Unbroken escrita por Iz Anne


Capítulo 2
Dois.


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último capítulo do ano, então... APROVEITEM!

Espero que vocês gostem e FELIZ ANO NOVO! Tudo de bom para vocês e as famílias de vocês. Até 2015 galerinha!



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— Eu não quero. Não! Me solta!

Eu sei que você quer, querida. E quanto mais se debater, melhor para mim.

Megan se debatia, gritava e tentava se soltar, mas Will era mais forte e a prendia contra o sofá velho da casa dos avós de Megan. Will já havia arrancado a blusa e o shorts da garota, e agora beijava seu pescoço e massageava um de seus seios.

Molestador filho da puta! Me solta!

Depois disso tudo se apagou e Megan foi dominada pela escuridão.

–----------------------- Unbroken ------------------------

Megan acorda suando frio e levanta-se da cama em um pulo, se desequilibrando e caindo no chão. Quando volta a se levantar, percebe que há alguém em sua cama. Ou melhor, percebe que essa não é a sua cama, assim como também percebe que ela é a estranha na cama de alguém. E que alguém. Então, se lembra de tudo. Da bolada na cabeça, do lindo rapaz que lhe deu a bolada na cabeça, da cerveja, do apartamento e do sexo.

Oh, o sexo.

Sem se conter, Megan solta um pequeno gemido e sua mão vai até a altura do seu umbigo. É como se seu corpo sentisse falta de algo. De alguém. Mas Megan sabe que ela nunca poderia viver nada com alguém, não depois de Will. Uma noite. Uma noite de sexo quente e nunca mais veria o cara. E esse não seria diferente.

Megan procura por suas roupas e encontra apenas sua lingerie e a regata branca do dia anterior. Antes de sair do quarto para procurar por sua calça, ela dá uma boa olhada em Christan. Ele é mais lindo ainda pela manhã, quando um pequeno feixe de luz que passa pela janela bate em seu rosto sereno. Quem imaginaria que essa pessoa tão dócil faz um sexo tão quente.

Sem se despedir, Megan sai do quarto e vai para a sala de estar do apartamento, procurando o resto de suas roupas. Sua calça está jogada no chão, perto da porta de entrada. Antes de chegar lá, percebe que há alguém, literalmente, jogado no enorme sofá do apartamento. O “ser desconhecido” encontra-se sem camisa, apenas com uma calça jeans marcando suas pernas bem definidas. Um braço cobre o rosto, impedindo que alguém veja seu rosto. O cabelo é castanho escuro e bem curto. Gostaria de poder apreciar mais a vista, porém, precisa sair logo dali.

Ela corre até a entrada e veste a calça em tempo recorde. Procura por alguma chave mas não encontra em lugar algum. Megan tenta a sorte e força a maçaneta, talvez o outro cara tenha deixado a porta aberta. E ela acerta. Em poucos minutos, Megan já está no saguão com o celular em mãos.

Sam atende no terceiro toque.

"Olá para você também, querida. Sumiu por metade de um dia inteiro e não avisou nada! Você tem algum problema Megan?"

— Você pode me buscar?

“Onde você está?”

Ela passa o endereço e vai para o lado de fora do prédio para esperar por Sam. Enquanto espera, Megan pensa em Christan, e em como seu corpo se arrepia só de pensar em tê-lo dentro de si novamente. Ela suspira. Talvez ele fosse diferente. Talvez ele pudesse gostar de Megan. Talvez... Talvez ele não fosse mais um Will em sua vida.

Mas como saber? Como tentar, se só em pensar seu coração já doía?

Uma buzina a tira de seus devaneios. Um Audi R8 encosta na calçada do prédio.

— Sobe aí, gatinha. — diz Sam abaixando o vidro, assim que Megan se aproxima.

— Não me amola, Sam. — Megan senta no banco do carona e aperta o cinto.

— Hum, sim senhora. — e então, dá partida no carro.

Megan e Sam se conhecem há tempo suficiente para uma saber quando a outra não está bem. Ambas se conheceram em uma clínica de reabilitação. Depois de sofrer constantes abusos, Megan se perdeu no mundo, tomando um rumo totalmente diferente do que sempre planejou. Já Sam, sempre teve seus problemas e vícios.

Agora, dividem um apartamento no centro da cidade, onde racham as contas. Sam é cantora, e raramente fica em casa durante os finais de semana. Sua banda faz pequenos shows em alguns bares da cidade, mas por serem bons, ganham uma boa quantia quando tocam. Sam sempre foi muito grata por Megan ter entrado em sua vida. A ruiva não sabe, mas Sam teria acabado com sua própria vida se não a tivesse conhecido. Megan a ajudou na reabilitação, e lhe ensinou o que é a vida. O que é ter sonhos e como conquistá-los.

