Depois de um tempo, Jade teve alta do hospital e, depois de mais uns dias, Sofia também foi liberada.

Jade não pode ter visitas nesse tempo e em casa ela estava muito preucupada para conseguir contar a verdade para os amigos. Beck não tinha dito nada a ninguém, mesmo depois de duas passagens de Jade pelo hospital, ele apenas falava que ia explicar na hora certa.

Já em casa enquanto esperava os amigos, Jade tentava de todos os modos cuidar da filha, que ainda precisava de alguns cuidados, mas Beck não deixava ela fazer nada, pois ela também precisava de alguns cuidados.

–Me deixa cuidar da minha filha! – e pela milésima vez, no dia Jade berrava com Beck.

–Você não pode se esforçar. Vamos, fica sentada que eu vou cuidar dela – e Beck continuava tentando convencer ela, sem sucesso.

–Não! – Jade disse, então gritou de dor, colocando a mão na barriga.

–Jade! O que houve? – Beck segurou ela, preucupado.

–Foi só uma dorzinha, já estou melhor –Jade respondeu, saindo do amparo do namorado – Eu vou ver como a Sofia está.

–Mais não vai mesmo, não depois dessa – Ele disse segurando ela.

–Ei! Parem de brigar – uma pequena figura apareceu, exigindo silêncio.

–Sofia! O que está fazendo aqui, deveria estar na cama – o lado materno da Jade crescia rapidamente, o que continuava a assustar Beck.

–Lá estava chato – a cada dia Sofia parecia mais com a Jade.

–Sei como é –Jade disse, pegando ela no colo e olhando para o Beck, que sempre que Jade ficava doente já dava ataque de super protetor.

–Você não deveria pegar el...esquece – Beck desistiu de tentar ajudar Jade, sabendo que ela não ia escutar.

–Acho bom, Oliver – Jade disse e logo depois a campainha tocou e Jade foi atender, ainda com Sofia no colo.

–Oi, Jade! – Cat surgiu na porta toda animada– Oi, criança! Ei, você não deveria estar com uma criança no colo, você não acabou de voltar da sua segunda passagem no hospital?

–Nem começa ruiva –Jade resmungou.

–É! Eu quero ficar no colo da mamãe – Sofia respondeu, bem parecida com a Jade.

–Mamãe?–Cat perguntou, "Como assim a Jade era mãe?" ela pensou. A Jade simplesmente deu de ombro e tentou fechar a porta, mas o resto da turma entrou na casa antes.

–Não se esqueçam da gente – André surgiu com Tori e Robbie.

–Que bom! Todos chegaram! – Beck disse tentando parecer animado, mas ele sabia o real motivo da reunião – Sentem, temos que contar o que está acontecendo.

Todos se sentaram, inclusive Jade que continuava com Sofia no colo.

–Jade, acho melhor você falar – Beck sussurrou no ouvido dela.

–Não sei se consigo.–Ela falou baixo, nervosa e com medo, se virando para olhar nos olhos dele.

–Calma, eu estou aqui com você. Eu vou te ajudar.

Jade respirou fundo e começou a contar, ela explicou o que lhe aconteceu, desde seu namoro com Matt, o termino, o surto, Logan, o sequestro, Sofia...ela conseguiu aguentar bem, não derramou mais que duas lágrima finas.

No final, todos, primeiramente ficaram calados de boca aberta, mas depois eles engoliram a situação e apoiaram o casal, então, Jade deitou encostada no ombro de Beck e Sofia encostou no peito de Jade, arrancando comentários "fofos" de todos os outros adolescentes.

Então foi ouvido um estrondo, e todos se assustaram. Vinha dos quartos.

–Eu vou lá ver – Jade informou, mas Beck não deixou.

–Você acabou de sair do hospital, eu vou lá ver – Beck avisou.

–Não comecem! – dessa vez Sofia falou.

–Ela tem razão, isso não é hora de brigar – André concordou.

O único problema é que, enquanto André falava, Jade aproveitou para ver o que tinha acontecido, deixando Sofia no chão. Todos foram atrás dela e não gostaram do que acharam, o quarto de Sofia estava em chamas, a janela estava aberta, com alguém terminando de escapar dela.

Jade, percebendo que todos estavam lá, correu, pegando Sofia no colo e puxando Beck pelo pulso. Todos correram atrás dela. Ela pegou o telefone na correria e ligou para os bombeiros. A Jade não estava com medo do incêndio no quarto e sim do Matt, que poderia colocar fogo no resto da casa, matando todos, ela tinha certeza que foi ele.

Todos ficaram na calçada, esperando ajuda. Mas depois, do nada, Sofia começou a correr, estrando na casa, Jade correu atrás dela.

Sofia foi até seu quarto, quase todo destruido pelo fogo. Ela entrou e foi até sua mala que estava aparentemente vazia, guardada em um canto. Ela abriu os bolsos, procurando algo desesperadamente. Jade foi até ela, segurando seu braço, mas ela continuava a procurar. Sofia finalmente achou o que estava procurando, uma caixa de madeira.

