It's you. escrita por Carina Everllark


Capítulo 24
Capítulo 24.


Notas iniciais do capítulo

OIOI GENTE! Me desculpem por passar uns dois meses sem postar nenhum capítulo. Não tem desculpas, mas, imaginem-se começando uma história muito empolgados e depois desanimando tanto a ponto de odiar tudo o que já escreveu? Bom, estou me sentindo assim. Sei lá, eu leio e penso que não fui eu quem escreveu isso. O começo da fanfic não está da forma que eu gostaria que estivesse. Não se preocupem, eu vou terminar essa fanfic mesmo assim. As próximas serão melhores (já até comecei).
Desculpa, de coração.
Espero que gostem, beijos!



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Enxugo as lágrimas com as costas da mão e abraço Haymitch. Já fazem quatro dias que minha mãe faleceu. Ainda me lembro das suas últimas palavras, do seu último cheiro, do seu último sorriso e dos seus últimos conselhos.

– Katniss, eu quero que saiba que você foi e sempre será a pessoa que eu mais amei nesse mundo – diz minha mãe, enxugando uma lágrima do meu rosto e sorrindo.

Minha mãe estava usando a camisola branca e azul de hospital e seu cabelo loiro estava solto. Ela estava pálida e seus olhos ficando sem cor. Meu coração estava ardendo em chamas e eu chorava tanto que meus olhos ardiam.

Ela ainda sorria. Mesmo diante da morte, minha mãe sorria. Como sempre fez.

– Parece que foi ontem que eu trocava suas fraldas, e agora você já vai fazer dezoito anos. Minha bebê vai fazer dezoito anos – uma lágrima escorre pelo seu rosto. – Eu posso não estar presente fisicamente nos próximos anos da sua vida, mas eu estarei sempre olhando você. Eu vou assistir você quando se formar, quando tiver um emprego, quando subir ao altar com um homem, quando tiver filhos e quando tiver netos. Eu sempre estarei observando você, sempre estarei contigo, no seu coração. Não quero que fique de luto ou chore por mim por meses, o.k? Quero ser uma lembrança feliz para você e não uma ruim. Qual o nome do garoto que me contou, mesmo?

Tinha contado a ela sobre Peeta dois dias depois que começamos a namorar. Meu coração se aperte mais do que já estava.

– Peeta Mellark, mamãe – digo, sorrindo tristemente.

– Não desista dele, filha. Não desista de nada, tudo bem? Realize seus sonhos e siga com sua vida, independentemente do que aconteça. Cuide de Prim, peça que Haymitch fique com a guarda de vocês duas – ela sorri com os olhos cheios de lágrimas. - Eu amo você, querida. Desde quando o teste de gravidez deu positivo até a eternidade. Eu amo você.

– Haymitch, como vai ser agora? – pergunto, balançando a cabeça para tentar esquecer as lembranças.

Sinto-me sem chão. Achei que esse sentimento não existisse, que fosse apenas uma forma de descrever a dor que as pessoas sentem ao perder uma pessoa muito próxima. Mas esse sentimento existe. Ele é verdadeiro, e dói, dói mais do que um tiro, mais do que um osso quebrado, mais do que ser atropelado, mais do que qualquer coisa. É uma dor que sem alívio, sem trégua.

– Não sei – sussurra ele, fungando.

Agradeço todos os dias por ter Haymitch em minha vida. Ele é praticamente o pai que eu não tenho. Ele é o meu braço direito e ele diz que sou o dele.

– Vou pegar a sua guarda e da Prim, e você vai ter que vir morar comigo em Nevada. Ainda quer fazer seu último ano escolar na Inglaterra?

– Não sei.

– Olhe, sei que, no momento, você sente que não quer mais nada em sua vida a não ser uma cama e suas lágrimas, mas isso vai passar, Katniss. Sua mãe quer que siga com a sua vida, então siga. Vá para a Inglaterra, viva, conheça um inglês dos sonhos e case-se com ele. Eu cuido de Prim para você.

