De acordo com a realidade... escrita por maddiesmt


Capítulo 36
Cap 31- parte 2: Desafios


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente: Me desculpem por n ter postado ontem..tive motivos maiores chamado:reggae no rio com os amigos feat drunk me.
Não pude prever os acontecimentos por isso fui pega desprevenida..
Parte boa: isso me fez caprichar ainda mais e o cap saiu bem grandinho.
Estamos em reta final(sim esse provavelmente é o nosso PENULTIMO CAP) e espero sinceramente que gostem.
Obg por tudo gnt!!
P.S: OLHA O AVISO EM CAPSLOCK D NV...QND VCS OLHAM ESSE AVISO EU JA ATÉ SEI Q VCS SE PERGUNTAM...ONDE VAI SER DESSA VEZ?...UHAHAHU!POIS QUEM N TEM PROBLEMAS COM CENAS "IMPROPRIAS" PARA MENTES PURAS TERÁ A OPORTUNIDADE DE DESCOBRIR. BOA LEITURA.



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A porta ja estava aberta a alguns minutos. O silencio era cumplice da ausência das palavras. Se comunicavam do jeito que mais se entendiam...apenas com o olhar. O negro consumindo o azul, o doce e o amargo se misturando em uma breve troca de sentimentos confusos.
–Zelão?O que faz aqui?- a voz dela saiu fraca e quase inaudível...ainda estava mergulhada no universo infinito dos olhos dele.
–Boa noite Dona Juliana. O Ferdinando disse que tinha algo muito importante pra mim e pediu para que eu o encontrasse aqui. – A secura do tom de voz quase apagava o nervosismo...quase.
–O Nando foi em um jantar aqui no apartamento dos pais da Gina...mas entre por favor...fique a vontade eu vou ver se falo com ele. – a moça o convidou para entrar e torceu involuntariamente para que ele aceitasse.
–Obrigado.- Ele concordou e entrou em um mundo de lembranças que só aquela casa o fazia mergulhar.
–Você aceita um copo de água? – Educada...extremamente educada e querendo profundamente que ele ficasse mais tempo do que o necessário.
–Claro. – ele disse se dirigindo para o sofá...em seu lugar habitual perto da sacada.
Ela suspirou...ele estava evitando os olhos dela...e ela não sabia mas para onde olhar se não para o olhar negro dele.
Ao chegar na cozinha se deparou com uma garrafa de vinho tinto, duas taças e um bilhete.
“Juliana,
Eu nunca vou me esquecer daquele bilhete grudado no vestido branco. Aquele que me fez ter certeza de que você é mais que uma amiga...e sim uma verdadeira irmã.
Lembra que no bilhete você dizia que queria encontrar um amor tão bonito como o meu e do Nando? Pois então minha amiga, eu lhe digo que você ja tem esse amor e ele com certeza está a sua espera sentado no sofá da sala.
Não perca esse sentimento pra você mesma minha amiga, não ceda as perguntas sobre futuro e consequências de atos...apenas viva e deixe esse amor lindo de vocês lhe trazer a paz que eu sei que você sente tanta falta.
Não se negue e não negue a ele...afinal de contas...toda essa recusa não leva a nada.
p.s: Você sabe que eu não sou tão boa com as palavras como você...mas espero que tenha entendido o recado. Boa sorte!
Gina.
A professora estava chocada mas a gradeceu a influencia do amigo engenheiro na construção dessa nova e doce Gina.
Olhou mais uma vez para a arrumação de taças e vinho e sentiu-se transcender para o universo paralelo de memórias passadas e medos futuros. Estava presa a uma consequência provocada pela probabilidade...sim por que a leve possibilidade de ter o destino de sua mãe a assustava tanto que preferia ser ela a abandonar um romance promissor do que ser aquela a sofrer por ter se deixado levar.
