Nerve Gear escrita por Amantak


Capítulo 12
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Notas iniciais do capítulo

Demorei para postar o capítulo? Demorei. Viajei e fiquei sem tempo? Sim. Devo ter perdido leitores? Provavelmente.TuT
Mas bem, aqui estou eu e devo dizer que trabalhei um tempo nesse capítulo. Eu acho que ele ficou grande, provavelmente um dos maiores até agora e isso é bom já que tenho problema com tamanho de capítulos XD Mas okay, chega de enrolação porque já demorei tempo demais pra postar, e agora que postei... bem, apenas leiam :)
(Se não for pedir muito, um comentário sobre o que achou, dúvidas ou idéias serão muito bem-vindos)



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Acordei atrasada. De novo. Mas dessa vez, quem me chamava para acordar era Hana. Ele havia dormido aqui?

Esfrego de leve meus olhos e tento confirmar se era ele mesmo.

–Hana?

–Bom dia! Nossa você é difícil de acordar! — O baixinho diz ajoelhado ao lado de minha cama.

–Dormiu aqui?

–Sim, seus pais chegaram e falaram que estava tarde demais para eu ir embora. Eles pareciam surpresos quando o Sachi falou que eu era um amigo seu.

–Hm. Digamos que eu não costumo ter muitas amizades longe do mundo virtual, muito menos trazer amigos aqui em casa.

Fico alguns segundos em silêncio, e logo vem uma questão em minha cabeça que estava me incomodando, então pergunto, me virando para o garoto assustada.

–Pera, você realmente dormiu aqui então? E ta vivo? Você e Sachiya não se mataram? — Rio segurando seus ombros confirmando que não era um sonho.

Ele ri e tira minhas mãos de seus ombros tentando me acalmar.

–Sim Yuki — Ele diz entre risos — Eu e seu primo recomeçamos do zero. Vamos tentar nos dar bem.

–Não pera... Me belisca por favor? Isso não parece ser real — Digo rindo não acreditando.

Hanamura estica seu braço e me belisca não muito forte.

–Hey! Estava brincando!

Rimos um pouco e logo lembrei que estava atrasada.

–Ah sim! Precisamos ir! — Ele dizia ao perceber que esquecera por um instante o porquê de ter ido me acordar.

Corro para o banheiro e tomo uma ducha rápida, coloco o uniforme e saio do banheiro, e ele estava sentado em minha cama.

–Ai droga! Desculpa, esqueci que você não ia dormir aqui então nem trouxe uniforme...

Ele levanta da cama me olhando.

–Não tem problema, só precisamos passar na minha casa antes.

–Ahm... Okay, pode ser. Vamos! — Pego o celular na cabeceira da cama deixando o carregador jogado no chão perto da mesma, a mochila e saímos apressados descendo as escadas.

–Bom dia. — Minha mãe diz quando me viu. — Não é a primeira vez que esta atrasada não é? E o café da manhã?

–Ela toma na minha casa, não tem problema!!! — Hana respondia enquanto chegávamos aos últimos degraus da escada.

–Posso saber o que vão fazer? — Minha mãe pergunta com aquele olhar que toda mãe faz e aquela mania de querer saber tudo.

–Ele não trouxe uniforme, esqueceu? Tenho que ir, bye! — Respondo dando um beijo em sua bochecha, e ela fica satisfeita.

Saímos de casa correndo, com ele na frente na direção de casa e eu o seguindo já que não sabia o caminho.

[...]

Chegávamos a uma casa simples, bem bonitinha, talvez um pouco pequena. Ele abre a mochila com pressa procurando a chave enquanto eu observava a pequena casa.

–É aqui? — Pergunto apenas confirmando, uma pergunta um pouco óbvia já que ele estava abrindo a porta com a chave.

Ele abre a porta e entra, esperando que eu fizesse o mesmo.

–É... Bem... Sim. Desculpe, é um pouco mais humilde.

Entro dentro da casa. Realmente, era um pouco mais simples, mas eles sabiam como aproveitar cada espaço, com cada objeto. Chegava a ser aconchegante.

