Everlong escrita por Larissa Irassochio


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas. Estão bem? Espero que sim.
Sei que faz muito tempo que a Rafaela me pediu eu eu colocasse ela na história, então ta aí.
Aproveitem.



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No alto de uma colina havia uma casa. Era simples, mais parecida com um cogumelo do que uma cabana. Não havia nenhuma outra casa nas proximidades, era tudo campos que um dia foram floridos e agora só restava neve.
Richard bateu com o punho na porta três vezes e se virou, encarando Charlie que fez uma cara de interrogação. Ficamos um bom tempo esperando quando de repente, nos assustamos com uma cabeça aparece na fresta da porta.
- Posso ajudar? - a garota perguntou saindo da casa e fechando a porta átras de si.
Senti uma pontada de inveja e ciúmes, Charlie estava quase babando. Não posso negar, ela era muito bela.
- Sim... Madame Xavier está? - Richard perguntou baixinho.
- Hm, não. Quer esperar aqui? Acho que ela vai demorar então entrem, está frio e eu acabei de preparar pudim. - ela nos tratou como se nós fossemos da família.
Foi muito estranho entrar naquela casa. Por fora ela ela pequena e parecia um tanto antiga, no lado de dentro era enorme e bem cuidada. Richard me contou que era feitiçaria. Mas os cômodos eram engraçados, tinham portas feitas de barbantes e flores coloridas como uma cortina e no teto estavam penduradas objetos em formato de estrelas.
Ficamos sentados como perfeitas crianças travessas na sala, olhando para as próprias mãos. Era vergonhoso pois o caçador ficava a todo momento me encarando, Charlie não parava de babar em cima da garota.
Resolvi puxar assunto:
- Qual seu nome? - perguntei semi-cerrando os olhos.
- Hayley. - colocou mais uma colherada de pudim na boca e continuou - Você deve ser a Madley, muito prazer.
Arregalei os olhos. Como ela sabia?
- Vovó preveu que você viria, não se preocupe. E também sou a bastarda da família, não nasci com sangue bruxo, ou seja, não sei fazer nem uma mísera poção. - ela falava sem temer, admíravel.
Concordei com um aceno.
- Então... onde está sua vó? - Richard parecia nervoso, não parava de mexer a perna.
- Ah, bom... é uma história meio longa... Ela teria que ir para o reino de Sywn mas com essa guerra toda ela desistiu, então hoje de manhã chamaram ela para uma convenção de bruxas na floresta do oeste e vocês sabem como vovó é: nunca recusa um pedido de festa, por que né, elas não vão lá para conversar sobre poções e magias. Tenho certeza que vão pra farrear.
Eu ri. Ela era uma pessoa muito espontânea, gostava de falar.
Quando nós todos já estavamos dormindo, e o sol já estava prestes a sair lá fora ouvimos um barulho. Era como um estrondo, algo se quebrando e a porta da frente se abriu com um back. Em meio a toda aquela confusão uma senhora apareceu.
Hayley sorriu e disse:
- Bom dia, vovó. Parece que você acordou as visitas.
A bruxa ajeitou o óculos que mais pareciam fundo de garrafas, passou a mão pelo cabelo vermelho e armado. Com aquelas perninhas pequenas e corpo gordinho, chegou mais perto de mim.
- Muito prazer em conhecê-la, princesa. - e com isso colocou as mãos no meu rosto.
- O prazer é todo meu, Madame Xavier. - sorri nervosa.
Ela foi em direção a cozinha, derrubou tudo a sua frente sem perceber. Hayley foi átras.
Eu encarei Richard. Eu estava com medo, é sério.
- Muito bem, meus queridos... venham para a cozinha! Eu preparei bolinhos coloridos! - ela gritou da cozinha.
Sentamos em torno da mesa com olhares nervosos. A Madame sorriu, colocou o prato com variados bolinhos na mesa e nos serviu chá.
- Então, a senhora vai... - Richard começou mas foi interrompido.
- Claro que eu vou ajudar vocês, querido. Não se preocupe, ela está em boas mãos comigo. - sorriu e virou o rosto para mim - A tarde é um bom horário para a consulta, princesa?
Arregalei os olhos. Eu não conseguia falar, as palavras presas na minha garganta. Então concordei com um aceno.
Após o café seguimos para uma colina onde Hayley disse que ia nos ensinar a nos defender, Charlie foi o primeiro a aceitar. Andamos por um bom tempo até chegarmos em um campo limpo perto da floresta, no meio da neve estava sentada uma garota. Ela acenou quando nos aproximamos e suas bochechas ficaram rosadas. Ela nos encarou como se esperasse que disessemos nossos nomes mas ficamos em silêncio até a Hayley tagarelar novamente.