Jade pegou Sofia no colo e tentou abrir a porta, mas a porta foi fechada e trancada, Matt tinha conseguido entrar novamente e pegar as chaves. Ela foi até a janela, mas também estava bloqueada e não tinha como quebrar, pois era a prova de balas desde que Matt foi denunciado.

A fumaça já causava tosse nas duas garotas, Sofia chorava, e os amigos gritavam e batiam na porta, tentando salvá-las.

–Calma, vai ficar tudo bem –Jade tentou acalmar a filha usando uma das frases que mais tem odiado.

Ninguém sabia o que fazer, Sofia estava ficando tonta e Jade também. Estava extremamente quente lá, todos estavam desesperados. Pouco tempo se passou e Sofia já estava desmaiada no colo de Jade, que tentava se manter acordada.

Todos tentaram arrombar a porta, mas, depois de um tempo, todo estavam fracos por causa da fumaça, que escapava pela parte de baixo da porta e se espalhava por toda o corredor.

Quando os bombeiros chegaram, não se ouvia a voz das duas garotas presas e os outros tiveram que sair da casa, pois não aguentavam mais a fumaça e sabiam que não poderiam salvá-las.

Os bombeiros conseguiram abrir a porta do quarto, e de lá retiraram os dois corpos, ambos desacordados, mas vivos. O fogo não tinha as atingido, apenas a quentura e a fumaça,

Na mão da menor estava a caixa de madeira que também havia sobrevivido ao incêndio, os bombeiros a entregaram para Beck, com o nervosismo, ele apenas a guardou no bolso e foi para o hospital com os amigos.

Eles esperaram por uma hora até receber uma notícia, segundo os médicos elas estavam bem, embora tenham inalado muita fumaça, e que logo poderiam ir embora. Com a notícia, os amigos de Jade foram comer alguma coisa na lanchonete do hospital, mas Beck não quis ir, ainda estava um pouco nervoso.

Já calmo, Beck se lembrou da caixa que lhe deram. Ele a pegou vendo sua sua superfície, ela tinha alguns detalhes entalhados como estrelas e cruzes, mas o maior era um enorme símbolo do infinito na tampa, então ele a abriu; dentrou tinham fotos da Jade com um garoto mais novo que ele deduziu ser o Matt e fotos da Sofia com o Matt. Beck foi retirando as fotos e colocando no banco ao seu lado até que a caixa ficou vazia, mas no fundo da caixa havia uma argola, Beck a puxou fracamente, mas, como nada aconteceu, resolveu puxar mais forte, então o fundo se abriu, revelando o resto da caixa, nela havia outras fotos, mas nada parecida com as outras, nelas tinham imagens da Jade amarrada em uma cama, em muitas estava nua, as vezes sozinha outras com o Matt ou com um outro garoto, parecido com o Logan, 'encima' dela, em algumas ela estava acordada e em outras não, tinham fotos em que um deles estava batendo nela, outras com ela sangrando, e outras que não é certo comentar.

Mesmo sabendo da história, Beck nunca imaginou aquele circo de horrores. E como Matt teve coragem de colocar aquilo nas coisas de uma criança.

–Beck?–Beck sabia de quem era essa voz, mas como ela havia chegado alí.

–Jade? O que você está fazendo aqui?

–Eu sai do quarto– ela fez uma pausa– Que fotos são essas?–Jade perguntou e rapidamente Beck começou a guardá-las.

–Não... são nada–Ele disse nervoso.

Jade foi até ele e arrancou as fotos. Ela as olhou e não demorou muito para as lágrimas caírem.

–Onde você conseguiu isso?–ela perguntou ainda chorando.

–Essa é caixa que a Sofia pegou no incêndio, debaixo de algumas fotos têm um fundo falso – ele se explicou e houve um longo silêncio.

–Me desculpa?–Jade disse do nada, ainda em pé de frente para Beck.

–Pelo que?–ele perguntou intrigado, segurando suas mãos.

–Por te fazer passar por isso.– ela respondeu, se sentando.

–A culpa não é sua–ele disse de forma doce, lhe acolhendo em um abraço.

X

Todos os sete se encontravam na escola, tentavam falar com o diretor, eles não podiam deixar o Logan estudado alí.

–Como assim vocês não podem expulsar ele?!–André gritou indignado.

–Ele é um louco!–Beck completou.

–Desculpe-me, mas, não existem provas contra ele, não houve denúncia – o diretor tentou explicar.

Os adolescentes desistiram de tentar; Jade se negava a fazer a denúncia, na cabeça dela, isso só pioraria a situação, já que a denúcia é um dos principais motivos para a volta de Matt. A única prova que eles possuem são as fotos,entretanto, Jade não tinha coragem de mostrar para ninguém, entre eles, só Beck e ela sabiam da existência delas.

Devido a essas coisas, Logan continuaria alí, o que provavelmente não era algo bom. Eles não tinham ideia do que ía acontecer, ou o que iriam fazer; só lhes restaram esperar, pois eles já haviam percebido que quem estava no comando da situação, infelizmente, era Matt, e eles precisavam mudar nisso.