It's you. escrita por Carina Everllark


Capítulo 11
Capítulo 11.


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Era pra mim postar ontem mas não deu, me perdoem. Espero que gostem e não esqueçam de comentar, please



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– Da-David... Minha mãe... Eu tenho que ir – gaguejei e saí correndo do cinema, sem ao menos dar tchau para ele.

Deixei meu celular cair no chão de tanto que tremia, peguei-o e coloquei na bolsa. Corri para fora do shopping e procurei por algum táxi ou ônibus, mas não tinha ninguém na rua.

Fiquei apavorada com aquilo. Que tio estaria no hotel? E por quê? Será possível que minha mãe morreu? Não, eu me recuso a acreditar nisso.

Já estava começando a correr pela calçada em direção ao hotel, que ficava longe, quando ouvi Peeta gritar:

– Katniss! Sobe! Anda vamos!

Não pensei duas vezes em ir com ele, pelo menos chegaria logo em casa. Ele também estava com uma expressão preocupada. Segurei-me nele, encostei minha cabeça em suas costas e deixei as lágrimas rolarem feito cachoeira. Eu não conseguia mais controlar nada.

– Vai ficar tudo bem, sua mãe vai ficar bem – ele ficava me dizendo, e ficava acariciando meu braço com o antebraço dele. Ouvir aquilo dele confortou-me, saber que eu ainda podia ter esperanças, que alguém estava lá para aguentar comigo me acalmou.

Ele foi muito rápido, em doze minutos já estávamos no hotel. Subimos para o meu quarto e eu levei um susto.

Haymitch, um tio que eu não vejo desde o ano passado estava sentado em minha cama, perplexo. Ele é o tio que eu mais amo nesse mundo, ele sempre esteve comigo, sempre foi meu porto seguro, meu lugar para fugir quando não tinha mais ninguém para me consolar.

– Haymitch! O que aconteceu? – me joguei do lado dele, chorando feito louca mesmo sem saber a notícia.

– Calma, Katniss – ele limpou algumas lágrimas de minhas bochechas com os dedos. – Primeiro fica calma.

– Ela morreu? ELA MORREU?!

– Não, ela está viva, fica calma Katniss!

Tentei ficar calma, percebendo que ele não abriria a boca antes de eu me acalmar.

– O que ela tem? – disse, secando as lágrimas.

– Bom, você sabe do problema nos rins que ela tem, e... Bem, ela sentiu uma dor muito forte quando estava voltando do trabalho e perdeu o controle do carro...

– O QUE? – voltei a chorar.

Annie, que estava chocada estirada na parede se sentou ao meu lado e começou a acariciar meu braço. Clove sentou na cama em frente a minha e segurou a minha mão.

– Ela bateu a cabeça em alguma coisa e está em coma, mas os médicos disseram que ela não está em condições de riscos e que provavelmente acordará logo.

“Eu vim aqui te falar, porque estava fazendo uma viagem e um dos pontos turísticos é Miami, amanhã mesmo já vou embora.”

– Isso não pode estar acontecendo – disse chorando feito louca. Enterrei minha cabeça no pescoço do meu tio e fiquei lá por longos minutos.

– Acha que ela vai ficar bem? – perguntei com a voz embargada.

– Sim, ela vai. Sua mãe é forte, Katniss. Você também tem de ser, ela não gostaria de saber que você está sofrendo tanto por causa dela – ele me abraçou mais ainda.

– Eu quero acordar, tio Hay, eu quero acordar desse pesadelo – sussurrei.

Minhas melhores memórias com ele é de nós brincando ou dele me consolando quando eu era criança. Ele é um anjo na minha vida.

Tio Hay era como eu o chamava. E ele me chamava de Katkat.

– Vai ficar tudo bem, Katkat – ele sussurrou.

Recebi várias mensagens no celular de David.

“O que aconteceu, Katniss?” “Eu fiz algo errado? Me perdoe!” “Katniss?”

Mas eu não estava com animo nem para escrever no celular.

