Contando Estrelas 3 escrita por Letícia Matias


Capítulo 8
Capítulo 8




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Chegamos em casa e eu fui direto tomar um banho. Estava exausta e com frio. Logo quando saí do banho vestindo meu pijama da Minnie que me lembrava bons momentos fui até a sala onde Johnny estava de pé em frente aquela grande janela admirando a vista.

– Está tudo bem¿ - perguntei.

Ele assentiu virando-se para me olhar.

Fui até ele e o abracei, ele beijou minha testa.

– Essa é uma vista incrível. – eu disse. – Eu realmente amo aqui.

– Eu também.

Ficamos em silêncio por um momento e depois eu disse:

– Eu estava me perguntando, o que você quer ganhar de aniversário¿ - olhei para cima para olhar para seu rosto.

Ele olhou para mim e sorriu e deu de ombros.

– Acho que já tenho meu presente.

Reprimi um sorriso.

– Não me venha com essa. É sério!

– Estou falando sério! – ele disse.

Ri baixinho e tornei a abraçá-lo.

– Eu te amo, sabia¿

Olhei novamente para ele.

Seu rosto iluminado apenas pela luz faca e amarelada do abajur encima do criado mudo ao lado do sofá. Seus olhos esverdeados e cinzas estavam intensos e eles olhavam diretamente para os meus olhos, sua boca estava um pouco aberta e sua respiração estava um pouco ofegante.

Ficamos em silêncio por um momento que pareceu eterno. As batidas de nossos corações acelerados era quase audíveis no nosso silêncio.

Passei o polegar delicadamente por seus lábios e depois contornei seu queixo com uma trilha de beijos até o pescoço.

Ele respirou fundo de olhos fechados.

– Mary. – ele sussurrou.

Olhei para ele. Meu coração estava acelerado e eu conseguia ouvir a minha pulsação em meus ouvidos.

– Sim¿ - sussurrei de volta.

– Eu te amo. – seu sussurro foi sensual e fez com que as palavras que ele disse ficassem muito mais bonitas naquela voz rouca e máscula.

Fechei os olhos enquanto ele beijava minhas bochechas, meu nariz, minha boca e meu pescoço.

Ele era envolvente, sensual, o tipo de homem que qualquer mulher poderia querer.

***

Abri meus olhos lentamente. Eu estava com frio. Vi que lá fora a chuva caía forte e o céu estava nublado.

Olhei para o lado, Johnny dormia respirando lentamente com a boca aberta. O único som que eu ouvia era o da chuva e da sua respiração calma.

Quando olhei para o pé da cama, ficou muito obvio o porquê eu estava com tanto frio, o edredom estava todo nos pés de Johnny. Revirei os olhos e sentei-me puxando o edredom para cima de nossos corpos. Honestamente, dormir com uma pessoa na sua cama era difícil, ainda mais quando a pessoa era espaçosa como Johnny e não gostava de cobertor. Como uma pessoa não podia gostar de cobertor em pleno inverno de Nova York¿

Olhei para o despertador, eram oito e meia da manhã. Levantei-me e fui até o banheiro escovar os dentes. Depois, fui até a cozinha preparar panquecas para comer.

Terminei de fazer meu café da manhã por volta das nove, então me sentei no sofá e fiquei comendo minhas panquecas olhando para o céu nublado e os enormes arranha-céus. Eu tinha que ligar para a minha mãe e convidá-la para ir a Aspen.

Terminei de comer e levei o prato até a pia, depois voltei e sentei-me no sofá pegando o telefone do gancho. Disquei o número de minha mãe. Muito provavelmente ela já estaria acordada. O telefone tocou e rapidamente foi atendido:

– Alô¿

– Mãe¿

– Mary, oi! Há quanto tempo não falo com você.

– Sim eu sei. Desculpe-me por isso. Eu estive... Ocupada. Mas, me conte, como a senhora está¿

– Estou bem. Tenho ido para as aulas de Pilates, Yoga, Hidromassagem. Bem, a lista é longa. Tenho me envolvido em muitas atividades físicas.

– Fico feliz por isso, mãe. A senhora deve estar com tudo em cima. – eu disse rindo.

Ela riu do outro lado da linha.

– É verdade, está tudo bem firme e em cima.

– É ótimo ouvir isso. E Michael, está te ajudando, sendo atencioso¿

Ela suspirou.

– Acredite ou não, me surpreendi muito com Michael. Ele está sempre comigo quando estou em casa. Esses dias até fizemos caminhada juntos de manhã!

– Jura¿ Nossa isso é bem inesperado. Bem, fico feliz que ele esteja te ajudando. Você... Está bem mesmo¿

Ela respirou fundo e depois de um momento disse:

– Estou melhor do que achei que estaria.

Mordi o lábio.

– É bom ouvir isso. Ah e me desculpe por não ter ligado antes, aconteceram muitas coisas.

Ela fungou.

