Setevidas escrita por tony


Capítulo 24
Lucas x Lucas = Lucas²


Notas iniciais do capítulo

"LUCAS?! O NOME DELE TAMBÉM É LUCAS?! OMG!" - Nathanael berra



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Assim que coloquei a cabeça no travesseiro para dormir. O despertador tocou. Literalmente.

Eu até entenderia isso se eu tivesse fugido na madrugada para frequentar festas ou encontrar com minha pseudo-namorada imaginária, mas não! Eu passei por um deserto, acampamento militar e ajudei a um monte de crianças mimadas dentro de um templo e tudo isso apenas em uma madrugada.

Será que não existe um amuleto que pare o tempo?! Talvez assim eu me alegre em selar as demais.

Saio da cama e vou até o espelho do banheiro. Há uma olheira enorme no meu rosto e parece que não irá sair tão cedo. Tiro a roupa e tomo banho de água gelada pra tentar despertar, ajuda, mas nem tanto. Depois de tomar banho, coloco o uniforme e saio do banheiro. Tenho o costume de fazer tudo primeiro e só depois escovar os dentes.

Desço as escadas e me encontro com Denner comendo pão e tomando café.

— Dormiu bem? — Ele perguntou.

Eu iria responder de forma grosseira, mas minha mãe está na cozinha ao seu lado sentada.

— Melhor impossível. — Bufei.

— Nossa, sua cara está horrível. — Minha mãe diz.

— Eu sou seu filho, tava esperando o que?! — Respondo a fazendo lançar o garfo na minha direção.

Minha mãe é assim. Ela brinca com você, mas você não pode brincar com ela. Se você a responde quando ela está te dando sermão, a primeira coisa que ela faz é procurar algo em sua volta para que possa tacar na sua direção. Desde pequeno ela me taca chinelo, panela, copos de plástico, controle de televisão, livros, revistas, cinto e semana passada ela foi mais ousada me tacando um jarro que estavam com as flores que Thomas havia me dado quando estava enfeitiçado.

Desvio do garfo e sento-me à mesa.

— É sério, lava essa cara. — Ela diz. — PORQUE, SE EU RECEBER ALGUMA RECLAMAÇÃO QUE VOCÊ ANDA DORMINDO EM SALA...

— Ta, ta. — Respondi sonolento. — Eu não vou dormir. — digo bocejando.

— Acho bom mesmo. — Ela diz. — E o gato, colocou pra fora já?

— Já. — Digo sorrindo. — Consegui uma casinha pra ele morar, Thomas quis adotá-lo e agora está cuidando dele. — Menti em partes, pois realmente Lucas conseguiu agora onde morar.

— Que bom. — Ela diz sorrindo.

— É. — Respondo.

— Fedelho, pega a mochila e escova os dentes enquanto eu tiro o carro da garagem.

— Okay. — Digo colocando o copo e o prato em cima da pia.

Subo as escadas, pego a mochila e escovo os dentes. Nesse momento me veio um leve pensamento: Eu sou capaz de fazer qualquer coisa por Lucas.

Sorri ao pensar isso. Acho que eu gosto dele.

O idiota do Denner buzina umas três vezes antes de sair casa. Minha mãe chinga pelo fato do meu irmão estar acordando os vizinhos, mas Denner dá de ombros.

Entro no carro e coloco o cinto de segurança.

— O que você estava fazendo ontem à noite na rua? — Denner pergunta dando partida no carro.

— Indo para uma outra dimensão pra salvar um amigo que eu pensava que estava morrendo. — Digo tranquilamente.

Denner faz uma cara séria e diz: — Era só me falar que não estava afim de me falar.

— Eu não estou afim de te contar. — Digo sorrindo pelo fato de já ter contado.

Meu irmão estaciona na frente de uma casa rosa e buzina, uma menininha de cabelos ondulados sai de lá correndo com o uniforme e a mochila vermelha nas mãos.

— Tchau Clara! — Tia Ruth grita fazendo a garota acenar desajeitadamente devido a mochila que segurava. — Bom dia rapazes. — Ela diz acenando pra mim e meu irmão.

— Bom dia, tia Ruth. — Dissemos uníssonos assim que Clara entrou no carro.

Ele dá partida e logo chegamos à escola.

— ESTAÇÃO TERMINAL. — Denner berra no meu ouvido fazendo Clarinha gargalhar sem emitir som algum.

— AI! MEUS TÍMPANOS SEU IDIOTA! — Digo tirando o sinto e saindo do carro. — Vamos Clara. — Digo puxando a garota.

— Na saída me espera, eu venho pra buscar vocês. — Ele diz. Não consigo resistir e mando um dedo do meio pra ele andando na companhia de Clara.

Antes de deixa-la no seu prédio abaixo tentando ficar na mesma altura da garotinha.