–Calma, não sou nenhuma menina riquinha que fica incomodada com coisas inferiores! — Digo o seguindo.

Ouço um barulho e parece que ele também. Hana parece ficar um pouco tenso e rapidamente me puxa pelo pulso enquanto subíamos as escadas apressadamente.

–Hey! O que houve? Calma!!! — Digo enquanto eu era puxada pelo pulso quase tropeçando.

Entramos em um quarto e ele fecha a porta rapidamente, a trancando.

–Ta tudo bem? — Pergunto um pouco preocupada.

–Shhh... — Ele me pede silêncio por alguns segundos.

Fico um pouco sem entender, e logo ele responde.

–Minha mãe não pode saber que estou em casa, muito menos com uma garota!

Continuo um pouco sem entender, e ele parece perceber.

–Não sei se percebeu, mas estamos um pouco atrasados. Minha mãe me mataria se soubesse que estamos matando aula.

–Estamos? —Pergunto assustada.

–Calma, é só o primeiro tempo!

–Ham... Okay então... Acho.

Era a minha primeira vez dentro de um quarto de um garoto que não tinha nenhuma relação de parentesco comigo. Mesmo sendo uma coisa tão ridícula, por que eu me sentia estranha?

Avisto o Nerve Gear dele em cima de uma escrivaninha, e me levanto da cama onde estava sentada indo até ele. O toco com minhas mãos geladas pelo ar condicionado do quarto e imagino que horas Haya deveria chegar. Checo meu celular para saber se havia alguma nova mensagem, mas por enquanto nada.
Depois de alguns minutos, Hana sai do banho vestido já com o uniforme, e caminha até mim que estava observando o Nerve Gear.

–Quando vai voltar a jogar? — Ele me pergunta observando o jogo também.

Levo um susto, não havia percebido sua presença. Ele ri.

–Vamos? — Hana pergunta pegando a mochila.

Pego a minha também e o observo.

–Por que esta abrindo a janela agora se vamos sair?

–Por que vamos ter que sair por aqui. — Ele responde.

–O QUE?! POR QUÊ?!

–Por que minha mãe notou um barulho vindo daqui e se sairmos pela porta tem chances de ela nos ver.

–Mas... Pela janela?! Está falando sério?!

–Sim. Vem! —Ele disse enquanto jogava sua mochila pela janela e sentava colocando seus pés para fora.

Me aproximo e observo a altura. Não era muito alto, mas seria difícil de pular.

–Você vai acabar se machucando se pular dessa altura!

–Quem disse que vou pular? — E então ele se virou para a parede do lado de fora da casa e começou a descer. Aquilo era uma escada?

–Uma escada. — Digo olhando por fora da janela enquanto ele descia.

–Sim. Não achou que eu realmente fosse pular dessa altura, não é? — Ele riu e finalmente chegou ao final da escada, pisando a grama do chão.

–Não mas... Você costuma fazer isso então? — Pergunto um pouco curiosa.

–Sim. Quer dizer, algumas vezes. Enfim, você vem? — Ele pergunta preocupado com o tempo olhando para mim na janela.

–Okay.

Olho para baixo, observando a altura novamente. Pego minha mochila e apoio na janela, para que ele pudesse ver que jogaria e não ficar em baixo. A jogo e sento na janela, me virando para descer. Desço as escadas com um pouco de insegurança, talvez medo de cair.

–Você não vai cair.

Ele parecia achar graça da situação, e até que tinha um pouco, o que me fez dar um leve riso.

Terminei de descer e peguei minha mochila na grama, assim como ele.

–Precisamos correr se não quisermos perder o segundo tempo. — Ele avisa começando a andar com um pouco de pressa.

–Ok. E posso saber por que não me acordou antes? Ou pelo menos porque meus irmãos não me acordaram? — Pergunto enquanto caminhávamos apressadamente em direção a escola, que não ficava muito longe de onde estávamos.