Não poderia culpar o rapaz sentado no sofá e muito menos a mãe dele ou qualquer outra pessoa se era ela a verdadeira vilã de si mesma.
O toque do celular a despertou para a realidade de escolhas difíceis. O aparelho acusava três ligações perdidas do médico. Lembrou-se que tinham decidido que seria a ultima tentativa deles e que qualquer sinal contrário ao esperado determinaria o fim definitivo. Revezou olhares entre as chamadas e a garrafa de vinho. Pesou seus desejos mais profundos e recordou-se da sensação única que apenas um deles lhe proporcionava. Decidiu se desatar de todas as inseguranças provocadas pelo medo, sabia que a vida era feita de riscos e se arriscaria naquele que lhe impelia a vontade de ser feliz. Desligou o telefone e serviu as duas taças com o vinho. Respirou fundo e pela primeira vez, em sua vida amorosa, decidiu ser mais Juliana e menos vitima.
*
O rapaz não conseguia tirar os olhos da ruiva ao seu lado. O vestido parecia ter sido feito para lhe provocar. O tom burgundy dominava o traje combinando perfeitamento com os lábios da moça. O vestido de alças largas tinha o decote que contornava delicadamente o colo da moça e deixavam os seios ainda mais notáveis...e ao olhar do engenheiro...apetitosos. O comprimento estava no nível certo do pecado e a saia do vestido parecia colaborar com as diversas ocasiões que ele, agora, passava a desejar. A cintura fina era marcada por um cinto preto que parecia fazer conjunto com o sapato peep toe que ela usava. O cabelo estava preso em apenas duas mechas e deixava os cachos soltos contrabalanceando o vestido sexy com o penteado romântico. Sabia que a convivência com Juliana a estava mudando...mas também tinha certeza que exercia alguma influencia sobre ela...afinal de contas..antes de tudo começar ela ja morava com a professora...mas nunca tinha ligado tanto para aparência. Parecia que agora ela o fazia com o único objetivo de lhe tirar do serio...e o fazer imaginar situações perversas que envolviam a destruição de cada pedaço de tecido que a envolvesse. O barulho do elevador o fez despertar. Ela o olhou e sorriu. Ele mantinha uma sacola e o buque em um dos braços enquanto o outro forçou ainda mais o aperto na mão dela. Sorriu ao encontrar ali no seu dedo anelar dela...a aliança deles. Dirigiram-se para a entrada da casa e apertaram a campainha e torceram para que a noite permanecesse tranquila e sem dramas.
–Olá Ferdinando!Pode entrar filho!
–Obrigado Seu Pedro.
O casal entrava na casa dos pais da moça e era logo recepcionado pela alegria do patriarca da família. O senhor cumprimentou o genro com alguns tapas amigáveis nas costas para logo depois dar um abraço carinhoso na filha.
A esposa do senhor resolveu sair do seu amibiente natural, a cozinha, e interagir com os convidados.
–Olá Dona Tê.- O rapaz deixou que seu sorriso mais encantador lhe enfeitasse a face. Falar com a mulher era como andar em um campo minado...e ele preferia a segurança da boa e velha educação.
–Oi Nandinho!
Os presentes estranharam o uso do apelido carinhoso mas decidiram ignorar para não provocar.
–As flores são pra senhora...espero que goste.
–A...mais elas são lindas!Muito obrigada pela gentileza!Eu vou coloca-las em um vaso bem bonito...vocês fiquem a vontade viu?!
Logo que a beata se retirou Ferdinando deu um suspiro de alívio. Gina ainda estava confusa com as atitudes da mãe porém se mantinha firme ao lado do marido...com os dedos entrelaçados aos dele. O pai da moça coçou a barba, um tique nervoso que ele não conseguia se livrar, e confessou que também estava surpreso.
–O que é que deu nela? Eu em...não ta boa não. Bom mais vamos deixar ela pra la que a gente não ta na posição de reclamar do bom humor dela...so de agradecer mesmo.
