Setevidas escrita por tony


Capítulo 26
O castelo bem mal-assombrado




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Ta. Eu até entendo que crianças adoram brincar de espião. Mas vim todo de preto para o parque de diversões está fora de cogitação.

Estamos na fila para comprar as entradas. Enquanto Lucas segura o livro de Shat nas mãos, lendo algo que supostamente já li umas trocentas vezes por ordens suas, Lupin e Clara estão lendo o mapa do parque tentando decidir em qual brinquedo vão primeiro após nossa missão secreta de selar a carta mágica que fez a garota desaparecer.

Hoje de manhã eu estava pesquisando sobre aparições fantasmas. Acredite, não foi boa ideia ter feito isso e agora ter que entrar em um castelo mal assombrado, por mais que eu saiba que é apenas caras fantasiados querendo te dar um susto. Mas eu acho que prefiro atravessar mil desertos a ter que lutar com um fantasma de verdade.

A fila não demora muito à andar. Entretanto não podemos demorar muito por dois fatos:

Primeiro, estamos do outro lado da cidade e Denner não quis nos trazer de carro, então pediu pra Lucas tomar contar (Tomar conta?! – Quem aquele... pensa que é?) de mim, Clara e Lupin e aqui estamos nós.

Segundo, tenho uma política extremamente rigorosa imposta pela minha mãe de entrar em casa às 11 da noite. Já são 8.

Assim que pegamos nossas entradas, passamos pela roleta e pronto. Aqui estamos, Lupin, Clara, Lucas e eu fitando de boca aberta a quantidade de luzes que há no local. As barracas de comida são iluminadas por pisca-pisca em suas bordas e lâmpadas coloridas. O carrossel e a montanha russa são os que mais chamam a atenção. O pequeno, agora, de cabelos castanhos e a única menina estão olhando para o mapa decidindo em qual brinquedo vão primeiro.

— Nananinanão. – Digo pegando o papel da mão de Lupin.

— Hey. – Ele reclama.

— Só iremos aos brinquedos depois que capturarmos aquela carta que as meninas falaram hoje de manhã.

— Mas...

— Sem mais nem menos! Estamos aqui para uma missão.

— Sim, Senhor capitão. – Lupin diz fazendo pose de soldado. A coitada da Clara o imita.

Reviro os meus olhos e fito o mapa. O castelo é atrás da montanha russa. Chamei o pessoal e pedi para que me seguisse. Depois de alguns minutos chegamos à um enorme castelo, cuja entrada é um colossal portão de madeira e uma ponte que liga até ele.

O lugar está todo enfaixado de amarelo e há um segurança no local.

— Aonde pensam que vão? – Ele diz antes que eu pusesse os pés na ponte.

— Estamos indo pro castelo ué. – Respondo.

— Não sabem ler? – O homem diz apontando pra uma placa que diz: Mantenha distancia.

— Sei, mas só vim à essa porcaria de parque, pra entrar no castelo mal-assombrado e...

— Nathan. – Lucas sussurra no meu ouvido – Use a carta do sono.

Aé, penso. – Mas tem muita gente aqui. – Digo olhando as pessoas que passam pra lá e pra cá, um pouco mais à nossa frente.

— Não se preocupe, nós te tapamos. – Ele diz.

Retiro a carta da minha jaqueta preta e me agacho fingindo estar amarrando o tênis.

— Carta criada pelo mago Shat, adormeça a barreira que protege e nos impede de entrar no castelo, em nome de Nathanael, eu ordeno. – Sussurro ajoelhado e um brilho sai da carta.

O segurança se aproxima. – Hey, o que tá acontecendo...

Um menino de cabelos encaracolados, brilhando dourado por todo o seu corpo, voa em cima do homem lançando um pó dourado o fazendo cair durinho no chão. O garoto segue voo sobre o castelo e depois de dar três voltas em círculo, ele lança novamente o pó e uma coisa estranha acontece: Uma esfera dourada aparece em volta da parte direita do castelo brilhando algumas vezes até desaparecer novamente. Por fim, o garoto retorna pra carta.

— Vocês. Viram. Aquilo? – Pergunto assustado.

— Sim. – Lucas responde. – Isso me parece ser os poderes de uma carta de proteção.

— Carta de proteção?

— Sim. – Lupin verbaliza. – Uma carta de proteção é conhecida pelos seus poderes de defesa. É muito difícil captura-la, pois apesar de não ser uma carta de ataque, é uma carta travessa e por isso é muito...

— Ok ok. – Digo fazendo o menino se calar. – Podemos entrar agora jogador de basquete. – Digo olhando para Lucas. – E Wikipédia-mirim-do-mundo-mágico ambulante. – Verbalizo olhando para Lupin.

Clara sorri e é a primeira a andar pela enorme ponte de madeira.

Ao chegarmos, Lucas gira uma manivela que faz as portas do castelo descerem. Nos filmes as manivelas são dentro do castelo, e não fora. Ignoro o meu comentário mental e entro no castelo ao lado de Lupin e Clara. Lucas corre nos alcançando logo depois.