–É culpa minha, desculpa. Seus irmãos avisaram que estava na hora e pediram para eu ir te acordar, mas ainda estava deitado e acabei dormindo novamente. — Ele tentava explicar enquanto nossa respiração ficava pesada pelos passos apressados. -Acordei percebendo que não te acordei e fui o mais rápido possível mesmo sabendo que chegaríamos atrasados.

–Ah... Entendi.

–Desculpa? — Ele parecia se sentir um pouco culpado.

–Claro.

Demos uma leve risada e finalmente chegamos a escola. Não tivemos nenhum problema já que não temos histórico de atrasos. O resto das aulas foram normais e logo fomos liberados.

–Vai entrar hoje? — Ele pergunta na saída da escola guardando alguns materiais no armário que por coincidência era do lado do meu.

Eu iria entrar. Mas não me sentia segura se devia contar para ele. Quer dizer, se eu disser que vou entrar, ele vai querer me encontrar já que não entrava a um tempo. Mas Haya voltava hoje de viagem e planejávamos fazer algo. Não queria que nada atrapalhasse, então acabei mentindo.

–Não... Quem sabe amanhã.

Não gostava de mentir para um amigo, mas foi a única opção que me veio em mente.

Acabamos caminhando para casa juntos, ele ficaria na casa dele e eu seguiria andando já que era caminho. Era melhor do que voltar para casa sozinha. Realmente, ter um amigo presente até que era legal.

Hanamura P.O.V.

Chegamos na minha casa, e eu estava agradecido por ter a companhia dela ali, mas preferi não comentar nada. Nos despedimos e ela continuou seu caminho, indo em direção a sua casa, enquanto eu abria a porta da minha. Olhei para trás e observei por alguns segundos ela se afastando mais e mais. Até que se mudar não foi uma idéia muito ruim.

–Tadaima* — Disse como de costume mesmo não me importando se estivesse falando sozinho, enquanto tirava meus sapatos.

Subo as escadas e entro no meu quarto, fechando a porta. Me jogo na cama como de costume, um pouco cansado pelas aulas, ou talvez fosse apenas preguiça.

HANAMURA, VOCÊ JÁ CHEGOU?

Ouço uma voz um pouco longe, parecia vir lá de baixo. Ignoro, já que não tinha certeza se havia escutado realmente algo.

Alguns minutos depois minha mãe abre a porta do quarto, digamos que com força, o que me da um leve susto. Ela parecia irritada, mesmo eu não sabendo muito o motivo.

–Vai me ignorar?

–Podia bater, não?

Não era a primeira vez que ela entrava em meu quarto assim do nada.

–Te chamei várias vezes, está surdo?!

–Eu apenas não ouvi, e acho que tenho direito a privacidade, então se da próxima vez você bater na porta antes de entrar eu agradeço.

–Olha seu... — Ela se aproximava de mim irritada. Muito irritada.

–O que você quer? — Digo com meus braços na frente do meu rosto como se me defendendo de algo que ela pudesse fazer. Instinto.

Ela pareceu se acalmar um pouco.

–Vai no mercado e compre pão para lancharmos.

–Agora? — Digo com preguiça olhando o relógio, que marcava 2 da tarde. -Não está um pouco cedo para lancharmos? Quer dizer, não pode ser daqui a pouco?

AGORA!

–Nhaaa... Ok, ok... — Como se fosse algo que não pudesse esperar alguns minutos. Que escândalo desnecessário, sério.

Levantei com preguiça e me troquei. Sai do quarto, descendo as escadas, e passei na cozinha onde ela estava.

–E o dinheiro?

–Paga da sua mesada.

–Mas mãe! Você nem me da muito, ainda tenho que gastar com... Pão?!

PARE DE RECLAMAR E VÁ LOGO! Seu irmão nunca reclamaria assim!

PARE DE ME COMPARAR COM ELE, OK? — Disse elevando um pouco a voz. Talvez tivesse perdido um pouco o controle e a calma, minha mãe conseguia me estressar. Como várias mães (acho), mas pra que isso? Pra que ficar me comparando ao meu irmão? Enquanto pensava nisso, uma lágrima pesa em meu olho e escorre sobre meu rosto. A limpo rapidamente e saio em direção ao mercado perto de casa.