O engenheiro sorriu e viu o rosto da esposa compartilhar do mesmo riso aliviado nos lábios.
–Bom seu Pedro...eu também trouxe algo para degustarmos durante o jantar.- O rapaz tirou da sacola que carregava uma garrafa que fez os olhos do senhor brilharem.
–Um Romanée- Conti de 96! Isso aqui deve ter sido uma fortuna...sabe filho...eu so vi dessas uma vez na minha vida...e foi la no sitio do vosso pai. - A ruiva trocou olhares suspeitos com o marido e perguntou o motivo de tanto encantamento do pai por uma simples bebida.
–Mas isso é so um vinho pai...
–Não é só um vinho minha filha...é O vinho... é praticamente uma obra de arte.! Feito exclusivamente por uvas pinot noir, produzido nas doces terras do leste francês, envelhecido em barril de carvalho e maturado por no mínimo 12 anos. São tão raros que apenas 6.000 garrafas são comercializadas por ano. – Ferdinando ria da expressão quase poética do sogro ao falar do vinho e jurou ter visto algumas lágrimas se formarem em seus olhos.
–Mas me diga filho onde você achou uma raridade dessas?
–A Seu Pedro...o meu pai ainda tem os contatos dele...então não foi tão difícil de arrumar.
–Por falar no seu pai ele esteve aqui...não sei se ele chegou a comentar com o amigo. – O senhor colocou a garrafa triunfalmente na mesa de jantar e tratou logo de ir abrindo.
–O meu pai? Aqui?
–Sim sim...e fico muito feliz de lhe dizer que o velho Epa...voltou a ser um grande amigo desta família...e nos fazemos muito gosto desse casamento de vocês.
Ele acaba de servir os copos e ofereceu a taça para os convidados especiais.
–O senhor esta falando serio Seu Pedro?
–Sim sim...o seu velho é um turrão mais sempre vai ser o meu amigo Epanimondas...- O senhor brincou com o apelido antigo que tinha dado ao amigo.
Ferdinando, que agora tinha um dos braços abraçado a cintura da moça e no outro a taça de vinho nas mãos...não se conteve ao depositar um longo beijo na bochecha da mulher. A jovem mantinha os brilhantes na direção do pai e apertava com certa força a mão do marido que lhe abraçava.
–Eu nem sei o que lhe dizer Seu Pedro...
A felicidade do casal era evidente e contagiava qualquer um que por ali passasse...até mesmo a senhora que agora retornava e ocupava seu lugar ao lado do senhor de barbas ruivas.
–Então eu ofereço um brinde...ao amor de vocês que mais uma vez uniu nossas familias...que vocês sejam muito felizes.
Após o brinde o jantar transcorreu tranquilamente...entre conversas sobre detalhes do casamento, lista de convidados que deveriam ser revistas, o local que ja estava certo, o vestido que Gina se recusava a “perder seu tempo”provando, o padre que deveria ser comunicado e a data que ainda estava em aberto.
Discussões normais de um casal apaixonado e prestes a renovar os votos feitos e testemunhados pela natureza a alguns dias atrás. Estavam realmente mudando vidas, redefinindo concepções e, finalmente, construindo uma nova família.
*
Não queria ser aquela que quebraria o silencio dos olhos dele. Ja havia quebrado coisas demais. Fechou os olhos e chamou a coragem que a abandonava a cada segundo que ficava calada. Voltou sua atenção para o rapaz e admirou a expressão concentrada em que ele se perdia.
A lua não estava totalmente cheia mas conseguia iluminar um pouco da sacada escura. Os detalhes das poucas plantas presentes ali denunciavam que havia cuidado, havia querer...mas não havia tempo. Tempo...seria ele o responsavel pelo bem querer ou o culpado pela falta? Ele ja não sabia de nada. As certezas que tinha o traiam e derrotavam o orgulho que ele nunca soube manter.
