Hate that i love you escrita por Thay Oliveira


Capítulo 21
Marley


Notas iniciais do capítulo

Oii! Demorei um pouquinho, mas o importante é que tô att com mais frequência.
Boa leitura :)



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   — Você tem certeza da sua escolha?

 

Rachel respirou fundo ao ouvir o questionamento do seu pai Hiram e afirmou:

 

 — É a única certeza que tenho.

 

Leroy que estava de pé apoiando levemente seu braço sobre o ombro do marido que estava sentado na imponente cadeira de seu escritório, caminhou até Rachel. Ele agachou numa altura que seu olhar encontrasse com de Rachel em par de igualdade e confessou:

—Eu não poderia estar mais feliz com essa notícia. Não é que eu não considere direito um curso notável. Pelo contrário, fiquei surpreso e alegre quando disse que cursaria essa graduação. Porém, sei que você respira arte e que não há nada nesse mundo que possa te deixar verdadeiramente feliz como ela.

 

Rachel abraçou Leroy apertado. Ela realmente não esperava essa reação dos pais. Achava que eles quisessem que ela fizesse um curso “responsável” e que não optasse pelas artes cênicas.

 

Ela abriu um sorriso antes de falar:

 

— Sinceramente, eu não estou acreditando na calmaria de vocês. Eu estava preparada para o maior sermão que eu da minha vida, mas não.. vocês não brigaram comigo.

 

— E por quê brigaríamos? — Hiram quis saber se ajeitando em sua cadeira. 

— Eu não sei, talvez por não ser um curso com um futuro certo.

 

— Nenhum é, Rachel. Não é porque você faz direito ou engenharia que terá a certeza de um futuro próspero. Nada próspera sem amor e dedicação.

Rachel não estava reconhecendo seus pais. Ela sorria abertamente para os dois. Passara tanto tempo criando um limite embasado pelo medo e insegurança entre sua relação com eles que acabou esquecendo como eles poderiam ser receptivos ao acaso.

 

Ela levantou e foi até Hiram e o abraçou. Pouco depois sentiu Leroy a abraçando também.

 

— Finalmente minha estrelinha vai brilhar como nunca! — Exclamou Leroy animado.


           [...]

 

  Quinn depositava os livros nas prateleiras com um pouco de dificuldade. Eram tantos em seus braços que era difícil numerar.

    Hoje era o último dia de aula antes do recesso das festas de fim de ano. Nos últimos dias, ela se dedicou mais ainda aos estudos. Entrou em alguns grupos de estudo, fazia diariamente resumos, sem exceção, sobre todos os assuntos abordados em aula. Usava o estudo para esquecer o passado; o antigo e o mais recente também.

 

 Não era fácil. Ela sabia que não seria. Mas com o passar dos dias, foi traçando objetivos diários e essa tática a ajudava a pensar menos no que havia acontecido, ajudava também a pensar no futuro; começava a se enxergar nele.

 

 Sua vida se resumia exclusivamente a estudar.

 

Saiu da biblioteca e rumou pelo jardim do campus em direção à saída. Estagnou quando ouviu alguém gritar atrás dela.

 

 — Você esqueceu sua bolsa.

 

Uma jovem, um pouco ofegante, estendia a bolsa para Quinn.

 

— Meu Deus! — Pegou a bolsa — Onde eu estava com a cabeça pra ter esquecido a minha bolsa?!

 

— Nos livros. — Respondeu a jovem observando Quinn mexer em sua bolsa.

 

Quinn, que até então tinha sua atenção na bolsa, olhou para jovem à sua frente. Ela tinha longos cabelos loiros, um óculos preto que lhe caía muito bem sobre o bonito par de olhos azuis e maçãs do rosto rosadas como se fosse uma boneca. Quinn a achou linda, tanto que demorou para falar algo.

 

— Você literalmente salvou minha vida. Minhas anotações e trabalhos estão no notebook que está aqui dentro, eu não consigo cogitar minha vida sem ele. Não sei como te agradecer.

 

Elas se olharam por longos segundos até que a jovem ajeitou seu óculos e sugeriu:

 

 — Está bem frio hoje, talvez um café seria uma boa forma de agradecer.

 

Quinn abriu a boca, mas não conseguiu dizer nada. Estava surpresa com o convite.

 

 — Olha eu sendo inconveniente. Você tava de saída, deve estar querendo descansar..

 

— Eu aceito. — Quinn não sabia explicar para si mesma o porquê de aceitar o convite. Não era costume dela sair com pessoas que mal conhecia. Mas estava tentando praticar o novo e deixar o velho no seu lugar pertencente, no passado.

— Mesmo? — Perguntou sem acreditar.

— Mesmo. — Respondeu sorrindo levemente.

 

— Tem uma cafeteria ótima aqui perto, o capuccino de lá é sem igual. — Falou animada. — A propósito, meu nome é Marley.

 

Marley estendeu a mão em cumprimento para Quinn.

 

 — O meu é Quinn. — Aceitou a mão de Marley, a fitando por um instante. — Vamos então a cafeteria do capuccino sem igual.

 

  Marley sorriu e as duas foram lado a lado na direção da cafeteria.

 

 A cafeteria era charmosa, não se comparava com o estilo contemporâneo do Starbucks. Era pequena, apenas tinha cinco mesas e alguns bancos perto do balcão. Suas cores quentes lhe deixava aconchegante para seus clientes. Estava cheia, mas por sorte havia uma mesa livre com a vista para o campus de Columbia.

 

 Elas se sentaram e uma atendente foi até elas.

