Setevidas escrita por tony


Capítulo 34
Neophina




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...(Nathan POV)...

— Deixa eu ver se entendi... — digo acompanhando os passos ligeiros do pessoal. — O seu nome é Lucas e estamos procurando seu irmão, Lupin. Vocês nasceram na tribo dos felídeos que pertence ao elemento terra. Lucas é o escolhido para me guiar nas missões e Lupin te acompanha.

— Exato. — Lucas responde sorrindo.

— Você... — Aponto para a ruiva que flutua em vez de usar os pés para caminhar como nós fazemos. —...Seu nome é Natália, minha pseudo-prima no planeta terra que na verdade é a reencarnação da prima de Shat, que se chama May.

— Isso aí. — Ela diz.

— Okay. Até aqui tudo bem. Só não entendo como consigo me lembrar de ser o anteposto e caçador de amuletos e não me lembrar de mais nada, além disso.

— Suas memórias estão vindo com o tempo, Nathan, precisa ser paciente.

— Paciência nunca foi uma das suas virtudes. — Ironiza Lucas.

— Eu posso aceitar isso e meu coração continua aberto. — Digo ignorando o garoto.

— Toma! — Natália entrega algumas cartas pra mim com imagens diferentes. — Acho que no meio dessa rebelião, precisamos usar todas as nossas armas.

— Ué... — Resmungo observando as cartas. Uma delas era o mago, a outra a força e tem uma dos enamorados também — ...Você havia me dito que eu estava em treinamento e que só poderia usar duas cartas.

— As circunstancias nos fazem mudar nossas escolhas.

— Eu escolho continuar com o treinamento.

May flutua para minha frente colocando a mão no meu peito me impedindo de caminhar. — Estamos no meio de uma guerra Nathan. Uma coisa muito séria está acontecendo nesta tribo e por isso temos que interromper o treinamento... Estamos entendidos?

— Eu consigo resolver tudo isso com apenas duas cartas. — Digo retirando as mãos dela da minha frente. — Eu posso provar isso.

— Isso não é um teste Nash! — Ela aumenta a voz.

— Eu sei... eu sei... — Respondo quase em um sussurro.

Voltamos a caminhar em direção ao castelo. Quanto mais nos aproximávamos mais pessoas encontrávamos, até que finalmente nos deparamos com uma muralha de areia e várias pessoas atrás dela se protegendo de ataques extremamente barulhentos.

— O que está acontecendo ali? — Digo parando um dos soldados.

— O que vocês estão fazendo aqui! — Ele retruca — Precisam voltar imediatamente, essa área está interditada devido a guerra.

— São os rastreadores? — Neophina pergunta. O homem olha para ela com atenção até reconhecê-la.

— Rainha Neophina. — Ele se curva diante da menina.

— Rainha?! — Lucas, May e eu repetimos uníssonos.

A garota engole em seco.

...(Lupin POV)...

— Você não sabe fazer outra coisa além de comer?! — O garoto pergunta ao me ver comendo melancia.

— Sei. Mas não posso mostrar minhas habilidades enquanto eu estiver nesse quarto. — Resmungo cuspindo o caroço da melancia no prato.

— Habilidades? Você está usando trajes nada adequados para uma pessoa que possui “habilidades”. — Ele retruca sorrindo.

Olho para mim mesmo e percebo que ainda estou de bermuda e óculos de natação no pescoço. A boia ainda está em volta da minha cintura e estou sem blusa enquanto meu rosto está sujo de sumo de melancia.

— É que eu pensava que essa tribo teria praia.

— Praia?

— Sim... Tipo, uma lagoa.

— Lagoa?

— Água! — Desisto por fim. Será que ele não entende uma palavra do que eu digo? — Pensava que teria uma imensidão de água.

— E temos... — Ele responde tirando minha atenção da fruta para ele. — ... Nós estamos debaixo d’água.

Cuspo acidentalmente e em desespero os caroços da melancia na sua cara.

Ele pega um pano e sem demonstrar reação leva com delicadeza o pano até o rosto. É como dizem “Quem foi rei, nunca perde a majestade”.

— Desculpe. — Digo limpando o queixo. — Como assim estamos debaixo d’água?

— Olhe ao ser redor, tudo aqui é água. Ou como acha que nós respiramos?!

