It's you. escrita por Carina Everllark


Capítulo 14
Capítulo 14.


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS INCIAIS, É IMPORTANTE!

Genteeee, consegui mais um capítulo pra vocês!



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POV. KATNISS

Acordei com fortes dores na cabeça e no pescoço. Demorou para que eu conseguisse abrir os olhos, mas consegui. Uma luz branca invadiu meus olhos e tive que fechá-los novamente.

– Katniss? – uma voz chamou.

Demorei para reconhecer, talvez pela dor de cabeça.

Era David.

– Oi – sussurrei com um fio de voz.

– Vai ficar tudo bem, não se preocupe.

– O que aconteceu? – forcei para me levantar, mas a dor no corpo fez-me deitar novamente.

– Sei tanto quanto você – ele segurou minha mão.

Pelo menos eu o tinha como apoio.

– Onde estamos?

– Na enfermaria – ele suspirou. – Você sofreu uma pancada forte na cabeça, só sei disso.

– Faz quanto tempo?

– Umas cinco horas, eu acho. Agora descanse, você tá precisando.

Tentei seguir o conselho dele, afinal não conseguia nem manter os olhos abertos.

Minha cabeça latejava, meu corpo todo doía e a força que tinha que fazer para apenas abrir os lhos era enorme.

Eu estava quase pegando no sono de novo quando alguém entrou com um estrondo. Abri os olhos de espanto e David soltou minha mão.

– Calma gente, sou só eu – Peeta entrou.

Ele estava suado, cabelo bagunçado, mãos sujas de terra e uma aparência preocupada. Estava sem camisa e com uma bermuda colada em suas coxas pelo suor.

Droga. Ele era lindo até assim.

– Kat, você tá bem? – ele se ajoelhou ao lada da maca.

– A-acho que sim. O que aconteceu com você? – forcei para me sentar.

– Comigo? – ele riu. – Com você, né.

– Como assim?

Ele ficou perplexo. Sua expressão alegre mudou para uma triste e preocupada.

– Quando estávamos voltando para o acampamento, para chamar ajuda, um cara tentou seqüestrar você e Annie – ele parou por alguns segundos. – O cara desacordou vocês duas e chegou a te por nas costas dele. Eu gritei e os garotos do acampamento vieram ajudar. Conseguimos pegar o cara e eu te trouxe para cá – a voz dele embargou. – Desculpa por isso, Katniss.

Ele parecia tão frágil. Senti vontade de abraçá-lo para não soltar mais.

– Está tudo bem, não é culpa sua – forcei um sorriso. – Clove está bem?

– Ela está no quarto ao lado, mas ainda não acordou. – ele segurou a mão que David não estava segurando. – Ela vai ficar bem. Você também.

Ficamos alguns momentos em silêncio, David e Peeta se encarando e encarando suas mãos dadas as minhas.

Eles estavam tipo “ela é minha.” Foi muito engraçado.

– Peeta, quero ir embora – pedi. – Quero voltar para o hotel.

– Assim que encontrarmos Annie, vamos embora. Eu prometo.

Oh não. Tinha me esquecido completamente de Annie. Ela ainda estava desaparecida. Lágrimas vieram a meus olhos, mas eu limpei-as antes que escorressem.

– Quem está atrás dela? – perguntei com a voz embargada.

– Bom, a polícia está fazendo interrogatório com o cara que tentou seqüestrar você e uma polícia especializada em seqüestro está atrás de Annie. Acham que foi Thresh de novo. O homem não responde aos interrogatórios nem com tortura...

Comecei a chorar de verdade. Eu não conseguia conter todo o medo, a dor, a angústia. Eu só queria não ter feito essa viagem, nada disso estaria acontecendo.

*

– Vai ficar tudo bem – sussurrou Peeta, enquanto me abraçava.

Eu queria o abraço dele mais que tudo agora. Era tudo que eu precisava.

Fui me acalmando aos poucos, o choro cessando e o abraço dele ficando mais leve.

– Obrigada, de novo – sussurrei no ouvido dele e dei um beijinho em sua bochecha.

Percebi a pele dele ficar ruborizada e acho que a minha também ficou.

– Gente! – gritou David, entrando na enfermaria – Encontraram a Annie!

O sorriso que cresceu em meus lábios foi tão grande que seria capaz de rasgar meu rosto.

– Aonde? Como? – perguntou Peeta.

Eu só conseguia sorrir diante de tudo.

– Ela toinha sido seqüestrada, ainda não sabem se pelo Thresh, e a acharam presa em uma árvore nas florestas do acampamento ao lado. A pessoa que a seqüestrou fugiu sem deixar rastros, provavelmente sabiam que estavam atrás deles e deixaram-na lá mesmo, a fim de escapar – David também sorria.

