" É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar, na verdade não há. "

Pais e Filhos - Legião Urbana

Quando meu pai disse que poderia lutar queria sair saltando e pulando de alegria infinita. Depois de muita discussão e o “apoio” do Pedro, Dandara como sempre me salvou mais uma vez.

– Eu não acredito que não me apoiou. – digo meio chateada com Pedro, assim que meu pai e Dandara foram em direção ao Perfeitão.

– É que eu só queria te proteger, e salvar minha vida, por isso concordei com seu pai. – ele diz fazendo aquela carinha toda fofa.

– Parece que você não me conhece, acha mesmo que meu pai ou você iriam me impedir? Eu daria meu jeito. – conto a ele. – Eu queria que você me desse força

– Eu sei, mas não dei força por que você sabe lidar com seu pai melhor que eu. – ele explica. – Me perdoa vai.

– Vou pensar. – digo, mas na verdade já desculpei. Ele se aproxima e pega minha mão, e entrelaça com a dele e a beija.

– Pensei que você estava com raiva de mim por hoje mais cedo. – ele diz, e eu reviro os olhos. Pedro hoje cedo fez uma ceninha de ciúmes, coisa que nunca tinha acontecido comigo, alguém ter ciúmes de mim. E uma parte de mim realmente gostou disso, apesar de que a outra odiou profundamente.

– Eu não gostei da sua atitude, mas acho que te entendo. – digo, e então sorrio. – Mais parou com isso, Cobra e eu sempre seremos apenas amigos.

– Ta bom, vou tentar me controlar. Prometo. – ele diz, e então me beija. Então seu celular apita, ele o pega e assim que lê balança a cabeça.

– Tia Dandara pediu para chamarmos o João lá no QG, pois o pai dele disse que ele já saiu de casa faz uma hora. – ele diz.

– Mais é viciadinho mesmo. – eu digo e vamos para lá.

Cobra assim que nos vê fica tenso, e então percebo que Jade está sentada em seu colo. Ela me olha mas logo abaixa a cabeça, João está super concentrado no jogo, e tem outra menina de frente pra ele jogando também.

– Jonhy sua mãe mandou eu te chamar para jantarem lá no Perfeitão. – Pedro diz, e na hora Cobra chega mais perto.

– Ô viciadinho, seu amigo está te chamando. – Cobra tira o fone da orelha do João, e só assim nos ver.

– O que foi Pedro? – João pergunta.

– Sua mãe está te esperando no Perfeitão. – Pedro diz. – Cobra, Jade que tal vocês irem lá também? Minha banda vai tocar.

Eu sou a primeira a abrir a boca com a atitude do Pedro, mas então ele olha pra mim, e vejo o que ele está fazendo, ele está se esforçando.

– Tem certeza, guitarrista? – Cobra pergunta, olhando de mim pra Jade.

– Acho melhor não, eu já estou indo pra casa. – Jade diz, e se coloca atrás da garota. – Camila, vamos.

– Jade eu estou morrendo de fome, não tem nenhum lugar pra ir? – a menina diz se levantando.

– Vem com a gente. – João diz, e então parece que percebe que falou em voz alta, ele abaixa a cabeça e fica vermelho.

– Está decidido, todos vamos para o Perfeitão. – Pedro comemora.

– É então vamos para lá. – digo, apesar de não querer proximidade com essa Jade, tento me esforçar também, pois se Pedro pode, eu também posso.

– Quer saber, então vamos. – Jade diz, mas abre a bolsa e pega dinheiro. – Hum, Camila vai indo com os meninos, e Cobra deixa que eu feche o QG com a Karina.

– Comigo? – eu na hora pergunto.

– Com ela? – pergunta o Cobra, Pedro e João ao mesmo tempo.

– Sim, com você. – ela diz olhando pra mim. – Preciso falar com você.

– Okay então. – Pedro diz, e chama os meninos e a garota pra fora.

Eles saem e eu fico parada tentando entender o que Jade quer comigo, já que ele apenas me olha e faz umas caretas.

– Fala logo o que você quer garota. – eu digo, já me estressando com a demora dela.

– Hum, sabe Karina. Eu queria te pedir desculpas pelo o que fiz. – ela fala.

– O Cobra que mandou você fazer isso, né? Por que se quer saber pouco me importa.