Yuki P.O.V.

Chego em casa e vou logo para meu quarto, não via a hora de encontrar Haya de novo, estava com saudades, e um pouco curiosa pela surpresa. Mais ainda depois da mensagem de que ele estava logando, e isso já faz alguns bons minutos, mas estava na escola e não tive outra opção a não ser esperar.

Abro a porta do quarto e vou em direção ao Nerve Gear, na cabeceira da minha cama onde o deixei da última vez.

–Já? Nem um oi nem nada? — Sachi pergunta sentado na beira da minha cama.

–Desculpa!!! — É mesmo, quase que esqueço. Estava tentando parar de ser fria com ele. Deveria dar uma chance e ver se ele havia mudado. Afinal, se ele se entendeu com Hana, é sinal de que pessoas podem realmente mudar. Okay, isso foi cômico.

Arrumo minha mochila que havia jogado, tentando desacelerar um pouco, estava fervendo a energia. Meia-Noite se esfrega em mim e eu quase tenho um infarto do coração do susto que levei.

–Ai! Assim você me assusta... — Comento baixinho enquanto o pegava no colo e o acariciava um pouco.

–Ah, e sua mãe não ia gostar de saber que tem algo a mais morando nessa casa, certo?

–Se você me ajudar a esconder ele eu fico grata. — Digo brincando.

–Okay, dessa vez pode contar comigo. Só porque ele é bem fofo. — Ele diz fazendo carinho em Meia-noite que havia subido em cima da cama e agora se esfregava em tal.

–Mesmo? Wow. Você realmente mudou. Sabe, não fica tão chato assim.

–Ei!

Rimos e deitei em minha cama , colocando o AmuSphere.

–Link Start!

[...]

–Bu

E então duas mãos tapam meus olhos.

–Ohh, quem será? — Digo ironicamente tirando suas mãos dos meus olhos e lhe dando um abraço enquanto ria pela brincadeira idiota.

–Não vale, você espiou!

–Espiei nada, só precisa ter uma leve idéia de que nenhum outro jogador iria fazer isso!

Rimos de novo e sem perceber estávamos caminhando sem destino.

–E então, como foi a viagem?

–Boa, boa. — Ele sorri -Mas não gosto de me afastar muito desse mundo. Aliás, tenho algo a te mostrar como disse!

–Okay.

Sorrio enquanto ele pegava seu teletransporte e estendia sua mão.

–Ah, tape os ouvidos. Não quero estragar a surpresa.

–Nhaaa... — Resmungo brincando e tapo meus ouvidos enquanto ele segurava meu pulso e dizia o destino. Alguns segundos e desaparecemos dentre prismas e reaparecíamos sendo jogados no chão de algum lugar aparentemente vazio. Porém era lindo.

–Okay, precisamos aprender a usar o teletransporte — Falo um pouco corada pela situação.

–S-sim...

Ele também parecia com um pouco de vergonha mas logo se levanta e me ajuda a levantar. Wow. O lugar era realmente lindo.

–Gostou? — Ele pergunta observando o lugar também.

–Como você descobriu esse lugar? Do jeito que esta deserto parece um lugar escondido...

–Digamos que tenha amigos que joguem.

Eu apenas sorrio e começo a andar sobre as gramas verdinhas observando a paisagem.

–Cara, esse jogo foi muito bem feito. — Digo comentando seguido de uma risada sem motivo.

–Pois é. Também, com o tempo que levaram...

–Mas valeu a pena. — Sorrio e o abraço forte. -Mesmo não sendo real, é uma simulação.

–Haha, sim.

Poderia ter sido um lugar agradável e calmo. Poderíamos ter ficado ali despreocupados até que um de nós tivesse que deslogar. Mas, como sempre há um “porém”, estava "perfeito demais". E quando menos esperávamos estávamos na armadilha do inimigo. Quando menos esperávamos, estávamos cercados.