– Gente, essa é a Samie. - nós sorrimos - Samie, esses são Charlie e a princesa Madley.
A boca dela se abriu formando um perfeito "o" e fez uma reverência rápida.
Posso dizer que Samie era muito fofa. Tinha longos cabelos negros com pequenos cachinhos bem definidos, sardas que pareciam beijinhos de anjo sobre o nariz.
Ela olhou nervosa para a amiga e voltou a se sentar na neve.
– Vamos treinar arco e flecha, é bem simples. - ela abriu um largo sorriso e olhou para a mochila de Samie.
As duas desenharam com tinta vermelha em algumas árvores, fazendo círculos. Depois tiraram alguns arcos e algumas flechas da mochila, entregando um par de flechas a cada pessoa e um arco.
Quando foi a vez de Charlie ele arqueou as sobrancelhas e ficou com eles nas mãos como se não soubesse o que fazer mas o que mais me surpreendeu foi o que ele disse:
– Não preciso treinar, já sei fazer isso. - e entregou os objetos para a garota.
– É nesse ponto que você se engana. Você tem que treinar. - Hayley voltou a colocar os objetos nas mãos dele que aceitou.
Encarei Charlie.
– Onde você aprendeu a fazer isso? - perguntei.
Ele olhou para as garotas e me puxou pelo braço, falando baixo ele disse:
– Lembra quando passei alguns dias fora? Estava com Richard, ele me ensinou tudo.
Cerrei os lábios e fiz um aceno com a cabeça.
Passei a observar a forma que eles se posicionavam e seguravam os objetos. Fiz uma imitação não muito boa mas que me rendeu uma boa mira. No final daquela manhã eu já estava quase acertando o alvo.
Percebi que Samie era quieta porém quando falavava, saía coisas produtivas da sua boca. Ela sim tinha posição para ser uma princesa, a forma que se posicionava. As pernas firmes no chão, os braços femininos fortes.
Movi meu olhar para Hayley, ela era encantadora. Seus cabelos negros caiam perfeitamente sobe seus ombros, e na luz do dia eu podia perceber mexas azuladas. Era robusta, grande.
Suspirei largando as armas no chão. Sai andando, só isso, só andei. Queria ir para longe, muito longe daquela confusão. Eu queria correr para sempre, ver as coisas passar e não sentir nada.
– Já faz um bom tempo que você está deitada ai. - a voz de Charlie falou ao lado do meu ouvido.
É, fazia tempo que eu estava deitada na neve. Encarando o céu e pensando, mas no que eu estava pensando?
– Você tem que ir naquela consulta. - ele continuou.
Resmunguei e me afastei dele.
– Você está gostando dela, não é? - perguntei segurando as lágrimas entre meus lábios.
– Ah, Madley... - ele disse com a voz tristonha.
Eu senti que naquele momento eu tinha total direito de chorar, foi o que eu fiz. Enquanto eu soluçava ele me pegou no colo.
– Me solta, eu não quero ir! - esperneei.
– Você vai morrer de frio se continuar aqui. - ele murmurou.
Manti meus olhos fechados até sentir Richard me puxando, ele me colocou no sofá. Me contorci, ficando em posição fetal.
Eu estava chorando por ter sido magoada? Por que eu estava chorando?
"O que você fez com ela?", ouvi o caçador gritar. "Nada! Absolutamente nada!", o outro respondeu.
Senti como se algo estivesse entrando na minha garganta, passando por ela e se abastecendo no meu estomâgo.

"O loiro estava sentado no chão de alguma masmorra. Eu o reconheci, era ele quem tinha matado o moreno. É, era ele. Mas ele não estava preso, estava apenas sentado na masmorra de seu castelo.
Ele chorava como criança, eu podia ouvir mas não podia ver seu rosto. Estava de costas, deitado de lado no chão.
Então, eu me levantei e fui até ele. Com medo, toquei o seu rosto mas ele pareceu não sentir. Olhei para minhas mãos, eram de uma cor muito fraca e transparente.
Observei o outro no chão. Ele parecia sentir dor, chorava como criança. Meus olhos correram até seus braços. Longos e profundos cortes que ainda sangravam, ele estava chorando então por causa dos cortes?
– Ah, meu Lorde! - um homem mais velho exclamou com tristeza - Novamente se machucando? - ele virou o loiro de barriga para cima e tocou-lhe as bochechas.
– Sir.Arthur, por favor... me deixe só... - pediu o mais afortunado.
– Não posso, meu Lorde, não posso. Deixe-me tratar dos seus machucados.
Como um piscar de olhos eles já estavam em outro sala. Era uma sala com lareira e sofás. Os dois estavam sentados em um deles. O Sir cuidava dos ferimentos do outro.
