Filho da Fênix escrita por Mand Fireguy


Capítulo 4
Capítulo 3 - Interrogatório


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, desculpem a ULTRA demora, tive semana de testes, bastante coisa pra fazer e eu juro a vocês que este tempo de fato foi necessário. Não tive tempo algum de sobra.
Bem, agora vai lá: Fiquem com o terceiro capítulo!



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Depois da pequena retirada de dúvidas com os dois garotos, que só fizera gerar mais dúvidas a eles, Victor e Gabriela foram encaminhados a uma sala, aonde uma mulher aguardava sentada à frente de uma mesa de ferro, duas cadeiras que não aparentavam ser muito confortáveis atrás. Parecia-se mais com uma sala de interrogatório. Assim que entrou, Victor viu que o vidro da porta, que por fora parecera perfeitamente transparente, refletia como um espelho por dentro da sala.

Então não apenas parecia. Era uma sala de interrogatório. Os dois loiros fecharam a porta, e a única coisa que permitiu a Victor e Gabriela saberem que eles não os estariam observando fora que eles puderam ouvir os passos deles, afastando-se dali.

"Sentem-se." Disse a mulher. Era alta, cabelos morenos ondulados e, na ponta, cacheados, e parecia estar na meia idade, com seus quarenta a cinquenta anos.

Victor e Gabriela se sentaram.

"Que lugar é es..." Começou a dizer Gabriela.

"Isso é uma sala de interrogatório, se não perceberam. Eu sou a Pretora e, portanto, quem faz as perguntas aqui sou eu." Cortou ela imediatamente. Gabriela estremeceu. Victor empertigou-se em sua cadeira, mas não falou nada. Apenas assentiu, gesto que Gabriela preferiu também fazer.

"Chegou aos meus ouvidos que vocês foram atacados dentro de uma casa, por um Filho da Fênix." Disse ela.

"Sim, Sim, nós..." Começou a dizer Victor.

"Eu ainda não terminei." Disse ela. Ele estremeceu. Compreendia que ela fosse uma autoridade, mas não conseguia entender como uma pessoa poderia ser tão indigesta. A pretora parecia ver a própria presença deles ali como uma afronta à sua pessoa.

"Como ia dizendo, isso foi o que me foi dito. Entretanto, segundo Catarina e Felipe, os dois jovens que estavam lá quando vocês invadiram aquela casa, vocês não estavam lá quando eles chegaram. O ataque não foi dirigido a vocês. Então, por que foram até lá?" Perguntou ela.

"Nós não invadimos a casa." Disse Victor. "Eu moro lá."

"Atenha-se ao que lhe perguntei." disse a Pretora em tom letalmente baixo. Gabriela decidiu tomar a dianteira por Victor, que não estava se dando bem com aquilo.

"Nós estávamos voltando do colégio, já dentro da vila e eu estava indo entrar em minha casa, já que nós moramos na mesma vila. Daí o Victor gritou, dizendo que a casa dele estava pegando fogo. Eu olhei para lá, e não vi de imediato, mas então... Foi como se eu pudesse ver através da imagem que estava vendo antes, e percebi que a casa estava em chamas. Ele saiu correndo até lá e eu fui atrás dele, e gritei para que ele parasse, mas ele entrou na casa mesmo assim, e subiu as escadas correndo, chamando pela mãe dele, que não tinha plantão naquele dia." Disse ela, e rápidamente acrescentou: "Ela é médica. Então eu entrei atrás dele, para tirar ele de lá, e subi as escadas atrás. Ouvi ele gritar com alguém e fui correndo mais rápido. Ele subiu as outras escadas, que levavam a um sótão daquela casa, a que a mãe dele nunca tinha deixado ninguém subir. Quando subi foi que uma garota estranha, loira de um olho de cada cor, me parou. Era aquela tal de Catarina, que você falou." Disse ela, e, por um momento, pareceu que ia perguntar o que Catarina e Felipe estiveram fazendo lá, mas, lembrando-se da ausência completa de paciência e tolerância da pretora, reteve-se e continuou após uma curta pausa. "Eu perguntei quem ela era, e ela apenas xingou e não respondeu. Nesse ponto, o Victor já estava lá em cima, e eu berrei com ela, mas ela novamente não respondeu. Então o irmão dela gritou que Victor já estava lá em cima... Ele se referiu a Victor como 'O filho da Renegada'. Então nós paramos e Catarina me deu um choque, o que me deixou no chão por alguns momentos, e eles subiram as escadas correndo, então eu me levantei e corri atrás deles o mais rápido possível, até que cheguei lá em cima com eles a tempo de ver Victor ser atingido por uma bola de fogo e desmaiar. Nesse ponto, a garota loira de um olho de cada cor, Catarina, começou a falar alguma coisa em latim, enquanto aquele cara estranho... O com cara de curupira, Filho da Fênix, como você falou, atravessou uma espécie de retângulo feito de uma pedra preta, meio transparente, parecendo preciosa, rasgando uma espécie de membrana que tinha ali. Então um raio caiu e destruiu o teto da casa, bem quando o homem tinha terminado de atravessar, e rachou o portal, mas não chegou a quebrar. Felipe e Catarina continuaram de pé, mas a eletricidade, mesmo a uns dez metros de distância, fez com que eu desmaiasse." Ela parou, e respirou fundo. "Pronto, é isso." Completou.