– Eu não quero. Eu não quero ir – digo, soltando-o. – Não quero sair dos Estados Unidos. Minha vida está aqui. Você, Prim, minha casa, meus amigos, o lugar onde minha mãe viveu e até Peeta.

– Peeta? – pergunta ele.

Haymitch não acreditava que viraríamos um romance real. Ele dizia que Peeta não era homem para mim e que ele não valia um chiclete mascado meu.

Ele vale minha vida, titio.

Prim abre a porta de seu quarto e desce para a sala, fungando.

–Vamos para Nevada? – pergunta.

Minha irmã está totalmente diferente da criança inocente que eu deixei para trás quando fui para Miami. Ela apenas conversava sobre desenhos animados que assistia e sobre sua amiga Rue. Hoje, ela está falando como uma pessoa adulta. Ela não tem mais seu tom infantil na voz e nem o sorriso alegre costumeiro. Seu cabelo antes usado em tranças fica em um coque triste. Oh, Deus, quando o mundo tirou a infantilidade da minha irmãzinha?

– Vamos – responde Haymitch. – Partimos amanhã de manhã, arrume suas malas, querida.

– Eu não vou – responde ela. – E Rue? E minha escola? Minha vida? Mamãe está aqui, tio Haymitch.

– Ela não está mais, querida. Você tem que ir morar comigo, e minha casa fica em Nevada.

– Não quero ir.

– Mas você irá, vá arrumar suas malas.

Prim bufa e seu choro recomeça enquanto ela sobe para seu quarto.

– Não precisa ser grosso com ela, Haymitch. Ela só tem dez anos, é difícil para ela também. Não tem como ficarmos aqui? Nossa vida é aqui.

– Sabe que meu emprego fica lá, e agora a guarda de vocês é minha, seria obrigado a carrega-las mesmo que não quisesse.
Assinto com a cabeça querendo terminar a conversa e subo para o quarto de Prim.

– Prim? – abro a porta.

Ela está jogada em sua cama chorando.

– Ei – sento ao seu lado, acariciando suas costas e ela se senta em minha frente.

– Katniss, eu não quero ir. Eu não quero sair daqui.

– Eu também não quero, mas precisamos ir. Não temos direito de ficar sozinhas aqui, somos menores de idade. Vamos enfrentar isso juntas, tá legal? A mamãe não gostaria de nos ver assim – digo, abraçando-a enquanto ela chora em meu ombro.

Terminamos o dia assim, desidratando de tanto chorar enquanto visitas vinham e iam. Assim como as pessoas. Da mesma forma que a morte as levava. Subitamente, silenciosamente, dolorosamente. Pessoas vêm e vão, e temos que nos acostumar com essa ideia. Minha mãe foi uma das vítimas e podemos ser os próximos.
*

Ando pela sala de estar lembrando de todos os momentos que passei neste lugar. Hoje é o dia que vou mudar-me para Nevada com Haymitch. Prim pediu para que deixássemos os móveis na casa e assim fizemos. Ela precisava de algum concordância vinda de nós. Ela passara três dias seguidos na casa de sua amiga Rue, chorando junto a ela porque iam ser separadas. Foi de partir o coração vê-la na mesma situação que eu estava. A diferença era que comigo era Peeta.

Peeta ligou-me apenas uma vez e passamos quatro horas conversando ou simplesmente ouvindo os soluços e a respiração do outro. Ele disse que ia vir para a Califórnia no próximo dia, mas disse a ele que estava mudando-me para Nevada e ele passou longos minutos apenas chorando.

– Katniss, acha que ainda vamos nos ver?

– Eu não sei – respondo, tentando não fazer barulhos escrotos devido ao choro. Eu já estava chorando desesperadamente e não estava nem aí. Só queria poder entrar dentro da linha telefônica e viajar até os braços de Peeta. Eu só queria ele agora.

– Preciso tanto de você, meu amor – murmuro.

Eu não tinha percebido o quão merda é a minha vida sem você, Katniss. Eu era um idiota. Achava que minha vida era boa, mas era uma merda antes de você e voltou a ser.

– Acho que somos dois na merda então.

