O Misterioso Diário de Emily escrita por Minene


Capítulo 18
Capítulo 18 - Uma história de amor


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! :3
Desculpem a demora, mas estou meio sem tempo para escrever. Mas, terminei de escrever e agora vocês podem ler :)
Eu gostaria de agradecer vocês pelas 319 visualizações! Vocês não sabem como isso me deixa feliz :)
Quem ai está curioso pela história da Rebeca? Espero que gostem da história dela! Não esqueçam de comentar, hein? Boa leitura



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Flashback ON:

~Pov Rebeca

Um novo menino tinha entrado na nossa sala naquele ano. Ele era alto, magro, tinha cabelo castanho e olhos castanhos e profundos, sempre cheios de alegria. Ele sentou-se no fundo da sala, ao meu lado. Na aula, eu percebia que vez ou outra ele olhava para mim, mas parecia ser tímido demais para puxar assunto, então, eu resolvi falar com ele. Quando os professores da primeira e da segunda aula trocaram de lugares eu comecei a puxar assunto.

–Olá! – Eu falei me aproximando um pouco mais dele

–Olá – Ele respondeu com um sorriso

O sorriso dele era radiante, sempre cheio de vida. Aquele sorriso me encantou desde o primeiro momento que o vi.

–Qual é seu nome? – Perguntei

–Guilherme, mas pode me chamar de Gui, e o seu?

–Rebeca, me chamam de Rebeca mesmo, não tenho apelido

–Sério? Um nome tão bonito como o seu deveria ter um apelido, tipo... Beca, que tal?

–Pode ser, adorei o apelido – Falei envergonhada, mas sorrindo ao mesmo tempo

Ele sorriu de volta e voltamos a prestar atenção na aula. No recreio, mostrei-o à escola e levei-o para conhecer Lua e Jonas, um amigo nosso. O Jonas era alto, magro, tinha cabelos de um tom castanho claro e olhos da mesma cor.

E, desde então, viramos melhores amigos. Por ser muito inteligente e bonito, o Gui acabou virando popular, mas ele nunca deixou isso abalar nossa amizade, exatamente pelo contrário. Ele sempre me ajudava a estudar para as provas, me protegia de alguns meninos e meninas que ficavam me provocando.

Na véspera de Natal, eu, Gui, Lua e Jonas resolvemos fazer uma troca de presentes. Nós comprávamos presentes para quem quiséssemos e iriamos nos encontrar às 10:00 do outro dia na praia para dar esses presentes. Eu queria dar um presente para o Gui para recompensar tudo que ele já tinha feito para mim, mas eu não sabia o que dá-lo. No shopping, me encontrei com Lua, que também havia ido comprar o presente.

–Olá Lua – Falei

–Olá Beca – Ela respondeu

Beca tinha virado meu apelido desde o primeiro dia de aula, todos me chamavam assim por causa de Gui.

–O que você vai comprar pro Gui? – Lua perguntou

–C-Como você sabe que vou comprar um presente para ele? – Perguntei envergonhada

–Está praticamente escrito na sua cara que você gosta dele

–E-Está? – Falei envergonhada

–Está, você gosta dele, admite isso logo

–Não gosto dele, ele é só meu amigo nada mais

–Aham, sei... – Ela começou a me olhar com uma cara de quem não estava nem um pouco convencida do que eu havia falado – Então, me responde, o que você vai comprar?

–Ainda não sei...

–Que tal uma blusa, um perfume, algo assim?

–Não sei se ele iria gostar

–Com certeza ele vai gostar de tudo que ele te der, ele te ama! – Ela falou fazendo um símbolo de coração com os dedos

–O que? – Perguntei surpresa – Eu não gosto dele, e ele também não gosta de mim – Falei decepcionada, porque, no fundo, eu sabia que realmente gostava dele

–Gosta sim, quem olhar para vocês dois juntos consegue perceber o clima de romance

–Vai lá comprar o presente para o seu Jonas – Falei tentando desviar o assunto “Beca e Gui”

–O-O que? – Ela perguntou assustada

–Você gosta dele, né? Com certeza vai comprar um presente para ele, e vice-versa

–Tudo bem, gosto sim, não fico escondendo isso como você – Ela deu um sorrisinho de vitória