— EU QUERO É ENTENDER COMO É QUE EU ESTOU RESPIRANDO. — grito desesperado ao pensar na hipótese da água invadir minhas narinas e descer rasgando para os meus pulmões até me afogar completamente.

— Fique calmo. Como és de outra tribo, creio que seu corpo aos poucos está tentando se adaptar à natureza de nossa região.

— Está me dizendo que estou me acostumando a respirar água?

— Sim. — Ele diz sorridente como se fosse um professor explicando alguma matéria a um aluno nada inteligente. Mesmo assim ele não desiste. —Isso explica por que você apareceu desacordado quando chegou ao meu quarto.

— Ah sim. — Digo sorrindo — Entendo.

Na verdade eu não estou entendendo nada, mesmo assim quero evitar perguntas.

— Está ouvindo isso? — Ele diz em tom animado.

— O que?

— Shhhh. São passos. Estão trazendo o almoço.

— COMIDA?! — Berro pulando da cadeira.

— É a nossa chance de fugir.

— Podemos comer primeiro? — Pergunto.

— Não dá tempo. — O mais velho de cabelos curtos diz se concentrando. — Assim que eu usar minhas energias, precisamos correr... e muito.

— Okay... To afim de um pouco de ação mesmo. — Suspiro.

O garoto fecha os olhos e se concentra criando uma bolha de energia azul entre suas mãos. Seus olhos faíscam um azul claro enquanto seu corpo é envolvido por uma luminosidade completamente brilhosa. Agora eu sei à que se deve o título de príncipe. Ele parece ser extremamente poderoso.

— Está pronto? — Ele pergunta. Sua voz parece distante ao mesmo tempo parece à voz de um remix feito por algum amador usando um programa de música desconhecido. Viver na terra me fez ouvir diversas vezes esses tipos de música.

— Metamorphose! — Grito. Uma luz emerge do chão e cobre meu corpo me deixando apenas de cueca. Minhas orelhas de gato surgem entre os fios do meu cabelo e um rabo aparece atrás da minha cueca.

O jovem se surpreende e solta um leve sorriso. Me sinto meio tonto, mas logo passa.

Cada segundo se torna precioso e assim que a porta se entreabre ficamos atentos.

— Almoço! — Um homem aparece e assim que coloca a cara dentro do quarto Orphus lança a bolha de energia contra a porta que é lançada pra longe e bate na parede com o guarda atrás.

— Vamos. — Ele diz voltando ao normal. O brilho diminui e seus olhos voltam ao castanho comum.

Corro ao seu lado, mas percebo que suas pernas estão bambas. Ele está fraco.

— O que foi?

— Aquele quarto suga minhas energias. — Ele responde. — Papai pensou em tudo quando me aprisionou lá. Ele colocou sanguessugas por toda a parte.

— Sanguessugas não são ruins. São parasitas que se alimentam de sangue.

— Isso na sua tribo.

— Planeta. — Corrijo. — Pelo menos, na Terra é assim.

— Sanguessugas são dispositivos catalizadores e drenadores de energia de seres da classe Delphinidae. Meu pai criou o dispositivo na esperança que conseguisse me manter preso e que eu não conseguisse usar meus poderes para tentar escapar. Mas os poderes da linhagem real são mais fortes que as sanguessugas. Por isso meu pai ainda não às lançou como armamento de guerra contra os rebeldes. Ele tem medo que haja resistência.

— E se ele usar... talvez...

— Os rebeldes possam perder e ser massacrados pelos rastreadores de uma vez por todas.

Paro ao ouvir aquilo. —Precisamos impedi-lo! — Digo. Mas hesito por um instante ao ver a cara de reprovação de Orphus.

— É perigoso!

— E a história de salvar a pessoa amada?

Ele pensa um pouco. — Tem razão.

— É... Eu sei.

— Eu faria de tudo para ver Neophina de volta.

— Ótimo. —Digo. — Então, precisamos achar...

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO FORA DO QUARTO? — Uma menina da minha idade grita ao avistar à mim e Orphus conversando no corredor. A garota tem cabelos loiro-castanhos e usa um vestido rosa e sapatilhas da mesma cor. Na sua cabeça há uma tiara.

— Quem é ela? — pergunto em sussurro.

— Nosso maior pesadelo. — Ele responde assustado. — Minha irmã.


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Notas finais do capítulo

...Próximo capítulo, muita ação, luta e principalmente ♥ ...
Até mais pessoal o/



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