Parceiros escrita por Endy


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oiee gente! Voltei!
Eu sei que demorei muito, mas é a faculdade querendo acabar comigo com tanto trabalho pra fazer! Por isso peço milhões de desculpas e agradeço imensamente quem comentou, favoritou e acompanha essa historia. Muito obrigada!
Espero que gostem do capitulo que como sempre está grande.
Bjos..



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Uma confusão de médicos e enfermeiros a levaram encima de uma maca as presas pelos corredores do hospital, eu tentei acompanhar, mas me impediram de seguir com ela e por mais que eu tentasse me desvencilhar dos enfermeiros e seguranças que me detinham nos corredores, tive que ficar na sala de espera.

Andava de um lado para o outro torcendo os meus dedos, o nervosismo parecia me corroer por dentro, uma mistura agonizante de sentimentos brigavam dentro de mim par ver qual deles estava no controle e no momento a raiva estava ganhando. Raiva da droga que a minha vida se transformou, raiva de mim por não estar lá para protegê-la do desgraçado do Chad e principalmente, o ódio que eu sentia só de pronunciar esse nome. Meus punhos se cerraram e meus olhos ardiam segurando as lagrimas que insistiam em se formar embaçando a minha visão.

—Eu quero saber informações sobre a paciente Martha Rodgers! Não é possível que ninguém saiba informar o que tá acontecendo! –Eu estava nervoso com a demora e a recepcionista atrás do balcão de atendimento parecia disposta a me ignorar.

— Eu não tenho essa informação e você terá que esperar o doutor vir lhe dizer algo, até lá o melhor que você faz e sentar ali e esperar! –Ela atendeu a um telefonema anotando algo em um bloco ignorando totalmente a minha presença. Algo que não se faz com alguém que está com os nervos à flor da pele. Peguei o telefone abruptamente de sua mão colocando novamente no gancho, sem me importar com a ligação em que ela estava.

—EU NÃO QUERO SABER O QUE VOCÊ VAI FAZER, MAS VAI DAR UM JEITO DE DESCOBRIR O QUE TÁ ACONTECENDO COM A MINHA MÃE. VOCÊ NÃO É PAGA PRA FICAR AÍ FINGINDO QUE AS PESSOAS NÃO EXISTEM ENQUANTO CONVERSA COM SUAS AMIGUINHAS. EU QUERO SABER DA MINHA MÃE, AGORA!! –Soquei a mesa do balcão e ela tampou a boca abafando um grito com o susto que a causei, senti alguém me segurar pelo braço e quando olhei em volta todos na sala estavam olhando assustados para mim.

—É melhor você se acalmar garoto! Ou quer que eu te expulse daqui e chame a policia? –Um homem alto, careca, me encarava de forma intimidadora, segurando meu braço com força. Era um dos seguranças que me impediram de seguir com a minha mãe momentos atrás. Puxei o braço me desvencilhando dele, o encarando do mesmo jeito que ele fazia.

Engoli toda a raiva e me afastei dele, não era hora para me meter em mais problemas logo agora. Meu coração estava apertado dentro do peito e respirar parecia uma missão impossível, sentei em uma das cadeiras desconfortáveis da sala apoiando minha cabeça em minhas mãos, não notando a presença de um senhora ao meu lado que vendo o meu desespero, pegou uma de minhas mãos e sem dizer nenhuma palavra me entregou uma pequena Bíblia, olhei para ela sem entender nada e a senhora apenas sorriu dando leves batidas em minhas costas. Foquei minha atenção para o livro em minhas mãos e sem ao menos eu perceber lagrimas caíram dos meus olhos molhando a capa da Bíblia, e antes que eu pudesse abri-la ouvi alguém chamar por mim.

—Oi! Sou Dr. Collins, responsável pelo caso de Martha Rodgers. Você é da família? -Um senhor alto, com os cabelos grisalhos, trajando um jaleco impecavelmente branco e o rosto cansado se aproximou de mim lendo algo em uma prancheta que levava nas mãos.