–Eu sabia! – Falei pulando no meio do shopping

–Nos despedimos aqui – Lua falou enquanto entrava em uma loja de perfumes

–Tudo bem, tchau – Falei sorrindo

–Tchau – Ela retribuiu o sorriso

Fui em várias lojas. Nas lojas de roupas, tudo era muito caro. Nas lojas de perfume, não tinha nenhum que iria impressioná-lo. Todos os tênis que eu achava e que ele poderia gostar, eram muito caros. Sai do shopping quando ele estava fechando-se, sem sucesso de achar algum presente para o Gui. Ele não gostava de coisas caras, mas também sempre quis ter um cachorro, mas não queria comprá-lo, e sim adotá-lo.

No caminho para casa, começou a chover, então andei mais rápido. Quando faltavam dois quarteirões para chegar no meu apartamento, eu comecei a ouvir pequenos uivos, vindo de debaixo de uma caixa de papelão. Fui até a caixa e levantei-a, vi um pequeno filhote de cachorro, que, aparentemente, era um vira-lata. Ele estava muito assustado, com a patinha machucada e todo molhado. Eu não podia deixa-lo no meio daquela chuva como se não tivesse o visto.

Peguei-o e saí correndo para o meu apartamento. Percebi que ele estava com frio, pois tremia muito. Apertei-o com mais força perto de mim, para que ele ficasse um pouco mais aquecido.

Quando cheguei em casa, peguei um pano e enxuguei-o, depois coloquei comida e água para ele em dois pratos. Limpei o sangue do seu ferimento e engessei a patinha, para que parasse de doer. Ele foi deitar-se no cantinho da parede, e eu fui tomar um banho e trocar de roupa. Quando voltei para o meu quarto ele não tinha saído do cantinho da parede, nem comido, nem bebido nada.

–Ei, amiguinho – Falei sentando-me ao lado dele – Pode comer

Ele olhou-me, como se estivesse pedindo permissão para comer e beber.

–É sério – Falei dando uma pequena risada

Ele levantou-se e olhou-me novamente. Eu balancei a cabeça afirmando que ele podia comer, e ele foi comer. Quando ele terminou, deitou-se ao meu lado, de olhos fechados, comecei a passar a mão pelo seu pelo, ele ainda tremia pelo frio, já que seu pelo não estava totalmente enxuto.

Aos poucos, fui percebendo que ele ia se acalmando e ia dormindo. Quando percebi, já era bem tarde, então levantei-me e fui comer alguma coisa para, depois, ir dormir. Quando fui levantar-me, o cachorrinho levantou-se também e seguiu-me até a cozinha.

–O que foi amiguinho? – Perguntei-lhe – Volta para o quarto, eu já vou lá

Ele ficou olhando-me, mas logo dirigiu-se ao meu quarto. Peguei um pacote de biscoitos e fui ao encontro do cachorrinho. Ele estava deitado ao lado da minha cama, quase dormindo. Andei devagar até a cama, pois não queria acordá-lo, mas, mesmo assim, ele acordou.

–Você acorda com o menor barulhinho, não é? – Falei acariciando-o – Quer dormir comigo hoje?

Ele balançou o rabo. Eu peguei-o e deitei-me na cama, com ele ao meu lado. Comi e logo após isto fiquei passando a mão em seu pelo enquanto ele ia adormecendo. Quando percebi, já eram 00:00 e resolvi ir dormir.

No outro dia, acordei-me com meu celular tocando.

–Alô? – Falei ainda com voz de sono

–Aleluia, não é Beca? Faz tempo que estou te ligando! – Lua falou do outro lado da linha

–Desculpe... O que foi?

–A gente combinou de se encontrar na praia para entregar os presentes, não lembra? Já são 9:40, o combinado era 10:00!

–Já? – Falei surpresa – Se acalma ai, Lua, eu não demoro tanto tempo para me arrumar

–Calma nada! Você vai demorar a chegar lá já que sua casa é longe da praia. Afinal, o que você comprou para o Gui?

–Nada

–Nada?

