Entre dois Mundos escrita por Pedro H Zaia


Capítulo 10
Esclarecendo as coisas


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, pessoas! Tudo bem com vocês? Comigo, tudo ótimo, as provas acabaram (nessa metade de semestre, pelo menos), o sol brilha e estou de bem com (quase) todas as matérias da facul! Além de que finalmente estou conseguindo dinheiro vendendo minhas varinhas! Êeeeee! hahaahah
Desculpem mesmo a demora, e esperem algumas coisas... Surpreendentes nos próximos capítulos. Esse é um capítulo meio parado, mas espero que gostem :D



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Avistei a colina em que Merida e eu estávamos no dia de meu aniversário e guiei Sombra até lá. Não queria ter de gritar mais alto que o vento algo como "Hey, por falar nisso, eu sou um Viking!".

– Ele é incrível... Lindo... - Disse Merida, acariciando as orelhas de Sombra após pousarmos. - Eu sempre pensei que dragões fossem mais... Compridos.

Eu sorri nervosamente. Céus, por que olhar pra ela estava me deixando com aquela sensação?

– Alguns deles são. A maioria, na verdade. Sombra é um Fúria da Noite. "A cria profana do raio com a própria morte", segundo um antigo catálogo de dragões.

Merida ergueu uma sobrancelha.

– Ele não me parece tão ruim... Não agora que conheci melhor.

Eu ri com o comentário. O primeiro contato com Sombra havia sido realmente assustador.

– Então... Não vai me contar sobre sua família?

Eu suspirei, nervoso. Mas pra que? Ela certamente aceitaria o estranho fato de eu ser um Viking. Talvez... Vendo a inquietação em meu olhar, ela decidiu falar antes.

– Deixa de ser bobo, Dimi... Aposto que não foi tão estranho quanto o que aconteceu aqui em Dumbroch. - Olhei curioso para ela, que apenas deu de ombros e respondeu - Minha mãe irou uma ursa, nada de mais...

Merida riu da cara de espanto que eu fiz. Me tranquilizei ao ver que aquilo só podia ser...

– Não, Dimi, não é brincadeira. - Foi então que eu fiquei mais confuso ainda.

– Mos o que raios você quer dizer com isso?? - Perguntei, incrédulo. - Ai! - Merida me deu um soco no braço. Pois é, a velha Merida estava voltando aos poucos.

– Que eu conheci uma bruxa que transformou minha mãe em uma ursa. Não fica fazendo essa cara de bobalhão! Me desconcentra! - Riu ela, antes de me contar sobre o que havia acontecido... Senti meu coração apertar à menção do casamento que sua mãe havia arranjado.

– Casamento? Como assim, casamento? Você não aceitou esse absurdo, né, Merida?! - Perguntei, um pouco exaltado.

– É claro que não! - Ela disse, rindo - Por que o interesse, posso saber?

Abri a boca para responder, mas a fechei em seguida, sentindo meu rosto corar. Se ela percebeu algum indício, não demonstrou, e continuou contando a história de seu rompimento com Rainha Elinor, seguido de sua inusitada transformação que acabou as unindo novamente.

– Coisa de doido... - Comentei. - E eu pensando que minha história era a estranha...

Merida me lançou um olhar de curiosidade... Eu respirei fundo e hesitei antes de começar a história.

– Lembra das histórias que sempre nos contam sobre os vikings?

Merida arregalou os olhos.

– Eles fizeram algo com você? - Disse ela, assustada.

– Não, não é isso... É que... - Medi bem minhas palavras antes de falar. - Você nunca pensou que essa poderia ser uma visão errada? Que os vikings poderiam ser, huh, legais se os conhecêssemos melhor?

Merida me olhou confusa, quase incrédula.

– Mas, Dimi, eles...

– Eu sei. - Interrompi - Invadiram os Quatro Clãs, tentaram tirar nossas terras, mataram muitos de nós... Mas não são todos os vikings que são assim. Eu sei disso porque, bem... - Olhei no fundo dos olhos de Merida, sentindo meu coração bater forte - Eu sou um deles.

Merida me olhou com a confusão clara em seus olhos. Antes que ela fizesse qualquer pergunta, comecei a explicar tudo.