 

— Boa tarde, o que desejam?— perguntou a atendente.

 

— Um capuccino para mim. — Marley respondeu genuinamente feliz. — E para você, Quinn?

 

— Eu vou pedir o mesmo. Quero experimentar esse capuccino sem igual. 

A atendente perguntou se elas queriam mais alguma coisa, mas as meninas disseram que não então ela se dirigiu ao balcão.

 

Quinn observou Marley olhar para as mãos. Ela estava evitando um contato visual com Quinn por causa da timidez. Quinn, que sabia exatamente como era essa sensação, perguntou:

 

— Qual o curso você faz?

 

 Marley agradeceu internamente por Quinn ter a iniciativa da conversa.

 

  — Eu curso arquitetura.

 

  — Eu fiquei na dúvida entre direito e arquitetura antes de começar, mas acabei optando por direito. Você deve adorar o curso.

 

 — Sério? Eu adoro o curso, mas não vou negar que tem umas matérias que eu preferia não ter.

 

  — Eu sei bem como é isso.

 

  As duas riram. 

 A atendente voltou com duas canecas numa bandeja. Colocou uma na frente de cada e Quinn não conseguiu evitar de sorrir para a caneca.

 

 — Chantilly?

 

 — Você não gosta? Devia ter dito que vinha com, posso pedir outro para você e..

 

 — Ei — Segurou a mão de Marley que já estava levantando. — Eu amo chantilly!

 

 Marley respirou aliviada e sorriu pra Quinn. As mãos delas permaneceram juntas até que Marley olhou para elas e as duas romperam o contato ao mesmo tempo.

 

 Quinn tentou beber sem se sujar, mas falhou. Marley, percebendo o bigode de chantilly que tinha ficado na jovem a sua frente, bebeu de uma forma que ela também ficasse com bigode de chantilly.

 

  — Agora estamos iguais.

 

 Quinn riu, mas logo parou indagando:

  — Eu tô com bigode de chantilly?

 

 — Um bem grande! — Respondeu rindo da situação.

 

 Quinn arqueou a sobrancelha para Marley que sentiu seu interior gelar. Se recompôs, pegando um guardanapo que estava perto dela e perguntou:

   — Posso?

 

  Quinn relaxou e balançou a cabeça positivamente. Marley, delicadamente, limpou o bigode que se formara em Quinn. Ela não conseguia desviar o olhar do de Quinn que também não fazia questão nenhuma de quebrar o contato visual.

 

 — Você é bonita. — Marley deu voz aos seus pensamentos e logo depois se arrependeu quebrando o contato visual.

 

 — Obrigada. — Respondeu Quinn sem graça.

 

  Elas conversaram um pouco sobre seus cursos e terminaram de tomar  o capuccino. Na hora de pagar a conta, Marley se ofereceu para pagar já que tinha sido a mesma que tinha convidado Quinn para à cafeteria, mas Quinn disse que pagaria como forma de agradecimento por ela ter corrido o campus inteiro atrás dela para devolver a bolsa. Estava quase escurecendo, quando elas saíram da cafeteria.

 

 — Tem certeza que não quer uma carona? — Marley ofereceu mais uma vez quando as duas chegaram perto do carro de Marley.

 

 — Meu apartamento não fica tão longe daqui e eu gosto de andar, mas obrigada por oferecer.

 

 As duas ficaram se olhando sem jeito até que Marley invadiu o espaço de Quinn, depositando um beijo na bochecha dela.

 

 — Foi um prazer te conhecer, Quinn.

 

 — O prazer foi meu.

 

 Marley abriu a porta do carro e logo deu partida. Quinn ficou olhando o carro sumir na rua pensando que no final não foi algo ruim ter esquecido sua bolsa na biblioteca.

 

 — Que sorriso é esse aí? — Santana perguntou quando viu Quinn chegar com um sorriso no rosto.

 

— Não tem sorriso nenhum. — Deixou o cabelo cair na frente de seu rosto e se recompôs. Nem ela tinha percebido que estava sorrindo.

 

 — Humm, você não me engana! Tá me cheirando a mulher. —  Quinn engasgou com a água que estava tomando, fazendo Santana semicerrar os olhos. — Eu não acredito, é mulher mesmo.. não vai me dizer que é aquela anã.

 

 — Não é! — Quinn respondeu pensando que não tinha pensado em Rachel naquele dia e como isso tinha sido um alívio. As lembranças a machucavam e não lembrar era a única opção que ela enxergava para seguir. — Hoje tomei um capuccino com uma garota da faculdade, mas não é isso que você está pensando.

 

 — Não estou pensando em nada, loira. — Riu sarcasticamente. — Mas fico feliz que você esteja conhecendo pessoas novas.

 

  — Eu também.

 

 Quinn não disse mais nada, apenas deixou um beijo na bochecha de Santana e foi para o quarto. Ela deixou seu corpo cair na cama e fechou os olhos lembrando do seu dia. Tinha sido leve e divertido como não era há um tempo. Sorriu com a sensação. Mudanças estava acontecendo em sua vida e ela não poderia estar mais aberta para elas.






   

 

   






   

 

   


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Notas finais do capítulo

Capítulo novo, personagem novo e muitas mudanças por vir no rumo da história..
Gostaram da Marley? ( Eu particularmente a acho um amorzinho)
Rachel trocando de curso.
Quinn seguindo em frente.
Me digam o que acharam, adoro ler o que vocês estão pensando sobre a história.
Beijo no ♥ de vocês! Até a próxima o/



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