Monstros com aparência de lobos enormes com cicatrizes envolta de todo seu corpo e grandes ossos parecidos com espinhos em suas costas emergiam da terra. Possuíam duas longas caudas e dentes enormes, além de olhos vermelhos brilhantes.

–Pup. — Foi a única coisa que consegui dizer ao perceber a situação.

–O que? — Ele pergunta confuso.

–O nome do monstro. É ≪Pup≫. — Respondo explicando. -Mas o que eles estão fazendo aqui? Eles são nível 20 se não me engano...

–Como sabe isso?

Droga. Por um momento me deixei levar e quase entreguei a verdade. A verdade de que fui uma beta tester.

–Ahn... Tem no guia, não? — Respondo um pouco nervosa torcendo para não vir mais perguntas.

–Hm. De qualquer jeito, nós somos nível 2... Não temos a menor chance de vencer.

Mesmo níveis sendo apenas números, você está certo. E desde quando você é nível 2?! — Digo um pouco perdida tirando o foco da situação enquanto uns 5 ≪Pup≫ nos cercavam.

–Han... Digamos que antes de você chegar eu lutei um pouco e consegui XP suficiente para passar de nível... Achei que você também já teria passado e não queria ficar para trás.

–Bem, o melhor é mantermos um nível parecido mesmo. — Rio mesmo não sendo a melhor hora para rir diante da situação. -Bem, mas fazer o que? Foi uma armadilha, nós caímos e vamos voltar a estaca zero. Não que nós estejamos com níveis elevados... Mas que bom amigo ein! — Digo ironicamente.

–Na verdade não foi bem um amigo. Eu menti, desculpa. A verdade é que antes de viajar enquanto você estava offline eu procurei por informações de algum lugar quieto. E-eu queria... Passar um tempo sozinho com você. — Ele parecia corado. Não que o meu não estivesse. Quer dizer, daria para fritar um ovo na minha cara.

Apenas estendo minha mão e ele a segura.

–B-bem... Te vejo em alguns minutos? Quer dizer, ter que esperar o um minuto de "You are dead" e talz... — Rio.

Ele sorri e fechamos os olhos, esperando que nosso HP que diminuía a cada segundo pelos toques do animal chegasse a zero.

[...]

Prismas. Foi a primeira coisa que eu vi ao abrir os olhos e perceber que não estava morta. Meu HP estava quase zerado, assim como o de Haya, e os monstros haviam desaparecido. Diante de nós, consigo identificar a presença de uns 5 jogadores. Dentre eles, um tinha uma cor de prisma sobre sua cabeça diferente. A cor de prisma de quando se tem o jogador adicionado à sua lista de amigos. Então... Eu o conhecia?
Alguns segundos e pude confirmar. Hana. E aqueles outros deveriam ser os amigos da guilda dele que ele comentara.

–Achei que não fosse entrar, Yuki! — Ele parecia chateado, com os braços cruzados.

Haya olha para mim um pouco sem entender a situação. Era por isso que não gostava de mentir para meus amigos. Lá estava eu, presa dentro da minha própria mentira.

–Desculpe, eu acabei conseguindo entrar e esqueci totalmente de te avisar! — Foi o que consegui dizer enquanto me sentia um pouco culpada. Mas ele pareceu entender e logo voltou a ter aquele sorriso infantil de sempre.

–Não sei quem você é, mas obrigado! — Haya disse soltando minha mão (fazendo com que eu percebesse que estávamos até agora assim) e se levantando ficando de frente para Hanamura.

–Ham... De nada! Na verdade, foi mais sorte mesmo, eu vi a Yuki on e a segui, e por sorte tinha um item anulador de monstros. Sabe, é bem útil quando você entra em uma batalha sem querer e tal. Só não funciona com os chefões. Afinal, que lugar é esse?

–Era para ser um lugar calmo e agradável, mas pelo que me parece era uma armadilha. — Haya explica.

–Obrigada por aparecer! — Digo levantando também e o abraçando aliviada. -Te devo uma.