– O Cobra falou muito na minha cabeça, mas não foi ele que me convenceu a vir falar com você. – ela responde.

– Foi quem então? – digo, já que sou curiosa.

– Na verdade, foi o Pedro. – ela fala, e eu me surpreendo. – Sim, pode acreditar. Ele me disse algo que realmente me tocou, e eu já tinha percebido o que eu tinha feito era errado, mas não estou acostumada a pedir desculpas.

– E por que está pedindo a mim? – pergunto.

– Por que o que fiz foi estupido, e sem motivo real. Estava apenas com ciúmes do Cobra.

– Quantas vezes vou ter que dizer que somos apenas amigos.

– Eu estou percebendo isso. – ela diz. – Então você poderia me desculpar, eu prometo ser melhor, eu realmente não sou de todo mal.

Ela me olha esperançosa, e eu ainda não sei se confio nela mas dá pra ver que ela é sincera no que diz, e eu realmente espero que o que estou vendo seja um arrependimento verdadeiro.

– Ta bom, está desculpada. – digo por fim. – Agora podemos trancar isso, e irmos. Além de eu estar com fome, gosto de ver o Pedro tocar.

– Hum, como que pensei que você e Cobra poderiam ter algo, está na cara que você é louca no Pedro. – Jade diz e eu prefiro ignorar.

Fechamos o QG e fomos direto para o restaurante ao chegarmos vimos Pedro junto com a banda no palco improvisado, meu pai e Dandara estavam numa mesa, e um pouco mais pra trás estavam Cobra, João e a garota nova, Camila.

– Nossa demoraram em, já estava pensando em ir lá para achar apenas a carcaça da Jade. – Cobra diz.

– Por que só a minha? – Jade indaga e se senta.

– Porque a K é mais forte, e sabe lutar? – Cobra ironiza.

– Mais ela é tão baixinha, acho que dou conta. – ela diz, e eu resolvo ignorar.

– Fica realmente difícil saber quem ganharia a maluca ou a esquentada. – João diz, e Camila dá uma risadinha, mas então abaixa a cabeça.

– E você quem é? – eu pergunto pra ela.

– Essa é a sobrinha ..... – já de começa a falar.

– Estou perguntando a ela. – digo, e a menina sorri pra mim, e Jade dá uma emburrada.

– Camila, meu nome. Sou sobrinha do Edgard. – ela responde.

– Para, é tio Eddy. – Cobra diz com uma voz super feminina. E todos riem, até a sobrinha dele.

– Boa noite, gente. Como sempre Galera da Ribalta vai encantar sua noite com uma boa música. Espero que gostem e aproveitem. – Pedro diz segurando sua guitarra, e sorrindo.

– É isso aí Brasil, e se quiserem nos chamar para qualquer evento, é só falar com o nosso amado amigo Nando. – Sol fala, e aponta para Nando que está comendo um sanduiche.

– Vamos começar com Longe de Você, do Charlie Bronw. – Pedro diz, e começa com a tocar a guitarra.

A voz da Sol é realmente linda, e a banda toda tem talento, e eu meio que gosto de assistir eles tocarem, sendo mais especifica adoro ver o Moleque tocar. Esse brilho no olhar dele, a animação e toda dedicação me faz perceber que somos parecidos de certa forma, enquanto eu tenho que tentar convencer ao meu pai que sou uma boa lutadora, ele tem que convencer ao mundo que é um bom músico.

– Você parece está babando. – Cobra diz me cutucando.

– Deixa ela Cobra, até eu babaria no meu namorado se ele tocasse igual ao Pedro. – Jade diz.

– Quer dizer que gosta de guitarristas também? – Cobra fala.

– Hum, eles são atraentes. – Jade responde, mas então aproxima do ouvido do Cobra e diz. – Mas prefiro os lutadores.

Eles começam a se beijar, e eu olho para o João, e Camila e nós três fazemos cara de nojo. Depois de um tempo, os dois resolveram voltar para o QG, Camila, João e eu ficamos na mesa curtindo o som, e depois a comida chegou e então comemos. Galera da Ribalta cantou mais algumas músicas, umas internacionais e outras nacionais.

– Como essa é a última música, iremos cantar, quer dizer, a Sol vai cantar uma canção que eu escrevi, que é inspirado na minha namorada Esquentadinha. – ele diz, e então segura seu cordão com as luvas. – Ela entrou na minha vida e fez tudo ter sentido, essa é sua música e sempre será, minha menina do sorriso de lado.