—Sou filho dela. Como ela está? –Me levantei da cadeira rapidamente falando tudo de uma só vez.

—Sua mãe teve uma costela fraturada e por sorte nada mais grave, apenas alguns hematomas. Ao que parece essa é a única fratura até agora, mas ainda vamos fazer alguns exames para termos a certeza. O que aconteceu com ela? –Ele lançou os olhos para mim parando de escrever o quê quer que seja que ele escrevia naquele papel.

—Eu não sei, quando cheguei da escola ela estava desacordada! Deve ter se machucado fazendo alguma coisa dentro de casa. Minha mãe não para quieta! –Tentei ser o mais convincente possível, sei que essa desculpa não é boa o suficiente e pelo jeito que ele me analisava provavelmente não caiu nessa, quem cairia?! Mas foi a única coisa que pude pensar no momento.

—Ok... Bom, ela pelo diagnostico inicial não teve nenhuma fratura muito grave, quero dizer, nenhuma que não tenha recuperação. Porem vai precisar ficar algumas semanas aqui, precisa ficar sobre observação medica para que possamos acompanhar a evolução da recuperação, repouso será fundamental nesse momento. –Soltei o ar preso em meus pulmões cobrindo o rosto por alguns segundos. Parecia que só agora tinha conseguido recuperar a capacidade de respirar.

—Posso vê-la? –Estava ansioso para ver com meus próprios olhos que ela estava bem. O homem a minha frente olhou para mim parecendo entender o quão aquilo era importante.

—Sim, pode. Mas ela está dormindo então...

—Não tem problema, eu só quero vê-la. –O interrompi torcendo com todas as minhas forças para que ele autorizasse e atendesse ao meu pedido. E depois de alguns minutos em silencio, assentiu com um sorriso franco me indicando o corredor para que eu o seguisse até o quando onde minha mãe estava.

Abri a porta tomando um cuidado quase cirúrgico para não fazer nenhum barulho, sei que se fizer barulho provavelmente ela não irá acordar devido aos medicamentos que lhe deram, mas isso me dava à ilusão que ela estava apenas descansando em seu quarto como tanta e tantas vezes. Me aproximei da cama com passos hesitantes, pois cada vez que chegava mais perto tinha real dimensão do que fizeram com ela, seu rosto estava inchado e hematomas roxos a deixavam quase irreconhecível. O sangue ferveu com o ódio novamente, me sentei ao seu lado segurando sua mão, meus olhos fecharam e tive vontade de gritar, quebrar tudo naquele quarto, fazer qualquer coisa que dissipasse aquele ódio que eu sentia.

—Isso não vai ficar assim... Ele vai pagar por isso! Eu vou acabar com a raça daquele desgraçado, nunca mais ele vai chegar perto de nós novamente! Aquele rato vai ver que eu não sou mais aquele moleque que se escondia debaixo da cama... Ele vai pagar mãe! Eu juro que vai! –A raiva tomava conta de cada célula do meu corpo, eu seria capaz de caçar ele até ao inferno se fosse preciso, e quando se trata de alguém que amo não meço esforços e nem mesmo as conseqüências. E aquele filho da mãe vai descobrir isso da pior forma possível!

O dia passou rápido e eu nem notei, não tirei os olhos dela nem por um segundo pensando no que iria fazer. Não comi o dia inteiro e os roncos em meu estomago começavam a denunciar isso, mas tinha medo de deixá-la só e Chad aparecer por aqui e terminar o que tinha começado por sorte uma enfermeira entrou no quarto perguntando como minha mãe estava e eu rapidamente pedi que ficasse com ela enquanto eu iria a lanchonete comer algo, ela concordou e eu fui o mais rápido que conseguia até a lanchonete do hospital, tinha que comer algo de pressa e voltar para o lado da dona Martha. Assim fiz e em pouco tempo já estava de volta ao lado da cama dela, agradeci a enfermeira que sorriu timidamente em resposta, esperei ela sair para me aconchegar o máximo que podia na cadeira desconfortável me preparando para velar seu sono pelo resto da noite.