– Aonde ela está?

– No quarto do Finnick – David fez uma cara safada.

– Hummmm – respondi. – Vou lá, tchau – e saí correndo para o quarto de Finnick.

Ao chegar lá, vi uma multidão de gente na porta dela. Tinha uns caras de preto e câmeras profissionais apontadas para dentro do quarto. Parecia um programa de televisão. Pior que... Ela estava sendo entrevistada!

Annie ia aparecer na televisão! Que demais!

– Como aconteceu tudo? – o repórter perguntou. Dava para ouvir a entrevista do lado de fora.

– Eu estava indo para o meu quarto quando dois homens mascarados seguraram meus braços e taparam minha boca. Tentei me debater e gritar, mas não adiantava – ela parecia muito assustada ao contar. – Eles puseram-me em uma moto e me levaram para a floresta do acampamento ao lado. Deixei minha mochila cair para deixar pistas para quem me procurasse, mas não sei se adiantou muito.

“Me levaram para uma casinha de madeira velha que tinha no meio da floresta e prenderam-me lá. Depois de um dia sem comida, água, ou qualquer coisa que prestasse, me acharam. Os dois caras que me seqüestraram fugiram antes que chegassem.”

Suas mãos estavam trêmulas quando ela terminou o relatório. Imagino o medo que deve ser uma coisa dessas. Graças a Deus eu também não enfrentei isso.

– Não sabe descrever nada dos homens?

– Um deles era negro e tinha a cabeça raspada, o outro era careca e muito forte. Só sei disso – respondeu ela.

– Obrigada pela entrevista, Annie – o repórter finalizou a entrevista e se despediu de todos.

– Annie! – corri para dentro do quarto e a abracei.

– Katniss! – ela soltou algumas lágrimas.

– Tá tudo bem? – perguntei, sabendo da resposta.

– Você sabe que não, mas vou ficar bem.

– Vamos embora daqui – disse, e fomos arrumar nossas malas.

Depois que estávamos arrumadas, Peeta, Cato e Finnick prometeram que iriam nos levar.

Eles demoraram 30 minutos para chegar.

– Seus merdas, estamos esperando faz meia hora! – disse.

– Calma, revoltadinha, estávamos arrumando as coisas – Peeta riu. – Quem vai comigo?

Foxface, Glimmer e Delly saíram correndo para cima da moto dele. Ele apenas riu e colocou os óculos escuro de marca dele. Parecia um badboy. Ainda assim estava lindo.

Droga. Tinha que parar com esses pensamentos.

Por incrível que pareça, os quatro couberam direitinho na moto. Em segundos já estavam correndo pela avenida e as garotas quase babando nas costas de Peeta.

O mesmo ódio que eu senti quando Peeta consolara Clove me veio de novo. Não devo estar bem.

Acabei tendo que ir na moto de Finnick, junto com Annie e Madge. Chegamos em uma hora no hotel.

Eu entrei e coloquei as malas na cama quando a bateram na porta.

– Hey, esquentadinha – Peeta entrou sem ser convidado e se sentou na minha cama. – Topa ir na minha casa? Te trago antes das 22:00, prometo – ele disse. – Você também, Annie. Pode até roubar uns beijos do Finn se quiser – ele fez cara de malicioso.

Dei um tapa no ombro dele.

– A Annie acaba de ser resgatada e acha que estamos em clima de festinha? De animação? – ridicularizei.

– Por isso mesmo acho que devem se distrair, esquecer o que aconteceu. Vai ser legal, eu prometo – ele segurou minhas duas mãos e ficou acariciando-as.

Eu não podia com isso. Ele parecia os personagens fofos dos livros de romance que eu lia. Não podia me iludir por momentos com o Peeta falso e esquecer do surfista gato que não liga para nada.

– Ah, vamos! Eu quero ir – disse Annie.

– Mas o que? – fiz cara de descrença para ela e me soltei das mãos de Peeta.

Um segundo depois me arrependi.

– Por favor, Kat, precisamos nos distrair.

A cara de cachorrinho com fome dela me amoleceu.

– Tá – bufei.

Deixando claro que eu não estava indo por Peeta e sim por Annie.

Fomos para a moto de Peeta e fui obrigada a ir atrás dele.

No minuto em que ele começou a correr eu tive de me segurar nele. Droga! Por que ele tinha que ter tantos músculos? Por que tinha que ter umas costas tão lindas? Por que tinha que ser tão perfeitinho? Por que, Deus?

Eu estava ficando maluca. Desde quando comecei a vê-lo assim? Preciso de tratamento psicológico, com certeza.

Eu pareço essas menininhas apaixonadas. Mas eu não estou! Claro que não.

Preciso me afastar desse garoto antes que seja tarde demais.


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