–Elas são da Gina...por incrível que pareça...pelo menos isso ela não mata.- A voz dela saiu mais forte do que o esperado por ele e a professora sorriu ao lembrar da amiga que sempre a salvava dos insetos asquerosos.
O rapaz a viu se aproximar com as taças e se perguntou se realmente estava enxergando bem.
A moça lhe entregou o vinho e sentou ao seu lado ainda admirando as pequenas flores do mini jardim. Deu um gole do liquido e saboreou o momento como quem apreciava a beleza do simples.
Ele a acompanhou em silencio...não ha muito o que dizer quando não se entende a situação.
–Eu costumava achar que nada no mundo me derrubaria. Não depois que meu pai foi embora...e isso não é uma desculpa...é apenas um desabafo.
Outro gole de vinho...mas segredos despejados.
–É engraçado quando você se ve nessa posição de vunerabilidade e ao mesmo tempo uma força absurda te empurra para que você consiga reverter a situação em que se encontra. E quem sabe quando você toma a coragem necessária ela não te leve a uma decisão determinante.
O vinho parecia cada vez mais interessante para ela e a mesma mais interessante para o rapaz.
– Eu poderia me esconder pra sempre sabe, me fechar no mundo que eu construí com os acúmulos de decepções e erros. Mas eu estou aqui...para lhe dizer que você foi o único que conseguiu escalar toda essa muralha de dor que me cerca.
Ele a olhava intensamente e ela preferia olhar o horizonte enquanto confessava todos os seus pecados e desejos.
–Você pode pensar o que quiser...que eu sou uma maluca, uma garota insegura e cheia de frivolidades, pode pensar que eu trabalho muito e dedico muita atenção até a quem não merece, pode me escurraçar da sua vida e me taxar de todos os nomes que achar necessário ou pode simplesmente me amar...com todos os defeitos e traumas que carrego...e com todo esse sentimento...que é o mais puro que eu tive na vida.
Ela deixou uma lágrima cair e olhou para o chão. Se abrir assim não era fácil...mas ela não estava arrependida.
A moça sentiu os dedos quentes do rapaz lhe retirarem delicadamente a lágrima fria. Ela inclinou o rosto para sentir um pouco mais do calor do toque dele e direcionou o seu azul para o universo dos olhos dele.
–Não é porque a gente terminou Zelão...que a gente precisa virar inimigo.
–Inimigo? Que inimigo....não tem inimigo algum....como posso ser seu inimigo Juliana...se nessa minha vida eu so penso em você.
–Mesmo depois de tudo o que eu lhe fiz? Eu fui uma covarde Zelão...eu errei tanto com você...e fazendo isso eu me machuquei de uma maneira que eu não sei se vou conseguir me recuperar.
–Pois eu lhe ajudo...eu remendo seus enganos...eu entrelaço as nossas falhas ...sim por que eu também sou culpado de ter sido tão leviano, de ter deixado que outras pessoas envenenassem o nosso amor. Mas todo mal tem uma salvação e a minha é você. Por que eu sinto...aqui nas caixas do meu peito que esse sentimento não esta desacompanhado...ele faz par com o teu e somente o teu.
Ele fez leves carinhos no rosto da moça que fechou os olhos diante da saudade.
–Tão perto ... e tão longe...uma professora...e um subordinado...dois corações...e um amor...- ele se rendeu a lágrima que rolou solitária em seu rosto e a moça abriu os olhos para encontrar o amor evidente no semblante dele.
–Eu tava com saudade Juliana...
–Eu também Zelão...saudades de você.
–Meu coração tava congelado...mais saiba...que ele nunca deixou de bater por você...-ela sorriu e ele continuou- Meu amor...Faz uma coisa nessa vida...fica comigo?
–Sim!Eu quero você...eu te amo Zelão...
O magnetismo que os atraia revelou-se poderoso o suficiente para uni-los em um beijo de saudade, paixão e...finalmente....amor.