Haya abre o painel de menu e em seguida o de Hana faz um barulho aparecendo uma mensagem de pedido de amizade. Ele aceita e ficamos alguns segundos nos encarando sem saber o que fazer ou dizer; eu e Haya um pouco constrangidos pelos possíveis pensamentos dos jogadores de “o que dois jogadores lv2 estariam fazendo sozinhos ali“.

O silêncio se quebra quando a guilda avisa a Hana que deveriam ir enfrentar monstros e subir de nível, em vez de ficarem parados ali. Eu e Haya deveríamos também, é verdade. Mas agora que aquele lugar estava "seguro", admito que não seria uma má idéia gastar um pouquinho mais de tempo ali. E após alguns minutos, eu e Haya estávamos sozinhos novamente.

[...]

Observamos um pouco o lugar, conversamos um pouco, planejamos os próximos dias.
Penso que já poderíamos sair dali e ir treinar, então sugiro. Ele responde com um "Ok." mas quando me levanto Haya segura meu pulso, me deixando confusa.

–Yuki... Eu te trouxe aqui porque eu queria te contar algo... — Ele diz desviando o olhar quando percebe que eu começo a olhar em seus olhos, meu coração um pouco acelerado mesmo sem motivo.

–Não sei como te dizer isso mas eu...

Sachiya P.O.V.

Okay, aquele jogo podia até ser interessante, mas as pessoas que desenvolveram deveriam ter pensado em algo como um modo de as pessoas de fora se comunicarem com as que estão dentro do jogo, porque pelo que eu descobri, se alguém de fora remover o Nerve Gear à força, tem chance de a conta ser zerada, ou voltar para o último save, não entendi muito bem essa parte. O problema era: Precisávamos almoçar e onde estava a Yuki? Dentro daquele jogo! Ela tem que aprender que a vida dela é aqui, e não com um bando de vagabundos que ficam jogando o dia inteiro, que gastam horas e horas nesse jogo achando que podem fugir da vida real e viver em um mundo digital. Eu poderia muito bem deixar ela voltar a hora que ela quisesse e não almoçar, mas acontece que não vou ficar pra sempre aqui e preciso realizar minha meta antes de ir embora! O baixinho branco-de-neve eu consigo lidar, mas aquele amigo dela poderia me atrapalhar. De qualquer modo, a única forma de trazê-la para o mundo real de novo é entrar no virtual. E eu tinha que me controlar, afinal, ela me deu uma chance e eu não posso perde-la. Ela finalmente "confia em mim", e isso é muito vantagioso.


[...]

–Yuki... Eu... Ehh... Não sei bem como dizer ou explicar isso mas... Eu...

AQUILO ERA UMA DECLARAÇÃO? NON NON E NON, COM TRÊS NON EU LHE DIGO, ISSO NÃO VAI ACONTECER!

–Hey, Yuki! — Digo me aproximando como se nada fosse ou tivesse acontecido, guardando o portal de teletransporte.

Parece que ela não me notou, então chego mais perto, mas o único que parece notar é o garoto ao lado dela, que fica vermelho ao me ver diante da situação.

–Yuki, eu... — O tom de voz do moreno parece passar para um nervoso acelerado. -Eu...

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≪Pup≫


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Notas finais do capítulo

*Tadaima = Estou de volta (Preferi não traduzir :p)
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Bem, é isso :)
Acho que ficou um cap "bom" e deveria fazer mais assim, tirando o fato de que demorou um mês '3' hehe

Desculpe pela demora na atualização de postagens e por favor, se você lê essa fic e nunca deixou um comentário, ou porque não tem conta (é só criar cara TuT) ou porque tem preguiça, vamos lá, comentem TuT Digamos que eu sei quantas pessoas estão acompanhando através dos comentários, então é tudo o que eu peço >~
Até o próximo cap :) Ah, e lembrando: Sempre que eu demorar mais de 30 dias para postar, eu vou deixar um aviso ;3 Espero não abandonar essa fic :)