O loiro vestia apenas uma calça, deixando amostra algumas cicatrizes pelo peito. Na luz das chamas da lareira a sua cicatriz no rosto parecia muito mais funda do que o normal.
– Eu estive pensando... hm, pensando... na possibilidade de suícidio. O senhor acha que é o certo? - o loiro perguntou fazendo uma careta.
– Ah, meu rei... não, não é o certo a se fazer. Meu Lorde, o senhor tem mulher e filhos, não pode deixá-los.
– Mas eu não a amo! Só casei por obrigação! - exclamou com tristeza.
Por segundos ele não pareceu tão mau como da última vez."

Senti o gosto salgado de lágrimas na minha boca, engasguei com a minha própria saliva e acordei. Um fiapo de sangue escorria do meu nariz.
Estava deitada no sofá e todos me encaravam, pareciam preocupados ou curiosos.
– Oi. - eu disse respirando com dificuldade.
Madame Xavier me fitou por longos segundos sem demonstrar nenhuma emoção, então disse seguindo até a cozinha:
– Temos que começar agora. Agora. - ela repetiu.
Segui ela enquanto limpava meu nariz. Então, entramos na dispensa e os outros estavam a nossa volta. Ela fuzilou cada um com o olhar e disse baixo:
– Não quero mais ninguém aquela sala. Só eu e a Madley.
Todos se afastaram no mesmo momento como se estivessem com medo. Charlie colocou a mão de leve na minha cintura e murmurou:
– Eu adoro você. Boa sorte.
Mas eu não disse nada, apenas abaixei meu olhar até que todos estivessem fora.
Quando restava só nós duas no cubículo ela fechou a porta e abriu uma no lado oposto. Desceu os degraus que fizeram pequenos ecos e disse:
– Feche a porta.
Eu fiz o que ela ordenou e desci átras dela. Era escuro e úmido.
Quando dei o último passo e não tinha mais degraus para descer, olhei a minha volta. Uma enorme sala com várias prateleiras, velas em todos os cantos e cheiro de livro antigo e incenso na sala.
– Sente-se. - ela disse e eu fui sentar a frente da mesa, ela me encarou - Não aí, sente ali - ela apontou para o tapete.
Então eu sentei no tapete vermelho, era desenhado com runas em tom de bege claro. As runas me lembravam os desenhos de um livro que encontrei na biblioteca do castelo certa vez.
– Quero que relaxe, se acalme. - ela pediu - E beba isso, saboreie e pense em coisas boas.
Ela me entregou uma xícara com um líquido verde gelado. Era amargo e espesso como um mingau. Horrível.
– Tudo bem, irei começar. Não se assuste, irá ajudar muito. - pediu simpática.
Concordei com um aceno nervoso. Fechei meus olhos e relaxei. Pensei em tudo que me trazia paz.
Ela colocou as mãos nas minhas bochechas, seu nariz quase tocando o meu. "Abra os olhos", ela murmurou. Abri-os.
Nunca senti uma dor pior que aquela, corrompendo-me. Era como se uma cobra passasse pela minha garganta, como se o inferno queimasse meus olhos, como se o cheiro de um troll invadisse minhas narinas. Então suspirei e o ar entrou dentro dos meus pulmões mas ao passar pela minha boca, trancou.
Madame Xavier tirou as mãos das minhas bochechas. Eu tossi e sangue saiu, cai de costas afogando-me no próprio líquido. Comecei a espernear mas meu corpo parecia colado ao chão. O sangue escorria do meu nariz e da minha boca. Eu estava mergulhada no líquido vermelho, ele ia até o teto. Eu não enxergava a Madame, não conseguia nem ver minha própria mão. Era um mar de sangue.
Abri meus olhos. Uma enorme sala branca vazia. Eu estava nela.
– Onde eu estou? - perguntei e minha voz ecoou.
– Boa pergunta. - ele disse.
Me virei rapidamente e dei de cara com um loiro. Ele era estranhamente familiar, tenho certeza que a conhecia. Ele sorriu mas não parecia feliz.
– Lembra de mim? - perguntou abrindo um largo sorriso.
Fiquei segundos fitando-o. Não lembrava de onde eu o conhecia mas... AH! Isso me irritava.
– Você é ele... - minha boca se abriu em um formato assustado - O garoto... o rei... ah, meu deus.
Ele semi-cerrou os olhos e abriu um sorrisinho confuso.
– Não... Eu sou o filho do rei de Sywn.
Então eu percebi como ele era estranhamente parecido com o loiro que eu tive as visões. Aquilo me fazia sentir tão esquisita.
– Parece que você não se lembra tanto de mim. É, ninguém lembra. - disse com convicção.
– O que você quer? - perguntei diretamente.
– Você.
Senti como se estivesse saindo da água após ficar muito tempo embaixo dela. O ar voltando aos meus pulmões, o mar de sangue se esvaziando.