"Essa história me parece mal contada." Disse a Pretora. "Como o garoto viu através do feitiço? Você mesma conta que não conseguiu ver que a casa estava pegando fogo até que ele lhe dissesse." Ela se voltou para Victor. "E somente um mago poderia ver através do feitiço. Então como você viu?" Disse ela para Victor.

"Não sei..." Disse ele. "Eu não tive problema nenhum em ver a casa. Como eu vou saber?" Disse ele.

"Se você viu, isso quer dizer que é um mago. Não há outra possibilidade. Tem certeza de que nunca usou magia? Nunca nada... Estranho aconteceu ao seu redor? Ao se sentir acuado, por exemplo?"

Victor tentou se lembrar de alguma coisa. Nada lhe ocorreu. Ele bem que gostaria que tivesse o poder de fazer coisas impossíveis ocorrerem ao se sentir acuado. Seria realmente útil e teria lhe ajudado algumas vezes na vida.

"Não." Disse ele. "Nunca. Nada nunca aconteceu comigo, nada de estranho." Disse ele.

"Estranho, de fato..." Disse a Pretora. "Mas nada que não possa ser verificado." Disse ela, e se levantou e foi até Victor, que acompanhou-a com o olhar, sem compreender o que ela pretendia fazer. A Pretora encostou a mão em sua testa. "Ostendite mihi lepore." sussurrou ela, e Victor sentiu como se uma corrente elétrica passasse por seu cérebro e todo seu corpo, causando formigamentos no interior de seu crânio, em áreas nas quais ele não estava acostumado a ter sensações. Depois de alguns segundos, ela retirou a mão.

"Há um encantamento agindo sobre você. Uma proteção." Disse ela.

"C-como?" Disse Victor. "Está me dizendo que alguém colocou um encantamento para me impedir de usar magia?" Inquiriu. "E por que?" completou.

"Eu não posso te dizer isso, mas tenho certeza que a Tríplice Fênix se interessou por saber, visto que me contaram que sua mãe foi sequestrada. Eles geralmente não sequestram mundanos. Eles geralmente matam mundanos." Disse ela.

"Por que alguém colocaria isso? E quem?" Murmurou Victor.

"Provavelmente, sua mãe." Disse a Pretora.

"Por que ela colocaria isso? Por que ela acharia que isso é uma proteção, como você disse!?" Disse ele, em um tom relativamente alto. Se levantou.

"Eu não lhe disse para se levantar. Kínisi." Sussurrou, e Victor foi lançado até a parede, aonde bateu e caiu no chão. "E não lhe permiti que falasse alto comigo." E dessa vez Victor quase esperou que ela lançasse outro feitiço sobre ele. Gabriela sobressaltara-se, mas não se levantou. A Pretora nem sequer olhou na direção dela. "E, respondendo à sua pergunta, isso não é uma proteção a você, mas aos outros, às pessoas ao seu redor. Costuma ser posta em crianças Filhas da Fênix, que não conseguem controlar seus próprios poderes, para que não destruam tudo ao redor com fogo." Victor tentou se levantar, mas a dor causada pelo impacto só permitiu que se pusesse de joelhos. A Pretora olhou na direção de um canto não iluminado da sala.

"Leve-nos para seus quartos." Disse, e um homem se materializou ali como se sempre tivesse estado lá. Vestia roupas negras que cobriam todo o corpo, deixando apenas semiperceptível uma parte do rosto, a qual apenas a sombra do capuz ocultava. O homem foi até Gabriela e a encarou. Ela se levantou depois de um segundo de indecisão. Então ele foi até Victor e o puxou sem um mínimo de compaixão, forçando-o a se levantar. "Avise alguém para que leve comida a eles. Mantenha-os vivos até que eu saiba o que fazer com eles. E vigie o garoto." Disse, e o homem os tirou da sala de interrogatório e os levou por diversos corredores de parca iluminação até um quarto, embora não fosse um quarto própriamente dito, embora também não fosse exatamente uma cela. Possuía uma porta normal e não era o cômodo em que eles haviam acordado, pois não possuía quaisquer janelas, e muito menos cortinas, além de ter aproximadamente três metros de largura, de todas as paredes, e de altura, sendo praticamente um cubo perfeito. Havia uma cama em uma ponta, e outra na outra. Assim que entraram, o homem fechou a porta, e ouviram o barulho da chave trancando a porta.


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Notas finais do capítulo

É só isso por enquanto, pessoal, obrigado por terem lido e espero que tenham gostado. Esse capítulo foi simples e feito meio na pressa, na hora, mas ainda assim espero que tenham apreciado a leitura.
Até o próximo capítulo.
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Recomendem se tiverem amado.



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