— Olha. — Digo. — Eu sei que é estranho e que pode parecer meio louco, mas hoje enquanto você dormia eu estava num deserto quente suplicando por água ao lado de Bryan e Lupin para chegarmos ao conselho. Atravessei o deserto de pijama e cheguei à um acampamento militar da tribo das águias onde uma garota me ajudou a chegar no templo pra pegar a asas do desejo com um bando de guardiões mimados. — Pauso para respirar. — No fim, descobri que era tudo um teste e consegui trazer Lucas e Lupin pra cá de novo. — Olho para expressão de susto da garota. — Você me perdoa?

Ela assente com a cabeça.

— Desculpa por ser tão egoísta às vezes. — Digo abraçando ela.

Entramos no prédio e depois que deixei ela em sala, vi um garotinho correndo uniformizado na minha direção.

— Lupin?! — Digo assustado. — O...O que você está fazendo aqui?! — Gaguejo percebendo que ele está sem as orelhas e rabo de gato. Lupin estava em sua forma humana e seus cabelos não são mais azuis, e sim, castanhos.

— Eu estudo aqui agora. — Ele diz sorrindo.

— Quem te matriculou?

— O conselho resolveu tudo isso. — Ele diz abraçando Clarinha.

— E onde está Lucas?! — Pergunto.

— Foi pra escola. — Ele responde com naturalidade.

— Ah... — Digo. Será que ele está na mesma sala que eu? — Preciso ir agora. — Digo andando de volta pro meu prédio e assim que o corredor, começo a correr freneticamente. SERÁ QUE LUCAS ESTÁ NA MINHA SALA?! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN

Corro saindo do prédio e assim que viro a esquina pra entrar no meu, esbarro em alguém que deixa todas as suas anotações caírem no chão. Papéis e livros voam para todo o lado. Com a colisão, caio de bunda no chão.

— Ai. — Reclamo.

— Olha pra onde anda. — O garoto diz. O menino é bem mais velho que eu, por isso decido não discutir. Ajudo a pegar suas folhas e livro do chão.

— Desculpa. — Digo entregando para o menino. Ele tem cavanhaque e olhos profundamente pretos, ele é alto (comparando com o nanico que sou) e há um pierceng na sua língua. O garoto usa um pequeno alargador e há uma tatuagem no seu pescoço. Quase minúscula e imperceptível.

— Tanto faz. — Ele diz grossamente. — Só olha pra onde anda.

— Arrogante. — Sussurro.

— QUE?! — Ele grita.

— NADA, TO ATRASADO FUI! — Digo correndo pra dentro da escola, pelo menos aqui não posso apanhar dele. Volto a correr, mas dessa vez com mais atenção até chegar na minha sala.

— LUCAS?! — Entro gritando, mas apenas Thomas e uma garota das líderes de torcida está na sala. Ambos me encaram. Coro e logo começo a falar: — Foi o Lucas que matou o carinha do episódio de ontem de CSI. — Digo olhando para Thomas.

— Tu viu?! — Ele pergunta assustado. — Ontem eu dormi cedão. — Ele responde de forma que me alivia, pois se ele tivesse visto teria dito que não tem nenhum Lucas no episódio.

— Vi. — Respondo fazendo a líder de torcida parar de me encarar com a cara de “Quem é Lucas?”

O restante do dia foi assim:

1 — Tive que inventar um caso policial para Thomas parar de largar do meu pé quanto ao suposto episódio não existente de CSI.

2 — Passei a aula dormindo e o intervalo também.

3 — Voltei a dormir nos últimos tempos de aula e busquei Lupin e Clara na escola deles.

— Como foi seu primeiro dia? — Pergunto a Lupin sentado na parede do prédio da nossa escola esperando Denner chegar com o carro.

— Foi legal, conheci um monte de gente nova e a professora Elizandra é bem legal. — Ele dá um largo sorriso e depois disso volta a contar sobre nossa incrível viagem para a tribo das águias ontem de madrugada. Clara ouve atentamente.

Depois de quase meia hora Denner chega com o carro e ao colocar Lupin e Clara sentados no banco de trás, percebo que há alguém na frente e por isso me sento ao lado deles.

— Lupin irá com a gente pra casa.

— Fala ae, mano. Beleza? — Denner verbaliza com o pequeno.

— De boa e tu?

— Beleza. Pintou o cabelo de novo? — Meu irmão disse reparando no garoto.

— Na verdade, a tinta saiu alguns dias depois. — Interfiro a conversa dos dois. — Podemos ir?

Denner dá a partida. — Pessoal, esse é meu novo colega de escola. — Ele diz apontando para o garoto sentado no banco ao seu lado.

— Eae. — Ele diz.

ESSA VOZ. EU CONHEÇO! É o garoto que eu esbarrei hoje de manhã.

— Lucas, esse é o meu irmão Nathan. — Denner diz não retirando os olhos da estrada. — E Nathan, esse é meu colega Lucas. Ele acabou de ser transferido de uma outra escola.

LUCAS?! O NOME DELE TAMBÉM É LUCAS?!! SERÁ QUE AS COISAS AINDA PODEM FICAR PIOR?


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Notas finais do capítulo

Capítulo extra pra compensar o anterior ahushaushuahuahaushuahs
Espero que gostem :3



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