Arteremóri escrita por Tachibana Aoi, Florilégio


Capítulo 1
Eu amo paradoxos




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Nesses campos mortos de vegetação queimada
Nesse poço fundo; além de lodo vejo nada
A tanto fundo que não consigo ver
Tão sem chão, não consigo correr
Só me resta carpir

Fome, medo, dor, insensibilidade
Nenhum deles encontro em minha cidade
O vazio é maior do que tudo
Já falam algo mudo
Que estranhamente consigo ouvir

Como se minha imaginação tivesse uma alma
Como se eu não me conhecesse
E se quisesse não iria tão cedo

Mas se é vazio, como eu consigo sentir?
Se é vazio, como tem uma alma?

Antes que minha carne apodreça

Não sei se flutuo ou se nem existo
Me deito levar até o som do apito
A luz que brilha e reflete na água
Que olha minha face de mágoa
Fica vazia...
E no fim nada consigo ouvir

Eu não existo, mas existo
Amo paradoxos e tudo mais
Eu quero viver e morrer, a curiosidade de ambos me afeta

Mas se ambos me afetam, qual escolher?
Sigo as batidas de meu coração, ou por egoísmo o paro?

Antes que minha carne apodreça
Eu queria sentir
Como são os altos e baixos de uma existência

Naqueles campos em que eu vagava
Existiam estradas pelas quais eu andava
Com asfalto rachado por motivos que não sei
E olhando daqui de cima, nem saberei
A não ser que eu me aproxime

No poço que observei
Que no fundo nada avistei
Tinha um ar diferente
Soprava coerente
Como se comigo conversasse

Não me entendia
Mas me dizia vastamente
O que eu poderia tentar fazer e pensar

Mas se ventos somente ventam, como ele poderia falar?
Será que eles tem mentes também?

Antes que minha carne apodreça
Eu queria sentir
Como são os altos e baixos de uma existência
Mas se eu não existo e existo, como poderei saber?
Não preciso de rimas para falar
Não preciso falar para me expressar
Mas tudo ocorre assim, sem querer.
E é exatamente assim
Que pretendo entender o que quero

Entenderei as coisas, com o meu coração
Viverei o momento enquanto posso
Até meus batimentos pararem por si próprios
Me expressarei nesse limbo em minha mente
E darei um corpo a minha imaginação
Ela viverá comigo


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Notas finais do capítulo

É genial o tanto de coisas sem sentido que eu poderia ter colocado aí no meio, e de tão genial fica idiota (o que é algo idiota de se pensar, só pelo fato de ter chamado de genial), mas dessa vez eu não coloquei nada por fora depois que terminei de escrever.

Não sei quando posto mais poesias, mas definitivamente postarei. Eu amo escrever esse tipo de coisa.



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