–Isso mesmo, nada. Só encontrei um cachorrinho na rua e decidi dá-lo para o Gui

–Que ótima ideia! Ele vai adorar – Ela falou animada

–Agora vou me arrumar – Falei levantando-me da cama – Até a praia

–Até

Desliguei o celular e coloquei comida para o cachorrinho, logo após isso fui tomar um banho e me arrumar. Quando saí do banheiro peguei uma caixa de papelão com alguns furos e coloquei o cachorrinho dentro. Quando ele entrou, fiz um laço na caixa e fui para a praia.

Chegando lá, vi o Gui, a Lua e o Jonas sentados na areia, me esperando.

–Desculpem-me, atrasei-me um pouco – Falei sentando-me em um espaço ao lado de Gui

–10 minutos, para ser exato – Ele falou sorrindo

–Olá Gui! – Falei dando-lhe um beijo na bochecha

–Olá Beca – Ele falou sorrindo

–Vocês estão prontos para entregar os presentes? – Lua falou

Nós afirmamos.

–Pode começar Lua – Falei colocando minha cabeça no ombro de Gui

–Tudo bem... Jonas – Ela falou olhando-o e estendendo uma caixa – Esse presente é para você

Lua abaixou o rosto, envergonhada. Jonas parecia envergonhado também, mas logo pegou o presente.

–O-Obrigado – Ele falou envergonhado – O meu também é para você

Jonas pegou uma caixa que estava ao seu lado e tirou de dentro um colar com um coração de ouro e vai para trás de Lua, colocando-o em seu pescoço.

–Beija, beija, beija! – Eu e Gui começamos a bater palmas e falar

–O-Oque? – Os dois falaram juntos – Entreguem logo seus presentes – Lua falou mudando o assunto

Respirei fundo e peguei a caixa onde estava o cachorro. Virei-me para o Gui e entreguei-o a caixa.

–P-Para você, Gui... – Falei envergonhada

–O-Obrigado – Ele pegou uma caixa ao seu lado e estendeu-a para mim, sem falar nada

–Obrigada...

Peguei a caixa e o cachorro começou a mexer-se nela.

–Calma ai, caixa – Ele falou rindo – O que tem aqui, Beca?

–Só abrindo para saber, não é? – Falei rindo também

Ele abriu-a e o cachorro pulou em cima dele.

–Calma garoto! – Ele falou rindo

–Ele é animadinho mesmo – Falei aproximando-me mais deles.

–Onde você comprou-o?

–Não comprei-o, achei-o na rua ontem quando estava voltando para casa. Ele estava tremendo muito por causa da chuva, então resolvi leva-lo para casa.

–É por isso que eu gosto de você, Beca – Ele falou sorrindo

Seus olhos tinham um certo brilho naquela manhã. Parecia que, como eu, ele estava se segurando para não me dar um abraço e começar a me beijar ali mesmo. Meu coração estava acelerado, aquele sorriso o deixou assim.

–Beija, beija, beija – Ouvi vozes e palmas atrás de mim

Olhei para cima, Lua e Jonas estavam rindo da minha cara. Gui também estava de pé, meio sem graça. Levantei-me e vi o Gui pegando alguma coisa no bolso.

–Ainda falta o meu presente – Ele falou tirando algo de dentro de uma caixa

Ele tirou um colar com um coração prateado da caixa.

–É lindo – Falei quando ele aproximava-se de mim

–Deixa que eu coloco – Ele ficou atrás de mim e colocou o colar no meu pescoço

Depois que ele colocou eu virei-me e olhei-o nos olhos, aos poucos fomos aproximando nossos corpos, nossos rostos. E então, o momento mais mágico da minha vida aconteceu, eu estava beijando o menino dos meus sonhos. Depois de um tempo paramos de nos beijar e olhamos para o lado. Lua e Jonas estavam se beijando também. Era um beijo tão demorado quanto o nosso.

Conversamos um pouco, sentados na areia e brincamos com o cachorro. Quando deu 11:30, cada um dos meninos foi nos deixar em casa.