– Sim, eu fiquei sabendo que você foi idiota o suficiente para aceitar Johnny de volta. Mary, ele te traiu.

– Não traiu. – apressei-me a dizer. – Eu... Também pensei isso, eu vi uma cena horrível, mas... Eu confio nele, mãe.

– Bem, eu nunca vi ninguém fazer as coisas que vocês fazem um pelo outro, então... Sim, vocês devem se amar muito.

– Bem, eu... Liguei para fazer um convite a você.

– É sobre o aniversário de Johnny¿

Como ela sabia disso¿ Foi isso o que eu perguntei, então ela respondeu:

– Krystal e eu estamos sempre nos falando e ela me convidou. Eu e Michael passaremos uma semana lá.

– Jura¿ - disse franzindo a testa. – Bem, acho que isso é legal. Você vai este fim de semana¿

– Sim. Alaric virá nos buscar de helicóptero.

– Ah, que bom. Então... Nos vemos no sábado¿

– Pode apostar.

– Mãe, é simplesmente ótimo vê-la animada. Estou com saudades.

– Ah querida, eu também estou com saudades e estou feliz que você esteja bem. Bem, tenho que ir, estou indo para a aula de vôlei agora.

Reprimi um sorriso.

– Tudo bem. Eu te amo.

– Eu também te amo querida, tchau. – e então ela desligou.

Coloquei o telefone de volta no gancho. Eu estava surpresa, realmente surpresa com o estado da minha mãe.

Decidi voltar para a cama, eu ainda estava com sono e tinha mais um tempinho para dormir.

Entrei no quarto de fininho e fui até o guarda-roupa colocar uma jaqueta de moletom vermelha. Eu estava morrendo de frio. Deitei-me cuidadosamente na cama e joguei o edredom por cima de mim até cobrir meu queixo. Adormeci alguns minutos depois que meu corpo se aqueceu embaixo do cobertor.

***

Quando acordei novamente, Johnny estava sentado na cadeira de rodinhas mexendo no seu notebook encima da escrivaninha. Ele não percebeu que eu tinha acordado então, tive o prazer de assistir ele passando fotos minhas na tela de seu computador.

Abri um enorme sorriso ao ver uma foto minha dormindo. Ele tinha tirado essa foto hoje enquanto eu dormia. Eu estava com a blusa de moletom vermelha, dormindo e Johnny focou bem no meu rosto e então pude ver uma parte da blusa vermelha que eu estava usando.

Ri baixinho. Eu não entendia aquela obsessão dele por tirar fotos minhas enquanto eu dormia.

– Essa é nova. – eu disse.

Ele virou-se assustado e sorriu ao ver meu sorriso para ele.

– Bom dia. – ele disse.

– Bom dia.

Levantei-me da cama e fui até ele me curvando sob a cadeira, passando meus braços ao redor de seu pescoço e lhe dando um beijo no rosto.

– Porque você tem tantas fotos minha dormindo¿ Olhe a minha cara de bolacha nesta foto! – eu disse apontando para a tela do computador.

Ele riu e olhou para mim.

– É a cara de bolacha mais linda que eu já vi. Eu amo ver você dormir.

Ri ao ouvir aquelas palavras saindo de sua boca. Balancei a cabeça de um lado para o outro.

– Eu te amo muito, sabia¿.

Ele assentiu e eu ri novamente.

–Me diga, o porquê gosta tanto de me ver dormir. – eu disse sentando em seu colo ainda com os braços ao redor de seu pescoço.

Ele encarou a foto por um momento e depois virou-se para me olhar:

– Você quando está dormindo é... Tranquila. Não é aquela pilha de nervos, aquela rebelde que eu conheço. Não que eu não goste da sua rebeldia e de quando você está nervosa e grita comigo, eu tenho vontade de te agarrar quando você está nervosa comigo, mas, - ele riu junto comigo – quando você está dormindo, é só você, tranquila, sua respiração calma. É você natural, sem maquiagem, sem nada para esconder. Você fica vulnerável, sabe¿ Você fala dormindo, coisas que você nem imagina que fala você fica com o seu cabelo lindo e bagunçado, dorme com a boca aberta às vezes. Você é você, tranquila, sonhando, respirando. Eu... Amo tudo isso. Enquanto você dorme eu posso ver bem quem você é, por dentro e por fora.

Ele parou de falar e eu fiquei olhando para ele.

Era uma observação muito... Profunda. Era lindo e estranho.

– Porque está me olhando assim¿ - ele perguntou quebrando o silêncio.

– É estranho você gostar de me ver dormindo de boca aberta, ver as remelas no meu olho de manhã, sentir meu bafo, ver meu cabelo embaraçado. – eu disse reprimindo um sorriso.

Ele riu.

– Acho que você fica linda desse jeito. Acordada ou dormindo, você é linda e eu sou apaixonado pelo furacão e pela brisa de outono.

– Acordada eu sou o furacão e dormindo eu sou a brisa de outono. – conclui.