*
Gina e Ferdinando saiam da casa dos pais da moça e pegavam o elevador a caminho da saída do prédio.
Revisaram rapidamente o plano que consistia em fazer com que a ruiva saísse alheia a atenção do porteiro.
– Ta...vai la amor...boa sorte!- ela lhe deu um breve beijo e permaneceu fora do campo de visão do senhor que estava entrertido no jogo de futebol transmitido pela pequena televisão.
Ferdinando se aproximou do balcão da portaria procurando alguma desculpa que tirasse a atenção do senhor do portão.
–Boa noite meu caro...você pode me informar quanto esta o jogo...sabe eu adoro esse time...
O senhor em questão o encarou de cima a baixo....procurou algo que denunciasse falcatrua, ja tinha sido alertado sobre o sujeito pela senhora de um dos apartamentos...sabia que deveria ficar de olho na noiva do rapaz...ordens da própria mãe da moça. Deu uma olhada na televisão que continha a gravação das câmeras e não encontrou evidencia da presença da garota. Resolveu acreditar no gosto improvável de um engomadinho por futebol.
– O São Paulo aqui acabou de fazer um gol...mas isso ainda não garante nada sabe..se continuar com esse placar eles vão pros pênaltis...e ai o bicho vai pegar...
A conversa começou a se desenrolar com comentários precisos sobre técnica por parte do porteiro e suposições por parte do engenheiro.
A moça encontrou a deixa para a saída perfeita. Agachou –se o máximo possível e andou na ponta dos pés para que não fosse vista e nem escutada. Estava concluindo o trajeto com sucesso até que a voz do marido irrompeu em um estrondoso grito errado. Ele tinha se empolgado demais.
–PENÂLTI!
O olhar da moça automaticamente subiu um pouco mais do que o permitido para que ela visse o lance na televisão do porteiro.
O senhor olhava desconfiado para o rapaz...
–Mas isso foi lateral...
O rapaz arregalou os olhos e a moça baixou rapidamente a cabeça balançando a mesma negativamente.
–Perai...você sabe que campeonato é esse?
–Claro que eu sei...ora...
–E qual é?
–De futebol...
A ruiva se segurou para não gargalhar mas conseguiu chegar ao destino e destrancar o portão de forma silenciosa.
O senhor estreitou os olhos na direção do rapaz, olhou novamente para as câmeras e não encontrou nada.
–Me diga uma coisa...você tem problemas não é rapaz? Olhe...não é preconceito não quem não gosta de tomar umas de vez em quando?! mas va buscar tratamento viu...as vezes não tem cura mas tem solução.
Ferdinando apenas lançou um sorriso falso na direção do senhor e resolveu que o show deveria ser encerrado...ele estava faminto pela sobremesa. Olhou em volta e garantiu que a esposa ja tinha completado o percurso.
Aos olhos do funcionário do prédio o rapaz parecia mais bêbado do que preocupado...e deixou apenas que o mesmo se retirasse sem mais questionamentos.
–Obrigado e boa noite.
–Boa noite...e não vá dirigir!
Ele a encontrou encostada no carro. O jeito com que ela mantinha uma das sobrancelhas erguida e as mãos sob a cintura denunciavam que ela não iria deixar a gafe do rapaz escapar.
–Penalti? Campeonato de futebol? É serio Ferdinando?
–O que você queria que eu dissesse? Eu não entendo nada daquilo e nem vejo graça em ver um bando de homem correndo atrás de uma bola.
Ela riu da confissão do marido...e voltou ao assunto com argumentos sólidos.
–Mas amor...aquilo ali é conhecimento básico e universal!
Ele a olhou desejoso,a pressionou no carro e sussurrou sedutoramente em seu ouvido.
–Os meus conhecimentos abrangem outras áreas...
–Ah e?- ela depositou seus braços no pescoço dele e o rapaz a impressou ainda mais contra o carro.