Era tudo tão horrível, tão doloroso. Minha mãe é minha vida, ela é tudo na minha vida, não posso perde-la. Não acredito que isso está acontecendo. Eu só queria acordar na Califórnia, com o cheiro de torradas invadindo meu quarto e Prim me fazendo cosquinhas.

– E a Prim? Está com quem?

– Ela ainda não sabe de nada. Sua irmã vai ficar esses dias na casa da amiga dela, eu conversei com os pais da garota e eles concordaram. Dissemos a Prim que sua mãe fez uma viagem por causa do trabalho e volta em breve. Não quero deixar uma criança de 10 anos com essa preocupação.

Ficamos mais uma hora agarrados, chorando e se consolando.

– Katkat, eu tenho que ir para o hotel que o grupo de turismo está, amanhã de manhã eu venho ver você antes de ir embora – ele deu um beijo na minha testa. – Fica bem, pois sua mãe também ficará.

Peeta, Annie e Clove continuavam calados em meu quarto, um do lado do outro, sentados na cama de Clove.

– Como você está? – Clove perguntou.

– Como você acha que estou?! – explodi.

– Ei, calma! Só estou tentando ajudar.

– Faz melhor calada.

– Aff, sua ignorante, tchau, trouxa – ela resmungou e saiu do quarto.

Não devia ter feito isso. Eu sempre faço a burrada de descontar a raiva e a tristeza em quem eu amo. Eu sou uma idiota.

Comecei a chorar novamente, não só pela minha mãe, mas por mim, por tudo.

Enterrei a cabeça no travesseiro e deixei as lágrimas saírem sem controle. Annie sentou no chão ao meu lado e ficou acariciando meu braço. Peeta sentou na beirada da minha cama e ficou mexendo em meus cabelos.

Isso era aconchegante, pelo menos ele não falava nada, não criticava e nem nada do tipo, apenas tentava me acalmar através de toques. Assim que Clove deveria ser.

– Está tudo bem – ele sussurrou em meu ouvido quando eu estava quase dormindo.

E dormi com as palavras dele ecoando em meus ouvidos.

POV. PEETA

Katniss dormiu de tanto chorar e eu continuei acariciando seus cabelos. Eram macios e cheios, gostosos de passar a mão.

Annie foi achar Clove e eu fiquei sozinho com ela. Logicamente pensei besteira sobre Annie nos deixar sozinhos e até permiti uma risada baixa.

Sentei ao lado da cama dela e segurei sua mão. Macia como os cabelos.

Katniss era uma menina diferente, ora ela parecia ser tímida e meiga, ora era brava e intimidadora, ora feliz, ora triste... Era engraçado lidar com alguém assim. E ela nem ligava para mim, isso era incrível. Todas as garotas se derretem e se doam para mim na primeira, mas ela não. Ela é diferente das outras.

Mas eu ia mudar isso, eu ia conquista-la, eu ia pelo menos dar três beijos nela, nem que demorasse, eu ia conseguir. Sei que no fundo no fundo ela me acha lindo e gostoso. Como todas.

Hoje ela está tão triste, tão entregue... Senti vontade de deitar na cama junto com ela, abraça-la e dizer que ficaria tudo bem, que tudo daria certo. Ela merece um conforto, mas sei que não tenho esse direito, ela só ia querer me afastar.

Doía vê-la chorar daquele jeito. Dava vontade de coloca-la dentro de um potinho e proteger desse mundo.

Eu ia enfrentar isso com ela, isso eu tinha certeza. Não a deixaria sozinha nessa fase tão horrorosa, sei que ela faria o mesmo, mesmo que ela não goste muito de mim como amigo.

POV. KATNISS

Observava uma garota de cabelos castanhos e estatura mediana sentada em uma pedra, um pouco a frente de mim, o suficiente para ela não ver-me.

Ela estava muito solitária naquele lugar, mas não parecia triste. Talvez estivesse esperando alguém.

