Coração de Vidro escrita por Raquel Eloi Bisquin


Capítulo 4
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoinhas ♥
Tive vários contratempos essa semana, além de me preparar pro Enem...
Então perdão pelo atraso : no mais aproveitem



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Elísio levantou sua espada pronto para o golpe final e a humana se encolheu esperando a morte certa. Mas ninguém esperava pelo que viria a seguir…

 

Elísio sentiu sua espada parar no meio do caminho e pode ver que um brilho intenso envolveu a garota humana, que o olhava com um misto de assombro e surpresa. Mas o que estava acontecendo? Porque ele não conseguia matar uma mera humana? Ele abaixou a espada e se afastou ainda admirado.

—Quem é você?- Enfim perguntou.

—Eu… Sou só eu.- A moça balbuciou.

A floresta em que estavam era de terras humanas, a garota que estava na sua frente era humana. Então porque aquilo estava acontecendo? A mente do príncipe demônio trabalhava a mil por hora. Ele chegou novamente perto dela e encostou o nariz em seu pescoço.

—Você é humana, tem cheiro de humana!

A garota agora estava vermelha com a ação do príncipe que até há poucos segundos queria matá-la. E agora estava cheirando sua pessoa. Que ousadia! Espera… Ela tinha tomado banho?

Ao longe Alessia observava a cena, ela se levantou e com a mão pressionou o ferimento, caminhou a passos lentos em direção aos dois. Ela havia voltado a sua aparência humana novamente e ainda vestia o seu jeans velho e a camiseta extra G. A vergonha lhe corroia por dentro, pois não importava o quanto treinava ou se esforçava, ela ainda se sentia a mesma meio-youkai fraca e inútil. Tudo o que queria era ser parecida com sua irmã: Forte e inabalável.

Se lembrou da última vez em que viu seu pai e o sorriso doce em que ele lhe lançou, mesmo sem saber que ela era sua filha. Alessia estava chorando, por ter ouvido novamente palavras duras de sua irmã. E havia resolvido visitar seu pai para  apaziguar a sua mente. Ele estava no campo e parecia estar trabalhando em uma horta, de vez em quando passava as mãos nos rosto para tirar algumas gotas de suor. Seu pai parecia velho e cansado enquanto sua mãe ainda se conservava jovem e forte. Alessia sempre se perguntava o que havia chamado a atenção da sua mãe naquele humano, mas pelo porte físico ela podia dizer que outrora fora muito bonito. Tinha cabelos muito parecido com a cor dos seus, embora a maioria dos fios agora fossem brancos. Seus olhos eram verdes, e serenos, parecia o tipo de pessoa que não se irritava facilmente.

Ele a viu de longe, sentada o olhando e apenas balançou os braços em sua direção e sorriu. Alessia correu com vergonha de que ele a visse daquela forma, fraca e chorando. Não seria o melhor primeiro encontro, ela só não sabia que havia perdido a oportunidade de interagir com ele. Aquela fora a última vez que o havia visto.

De volta ao presente ela passou por Elísio e o lançou um olhar cheio de veneno.

—Feliz? Ao que parece ela não pode ser morta tão facilmente… Droga!- Alessia caiu de joelhos gemendo de dor.

A garota humana correu ao seu encontro e só naquele momento Alessia reparou em sua aparência: Cabelos castanhos que caiam como cascata em suas costas, olhos verdes e corpo pequeno. Algo naquela menina lhe parecia familiar, porém a princesa não fazia ideia de onde ou o que, a menina não parecia ter mais de 15 anos de idade. A garota abaixou e tentou levantar a princesa.

—Você está bem?

—Não, mas vou ficar- Ela agradeceu- Como conseguiu não ser morta pela galinha preta?

—Ei!-Elísio ralhou.

—Eu não faço ideia!-A menina ponderou por alguns minutos.

—Vamos levá-la conosco!-O príncipe que já havia voltado a seu estado humano falou.

—O que? Espera, eu não quero ir!

—Isso é perca de tempo, sabes bem que a humana não passará na barreira mágica!-Alessia já podia sentir seus ferimentos começarem a fechar e sua energia voltando como outrora.

—Daremos um jeito!- O príncipe andou até a garota, pegou-a pelos braços e começou a arrastá-la floresta a fora.

 

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Ele estava de pé no canto mais sombrio da caverna, ali no topo da montanha ele se sentia o rei e o poder pulsava por suas veias agoras secas, aquele lugar era perfeito para as suas reuniões e estratégias. Ele podia sentir a escuridão e o frio ao que o lugar emanava, morcegos dormiam no teto e o chão era repleto de pedras pontiagudas como se repelisse por si só os invasores. Ao longe na entrada da caverna, um pequeno raio de sol podia ser visto, não havia canto de pássaros ou qualquer som aos poucos ele sentia que o nada predominava e a quietude era avassaladora e um tanto sinistra. Ao longe passos quebraram o silêncio e podiam ser ouvidos se aproximando de onde o homem oculto nas sombras estava.