Pedro manda um beijo e pisca pra mim, e então eles começam a tocar Esse Seu Jeito, e eu fico ao mesmo tempo envergonhada e emocionada.

Assim que acaba a música, Pedro vem pra mesa conosco, e logo começa a roubar minhas batatas fritas.

– Hey, para com isso. – reclamo.

– Você nem estava comendo. – ele diz, e pega uma batata e coloca na minha boca. Eu começo a bater nele, e ele me agarra.

– Eles são sempre assim. – Camila diz, e eu e Pedro paramos.

– Sim, sempre são é uma babação. – João fala.

– Então Camila, você é de onde mesmo? – Pedro pergunta.

– Sou do Rio Grande do Sul. – ela responde, e o que já era obvio se tornou mais obvio, ela não gosta de falar, mas parece que Pedro não percebeu isso.

– Que irado! Mas então por que veio para cá, o Edgard disse que queria fazer amigos, mas não vejo você tentando. – ele diz.

– É porque não vim para fazer amigos, vim obrigada. – ela diz emburrada. – Minha mãe me mandou para cá por que eu não sou a filha que ela queria.

– Vixi, pesado em. O que você fez? – Pedro pergunta, eu e João ficamos quietos, mas vejo que meu maninho não tira os olhos da morena.

– Nada, eu sou uma anti-social, odeio festas, lugares cheios, e pessoas. O que me agrada são os jogos, na verdade sou até campeã em um. – ela diz.

– Meu Deus, ela é a versão feminina do João. – cochicho com Pedro, e ele sorri.

– Nossa, sério? Que jogos? – João pergunta.

– Jogo vários, qualquer tipo estou jogando. Teve um acho que a uma semana joguei e ganhei uma partida. – ela fala animadamente, então ela dá um sorriso convencido. – Foi difícil ganhar essa, mas o carinha que jogava era mais ou menos, sabia um pouco de estratégia, mas era horrível na hora de executar.

– Espera um pouquinho. – João diz com as sobrancelhas arqueadas. – Por acaso você jogou contra o aloneboy10?

– Sim, como você sabe? Já jogou contra ele? Sabe eu já deveria saber que um user com esse apelido, não deveria ser muita coisa. – ela diz, eu e Pedro olhamos um para o outro e seguramos a risada. Esses dois são estranhos.

– Na verdade, prazer aloneboy10. E você só ganhou pois minha mãe chegou na hora, e eu tive que me entregar. – João diz emburrado, e eu não aguento e começo a rir.

– Cara, seu user é aloneboy10? Meu Deus, que ridículo. – eu falo entre as risadas.

– Ué, Jonhy seu user não era GamerJonhy? – Pedro pergunta.

– E é esse, mas eu jogo o Prince Tale a mais tempo, então esse user é de quando eu tinha 10 anos, e até hoje não consigo trocar.

– Olha aloneboy10, você nem adianta inventar desculpas, eu ganhei por mérito. – Camila diz, e vejo um pouco de loucura em seus olhos.

– Pedro acho melhor deixar esses dois, se resolverem e discutirem que é o melhor. – eu digo, e começo a puxar o Pedro.

– Ah! Não K, vamos ficar e ver o que vai dá, esses dois vão me fazer rir. – ele fala.

– Sabe se você for agora, dá para gente namorar um pouco antes de meu pai me ligar. E já que a Tomtom está na casa da amiguinha, e seus pais aqui no restaurante, poderíamos ...

– Sim, sim, vamos agora. – ele rapidamente concorda e nem deixa eu terminar, então se levanta. – Uma boa noite para vocês, viciadinhos do amor.

– Tchau gente. – eu digo depois de rir do Pedro, mas os dois nem prestam atenção em nós. Estão ainda discutindo quem é o melhor, e outras coisas que não entendo.

Pedro e eu vamos subindo tentando não deixar seus pais verem, mas por dentro estou desesperada, quando eu tinha chamado o Pedro, o que disse era apenas para tira-lo da mesa, mas agora ele pode estar pensando que eu quero algo muito mais com ele. Droga, o que faço agora?