Senti um pouco de vontade de ir falar com ela, mas fiquei intimidada, não sou do tipo de gente muito sociável a primeira vista.

Passado cerca de dez minutos, um garoto de cabelos da mesma cor que os dela, maior que ela, sentou-se ao seu lado. Eles começaram a conversar e ele pegou a mão dela.

Provavelmente seria namorado dela.

Eles continuaram conversando até um momento em que ele a beijou. Ela arregalou os olhos assustadas, mas não o empurrou para longe.

De repente comecei a ouvir várias batidas que lembravam as de um coração. Tudo ficou vermelho e eu desmaiei.

Acordei.

Já era dia pela luz do sol entrando pela janela.

Annie estava jogada na cama de Clove, ainda com a roupa que usava ontem. Clove estava na de Annie, mas de pijamas.

– PEETA! – gritei ao vê-lo dormindo sentado do lado da minha cama. E ele estava segurando minha mão!

O que raios tinha acontecido?

E milhões de momentos invadiram minha cabeça, Haymitch, minha mãe, Prim, tudo. Peeta tinha ficado aqui desde ontem à noite...

Achei digna a atitude dele.

Ele queria ajudar, queria que eu ficasse bem. Isso era digno de um amigo.

Não sabia se podia considera-lo um amigo, ou um inimigo, ou apenas um cara que conheci. Acho que dava pra dizer que era quase amigo. Ou amigo. Não sei.

– Ahn? O-o que aconteceu? – ele soltou minha mão, se espreguiçou e bocejou.

– Katniss, cala essa boca! – Clove gritou, colocando o travesseiro sobre a cabeça.

– Cala a boca você, chata! – gritei de volta e me tranquei no banheiro.

– Kat, posso entrar? – era Annie.

Abri a porta sem paciência e ela entrou.

– Nós vamos ao acampamento? – ela perguntou sem felicidade.

Ela ainda estava muito triste por causa de Finnick e também por causa de minha mãe, ela a adora.

Annie precisava se distrair, assim como eu. Acho que o acampamento não seria uma má ideia.

– Sim – respondi.

Fiz minha higiene matinal e ao sair do banheiro encontrei o Mellark domingo em cima da minha cama.

– Sai daí folgado – disse rindo, empurrando as costas dele para o chão.

– Deixa eu dormir um pouquinho, por favor... – ele gemeu.

Ele parecia um anjo dormindo, nem parecia o que era acordado. Fiquei com dó dele e acabei cedendo.

Clove já estava de mala pronta e toda maquiada. Ficou ouvindo música e me ignorando sempre que eu passava por ela. Idiota.

Annie arrumou sua mala desanimadamente enquanto eu tentava acordar Peeta.

– Peeta, você precisa ir fazer sua mala – sacudi-o, mas ele nem se mexeu. – PEETA, ACORDA LOGO! – empurrei ele para fora da cama.

Ele segurou meus braços tentando permaneceu na cama. Ele caiu no chão e eu fiquei praticamente por cima dele. Da minha cintura para baixo estava para cima da cama e o resto em cima dele.

– SEU IDIOTA, OLHA ISSO! – eu berrei, mas ria. Ele também ria muito e parecíamos dois retardados.

– Esse foi meu plano desde o início – ele gargalhava me segurando, para não deixar que eu saísse.

– Me – eu gargalhava entre as palavras – solta... seu... idiota...

– N-não.

– Saí Peeta! – dei um tapa no peito dele e fiz muita força, conseguindo soltar-me.

– Licença crianças... Vim me despedir – Haymitch apareceu na porta.

– Hay! – me joguei nos braços dele.

– Que bom que está melhor, Katkat.

Foi o suficiente para me lembrar da mágoa, mas tentei espantar esse pensamento. Minha mãe ia ficar bem. Tinha que ficar.

– Você já vai?

– Nosso voo sai daqui meia hora, passei só para te dar um tchau mesmo – ele deu um beijo em minha cabeça.

– Amo você tio.

