Setevidas escrita por tony


Capítulo 3
O anteposto


Notas iniciais do capítulo

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...(POV Luke/Gatinho/Lucas)...

Alguns costumes nunca mudam. O grito desesperado de Nash e a maneira que ele corre de um lado para o outro do porão, só confirmam essa teoria.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH!

— Dá pra ficar calmo?! — Digo tranquilamente lambendo meu pêlo. — As vizinhas irão achar que alguém está te matando.

— KYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH! — Ele foge para o fundo do porão.

— Se você gritar mais uma vez eu...

O menino pega uma vassoura e corre na minha direção.

— Saí desse corpo de animal, sua besta amaldiçoada. — Ele grita tentando me dar uma vassourada na qual eu desvio no último segundo.

— Hey! — Digo.

— Espírito sem luz, saí! — Ele berra lançando a vassoura em cima de mim. Nathan está tão assustado que pode-se ver lágrimas se formando em seus olhos. “Acho que não foi a melhor abordagem.” — penso. — “Hora do plano B”

Concentro minhas energias: — Metamorphose! — grito emergindo uma luz ofuscante fazendo o garoto se afastar.

Olho para o meu corpo.

Eu estou apenas de cueca. O rabo de gato balança de um lado para o outro e minhas orelhas estão doendo pelo fato de ser sensível aos gritos histéricos do garoto. Por falar nele, o menino me olha bastante assustado. Seus olhos parecem não acreditar no que vê. Que diabos ele deve estar pensando? Pelo menos desta vez ele está calado! Seus olhos não piscam uma vez se quer e sua boca está aberta como se ele procurasse as palavras ou uma explicação lógica para aquilo. Um humano com orelhas e rabo de gato.

— Será que eu tenho a liberdade de falar agora? — Digo retirando a franja dos meus olhos.

O menino balança a cabeça em sinal de positivo.

— Eu sou o Lucas.

— O... O que você quer?! — Ele diz se afastando.

— Eu sei que é meio confuso... — Falo tentando acalma-lo. — ...mas na verdade eu sou o seu “anjo da guarda” — Digo fazendo aspas no ar. — Ou “guia” se assim preferir.

— Um... Anjo... da Guarda! — Ele repete espantado.

— Sim. — Sorri. — Sou o escolhido para guiar seus passos enquanto a profecia não se cumpre. — Explico me sentando no chão.

— Profecia? — Ele pergunta confuso.

— É uma longa história... — respiro fundo. — ... Mas antes de começar, preciso saber se você está disposto a me ouvir e depois tirar suas próprias conclusões. Você pode fazer isso Nathan? — pergunto.

— Como você sabe meu nome? — O menino sussurra.

— Acredite. Nos conhecemos mais do que você pode imaginar. — Sorrio.

O garoto se assenta no chão, de frente pra mim, mas ainda parece incomodado com a situação. Pelo menos ele esta disposto a me ouvir.

— Eu preciso que você feche os olhos.

— Mas...

— Vamos Nash, deixa de ser teimoso. — Reclamo. — É por isso que sua mãe vive brigando com você.

— Como...

— Eu já disse. — Sorri. — Nos conhecemos há muito tempo.

Ao ouvir aquilo o menino desconfortavelmente fecha seus olhos aos poucos.

— Agora abra. — Ordeno fazendo o menino se espantar pelo que vê.

Não estamos mais no porão. Tudo está vazio e iluminado. Pisamos e flutuamos no nada e no desconhecido. O rosto de Nathan esta começando a formar uma expressão de medo, mas sua mente esta claramente confusa.

— Por favor, não se assuste. — Me adianto. — E nem grite! Meus ouvidos são sensíveis aos seus chiliques.

Ele solta uma leve risada.

— Isso tudo é pura ilusão. Ainda estamos no seu porão, mas preciso de espaço e que a sua mente esteja aberta para tentar entender o que se passa entre os clãs.

— Clãs?! — ele pergunta. — Por que a cada frase que você solta me deixa mais confuso? Quem é você de verdade e o que quer de mim?

Suspiro. — Sou descendente do clã dos gatos, vulgo Felídeos. Ao total são doze clãs e cada um é responsável por uma determinada missão aqui na Terra.

— Cara, está me dizendo que você é um alienígena?

Começo a gargalhar fazendo o menino se irritar. — Não. Todos os clãs surgiram de determinadas tribos indígenas no passado. No entanto, se encontram espalhadas pelo mundo atualmente. Há anos que as tribos procuram pelo “anteposto” que irá cumprir a profecia.

— O que seria essa profecia?

— Paciência como sempre nunca foi seu forte. — Repreendo. — A profecia diz que quando o anteposto entrar em contato com o escolhido as tribos se unirá novamente e voltarão a ser uma só.

— E quão o problema delas estarem separadas?

— Aí que está a questão. — Digo. — Quando as tribos foram separadas, seus amuletos foram desaparecendo misteriosamente, ninguém sabe onde foram parar as 12 cartas de Shat. E antes que você me pergunte, deixe-me explicar o que são as cartas.

— Eu não ia dizer nada. — Ele sorri.

— Mas pensou em dizer. — Respondo devolvendo o sorriso simpático. — O templo das tribos quando unidas cuidavam das 12 cartas criadas pelo mago Shat. Elas eram usadas como amuletos de proteção contra ataques de outros nativos e peregrinos que invadiam a aldeia. Quando foram separadas, cada tribo ficou responsável por uma carta. O meu clã, por exemplo, protegia o amuleto do julgamento. A carta amuleto tinha a capacidade pelo prolongamento da vida e da morte. Por isso, cada um de nós descendentes felídeos temos sete vidas. — Digo. — No meu caso três. — Sorri.

— Espera! Você gastou quatro vidas em menos de vinte anos de idade. — Ele pergunta.

— Como você sabe que tenho menos de vinte anos? — pergunto. A esperança dele se lembrar de algo consome meu peito.

— Eu não sei... Apenas... — Ele diz — Chutei.

Com toda certeza ele deve se lembrar de algo. Eu sei que é impossível, mas...

— E as outras cartas? — Ele pergunta interrompendo meus pensamentos.

— Ah?! Ah sim. As cartas sumiram com o passar dos anos e não foram encontradas por nenhuma das tribos. Por isso eles procuram pelo anteposto que irá encontrá-las e devolve-las para suas respectivas tribos unindo-as novamente.

Nathan sorri de um jeito irônico. — Mas... Se Shat previu que haveria o distanciamento das tribos por que ele mesmo não protegeu as cartas?

— Essa é fácil responder: Quando se é vidente, não se pode alterar o fluxo da história, nunca se sabe o que pode acontecer caso o destino mude. O futuro seria imprevisível caso houvesse alteração e o imprevisível é sempre temido por todos, não?

— Talvez... — Nash responde. Nash, é o apelido carinhoso que dei quando o conheci. Quando o conheci pela primeira vez. — E onde eu me encaixo nessa história toda?

Sorri. — Nathanael, você foi encarregado de reunir as doze cartas. Em outras palavras... O anteposto que Shat previu... É você!

— Mas o que?!


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal :D
^-^ Eu estou contente pelo resultado que SETEVIDAS está dando até agora.
Espero que comentem o que estão achando :)
#Bjus e até o próximo capítulo.



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