–Quer passar lá em casa, antes de eu te deixar na sua? – Gui perguntou enquanto íamos para casa

–Claro

–Talvez você possa me ajudar a dar um banho nesse sujinho aqui – Ele falou rindo

–Tudo bem, te ajudo sim – Falei rindo também.

Quando chegamos na casa dele, fomos dar um banho no cachorro e ele me convidou para almoçar lá e eu aceitei. Ele sabia cozinhar, então não precisamos pedir comida. Depois que terminamos de comer ficamos brincando com o cachorrinho.

–Qual vai ser o nome dele? – Gui perguntou

–Não sei, ele é macho ou fêmea?

–Parece ser fêmea

Gui pegou-a e levantou-a.

–Porque você fez isso?

–Para saber se era macho ou fêmea. E sim, é fêmea.

–Como você soube?

–Olhando aquela parte dela, sabe? – Ele falou rindo

–Sim, sei – Falei rindo também

Ficamos alguns minutos pensando em um bom nome, enquanto brincávamos com ela.

–Que tal, Beca? – Gui falou

–Não! Beca é meu apelido! Não um nome pra uma cadela – Falei cruzando os braços

–Calma ciumentinha – Ele falou sorrindo

–Você sabe que sou estou brincando, não é? – Falei passando a mão pelo seu cabelo

–Claro que sei. Qual nome você sugere?

–Não sei, qualquer um que não seja meu apelido.

–Que tal Bella?

–Adorei!

–Então essa é a nossa pequena Bella

Bella pulou em suas pernas e começamos a acaricia-la. Logo depois, nos beijamos novamente.

No primeiro dia de aula, eu e o Gui e a Lua e Jonas, já éramos considerados os casais da escola. O tempo ia passando, meus pais e os pais de Gui haviam aceitado nosso namoro e, como sempre, ele sempre me protegia de dois meninos que sempre me provocavam, Fábio e Juliano.

Nesse ano, conheci Alice e Poly. Elas estavam sendo provocadas pelos mesmo meninos que tentavam me provocar todos os dias. Eu e Gui estávamos passando por perto e vimos a cena.

–Ei vocês dois! – Gui gritou – Saiam de perto delas!

–Ora, ora, se não é o popularzinho da escola – Juliano falou

–Se não as deixarmos em paz, o que você fará? – Fábio falou

Fábio segurou a Poly e colocou seu braço no pescoço dela, apertando-a, fazendo-a gemer de dor.

–P-Para c-com i-isso – Ela falava gemendo

–Deixa ela em paz! – Alice gritou

Juliano prendeu-a também, segurando sua boca, para ela não falar.

–Vou falar isso pela última vez – Gui falou – solte-as!

Eles deram um sorrisinho e apertaram-nas mais ainda, Poly gemeu novamente, parecia estar com falta de ar. Gui não se segurou mais e tentou correr até eles, mas eu o impedi.

–Gui, não vai, você pode se machucar

–Me larga, Rebeca! – Ele falou empurrando-me e correndo até eles.

Ele deu um soco na barriga de Juliano, que soltou Poly e deu um soco no rosto de Gui. Poly veio até onde eu estava, ela já estava voltando a respirar novamente.

Fábio soltou Alice, empurrando-a para o chão, que, quando viu o Gui se machucando por causa delas, deu uma joelhada na barriga de Fábio.

–Não se mete nisso, garota! – Ele falou dando um soco mais forte ainda na barriga dela, que caiu no chão.

Alice veio até nós e eles continuaram brigando. Eu só via chutes e socos entre eles. Em pouco tempo, já havia se formado uma rodinha de pessoas que passavam por ali. A briga só acabou quando algumas pessoas entraram no meio deles para segurá-los. Gui estava sangrando muito, como os outros dois.

–Você estava louco, Gui? – Falei quando ele sentou-se em um dos bancos do pátio, cheio de dor.

–Eu tinha que fazer alguma coisa, não podia ver elas duas daquele jeito lá e não fazer nada!

Toda sua roupa estava com sangue, exatamente como seu rosto. Passei a mão por alguns dos ferimentos que tinham em seu rosto, ele deu um pequeno sorriso e olhou para as meninas.

–Vocês estão bem?