Madame Xavier estava horrível. Suas mãos levantadas em direção ao céu, seus olhos sem cor.
– Isso não é o bastante... - ela disse voltando ao normal.
– Por que eu o vi? - perguntei observando ela remexer nas coisas.
Não me respondeu e entregou uma xícara fulmegante de um líquido azul.
– Beba em um gole. - ordenou.
Puxou meu braço. Estava com um punhal desenhado com traços verdes, então fez um corte na minha mão. O sangue pingou em cima de uma folha de papel pardo que contia desenhos que eu não conhecia. Ela pegou o papel e o queimou dentro de um pote, a fumaça dentro dele ficou violeta.
Ela ficou por um tempo muito longo observando as chamas. Parecia encantada com aquilo, súbitamente ela deixou que as chamas escapassem e nos envolvesse. Senti uma sensação muito boa quando as chamas queimaram minha pele, faziam cócegas.
Quando abri meus olhos estava andando dentro de um lago. Andei por muito tempo e nada vi, nem encontrei obstáculos.
Novamente voltei a casa da Madame. Ela estava em pé a frente da mesa, de costas para mim. Parecia estremamente cansada.
– É um dom muito bom e muito bonito o seu, Madley. Mas terá que aprender a controlá-lo, só assim poderá entender como vencer essa guerra. - suspirou - Não posso te oferecer meus aposentos, sinto muito. Você terá que correr atrás do destino mas não se esqueça do passado, ele é fundamental. E o garoto é tão importante quanto qualquer coisa nessa guerra, lembre-se disso.
Me senti um pouco triste depois do que ela disse, mas concordei e dei um sorriso. As coisas que ela tinha me dito estavam passando por um furacão na minha cabeça.
Cheguei na sala. Todos bebericavam suas xícaras com chá, pareciam preocupados ou nervosos. Richard foi o primeiro a se levantar e ir até mim, abraçando-me carinhosamente.
– Como está se sentindo? - perguntou baixinho perto do meu ouvido.
– Eu estou bem. - fiz uma longa pausa - Por que me trata tão bem? - essa era uma dúvida real, sério. Ele vinha me tratando tão bem, tirando o pequeno incidente do tapa, o resto ele me tratava como um pai.
Madame Xavier lançou um olhar triste para ele.
– Vamos conversar lá fora. - pediu mexendo nos meus cabelos.
Estava escuro na rua. As horas tinham passado incrivelmente rápido. Andávamos vagarosamente, atolando nossos pés no chão.
– O que aconteceu? - perguntei.
Ele suspirou. Parecia triste, velho e acabado mas sorriu.
– A vida é tão maluca... lembro perfeitamente da sua mãe. Uma garota alta e magra, cabelos escuros e rosto quadrado com um nariz que a fazia parecer uma leoa. Então, um dia ela resolveu visitar o castelo e lá encontrou o príncipe. O príncipe era absurdamente ruivo. Então, eles se esbarraram e inacreditavelmente eles se apaixonaram. Os dias passaram rápido e eles chegaram a idade adulta, e com isso cegaram a decisão de se casar. Depois de poucos anos ela descobriu a gravidez. - podia ver lágrimas nos olhos dele. - Eu pensei: "Minha irmãzinha cresceu e agora vai me dar uma sobrinha" - sorriu - Pouco depois minha mulher morreu, foi assassinada. Não existiu dor pior. - escondeu o rosto - Depois de tanto tempo, dois garotos apareceram a minha porta e naquele momento eu percebi nos olhos da garota que ela tinha o meu sangue.
Eu fiquei sem reação. Imóvel, vazia.
– Você... é meu tio? Da minha família? - perguntei incrédula.
Senti o doce toque o abraço dele. Foi um dos melhores momento da minha vida, me senti feliz. Realmente feliz.
O momento acabou com um grito vindo em direção da casa. Um grito agudo e agonizante.
– Não. - ele disse quando eu me movi - Não vá.
Me encolhi esperando o pior mas Richard me puxou, fazendo eu cair embaixo de um barranco de neve. Segundo ele, aquilo nos protegeria e nos esconderia.
Fechei meus olhos. Estava com medo.
Ouvi o som de passos se aproximando. Me encolhi novamente enquanto Richard parecia alerta. A cabeça de Hayley nos assustou, logo depois ela caiu.
– Eles apareceram... - dor estava estampada em seu rosto - Atingiram minha vó, feriram-a. Então, nós... fugimos... mas eu...
Ela deitou a cabeça no meu colo, choramingando.
– Cadê o Charlie? - perguntei.
– Ele estava átras de mim. - respondeu mais calma.
Esperei por muito tempo que Charlie aparecesse mas não. E com a idéia que ele estivesse mal, eu dormi.


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