Passamos quinze minutos chorando juntos até que ele disse:

Eu te amo tanto, Katniss. Não importa o inferno da distância, eu amo você. Eu quero ir ver você, não importa se é em Nevada ou em Santa Mônica.

– Não podemos, Peeta. Temos que esquecer. Nos vermos só vai piorar as coisas.

Passamos uma hora discutindo se tínhamos ou não que nos ver, até que chegamos a conclusão de esperar. Por Deus, tudo o que eu mais queria era vê-lo, mas não podíamos. Não seria justo com nenhum de nós.

– Vamos, Katniss – diz Haymitch, tirando-me de meus devaneios. Faço que sim com a cabeça e sigo-o, tentando esquecer tudo o que tenho que deixar para trás.
*

A casa de Haymitch é confortante. É um sobrado de dois andares, tem lareira e pista de skate. Prim e eu dormimos no mesmo quarto, por escolha dela. Faz quatro dias que nos mudamos para cá. Minha irmã conheceu um garoto chamado Travis no bairro e diz que são amigos, embora eu ache que ela goste dele. Pelo menos ela conseguiu fazer amizades.

O garoto tem treze anos, tem olhos verdes e cabelo curto, quase rente a cabeça. É realmente bonito. Ele deixa Prim feliz e isso me faz feliz também, então eu apoio a amizade dos dois.

Haymitch trabalha todos os dias na empresa automobilística dos seus antepassados e sou eu quem cuida de Prim.
Annie e Clove me ligam todos os dias, e Annie, eventualmente, chora com saudades. Eu prometi a elas que as veria sempre que pudesse, mas não sabia se poderia cumprir. Rue também liga de vez em quando para Prim, e ela fica toda animada contando de Travis para a amiga.

Peeta ligou-me mais do que o normal, e eu percebia a tristeza cada vez mais visível em sua voz. Na casa de Haymitch não tem Internet, então desconsideramos a ideia de nos ver por webcam. Meu coração dói sempre que ele liga e eu sabia que um dia teria que acabar com aquilo ou ficaríamos doentes. Ficamos nos torturando com isso, chorando por telefone, contando o dia e dizendo o quanto sentimos saudades. Estava doentio.

Daqui uma semana vou para a Inglaterra de intercâmbio e isso terá que acabar. Já escolhi a família com a qual vou ficar durante o ano que passarei lá e eles são muito amigáveis. A mãe chama America e o pai Matthew. Eles têm uma filha chamada Kathleen e um filho chamado Tyler. São muito animados e simpáticos. Embora eu esteja ansiosa para conhecer o país e tudo mais, meu coração arde ao pensar que sairei dos Estados Unidos. Minha casa está aqui. Peeta está. Prim e Haymitch também. Prim já implorara para eu ficar, mas sabe que eu não poderia, agora que já fiz a decisão. Peeta está tentando superar e diz que eu tenho que seguir minha vida, mas sei que ele está pior do que eu e Prim juntas. A voz dele está se modificando cada vez mais.

Olho Prim fugindo dos braços de Travis no jardim e lembro-me de quando éramos crianças brigando por bolacha recheada. Eu pegava o pacote e saia correndo pela rua, fugindo dela e engolindo todas, sem deixar nenhuma para ela. No momento ela estava com os chicletes dele, enfiando todos na boca de uma vez.

Meu celular toca, fazendo-me levar um susto. É Cato.

– Cato? O que foi?

Katniss? Ah, oi...

– O que aconteceu, Cato?!

A voz dele estava com um tom preocupado e aflito. Não pode ser coisa boa. Cato nunca me ligou antes.

É o Peeta...

– O que tem ele?

Ele está ficando maluco, Katniss... Eu só queria... Não sei. Eu achei que você deveria saber.

– Saber o que, porra? O que Peeta tem?

Meu coração já estava acelerado e o medo consumia cada pedaço de mim. Posso ouvir um barulho de vidro sendo quebrado e coisas sendo arremessadas.

Só para você ter uma base, no momento ele está jogando todas as tranqueiras do quarto dele para todos os lados. Peeta está ficando maluco com a sua ausência. Ele não come e nem dorme mais. Anda de moto e bebe feito um maníaco toda noite, para tentar afastar as lembranças e dormir. Nunca o vi assim... Ele não procurou nenhuma mulher até agora, não cedeu a nenhum flerte...

