Patch havia levado Vee até em casa. E Nora estava a caminho de casa, em sua moto. Tentando deixar que o ar gelado que sentia, podia deixar seus pensamentos se refrescarem, mas a imagem do Elliot “doentio” não queria ser apagada, e depois disso, muita coisa tinha que ser resolvida. Explicações principalmente para sua mãe, com quem deixou sozinha sem ao menos se desculpar, e ainda com visitas.

Se alguns dias atrás Nora sabia que queria ser uma Bad Girl, tudo hoje estava abalado. O que mais desejava agora era chegar em casa e não ter que dizer nenhuma palavra para sua mãe, apenas ir para o quarto e dormi e pensar que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo.

Isso seria impossível, mas valia à pena tentar.

Nora guardou a moto, e logo em seguida suspirou. A porta estava fechada, mais não trancada. O olhar da mãe de Nora, foi como despejar um balde de água fria na filha. Estava sentada na mesa de jantar, já tirada. Decepção, talvez fosse à reação que explicasse tudo.

Nora entrou tentando desviar do olhar, de sua mãe e fechando a porta, tentou procurar uma boa justificativa, ou melhor, mentira. Mais simplesmente não conseguiu.

–Devia ter pensando, em uma mentira muito boa, para inventar. Por que dizer a verdade não dá. –Nora tentou transparecer sua sinceridade ao máximo.

–Depois que voltei... –Sua mãe começou, buscando palavras certas para o que pensava. –Cada vez mais, me surpreende. –Nora entendeu que era de um jeito ruim.

As duas ficaram se calaram. Até Nora quebrar o silêncio:

–Há quanto tempo Dabria...

–Apenas dois meses. –A mãe de Nora mal esperou Nora terminar a frase.

Dois meses, não queria dizer nada.

–Deveria exigir que me explicasse o que esta acontecendo? E o que Dabria tem haver com isso? –Com toda sua calma, que parecia mais uma desistência, a mãe de Nora perguntou. –Ou seria demais?

Nora não sabia o que falar, então por mais difícil que fosse puramente não falou.

–Como foi o jantar? –Nora mudou de assunto. Blythe, porém a encarou, pensando talvez se deixaria passar.

–Sim.

–Era alguém muito importante? -Nora percebeu, algo mudar no rosto da mãe e continuou, Nora tinha quase um meio sorriso investigativo no rosto.

–Sim, talvez outro dia possa conhecê-lo. –Ela desviou o olhar. Nora pensou que talvez não era a única a esconder algo.

Quando finalmente sua mãe parecia ter aceitado, que não poderia contar. Não saiu feliz, ao estilo “sorriso Patch”. Escondendo o sorriso, foi para o quarto. Mas ao abrir a porta, ficou paralisada.

Patch parecia uma estátua, no meio do seu quarto. Nora tirou o sorriso do rosto, e deixou aos poucos que seu rosto fosse preenchido por espanto. Pensou em dizer “Caia fora daqui!”, mas sua mãe poderia escutar. Primeiro fecharia e depois:

–O que esta fazendo? –Nora tentou ser mais clara possível, que queria que ele saísse o mais rápido do seu quarto.

–Só quis ter certeza, que chegou bem em casa, ainda não confio... Na combinação Nora e moto.

–Shh! –Nora se aproximou, ao contrário de Patch Nora estava sussurrando. –Como esta Vee?

–Bem melhor, antes mesmo de chegarmos na casa, se sentia bem mais calma. –Patch dessa vez fez questão de falar baixo. –Ao contrário de você, ela não desmaiou. –Patch brincou.

–E ao contrário de você, não faço brincadeira com coisa séria. Não faz idéia de como me preocupo.

Patch avaliou Nora por um momento. Seus olhos passaram pelos pés, coxas, até chegar ao rosto de Nora, quando ele a olhou profundamente nos olhos e sorriu.

–Acalme-se anjo, vai ficar tudo bem. Elliot vai ficar um bom tempo no hospital. E Dabria...

–Não confio em Dabria. –Nora interrompeu, na verdade pensava que de nada valia sua promessa. –Agora, por favor, poderia sair do meu quarto.

–Claro. Boa noite anjo. Sonhe comigo! –Patch sorriu e foi rumo à janela, por onde Nora achou que ele havia entrado.

Mais parecia faltar algo, pensou Nora, Patch tinha ajudado a procurar Vee, A salvado de concordar com o plano da troca, e ela nem ao menos o agradeceu.

–Patch! –Nora chamou, antes que ele pulasse. Patch virou-se com seu sorriso. Como se tivesse esperado o tempo todo por aquilo.

“Maldito” sorriso debochado.

–Obrigado! –Nora disse também sorrindo.

Patch andou até Nora.

–Anjo. –Patch disse com uma voz macia. E sem perceber, Nora se deu conta que seus lábios eram pressionados em linhas de beijos, de um lábio grosso.

Patch puxou seu corpo para junto do seu, e Nora começou a pensar o porquê de resistir ao que começava a ser irresistível. Deixou ser levada, por beijos, no pescoço e na orelha. Onde a voz de Patch começou a dizer no seu ouvido “Anjo”.

Quando os lábios se afastaram, Patch sorriu e depois pulou a janela.

Nora suspirou, resgatando seu fôlego, ante de dar uma ultima olhada na janela, era tão alta. O Jeep de Patch tinha acabado de sair, e então Nora fechou e trancou a janela. Pegou o celular e discou o número, que já era decorado, de Vee. Queria ouvir da sua voz que estava bem. Depois do choque com Elliot, Vee não tinha dito nenhuma palavra, quando Nora tinha a resgatado.

–Oi, Vee. Como esta? –Nora disse.

–Oi, estou melhor. Na verdade sinto muito ódio, deveria ter afundado minhas unhas no seu pescoço, mas simplesmente fiquei paralisada. –Vee disse, abaixando seu tom de voz, a cada vez que dizia uma palavra.

–Elliot, vai ficar um bom tempo no Hospital, não confio em Dabria, mas ela prometeu ficar bem longe daqui. –Nora provocou arrepios, nos próprios fios de cabelo ao lembrar, da promessa de Dabria, sendo descumprida.

–E em Patch? Você confia? –Vee perguntou quase em um rizinho abafado.

Nora pensou, antes de responder. Não existia o mais ou menos, era sim ou não.

Confiança é algo que se conquista. Patch estava provando, que poderia confiar nele.

Nora a partir, daquela pergunta sentiu a necessidade de contar tudo, que estava acontecendo, para Vee, sobre o que estava acontecendo sobre ela e Patch. Se é que Nora sabia o que estava acontecendo. Já tinha aprendido a lição de não contar a verdade, para Vee. Ela sabia que Elliot era perigoso e não havia contado.

E foi isso que aconteceu, Nora detalhou “tudo”, incluindo os beijos. E o que achava realmente de Patch: Ele podia ser debochado, e a irritar muito, mais cada vez mais se sentia envolvida. Vee ouviu tudo calada para a surpresa de Nora.

–Vee, ainda esta aí? –Nora indagou pasma.

–Oh meu Deus! –Vee sorriu freneticamente.

–O que foi Vee? –Nora se assustou.

–Você... Esta amando!