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KATE

Acordei com o bip irritante do despertador, quase cair da cama, definitivamente acordar cedo é um desafio para mim! Levantei cambaleando com a visão ainda turva pela claridade tentando acordar para...para o quê mesmo? Ah! Escola, é isso!

—AU!! –Droga! Me bati de novo na merda da mesa de madeira perto da porta do banheiro. Isso já está virando rotina. Passei a mão no meu pé como se assim diminuísse a dor da pancada e.. isso não resolveu em nada.

— Katie! Vamos logo, vai se atrasar. –Ouvi minha mãe gritar do andar de baixo de nossa casa, revirei os olhos abrindo a torneira para lavar o rosto.

—Já vou mãe! Só mais alguns minutos.

— Esse seus “alguns minutos” estão mais para algumas horas e você vai acabar perdendo o primeiro horário. Não se esqueça que odeia quando eu digo “eu te avisei”, então se apresse!

Ela tinha razão, odeio quando diz isso, então começo a me arrumar o mais rápido que posso, praticamente corro de um lado para outro dentro do meu quarto, procurando tudo o que eu preciso dentro daquela bagunça onde costumo dormir.

—Pronto. Estou prontíssima! Viu?! Tempo recorde. –Bati na mão espalmada que meu pai me oferecia e rir com ele da cara que mamãe fazia olhando para nós.

—Até que fim! Agora faça um favor para mim e tome seu café, não é nada bom ir de estomago vazio para a escola. –Ela terminou de falar apontando para o que eu deveria comer, enquanto papai concordava, eu apenas sorri para os dois.

—Não vou tomar café em casa mãe, perto da escola tem um café ótimo. Eu já estou atrasada! –Papai me olhou como quando eu era criança e pegava os seus sapatos para fazer deles os carros para as minhas bonecas.

—Não vai tomar café? Você vai acabar passando mal por aí!

—Não vai acontecer nada pai, e eu juro que como alguma coisa quando chegar a escola. –Respondi sorrindo, colocando os últimos livros dentro da minha mochila.

—Espero que sim! –Ele falou me olhando como se quisesse ler minha mente e detectar algo que nem eu sabia o que era. Balancei a cabeça revirando os olhos.

—Vamos logo, ainda preciso falar com Roy hoje. –Minha mãe puxava a minha mão dando um beijo em meu pai, fiz careta para aquela cena e minha mãe riu de mim. Eles são fofos jutos, mas não deixa de ser um pouco nojento ver seu pai e sua mãe se beijando na sua frente.

Fomos para o carro e em todo o caminha ela tentava me convencer a tirar da minha cabeça a ideia de comprar uma moto. Desde que contei para eles que tenho esse desejo os dois fazem questão de em qualquer oportunidade me dizer os perigos de andar por ai de moto, porem nem diante de tudo isso eu desisto, estou economizando a semanas e falta muito, mas uma hora eu consigo.

—Desista mãe, eu quero comprar a moto. Não precisa se preocupar juro que vou tomar todo o cuidado! –Me estiquei para conseguir dar-lhe um beijo no rosto, ela desviou a atenção do transito por alguns estantes olhando para mim, sorriu de forma terna, mas com o olhar ainda preocupado.

—Você já tem dezesseis anos, acho que já está na hora de começar a tomar suas próprias decisões. –Ela suspirou sorrindo encolhendo os ombros, eu sorri abertamente animada só com a possibilidade de ter a aprovação deles. Sei que ainda falta o papai, mas ter Johanna Beckett ao meu lado já é uma grande vitoria.