Ele assentiu.

– Você é louco e eu te amo.

Ele deu de ombros.

– Esse motivo é o suficiente para eu tirar fotos de você dormindo¿

– Sim, é lindo, mas não deixa de ser estranho.

Ele sorriu.

– Não seja hipócrita. Já peguei muitas vezes você olhando para mim enquanto eu dormia.

Ri alto.

– Olhar é uma coisa, tirar fotos de uma pessoa dormindo de boca aberta, é outra coisa completamente diferente.

Ele deu de ombros.

– Eu gosto de ver você dormi, o que posso dizer¿ - eu disse dando de ombros.

– O que gosta de ver em mim dormindo¿ Posso garantir que não sou lindo como você é dormindo.

Revirei os olhos.

– É sim. Eu... Gosto de olhar seu rosto, sabe¿ Seu queixo quadrado com barba, seu bigode fininho, seu furinho no queixo, sua boca carnuda e vermelhinha. – ele sorriu e eu também. – Seu nariz perfeitinho, seus olhos fechados, sua sobrancelha grossa, seu cabelo todo bagunçado. O jeitinho que você dorme com a boca um pouquinho aberta - ri. – Mostrando as pontinhas dos dentes... Sei lá, não sou tão boa com as palavras para descrever do jeito que você descreve, mas, amo todas essas coisas em você, acho lindo, gosto de admirar.

Ele me deu um beijo rápido.

– Então chegamos a conclusão que nós dois admiramos o outro enquanto um está dormindo e o outro está acordado¿

– Então está resolvido. Não sou mais o psicopata.

– Na verdade, continua sendo um pouquinho, mas eu gosto disso.

Ele riu baixinho.

– Bem, mudando de assunto, liguei para minha mãe, ela estará em Aspen neste fim de semana.

Ele assentiu.

– Ótimo.

– Eu não vejo a hora. – sussurrei e lhe dei um beijo no pescoço.

O fim de semana chegou rápido. No sábado de manhã já estávamos embarcando num jatinho particular em rumo a Aspen.

A aeromoça nos serviu nozes quentes com café expresso de café da manhã e eu comi de bom grado já que estava morrendo de fome.

Johnny e eu estávamos sentados um do lado do outro. O avião decolou. Olhei para ele e sorri.

– Está ansioso para ver sua família novamente¿ - perguntei.

Ele deu de ombros.

– Sei que vou ouvir muitas reclamações sobre minha pessoa.

Franzi a testa.

– Porque¿

– Porque eles sabem de nossa briga, sabe que terminamos e eles acham que eu te traí.

Assenti lentamente.

– Não se ofenda, mas todo mundo acha isso.

Ele assentiu de cara feia.

Ri

– Não acho que eles estragarão um momento bom desses dizendo que você é um canalha filho da mãe.

Ele me olhou e deu um sorriso irônico.

– Estou começando a achar que essa é a sua opinião sobre mim.

Sorri e revirei os olhos.

– Estou com sono. – eu disse e apoiei minha cabeça em seu ombro.

Ele deu um sorriso malicioso e eu ri.

– Durma um pouco.

– Não quero deixá-lo sem nada para fazer.

– Quem disse que eu não terei nada para fazer¿

– Na verdade, não quero deixá-lo sozinho com a aeromoça.

Ele riu.

– Meu Deus, o que fiz para merecer uma namorada ciumenta como você¿

Dei de ombros e entrelacei minha mão na sua. Olhei pela pequena janelinha do avião e vi que uma cama enorme de nuvens cobria o céu e por mais frio que estivesse o céu estava muito azul.

Johnny passou a mão no anel em meu dedo. Olhei para o anel e depois para Johnny e sorri.

– Esse anel é o meu preferido. – eu disse.

Ele sorriu.

– Será que ele irá ser substituído por uma aliança¿

Engoli em seco. Aquela ideia me assustava um pouco. Apenas sorri.

– Eu estava pensando, - ele disse – Que nas férias de verão, podíamos ir viajar, eu e você. O que você acha¿

– Acho uma ótima ideia. – eu disse me encolhendo na cadeira e bocejando. – Para onde¿

– Vários lugares. Você pode escolher.

– Hmm... Londres!

– Londres. – ele assentiu aprovando. – Apenas, tire Colorado da lista.

– Ok, Colorado está fora. Londres e México. Há muito tempo não vou para o México.

– Qual lugar do México¿

– Cancún. – eu disse.

– Ótimo. Também quero te levar em outro lugar.

– Qual¿

Ele deu um sorriso malicioso.

– Não vou falar.

– Johnny.

– Mary.

– Por favor, fale.

– Não. É surpresa. Mas está decidido então que nas férias de verão iremos para Londres, Cancún e outro lugar que eu escolher.

Mordi o lábio.

– Mal posso esperar, sabia¿

Ele sorriu e me deu um beijo na bochecha.

Deitei novamente a cabeça em seu ombro e logo adormeci.


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