Você costumava falar muito das estrelas para mim, e toda noite me pedia para olhar a Lua. Nunca me falou sobre o Sol, ou sobre o céu azul durante o dia.

E foi quando eu percebi: eu sou o seu Sol. Sim, o Sol. Porque o que te guia é a Lua, são as estrelas que te iluminam; e não importa o quanto eu brilhe, você não olha para mim da mesma forma que olha para a Lua, você nunca vai me admirar o tanto que admira ela.

Apesar da minha imensa dor em perceber que nunca terei sua admiração, todos os dias tento chamar sua atenção, e te fazer perceber que faço as flores crescerem, algumas até murcham quando vou embora. Mas vou embora de qualquer forma, e te permito admirar a Lua e as estrelas, enquanto te admiro de longe, quieta.

Só queria um pouco da sua atenção. Queria que você me olhasse e me visse como eu sou. O que custa? Talvez eu te cegue quando me olha, ou te queime se me tocar, mas o amor tem isso, a dor que torna tudo mais belo. Ou é a distância? Estou muito mais longe que a Lua, pareço menor que ela, mas é meu brilho que a ilumina.

Mas não importa o quanto eu brilhe, ou o quão maior eu seja, você sempre só terá olhos para ela.