Nash pode-se ver uma pequena asa brilhante.

Ele ainda segura a auréola nas mãos e observa atentamente meu rosto esperando por alguma instrução.

— Pronto. — Sorri ao quebrar o silêncio. — Agora que suas habilidades foram despertadas podemos começar a missão.

— E o que faremos agora? — Ele pergunta curiosamente.

— Esperar. — Digo.

— Que?!

— Isso mesmo. Agora que os amuletos sentiram a chegada do anteposto aos poucos elas irão se revelando. — Digo tomando a forma de um gato novamente. — Até lá, eu irei ser seu animal de estimação.

— Mas... Mas...

— Acalme-se! Tudo irá ocorrer de acordo com a profecia.

— Aiiiiiin. — Nathan gruni e quase automaticamente suas asas desaparecem e sua aureola voltam para a forma de colar. — Ué?

— A halo sabe a hora de despertar também. — Respondo. — Tudo é controlado pelas suas emoções... basta querer que suas habilidades despertam.

— Está me dizendo que eu sempre fui capaz de ter asas e auréola? Tipo, o anjo da guarda da história não é você?

— O “seu” anjo da guarda sim. — Respondo. — Mas o anteposto, anjo e guardião das cartas sempre foi você, eu apenas lhe conduzo.

— Eita. — Ele diz. — Que coisa mais complicada.

— O anteposto é capaz de dominar as sete auras de seu corpo atraindo assim os amuletos. Reza a lenda que o mago Shat usou suas auras para criar as doze cartas... Mas não há nada que comprove esta teoria.

— Então por isso que você disse que as cartas sentiram que as minhas habilidades, ou melhor, as do anteposto foram despertadas?

— Sim! Quando você dominou sua halo, não só despertou suas habilidades como também das cartas desaparecidas. A partir de agora, acontecimentos estranhos poderão mudar a rotina dessa cidade. As cartas irão procurar a todo vapor o anteposto.

— Isso é bom não é? — Ele pergunta sorrindo. — Assim não precisamos procurá-las, se elas querem vir de livre e espontânea vontade.

— Acho que você não entendeu Nash.

— As cartas não querem ser seladas. Querem ser livres. — Digo observando sua reação e feição mudarem. — Elas irão tentar matá-lo.

— O quê? — O menino grita desesperado.

— Nathan?! — Uma voz diz descendo as escadas. — Tem alguém aí com você?

— Droga! — Ele sussurra desesperado. — É o Denner.


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Notas finais do capítulo

Oie meus pimpolhos do s2
Bem, a fic está caminhando para seu quinto capítulo e estou gostando dos resultados (pelo menos até agr xD), por isso em vez de postar de 15 em 15 dias, estou postando por enquanto diariamente e espero que vocês comentem o que estão achando '-'
Quero agradecer ao "Tiago" pelos comentários e aos leitores fantasmas tbm por estarem visualizando... Caso decidam aparecer, serão sempre bem-vindos ^-^ kkkkkkkkkkkkk.
#Bjus e até o próximo capítulo.



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