–É sim...você não ta afim de descobrir quais são? – Um olhar devasso e sedento.
–Contanto que você não confunda pênalti com lateral...- Provocante...deliciosamente provocante.
–Eu acho que eu prefiro mais um jogo de sinuca...
–E eu prefiro que a gente saia daqui agora antes que a gente leve cartão vermelho.
Ele riu e concordou. Lhe deu um beijo apaixonado e cheio de mordidas mal intencionadas. Precisavam sair dali antes que esquecessem que estavam no meio da rua e em frente ao prédio dos pais dela.
*
–Giaco? – a moça encontrou o italiano sozinho em uma das mesas do restaurante fechado. A solidão na qual ele mergulhava fazia com que seu coração doesse de uma forma diferente.
–Sim Rosa- o senhor não tirou os olhos do pano fino que cobria a mesa.
–Eu ja arrumei tudo na cozinha e agora ja estou indo tudo bem?
–Claro...Buonanotte bella ragazza.
Ele mesmo se assustou com a faciliadade com que o elogio saiu...ela sorriu e teve certeza de que não queria ir embora.
–E por um acaso você ja jantou?- ela se atreveu a colocar um pouco mais de intimidade na conversa algo, que ela não sabia identificar direito, a dizia que era a coisa certa a fazer.
–Não...mas por que a pergunta?
–Espere um segundo.
A moça voltou para a cozinha, fez um rápido prato de macarronada e os levou para a mesa no qual o chefe estava sentado.
Ele se surpreendeu com as ações da jovem mais resolveu aceitar silenciosamente. Ela acendeu uma única vela e colocou na mesa entre eles.
– Buon Appetito- ela tentou e acertou o italiano que estava começando a aprender apenas com a convivência no restaurante.
O senhor riu e decidiu que uma garrafa de vinho seria bem vinda.
–Eu espero que che si sente bene qui....eu espero que você esteja se sentindo bem aqui.
–Ora essa Giaco...eu to me sentindo muito bem aqui...não se preocupe. – eles sorriram e degustaram a taça de vinho tinto. A cozinheira resolveu sondar o bem estar do homem a sua frente.
–A sua filha Milita não tem dado noticias não?
–Ainda não...acho que ainda não teve tempo.- ele estava triste mais tinha um novo brilho no olhar.
–Eu não conhecia muito ela...mas no dia do casamento eu confesso que admirei a coragem que ela teve sabe...de deixar o conhecido e o confortável pelo improvalvel e o incerto...acho que todas as consequências devem sumir de nossos pensamentos quando nos apaixonamos assim tão verdadeiramente.
Compartilhavam de situações contrárias...ela parecia ter conhecimento teórico sobre o amor ...mas lhe faltava a experiência de amar corretamente...ele tinha experiência...mas lhe faltava entendimento de tal sentimento.
–Eu a vi raras vezes antes do casamento...e eu posso contar as vezes que eu vi o senhor aqui no restaurante..eu quase não saia da mansão dos Napoleão.
– Se não eu ja tinha reparado na moça bonita que você é.- os olhos dela brilhavam e refletiam a chama suave da vela...deixou-se corar e tentou arrumar desculpas para o galanteio do italiano.
–A que isso Giaco...eu so sou uma cozinheira...
–Você é muito mais que isso Rosa...e eu tenho certeza que qualquer um seria muito feliz em lhe ter como companheira.
Ela riu e deixou o corpo caiu na cadeira.
–E muita gentileza sua...mas eu acho que eu não sirvo pra esse negocio de amor...eu ja tive dois namorados...mas não deu certo com nenhum deles...e agora isso tudo ja passou e a minha cabeça j ata em outro canto.
–Mas em que canto?- Curioso, paciente e maduro...talvez fosse isso que o diferenciava.
–Aqui ora essa.- ela se aproximou da mesa e o olhou nos olhos – Onde mais deveria de estar?