—Meu senhor.- Um homem esquelético e de olhos fundos e com olheiras fez uma meia reverência.-requisitaste minha presença?

—Sim- Sua voz extremamente rouca respondeu.- Nosso plano está prestes a começar e irei precisar de olhos e ouvidos em Yousei que me avisem tudo o que acontecer.

—Não é muito arriscado excelência? A rainha Niamh está em alerta.

—Não se preocupe, tenho alguém de confiança. Em breve todos os seres humanos e Youkais estarão sob meu comando! Os reinos de Youma e Yousei estarão debaixo dos meus pés!

Sua ira seria sentida e a desolação alcançaria a todos, a muito tempo ele arquitetava sua vingança. Haviam taxado de fraco e agora seus inimigos sentiriam.

O homem se levantou e com o movimento repentino os morcegos se agitaram e voaram para fora, seu capuz negro caiu revelando um rosto esquelético e desfigurado. Olhos negros e um sorriso diabólico foram exibidos ao homem a sua frente.

—Os servos da lua mexem os primeiros peões…

O servo se levanta e caminha a passos largos para fora da caverna, suas pernas sempre tremiam ao chegar perto de seu senhor, mesmo agora do lado exterior podia sentir toda a ira e maldade que irradiavam daquele ser, a única coisa que lhe restou no momento era obedecer seus comandos.

 

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—Só eu que acho essa galinha preta muito folgada?- Alessia caminhava rapidamente seguindo Elísio e a menina humana. Seus ferimentos embora estivessem se curando mais rapidamente do que os de um humano qualquer, ainda a deixavam fraca e lenta. Provavelmente ficaria na enfermaria por algum tempo, ouvindo broncas de Paco é claro.

—Ah,Pelos deuses! Pare de me encher, se quiser pode ficar para trás e arrumar mais confusão.- Ele sequer olhou para trás.

—Já disse que ela não passará na barreira!

—Será que você pode me soltar?- A menina lutava contra o príncipe.

—Ei qual é seu nome?- Alessia agora havia percebido que ainda não conhecia a garota por qual havia lutado.

—Anna…

—Chegamos!- Elísio parou e analisou o caminho a sua frente.

—Em frente!- Alessia apenas falou e ultrapassou os dois.

Anna não acreditou no que os seus olhos viram, a princesa simplesmente havia sumido ali, diante de seus olhos.

Elísio a empurrou para frente obrigando a garota andar e Anna fechou os olhos com medo do que poderia lhe acontecer. E se fosse um sonho? Ela se perguntava quando iria acordar.

—Ela passou!- A voz de Alessia novamente veio de encontro aos ouvidos da menina.

—E não é só isso…- A voz do príncipe negro também ressoou- Olhe para as roupas dela.

Lentamente Anna abriu os olhos com medo do que poderia vir a seguir, a sua frente Alessia e Elísio a olhavam com certo assombro. Um pouco encabulada a menina desviou o olhar para o chão, porém por reflexo acabou olhando para o próprio corpo. Ela estava usando calças largas e vermelhas que pareciam um kimono japonês, uma blusa larga e branca e em seus pés sandálias desconfortáveis.

—Quando… eu?- Ela tentava encontrar as palavras.

—Você é mesmo muito sortuda meio-youkai…-Elísio deu as costas com irritação- Ao que parece enfim encontrou a sacerdotisa humana.

Alessia estava tão feliz que não conseguia se conter. Até que enfim tinha feito algo certo em sua vida… Tudo bem que havia acertado um tiro no escuro, e que não havia encontrado a sacerdotisa de propósito, mas quem liga? Tinha feito algo certo e era isso o que realmente importava, não era?

—Aposto que Alina ficará orgulhosa de mim!- Alessia sorriu até as orelhas.- Vamos Anna, eu irei te mostrar sua nova casa!

—O que? Não! E minha família?- A menina tentou dar as costas porém Alessia a segurou.

—Olha, nós precisamos de você entende? Prometo explicar tudo, mas por favor fique! Eu prometo te proteger e te ajudar a ir embora quando tudo isso acabar.

Anna reflete alguns instantes sobre suas alternativas, mas o olhar de poucos amigos de Elísio que havia parado e a olhava, logo a fez se decidir.

—Tudo bem...Se eu não for por bem aquele babaca irá me arrastar não é?

—Provavelmente…-Alessia disse de mau humor.

—Então vamos…

Anna, Alessia e Elísio então caminharam em direção do palácio de Yousei. Certos de que sua jornada estava apenas começando.


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Notas finais do capítulo

então? Estão gostando? Estão odiando? Comentem ! plisssssss ♥
Hj na imagem nosso todo gostoso Paco ♥



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