– Sabe... Quando você me deixou na floresta, eu não entrei nela de imediato. Resolvi antes ler algo que meus pais tinham me dado... - Peguei a edição de bolso do Livro dos Dragões e dei a ela, que leu a mensagem de meus pais com interesse. - Bom, depois de ter dado uma olhada no livro todo, me deparei com uma anotação estranha na última página... A descrição de um Fúria da Noite... E aí, bem... Eu meio que pisei no rabo do Sombra aqui... - A partir daí a história pareceu fluir de minha mente, sem que eu precisasse pensar muito nos detalhes. Contei como Sombra havia acidentalmente me levado até Berk, e notei que meus sentimentos conflitantes não eram a uma pessoa específica, mas quanto a vida de uma específica... Ignorando esta parte, descrevi meu ataque frustrado aos vikings adolescentes, e como haviam me acolhido mesmo antes de saber quem eu era... Contei dos dias em que voava com Sombra, o dia em que eu e Soluço vimos os Exilados e tudo o que vi e vivi em Berk. "Pelo menos tudo que também não quero esconder de mim mesmo" pensou uma teimosa parte de minha mente...

– É claro... - Merida sacudiu a cabeça - Foi por isso que estranhei essas suas botas. - Ah, sim... Geralmente nossas coisas eram forradas com lã, não com couro de... Iaque? Sei lá. - Nunca pensei que vikings pudessem ser bons de alguma forma... Mas se você está dizendo... - Ela balançou a cabeça, confusa. - Me diz uma coisa, por que não veio ninguém com você? Acredita realmente que eles não ofereceriam algum tipo de risco pro Reino?

– Claro que não! - Respondi, um tanto exasperado. Até Merida! Mas eu tinha de relevar... Sendo filha do Rei Fergus, ele devia desconfiar mais do que ninguém de pessoas de um povo que seu pai um dia combatera.

– Desculpe... - Merida murmurou. - Eles são sua família agora... E se você está dizendo. - Ela deu um sorriso amargo. - Se o seu primo é como você diz que é, seria mais fácil que os outros reis fossem um perigo maior pra ele do que ele pro Reino. Não é sempre que meus pais conseguem controlar os ânimos deles.

Concordei com a cabeça, sabendo que nenhum daqueles era o real motivo para eu não ter levado Soluço ali... Obviamente o jeitão diplomático dele poderia nos trazer problemas caso ele pensasse em falar a todos ali que, na verdade, éramos vikings. Se alguém soubesse daquela história de os vikings acharam que nomes ruins afastavam trolls, também. Mas não era isso... "É por que eu teria ciúmes" Constatei, num choque... Aquela sensação estranha que eu sentia não era apenas quando eu estava junto de Astrid, como eu havia pensado, por gostar dela... Eu gostava, claro, mas não da maneira que eu gostava de... Sacudi a cabeça, aquilo também devia estar errado.

Me dei conta de que a sensação estranha que eu tinha era a de estar de certa maneira traindo toda a minha ida antes de ir para Berk, e também a de estar tomando o lugar de Soluço, de certa maneira... Sabia que ele não sentiu ciúmes em momento algum; ele era bonzinho demais pra isso; mas também sabia que, se eu estivesse em seu lugar, o sentiria. Pois é, eu ainda tinha muito a aprender com meu primo. Eu suspirei e ma levantei, batendo a grama das roupas. Agora o sol já havia nascido completamente, e provavelmente os mercadores já começavam a encher as ruas de DunBroch.

– Vamos, Merida - Eu disse, ajudando-a a levantar - Ainda tenho que rever mais algumas pessoas - Sorri, pensando em meus pais.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim. Mas caso achem q faltou coisa, nos próximos vai ter mais ação.
Vou aproveitar o nome do capítulo e avisar que a série de desenho do Como Treinar o Seu Dragão é muito bobinha, o pouco conteúdo mais ~forte~ dos filmes (como o Soluço perdendo a perna, por exemplo, q dá pra descrever de forma bem sangrenta se quiser), então pouquíssima coisa de lá vai ser aproveitada nessa fic.
Enfim, boa semana (ou mês, se eu demorar kk) e minhas sinceras desculpas pela demora :P
P.S.: Só descobri agora o jeito certo de escrever DunBroch. Não me briguem, to com preguiça de corrigir todos os outros capítulos, hehe...