– Também te amo Katniss. E, por favor, não fique triste por sua mãe, ela vai ficar bem, ela vai se recuperar. Sabemos disso. Fica bem – ele disse por fim e foi embora.

Queria que ele pudesse ficar aqui comigo.

– Vamos logo gente?! – perguntou Clove impaciente.

– Vamos – Annie disse.

– Eu vou passar na minha casa para pegar minha mala e venho te buscar – Peeta deu um beijo discreto na minha bochecha fazendo-me corar. Não sei o por que da vergonha, mas fiquei vermelha.

– Nós vamos de carro né?

– Claro que não, vamos de moto – ele riu malicioso e pegou o elevador do hotel.

Que ótimo! Vou viver longas aventuras em uma moto por duas horas! Mereço.

Em trinta minutos Peeta já estava gritando meu nome na porta do hotel. Gosta de chamar a atenção esse menino.

Annie implorou para Peeta que pudesse ir comigo na moto. Imagino que não quisesse ir com Finnick. Peeta teve que dispensar Glimmer para isso, mas cedeu.

Clove foi com Cato, o óbvio, junto com Madge.

A moto deles era grande o suficiente para três pessoas que não fossem gordas.

– Eae gatas – ele deu os capacetes para nós lambendo os beiços. Estava tão diferente do cara que me ensinou um pouco sobre como nadar e o que me consolou ontem...

Não sabia mais qual era a personalidade dele. Amável ou gostosão?

– Oi – Annie disse animada e deu um beijo na bochecha dele como cumprimento.

– Oi – murmurei.

– Cadê meu beijo?

– Não sou suas meninas, Peeta – disse rindo.

– Ah, é sim – ele disse quase inaudível e tascou um beijo na minha bochecha.

– Saí! – o empurrei rindo.

Tudo virou motivo de risadas para mim e para ele essa manhã. Que loucura.

Enquanto íamos para o acampamento só conseguia pensar no dia de ontem. Foi tudo tão ruim ontem.

Annie se matando de chorar em meus braços, minha mãe passando mal, Haymitch e eu chorando juntos ao invés de sorrir, Clove e eu brigadas...

A única parte boa foi o beijo de David. Foi doce, inocente, do jeito que tinha que ser, do jeito que eu gosto que seja.

Não tive tempo para pensar nisso até agora e acho que nem estou preparada ainda. Estou muito quebrada para ficar pensando em um beijo. Mas que eu gostei, gostei.

Até que a viagem não foi tão cansativa. Peeta e Cato foram conversando no caminho sempre que dava, eles paravam a moto uma do lado da outra e começavam a tagarelar.

Annie ignorou Finnick totalmente, ela nem olhou para perto da moto dele, sempre manteve o olhar para o outro lado. Fiquei com muita dó dela.

Finnick nem pareceu se importar com a presença de Annie, o que foi pior ainda.

Quando chegamos ao acampamento, os Mellark insistiram em no apresentar tudo, já que já o conheciam.

Os quartos eram de duas camas e podia dormir mulher e homem junto. Os garotos riram maliciosos sobre isso. Posso imaginar por que Peeta gosta tanto desse lugar.

Annie e eu resolvemos ficar no mesmo quarto e Clove ficou com Cato. Só imagino o que vai ser esses dois à noite.

Era enorme o lugar. Tinha uma placa que indicava as cachoeiras, outra indicava as trilhas, outra as cavernas e dentro do hotel tinha piscinas e quadras de vários esportes. Imagino o quão caro isso vai ficar.

– Temos uma surpresinha – ouvi alguém diz3er antes de meus olhos serem vendados.

– Quem é?

– Quem você acha? – era a voz de David.

Ouvi Annie dar um grito e Peeta falar pra ela ficar calma. Já dando em cima da Annie, meu Deus.

Cato que deve ter vendado os de Clove.

– Bora para a surpresinha? – Peeta perguntou malicioso.

– Bora – vários meninos responderam animados.

Já estava com medo de pensar aonde esses loucos me levariam.


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