–Eu...e...eu espero ...que tu sei sempre molto felice di lavorare qui...- o nervoso fazia com que a língua materna do senhor voltasse com força e as palavras saíssem com dificuldade...tudo isso era simplesmente adorável ao olhar atento da moça.- Eu espero que você seja sempre muito feliz de trabalhar aqui...eu ..eu vou servir um pouco mais de vinho.
A inquietudo do dono do restaurante era tanta que acabou esbarrando em uma das taças e derrubando um pouco do vinho na roupa da jovem cozinheira.
–Scusa Rosa! Me perdoe...eu sou um desajeitado.- os dois se levantaram imediatamente e o italiano procurou os guardanapos para ajuda-la.
–Tudo bem Giaco não se preocupe. – ela ria da insistência do senhor em querer consertar o deslize.
–Giaco..- ela segurou a mão do senhor e fez com que seus olhos se encontrassem em meio a meia luz da vela. – Não se preocupe com isso- a moça sussurrou...a proximidade não exigia nada além de murmúrios.
–Sim...me desculpe.. – por mais que o perdão tivesse vindo a posição adotada pelo casal ainda era a mesma. A mão dele permanecia na dela e os olhos ja não desviavam o olhar.
–Você sabe Rosa...que você foi a melhor coisa que me aconteceu desde que a minha filha Milita se mudou...eu sinto que posso ser mais autentico ao seu lado...mais eu do que jamais fui. Io não tenho definições para sentimentos...Io apenas sinto...e agora...Io sinto que se você me aceitasse...eu seria o homem mais feliz desse mundo. Mas vamos deixar as coisas como estão e não se fala mais nisso.
Ela baixou os olhos...era bom demais pra ser verdade.
–Que pena...
–Pena? Pena por que?
–Ora...eu fico sem graça de falar assim de repente.
–Mas me diga Rosa...se eu te pedir em namoro...apesar da nossa diferença de idade...você aceitaria?
A moça sorriu e sentiu uma lágrima se desprender de seus olhos.
–Mas é claro que aceitaria...mas...será que a sua filha Milita ia gostar?
–Eu não dependo da opnião da minha filha...ela não levou muito em consideraçãoo as minhas sobre o tal casamento dela.
A jovem tocou de leve o rosto do homem que a fitava com tanto carinho. Teve certeza que os rebuliços que sentia na alma eram de fato o tão falado amor que sempre teve curiosidade de experimentar. Uma nova concepção do sentimento lhe veio a mente...amor não era feito apenas explosão e muito menos de calmaria. Não era feito apenas por uma pessoa e sem duvidas não era uma obsessão de planos feitos individualmente. O amor era um consenso, era um aprendizado. Era a vontade de se doar sem medo, sem paradigmas e sem preconceitos.
–Eu posso te dar um abraço?
Ela sorriu e se rendeu ao abraço mais cheio de emoções que ja recebeu...sentia que estava trilhando finalmente o seu caminho para um final feliz.
*
Os jovens estavam jogados no chão da sala, ofegantes, suados e satisfeitos. Não tiveram tempo para pensar em muitas coisas...apenas retiraram o necessário e mergulharam um no outro como sempre faziam. A porta do apartamento, dessa vez, tinha ficado fechada mas não trancada...não lembraram nem de ligar a luz ...apenas aproveitaram a pouca luminosidade proveniente de uma mistura natural de luz do luar e artificial de alguns postes da rua.
A moça sorriu ainda mais quando lembrou que quase chegaram as vias de fato na garagem...muita adrenalina para quem ja tinha feito coisas mais arriscadas sobre o capô do carro.
–Que bom que aqui tem carpete.
Ela riu do comentário do marido.
–Claro...estava faltando o carpete pra nossa lista. - Eles se entreolharam e riram novamente.
–Na verdade...ainda temos um tour pra fazer...
–Como assim?