– Cato? Cato, o que ele tem?

Sinto minhas pernas bambas e sento-me no chão, segurando as lágrimas que queriam escorrer. Preciso ser forte.

Peeta está mal. Peeta não dorme nem come. Peeta está mal.

Meu coração arde e sinto a mesma coisa que senti quando soltei a mão dele e direcionei-me ao avião a alguns dias atrás.

Ele tem alguma paranoia com você. Deve ser saudade, sei lá. Ele nunca se apaixonou por nenhuma mulher, por isso deve estar tão maluco sem você. Peeta vai ficar bem. Ele não é desses caras maricas que choram o tempo... Opa.
Escuto mais um vidro se estraçalhar e um grito.

É ela? – escuto um murmuro distante, com a voz rouca de Peeta. – Por que ligou para ela, seu maldito?

– Peeta?

Katniss, depois eu te ligo. Amo você – diz e desliga.

Lágrimas escorrem por minhas bochechas e eu enfio a cabeça entre os joelhos. Eu vou enlouquecer. Eu vou enlouquecer.

Todos estes dias tenho tido dificuldade em dormir e falte de apetite, mas forço-me a dormir e comer.

Ele está mal. Peeta está mal.

Amaldiçoo-me por causar sofrimento a ele enquanto deixo as lágrimas rolarem e tento ligar para ele, mas ele não atende. Deus, o que está acontecendo?
Sinto vontade de ruir, de afundar, de morrer, de fazer qualquer coisa que tire esse sentimento de mim.

– Katniss? Katniss, o que está acontecendo? – ouço gritos, mas fecho os olhos, forçando-me a esquecer tudo isso. Forço-me a imaginar eu e Peeta deitados na grama do jardim da casa dele e não abro os olhos, até os gritos cessarem, assim como meus pensamentos.

POV. PEETA

Amanhã Katniss irá para a Inglaterra. O relógio marca 6h e eu não dormi por nem um minuto. Muitas coisas aconteceram depois que Katniss foi embora. Muitas coisas ruins aconteceram.

Olho ao redor do meu quarto e não vejo nada. Cato e Finnick tiraram tudo do meu quarto, quer dizer, tudo o que sobrou, deixando apenas minha cama e guarda-roupa. O chão ainda está cheio de cacos de vidro e o resto das coisas.

Eu destruira tudo. Eu acabara com tudo.

Eu virara um maldito depressivo depois que Katniss foi embora. Quando o avião dela decolou eu, literalmente, senti que estava morrendo. Foi como se ela levasse minha alma junto com ela. Meu coração doía tanto que cheguei a pensar em ir no médico e perguntar se tinha algo de errado além de ele não estar mais no meu peito. Katniss o levara. Cheguei em casa e todos me olhavam apreensivos, como se esperando minha explosão. E tiveram o esperado.

Joguei-me no sofá e comecei a esbofetear as almofadas, mas não via nada com as lágrimas em meus olhos. Tudo parecia diferente, eu não via mais nada direito. Finnick chorava muito, mas estava controlado. Ele sempre fora o chorão controlado e eu o explosivo. Sempre que me sinto triste demais ou mal demais, começo a socar as coisas e quebra-las. Tenho esse problema desde pequeno.
Eu não consegui parar de pensar nela em nenhum segundo sequer. Tinha que me segurar para não ficar ligando o tempo todo e parecer um maluco obcecado. Bom, mas eu estava.

Eu era malditamente obcecado por Katniss. Ela não era perfeita, mas eu a amava mais do que alguém possa amar. Ela chora ouvindo sua música preferida, grita quando se assusta, é escandalosa e tímida, faz careta de repente, come sorvete sem pensar na gordura que poderá adquirir, canta errado e conversa com si mesma, e ela é perfeita exatamente com seus defeitos.

E isso é tão fodidamente patético que sinto vontade de vomitar sempre que percebo o quão idiota estou sendo. Finnick está tentando superar, mas não consegue.