–Sim – Poly falou envergonhada – O-Obrigada

–Estamos sim, obrigada por nos proteger – Alice falou com a mão na barriga, ainda com dor

–Qual o nome de vocês? – Perguntei

–Eu sou Alice, essa é a Poliana, mas podem chama-la de Poly, vocês devem ser a Rebeca e o Guilherme, certo?

Afirmamos e sorrimos. Levei-os a enfermaria, para que eu pudesse cuidar dos ferimentos deles. Chegando lá, deitei o Gui em uma cama e peguei água oxigenada e algodão.

–Não precisa fazer isso, Beca – Ele falou gemendo

–Tudo bem querer proteger todo mundo, mas essa sua teimosia já é demais, né? Claro que você precisa disso

–Mas...

–Sem mais!

Ele calou-se e eu passei o algodão molhado nas manchas de sangue do seu corpo. Abri seu casaco e levantei sua blusa, lá tinha um grande machucado e uma enorme mancha de sangue. Toquei-a e ele de um gemido.

–Está doendo tanto assim?

–S-Sim...

Percebi que ele estava triste, recusava olhar-me nos olhos e eu estava preocupada.

–O que aconteceu? – Perguntei-lhe

–C-Como assim?

–Porque você está triste?

–Porque estou com medo

–Medo de que?

–De te perder, sabe? Hoje eles fizeram isso com elas, amanhã eles podem fazer a mesma coisa com você, ou até pior

–Não precisa ter medo... – Falei fingindo não estar preocupada

–Eu não quero te perder – Ele disse passando a mão em meu rosto, pude ver lágrimas em seus olhos.

Abracei-o, fazendo suas lágrimas caírem.

–Eu vou te proteger – Ele cochichou no meu ouvido – Nem que eu tenha que dar minha vida para isso

–Você não precisa fazer isso tudo por mim

–Sem você, eu não seria nada, eu não seria ninguém

Ficamos abraçados por um curto tempo, até que ouvimos a voz de Alice entrando na enfermaria.

–Vocês são muito fofos, hein?

Ficamos envergonhados e ela riu. Mas logo colocou a mão na barriga, significando que estava com dor. Terminei de passar o algodão na barriga de Gui e logo depois passei gelo na barriga de Alice.

–Está melhor?

–Sim, obrigada novamente

Desde esse dia viramos amigas, os meninos não chegavam mais perto de nenhuma de nós, mas viviam nos observando o que me preocupava bastante.

Logo chegou o fim do ano e o último dia de aula. Eu fui na frente, dizendo que ia me encontrar com o resto do grupo depois. Mas no caminho, senti duas pessoas me empurrarem para um beco sem saída.

–Finalmente nos encontramos de novo, não é Rebeca? – Juliano falou

–Se afastem de mim! – Falei levantando-me do chão

–Não precisa ter medo... Não vamos fazer nada com você... Não por enquanto – Flávio disse com um sorriso malicioso

Eles me amarraram em um poste e prenderam minha boca. Eu mexia-me e tentava soltar-me, mas era impossível. Nesse momento, Lua, Gui, Alice e Poly estavam passando perto daquele beco e ouviram meus gemidos. Guilherme saiu correndo e foi até onde eu estava.

–Beca! – Ele gritou vindo em minha direção

–Guilherme, cuidado! – Lua gritou

Então eles começaram a brigar, mas, talvez, por não ser na escola, eles estavam machucando o Gui muito mais do que da última vez. Jonas entrou na briga também.

–Jonas, Gui, parem, por favor – Falei chorando com medo do que poderia acontecer com eles e tentando soltar-me das cordas.

Então, o que eu mais temia aconteceu. Juliano tirou uma faca do bolso e foi para trás do Gui quando ele estava distraído. No momento que ele se virou, Juliano enfiou a faca perto do coração dele.

–Gui! – Gritei chorando e puxando as cordas com mais força

–Jonas, sai daí, por favor! – Lua gritou chorando

Flávio deu um soco no rosto de Jonas fazendo-o cair no chão. Vi Poly mexendo no celular, provavelmente chamando a polícia ou uma ambulância. Alice correu até um tijolo que estava no chão e bateu na cabeça dos dois, fazendo-os desmaiarem. Poly e Lua foram me soltar e eu logo corri para perto do Gui. Ele sangrava muito e estava com os olhos fechados.

