Eu estava sentada na mesa da cozinha selecionando as fotos do nosso casamento que eu queria que aparecesse na matéria da revista.

Sorri ao lembrar-me do dia tão mágico que foi o dia 15 de Agosto. O Sol brilhava intensamente e as ondas do mar quebravam uma atrás da outra. Phoebe, Katie, Krystal e minha mãe haviam organizado toda a decoração. Tínhamos escolhido casar numa ilha paradisíaca no Caribe. Uma reunião de amigos mais íntimos e a família. Tínhamos nos casado um ano depois de Johnny me pedir em casamento em seu ateliê.

Nós estávamos um de frente para o outro de mãos dadas, fazendo nossos votos de casamento enquanto nossos convidados estavam sentados em bancos em oito filas. Lá na frente, estavam apenas eu, Johnny e o Padre.

Eu estava com um vestido branco rodado tomara que caia com detalhes prateados e os cabelos soltos e com uma coroa estilo havaiana com margaridas, e estava descalça, Johnny estava de smoking apesar de estar calor. Era final de tarde e o Sol estava se pondo no horizonte do caribe.

– Johnny Donahue, você aceita Mary Anne McCurdy como sua legítima esposa, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até os dias finais de sua vida¿

Johnny sorriu o maior sorriso de todos.

– Sim.

– Mary Anne McCurdy, você aceita Johnny Donahue como seu legítimo esposo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até os dias finais de sua vida¿

– Sim. – respondi olhando nos olhos esverdeados de Johnny.

– Bem, neste caso, eu os declaro marido e mulher.

Sorrimos um para o outro e colocamos a aliança no dedo um do outro.

Eu estava segurando um buquê de margaridas. Johnny e eu nos beijamos e assovios e aplausos nos saudaram enquanto nos beijávamos.

Mordi o lábio e sorri colando minha testa na testa de Johnny, nós dois sorríamos intensamente um para o outro e flashes registravam todos os nossos momentos possíveis. Henry foi o nosso fotógrafo e fez um trabalho incrível.

Johnny me pegou no colo e eu soltei um gritinho e comecei a rir. Minha coroa caiu no chão, ele me rodopiou e depois me colocou no chão.

Apoiei-me nele e me abaixei para pegar minha coroa e colocar em minha cabeça novamente.

Não teve festa ou algo do tipo depois da cerimônia, apenas tiramos fotos e mais fotos e depois ficamos na praia só nós dois, depois que nossos familiares foram para o aeroporto. Nossa lua de mel seria ali mesmo e eles tinham vindo apenas presenciar nossa união oficial.

A ilha estava silenciosa e havia ainda um pouco da claridade do Sol.

Levantei-me e comecei a correr de Johnny segurando o meu vestido com certa dificuldade, ele era muito pesado. Eu ria e corria enquanto ele corria descalço em minha direção. Era o melhor dia da minha vida.

Ele me pegou no colo e começou a me rodar na beira da praia e então caímos rindo na água salgada da praia.

Mais tarde naquele dia, estávamos num hotel particular que Alaric e Krystal haviam alugado para nós, apenas para nós, era de um amigo de Alaric e estava desocupada para eu e Johnny passarmos nossa lua de mel.

Estávamos deitados na cama enrolados em lençóis brancos olhando um para o outro extremamente sorridentes e bobos com tudo aquilo.

Com certeza o melhor dia da minha vida. – pensei selecionando as fotos e enviando-as para a coordenadora da Vogue.

– É tão legal que eles queiram fazer essa matéria sobre nosso casamento. – Johnny disse chegando por trás de mim e me abraçando.

– É sim. Eu estou tão feliz de ser modelo agora.

– Modelo e fotógrafa! – Johnny me corrigiu.

– Pois é, modelo e fotógrafa!

Ele me deu um beijo rápido e se agachou ao meu lado. Colocou a mão na minha barriga e olhou bem nos meus olhos.

– Está ansiosa¿

– Um pouco. Falta uma semana!

Ele assentiu e sorriu.

– Estou bem ansioso.

Sorri para ele e balancei a cabeça. Era extremamente maravilhoso e surpreendente como em quase três anos nossa vida tinha mudado de maneira drástica e como continuávamos com a mesma aparência. Eu tinha feito vinte e dois anos no dia anterior e Johnny estava com trinta e três e ambos permanecíamos com a mesma aparência. Tínhamos nos mudado para uma casa muito boa em Santa Mônica, Johnny abriu sua empresa junto com Alaric e eu era modelo e fotógrafa na Vogue e estava há uma semana de ganhar nossa pequena Harmony.

– Eu vou subir e me deitar, você vem¿

– Eu só vou terminar de escrever o artigo e mandar as fotos, já vou subir.

Ele sorriu e se levantou, me deu um beijo e subiu as escadas.

Eu estava com um pouco de dor nas costas então decidir levar o notebook para a sala e sentar-me no sofá perto da lareira onde Marley, nosso labrador, estava deitado dormindo.

Fiz um carinho rápido em sua cabeça enorme e voltei minha atenção para o notebook.

As fotos eu já tinha enviado, agora faltava rever o artigo. Estava tudo certinho, só quis acrescentar algo no final:

“Não importa quantos planos você faça, a sua vida sempre os mudará, e acredite, mudanças, acasos, encontros, podem mudar sua vida para sempre. Se eu não tivesse ido jantar na casa do amigo do meu pai, como eu já havia feito inúmeras vezes com má vontade, eu nunca teria conhecido a pessoa que eu mais amo nesse mundo. Acreditem se quiser, a vida pode lhe surpreender de maneiras inexplicáveis”.

Cliquei em enviar e suspirei fechando o notebook e colocando-o encima do sofá.

– Boa noite Marley. – eu disse acariciando a cabeça do meu cachorro labrador.

Dei uma olhada na árvore de Natal enorme que eu e Johnny havíamos montado alguns dias atrás. Estava toda enfeitada e colorida com luzes de natal. Sorri.

Subi as escadas devagar e quando cheguei ao topo da escada dei de cara com o quartinho da pequena Harmony que estava vindo por aí.

Abri a porta e sorri ao ver como estava tudo arrumadinho.

Fui para o meu quarto e de Johnny, olhei-me no espelho antes de deitar na cama. Eu estava muito barriguda. Era muito engraçado me ver assim. Eu estava com um vestido bege de lã, uma meia calça preta e mais uma meia nos pés.

Deite-me de barriga para cima e Johnny disse:

– Sua mãe chega aqui amanhã¿

– Sim, na verdade todos eles chegarão amanhã. Temos de pegar Katie e Henry no aeroporto.

– Tudo bem. – Johnny disse. – Tente dormir um pouco.

Olhei para ele.

– Tudo bem. Boa noite.

– Boa noite amor.

Eu lhe dei um beijo e depois tornei a olhar para o teto. Eu estava sem sono.

Olhei para a janela e vi que lá fora estava nevando.

Sorri e fiquei observando a neve cair até que adormeci e sonhei com uma garotinha de cabelos pretos de olhos verdes fazendo um boneco de neve.