— Você está bem, Meg? — pergunta Sam sem tirar os olhos do trânsito.

— Estou bem, só... só um pouco preocupada.

— Preocupada com o que, querida? Você usou camisinha, né? Por favor, diga que usou. Não estou pronta para ser tia.

— Meu Deus Sam! Não é nada disso!

— Para você estar preocupada deve ser algo sério. — Sam se vira para Megan e tira um pouco sua atenção do movimento dos carros à sua frente.

— Não sei como vou pagar as contas, Sam. Nem o aluguel, nada. Eu estou desesperada. Tudo o que tinha tive que usar para pagar aquela dívida filha da puta.

— Ei, Meg, relaxa. Nós damos um jeito, ok? Sempre demos, agora não vai ser diferente.

Sam estaciona o carro na frente de um pequeno prédio na parte mais humilde da cidade. O edifício, por fora, é até bonitinho, assim como por dentro. Tudo lá é bem simples, e as garotas moravam no melhor apartamento do edifício.

O apartamento tem três quartos, pequenos e aconchegantes. Um de Megan, um de Sam e outro de bagunça, onde Sam guarda alguns de seus instrumentos. A sala também não é lá muita coisa, com um sofá enorme e acabado, com buracos no couro e pedaços de espuma saindo para fora, e uma pequena TV. Uma bancada de mármore divide a sala da cozinha. Na cozinha há um fogão de quatro bocas, uma minigeladeira e um armário.

Todo o apartamento é colorido. Com quadros estranhos pendurados nas paredes, porta-retratos e pôsteres. É simples, mas é um lar.

— Já que você está nesse clima péssimo, eu faço o almoço hoje. — anuncia Sam — Porém...

— A louça é minha, já sei.

Megan se joga no sofá e Sam senta ao seu lado, segurando sua mão.

— Está tudo bem, ruiva. Não fique assim.

— Não está tudo bem, Sam! Eu só não...

O toque do celular de Megan interrompe sua frase. Megan solta um palavrão e atende o celular.

— Alô?

"Megan? Sou eu, Christan."

— Christan?! Mas como... Como você... Christan?

“Desculpe, eu peguei seu celular enquanto você dormia.”

Sam olha para Megan com um sorriso malicioso no rosto e gesticula com a boca.

— Vou preparar o almoço. Boa sorte.

Megan a repreende com os olhos e a enxota do sofá.

— O que aconteceu? Esqueci alguma coisa aí?

"Sim, sim. Esqueceu de me avisar que iria embora."

— Não queria atrapalhar seu sono. E acredito que você esteja bem ocupado agora, cuidando do seu amigo jogado no sofá. Aliás... ele está bem?

"Ele está vivo, isso que importa. Mas enfim... Quero ver você de novo."

— Olha, foi muito bom te conhecer e tudo. Mas não vai acontecer de novo. Entendeu?

"Como assim? Megan eu..."

— Apague o meu número e me esqueça. É para o seu bem. Por favor, não faça ser mais doloroso do que já é.

Megan desliga o celular e o coloca sobre a mesa de centro. Será que ele realmente queria vê-la de novo? Ou queria apenas mais um sexo sem compromisso?

— Não faça ser mais doloroso do que já é, mimimi. O que foi isso, Meg? — Sam volta para a sala com dois pratos de miojo instantâneo em mãos. — Olhe amada, se o seu objetivo era assustar o cara, você não conseguiu. No máximo o fez rir um pouco.

— Eu não quis assustá-lo, Sam. Eu só não... Eu não...

— Tudo bem, eu entendo. Will. Você sabe que ele sumiu, não sabe? Sabe que nem todos os caras são iguais a ele. Você devia tentar algo com alguém, Meg.

— Eu sei. Esse cara, o Christan, parece ser legal... E é muito gostoso. Muito mesmo. Ótimo na cama, também.

— Ok! Não preciso de detalhes, vamos almoçar!

Antes de conseguir sentar-se a mesa, o celular de Megan toca de novo. Ela revira os olhos e atende.

— Eu já disse para você parar de...

“Megan, querida! Você está bem?”

— Mãe?

“Megan, ele voltou. Ele voltou, Megan. Por favor, tome cuidado.”

— Quem? Quem voltou mãe? Você pode se acalmar, por favor?

“Will voltou, Megan. Eu estou indo encontrá-la querida, por favor, fique em casa.”

Todo o peso do mundo parece ter caído sobre seus ombros. Todas as memórias de anos atrás voltam em sua mente, causando um aperto em seu peito. Megan despenca no sofá e o celular escorrega de suas mãos, batendo no chão frio da sala de estar.

Isso não pode estar acontecendo.


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