– Linda, te apresento meu quarto. – ele diz assim que entramos. E então se joga na cama, seu quarto é dividido em dois igual ao meu, aparte dele e da Tomtom. Eu ando pelo quarto, olhando as coisas e enrolando pra ver o que vou fazer.

– Então seu pai estava falando desse campeonato, mas é quando? – ele pergunta.

– Em dois meses. – respondo.

– Nossa, está longe ainda. Pensei que fosse amanhã ou um dia mais perto, pelo o jeito que você estava. – ele diz.

– É pode estar até longe, mas o treinamento começa logo. – explico. – Serão lutas por eliminação.

– Como assim?

– Por exemplo, eu luto com você e se você perder, eu passo para outra luta. E vai até ter apenas dois, quem vencer ganha a medalha de ouro.

– Então vou namorar uma campeã? – ele diz, e eu me sento na cama de frente pra ele.

– Não sei se vou vencer, tentarei mas tem meninas a muito mais tempo do que eu lutando. – eu digo.

– Não tenho dúvidas que você vai ganhar. E sabe o porquê? – ele fala e me puxa para o meio de suas pernas.

– Me diga. – falo me ajeitando na cama, para que ficamos abraçados.

– Por que você tem o melhor namorado torcedor do mundo, além de ser muito gato.

– Deveria saber que falaria isso, já que é muito convencido. – eu digo rindo.

– Mas você gosta, e muito. – ele diz, e então vira meu rosto para me beijar. Nos beijamos apaixonadamente, ele me puxa mais para seu corpo e então nos vira fazendo que ele fique por cima de mim, então sinto o quanto ele está me desejando no momento. É primeira vez que nos beijamos em uma cama, e eu estou dividida entre parar e ou continuar com o que estou sentindo, mas quando ele começa a beijar meu pescoço e me fazer arrepiar toda não encontro forças para parar. Continuamos nos beijando, e então ele tira sua blusa, e eu acabo tirando a minha, os beijos vão ficando cada vez mais ardentes e as respirações descontroladas.

– Meu Deus, você é tão linda e perfeita. – ele diz gemendo, quando para de me beijar e me olha, como sempre fico vermelha. – Fica ainda mais gata quando fica com vergonha.

– Para, Pedro. – reclamo.

– Tenho tanta sorte de você ser minha. – ele fala, e então me beija mais uma vez. Quando ele começa a passar as mãos pelas minhas costas, e tenta desabotoar o meu sutiã que eu me toco que tenho que aprender a dizer não. Esse apenas não é o momento certo para mim.

– Pedro, acho melhor a gente parar. – digo, quando ele tenta abrir o sutiã e me beija no pescoço.

– Hum, claro. Você está certa. – ele rapidamente se separa de mim, e senta na beirada da cama, e respira pausadamente. E é nesse hora que percebo que ele está com raiva pois parei.

– Eu vou embora, é melhor. – digo me levantando rápido, e pegando minha blusa. Mas ele se levanta também, e me senta na cama e se ajoelha na minha frente.

– O que você está pensando? – ele pergunta. – Não me diga que acha que estou com raiva?

– Sim é isso que estou vendo. – digo chateada.

– Ô linda, nem é isso. Concordo com você, eu estava querendo apressar as coisas. E não pode ser assim. – ele diz. – Só vai rolar quando você quiser Karina, você que dá as ordens.

– Tem certeza, você me pareceu bastante chateado. – eu sussurro.

– Fiquei chateado comigo mesmo, que prometi a mim que nunca passaria dos limites e que deixaria rolar no seu tempo. Mas então você aparece e quando me beija de que faz eu não resisto e quero apenas ficar com você.

– Deve ser mais difícil para você, mas ainda assim é difícil para mim também. – eu digo com a cabeça baixa. – Nunca senti isso que sinto quando estamos juntos, e fico realmente confusa. Você já saiu com tantas garotas, e receio que se enrolar muito, você vai deixar de gostar de mim.

– Nunca mais repita isso. – ele diz, e se senta do meu lado. – Karina, a partir do momento em que você entrou no restaurante e eu vi esses olhinhos azuis eu já deveria saber que estava perdido. E acho que está na hora de você saber que meus sentimentos por você nunca serão parecidos pelo o que senti com outras garotas, e quer saber o motivo?

– Claro que sim. – respondo, então ele me olha e sorri.

– Por que eu te amo, Karina Duarte. – Pedro diz, e meu coração paralisa.