–Gui, abre os olhos, por favor, abre... – Falei chorando

Ouvi o barulho de sirenes e vi duas ambulâncias. Eu fui em uma com o Gui e a Lua foi em outra com o Jonas. Alice e Poly voltaram para casa, mas disseram que logo iam no hospital.

Chegando lá, eles levaram eles para quartos separados e os médicos foram ver o estado do Gui. Em pouco tempo vieram para onde eu estava sentada, esperando-os.

–O que aconteceu, doutor? – Eu falei levantando-me.

–Com a facada, uma das veias do coração dele foi cortada, podemos tentar estancar o sangue, mas ele corre grande risco de vida

–O que?! – Falei assustada – Doutor, faça o possível para salvar a vida dele!

–Acalme-se Rebeca, estamos fazendo o possível para estancar, mas para isso nós teríamos que abrir a pele dele para achar a veia e tentar fechá-la.

Eu pedi para vê-lo e o doutor falou que quando eles terminassem de estancar a veia eu poderia ir vê-lo. Em pouco tempo, os pais de Gui e Jonas, a Alice e a Poly haviam chegado. O doutor voltou dizendo que podíamos ir na sala onde ele estava, mas que só tinham conseguido parar o sangramento por um curto tempo e que ele podia não sobreviver.

Quando entramos, ele estava acordado, falou com cada um deles e depois comigo e com Lua, que tinha saído um do quarto onde Jonas estava para falar com ele.

–Posso falar com a Beca a sós um pouco? – Gui falou com a voz fraca

Todos saíram do quarto e ficamos sozinhos. Comecei a passar a mão em seu rosto e ele estava com o olhar desviado, sem olhar-me

–Me desculpe... – Ele falou baixo

–Gui...

–M-Me desculpe... Eu juro que eu tentei...

–Tentou o que? Do que está falando?

–T-Te proteger – Sua voz estava ficando mais fraca a cada minuto

–Você me protegeu, Gui... Se não fosse por você eu não sei o que teria sido de mim.

Ele passou a mão pelos meus braços, onde tinham algumas marcas das cordas. Sua mão tremia, estava fria. Seus batimentos cardíacos ficavam mais fracos a cada minuto.

–L-Lembra quando prometi te proteger, mesmo que tivesse que dar minha vida por isso?

–Claro...

–Cuide da Bella por mim, tudo bem?

–D-D-Do que você está falando? Você vai sair dessa, Gui, eu sei que vai... – Falei segurando sua mão

–Eu te amo, Beca...

–Eu também te amo, Gui

–Me prometa cuidar dela e de todas as outras pessoas. Me prometa que você vai fazer todos os novatos mais tímidos a se enturmarem, como você fez comigo. Me prometa fazer todas as pessoas ao seu redor se sentirem bem consigo mesmas e com o lugar onde vivem. Faça pessoas novas serem amigas das suas amigas e, por mais tímida que ela seja, faça-a ter amigos, ser feliz, ser ela mesma. Me prometa isso.

–Eu... Prometo...

Olhei-o nos olhos e ele sorriu, foi a última vez que vi aquele sorriso sempre cheio de vida. Nos beijamos e depois ouvi um barulho que nunca gostaria de ter ouvido na minha vida. Os batimentos cardíacos dele haviam parado, Ele estava morto.

–Não! – Gritei – Gui! Acorda! Você não pode ter morrido, não!

Os médicos acalmaram-me e os pais de Gui. No outro dia, Jonas recebeu alta e depois do enterro de Gui, foi embora, pois se sentia culpado pela morte dele. Ele e Lua terminaram e ela nunca mais o viu. Flávio e Juliano foram estudar em um internato e nunca mais os vi. Desde esse dia, eu nunca mais deixei que me chamassem de Beca porque eu não gosto de lembrar dele. Eu nunca achei ninguém como o Gui na minha vida. Ele é insubstituível.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da história da Rebeca? Gostaram? Comentem! :3



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