—Obrigada mãe, obrigada! Você é a melhor mãe do mundo. –Beijei o seu rosto mais uma vez e sai do carro, ela sorriu da minha animação quase infantil acenando para mim enquanto me afastava do carro para entrar na escola.

Entrei na sala de aula e como da outra vez todos os olhares se voltaram para mim, só que agora fiquei mais assustada do que antes já que o Rodgers não estava do meu lado, apertei a alça da mochila pendurada nas costas e apressei o passo até a mesa que ele costuma sentar, que agora ele querendo ou não é minha também. Senti o olhar de raiva de Josh sobre mim e me virei para encará-lo, o seu nariz estava com um curativo branco que cobria toda a extensão do nariz o deixando parecido com um daqueles lutadores mascarados do México, eu não pude controlar o riso. Me sentei onde já considerava meu lugar, desviei os olhos para minha mochila tirando os livros de dentro dela, mas antes que todas as minhas coisas estivessem em minha mesa,ouço a voz do diretor pedindo que eu o acompanhasse até sua sala.

—senhorita Beckett, eu quero fazer uma pergunta a você sim? –Ele se sentou em sua cadeira fazendo o sinal para que eu me sentasse também, fiz o que pedia sem entender o motivo de estar ali. Será que tem algo a ver com a risada da cara do Josh? Acho que não!

—Sim, pode. –Não tinha muita certeza disso, mas vamos ver do que se trata.

—É sobre o Sr. Rodgers. Ele não apareceu para o trabalho na biblioteca ontem a tarde como o combinado e nem apareceu para a aula hoje de manhã! Tentamos entrar em contato, porem não foi possível, então estava esperando que você pudesse nos ajudara a encontrá-lo, já que é a única que fala com ele.

—Bom...eu sinto informar Sr. Donald, mas não sei de nada. Achei que ele tinha vindo ontem! –Franzi o cenho tentando me lembra de algo que ele disse ou fez que pudesse indicar o motivo do sumiço, mas ele é difícil de decifrar.

—Tudo bem. Eu sabia que esse moleque irresponsável iria trazer mais problemas para mim! –Eu acho que ele falava mais para ele do que para mim. –Você já pode voltar para sua sala, e se quer um conselho é melhor se afastar desse sujeito, ele não é companhia para você! –Me incomodei terrivelmente com o que ele disse e sair da sala o mais rápido possível. Sujeito arrogante!

Fiz menção de voltar a minha sala, mas algo passou pela minha cabeça e corri para fora da escola ver se conseguia a informação que queria.

—Paolo! –O chamei me aproximando do balcão da pequena cafeteria, o senhor italiano abriu um sorriso e veio em minha direção.

—Bela Kate! Ora, que honra recebê-la. –Sorriu fazendo uma reverencia e eu fiz o mesmo, só que bem mais desengonçado arrancando uma gargalhada contagiante dele. –Onde está o Rick?

— É justamente sobre ele que eu vim falar. –Ele me olhou dando-me toda atenção que eu necessitava. –Preciso saber se você sabe onde ele mora, eu tenho que falar com ele urgentemente! –Ele pareceu estranhar a pergunta, mas logo suas feições se amenizaram e um sorriso rasgou seu rosto. Acho que ele realmente pensa que eu e o Rodgers temos alguma coisa! Maluquice!

— Tutto bene! Eu vou dar o endereço a você, mas se ele descobri eu nego tudo! –Eu sorri para ele fingindo fechar trançar a minha boca com uma chave invisível o fazendo rir novamente. Paolo anotou o endereço no papel e me entregou, agradeci com um beijo em seu rosto e pedi um café para mim e outro para o Rodgers. Acho que devo isso a ele!


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Comentem, me digam o que acha que vai acontecer, o que querem que aconteça, vou adorar saber!
No próximo vou dar mais detalhes do que aconteceu com o Rick antes, juro de dedinho que vou tentar não demorar tanto, viu?!
Bjos..Até o próximo!! :D



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