O lugar é terrivelmente escuro e vazio. Há ruídos eletrônicos por toda a parte, o que corta o clima de terror e aumenta o clima de “Quero logo acabar com essa palhaçada”. Procuro no escuro as mãos de Lucas.

Encontro e caminho ao lado de Lupin e Clara que não largam minhas calças para não se perderem.

— Aí gente... Tá muito escuro. – Reclamo.

— Demais. – Lupin responde.

— Pera. – Digo pegando as três cartas do bolso, e como no escuro não consigo identificar qual delas é qual, invoco a que responder ao meu comando. – Fogo, ilumine a escuridão com seus poderes de luz. – Grito. A carta do meio brilha e logo as velas apagadas do local começam a se acender. O lugar não se ilumina muito, mas consigo ver os rostinhos dos capetinhas que seguram minha calça. – Acho que assim ta melhor, não é? – Digo sorrindo. – Nossa Lucas cê ta tão quiet... – Falo me virando. Há uma falha nos meus batimentos cardíacos. Não é Lucas que minhas mãos está segurando, e sim um esqueleto que brilha verde. Meu corpo congela. – AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Berro correndo subindo as escadas ao lado de Lupin e Clara que não param de correr chorando e gritando. – Saí de trás de mim, obra do capiroto. – grito ao ver que o esqueleto está nos seguindo.

— Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. – Lupin diz chorando e correndo ao mesmo tempo.

O esqueleto solta uma risada fina e assustadora.

Paro pra tentar abrir as portas que há no corredor.

Fechada. Corro e paro mais à frente. Fechada. Continuo correndo. Fechada.

Corro até o final do corredor e finalmente encontro uma porta aberta.

Clara e Lupin entram e logo depois eu entro fechando a porta no exato momento que o esqueleto estava se aproximando de nós.

— PEGA AQUELA MESA. – Digo fazendo força pra manter a porta fechada. Lupin e Clara arrastam uma mesa com dificuldade, mas conseguem coloca-la atrás da porta.

Sento sobre a mesa. – Ufa. – Digo.

— O que foi aquilo? – Lupin diz assutado enquanto Clara balança a cabeça de um lado para o outro como se não acreditasse em seus próprios olhos.

— EU NÃO SEI, MAS JÁ QUERO IR EMBORA. – Berro assustado. – Acho que essa carta é uma muito, mais muito delicada. – Digo. – Vamos pedir a ajuda de Bryan.

— IR À TRIBO DOS LEÕES SÓ PRA CHAMAR O GAROTO? – Lupin grita.

— Se você quiser, eu abro a porta pra você encarar o esqueleto fantasma sozinho. – Digo.

— Voto na ideia de chamar Bryan. – Ele responde automaticamente.

— Ótimo. – Digo. – Vamos sair do castelo, buscar ajuda e depois voltamos e salvamos a menina e o... Aí minha nossa! – Grito. – Onde está Lucas?

— Ai droga! – Lupin diz abraçando Clara. – O que vamos fazer?

— Procurá-lo ué.

— Não é melhor chamarmos Bryan? – Ele diz.

— Mas se Lucas estiver no castelo, ele pode nos ajudar a capturar a carta e matar os fantasmas. – Digo chorando de medo.

— Ta. Mas como iremos sair daqui se estamos presos nesse quarto? – Ele pergunta.

— Ah sei lá. – Digo. – É melhor esperarmos o saco de ossos ir embora. – Respondo me remexendo incomodado. A mesa em que estou sentado, é coberto por um monte de aventais brancos que me fazem remexer tentando me acomodar no lugar.

— Que foi? – Lupin pergunta a me ver impaciente.

— É esses panos aqui em cima. – Digo saindo de cima da mesa e puxando os lençóis brancos. Lupin começa a berrar ao ver um monstro verde todo remendado de olhos abertos deitado na mesa.

Respiro ofegante, tentando me controlar. Eu tenho que mostrar coragem. Eu tenho que... Então, o monstro mexeu os olhos em nossa direção. Ele se parece o Frankenstein: - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Berro cobrindo novamente o troço na mesa. Crio uma força sobre-humana e empurro a mesa com tudo em cima.

Abro a porta e dou de cara com o esqueleto. – AAAAAAAAAHHHHHHHHHHH – Fecho a porta.

Lupin e Clara estão tremendo e começam a gritar ao ver que o monstro remendado Frankenstein começa a se levantar da mesa.

— Droga! – Digo quase chorando.


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Notas finais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiie pessoal :3
Aos acompanhantes da fic SETEVIDAS, quero agradecer muito por estarem comentando e acompanhando. Estamos em uma fase bem morna da fic, onde Nash voltou a capturar as cartas e Lucas, Lupin e Clara estão ao seu lado ^-^
Mas algo surpreendente irá acontecer no final dessa temporada e espero que não fiquem tristes pelo que está por vir... Quanto ao próximo capítulo, ele será postado em breve. Espero que tenham gostado.
#Bjos. E não deixem de comentar, hein?! ;)



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