Cato e os surfistas tentam loucamente arrumar mulheres para nós dois, mas eu recuso todas. Não sinto a menor atração por nenhuma delas e sinto enojado com seus perfumes adocicados e fortes que eu sempre sentira antes. Não queria nenhuma delas. Finnick ficou com uma loira de olhos verdes, mas apenas por uma hora, depois, ela começou a querer transar com ele e ele mandou-a embora. Finnick ainda está muito triste também.

Eu e Katniss passamos três horas no telefone de madrugada até que Prim começou a gritar que queria dormir e ela teve que desligar. Suas risadas contando sobre Prim e Travis tiraram um pouco da dor em meu peito, embora eu ficara com mais vontade de vê-la. A risada dela era sinônimo de felicidade, do verão que tivemos, do sentimento que guardamos.

E tudo se acabaria amanhã, quando ela pisasse na Inglaterra e ficasse por lá, sem tempo nem para uma ligação.

Levanto e desço até a cozinha, bebo um copo de leite e quase cuspo tudo o que engoli ao ouvir o celular tocando. É ela.

– Peeta?

Sua voz está embargada e eu posso ouvir seus suspiros e soluços. Meus olhos se enchem de lágrimas na hora e sinto meu coração martelando duramente.

– O que houve?

– Eu não quero ir para a Inglaterra, Peeta.

– Também não quero que você vá, mas você tem que ir, amor. Não tem que deixar nenhuma chance passar por minha causa.

Ela ficou em silêncio por alguns minutos e depois disse:

– Eu não vou conseguir ir e deixar tudo para trás. Meus pés vão travar e não vou conseguir entrar naquele avião.

– Vai conseguir sim. Faça isso por mim.

– Um dos maiores motivos para eu não querer ir é você e quer que eu faça isso por você?!

– Katniss, você me pediu que seguisse a minha vida e não colocasse você antes de mim, agora o faça também.

– Está entendendo como isso é um suicídio para mim?

Ela choramingava no telefone enquanto eu ouvia risadas de Prim e, provavelmente, Travis.

– Temos que fazer sacrifícios durante a nossa vida e encare isso como apenas um desafio. Pense que logo vai estar de volta e então vamos nos ver. E quando eu me formar, no próximo ano, vou juntar todo o meu dinheiro para me mudar para sua cidade. O.k?

Katniss ficou em silêncio por longos e demorados minutos enquanto eu tomava o meu café e imaginava como ela estava agora.

Tinha algo que me incomodava demais na situação. Katniss estava deixando de seguir com sua vida por minha causa e eu não podia deixar isso acontecer. Ela acabaria não prestando atenção nas aulas na Inglaterra ou até mesmo dando um jeito de voltar antes de concluir o intercâmbio. E, porra, por mais mal e louco que eu esteja, tudo que eu menos quero é que ela se prejudique por mim.

Reúno todas as minhas forças e tento segurar o choro enquanto penso em como dizer isto a ela.

É necessário, Peeta, não dê para trás agora.

– Katniss... Eu acho que devemos dar um tempo até você voltar da Inglaterra.
Minha dor apenas aumenta à medida que os minutos se passam em silêncio e eu apenas ouço sua respiração ofegante.

– O que você disse?

– Precisamos de um tempo para ajeitar a nossa vida, Katniss. Precisamos tentar esquecer, entende? Merda... Você não sabe como está doendo.

Eu mal sabia de onde estava saindo forças para dizer aquilo. Tenho certeza de que a casa vai cair de tanto que vou berrar e chorar, além de quebrar tudo depois de fazer isso. Sei do meu arrependimento depois e da vontade de ligar para ela que vou sentir, mas eu preciso fazer isso. Para o futuro dela.

– Não. Peeta, você não está terminando comigo.

Sua voz estava falha e eu podia ouvir seu choro começando.

– É necessário, você precisa seguir com a sua vida. Estou fazendo isso por nós dois. Eu amo você.

E então, com o coração ardendo em chamas, eu suspirei, deixando as primeiras lágrimas caírem e terminei a chamada.


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