–Ue...eu disse que o meu nível de conhecimento era em diferentes áreas...e ainda nem chegamos na surpresa do quarto.
–Surpresa?!
–É... mas ja burlamos a primeira fase então acho que ja estamos aptos para a segunda.
–Do que diacho você esta falando?
–Disso aqui...- ele procurou um papel no bolso das calças abaixadas e ela decidiu que ja estava na hora de deixar o chão. Tentou se arrumar e procurar a lingerie mas foi parada por ele.
–Não...fica assim do jeito que você ta...você não sabe o quanto esse vestido te deixa ainda mais sexy.- ele se aproximou e mordeu o lobo da orelha dela.
–Você não presta senhor meu marido.
–E você é um pecado senhora minha esposa- mais beijos foram depositados pela delicada área do seu pescoço...e ela ja estava pronta para o novo round.- mas..antes que a gente acabe no carpete novamente...eu tenho alguns planos para hoje.
–Planos é?
–Sim...planos...- ele entregou a ela o papel e ela olhou confusa.
–Mas isso aqui é a planta desse seu apartamento.
–Sim...
–E por que tem vários x vermelhos marcados em áreas diferentes...
–Eu lhe disse que meu conhecimento abrangia outras áreas...
Ela estava chocada...tinha entendido o recado do rapaz e se recusava a lidar com a ideia sem rir da mente maquiavélica do marido.
–Ferdinando Napoleão...isso é o que eu to pensando que é?
–Se você está pensando em um tour...vamos dizer...romantico pela casa...então sim...você está certa.
–Você sabe que temos o almoço na casa do seu pai amanhã ne?
–Sei...e a gente pode fazer esse tour parcelado...e depois voltar para os mais pedidos.
Ela gargalhou e voltou a atenção para o mapa em suas mãos.
–Então acho que a gente pode marcar o carpete da sala...e partir...para onde mesmo...?
Os olhos dele brilharam ao notar que ela havia embarcado na brincadeira e que estava tão insaciável quanto ele.
A moça percorreu brevemente o papel e escolheu o próximo destino. Levantou –se e saiu correndo pela casa fazendo com que ele esquecesse as calças no chão. Ela mordia os lábios, lançava olhares desconcertantes e o chamava com a ponta dos dedos. Ele nem sabia para onde estava indo...estava apenas concentrado nela, na tentação que ela exercia sobre ele, nas mãos dela que puxavam, maliciosamente, o vestido cada vez mais para cima. Chegaram na pequena biblioteca e deixaram os livros caírem e se acumularem pelo chão. Por um momento Gina teve certeza que quebrariam o grande armário tamanha era a pressão que seus corpos exerciam sobre ele. Giraram por todo o local encontrando apoio nas estantes, na mesa, na cadeira e até mesmo por sobre os livros jogados. Alguns exemplares perdiam as folhas e outros tornavam se relíquias amassadas. O rapaz baixou as alças do vestido e mergulhou nos seios da moça.Ela deixou os olhos fecharem e o corpo escorrer pela estante puxando alguns livros em seu ato. Ele a acompanhou enquanto ela perdia os sentidos.
Ferdinando tinha que admitir que as vezes essa privação toda por parte da sogra...os fazia ainda mais ávidos. A ruiva se colocou por cima dele e o engenheiro fechou os olhos e agarrou com mais força o quadril da esposa. Encaixavam-se perfeitamente e ele não entendia como ela conseguia domina-lo completamente.Era vez dela de comandar...ditava o ritmo, a profundidade e era extremamente cruel em seus movimentos cada vez mais enlouquecedores. Ele apenas se maravilhava com a habilidade dela de lhe tirar a razão. Retirou as mãos do quadril dela para posiciona-las nos seios da moça e passou a massagea-los. Mordeu os lábios quando ela fechou os olhos e se inclinou ainda mais pra trás apoiando as mãos em alguns clássicos da literatura que agora enfeitavam o chão.
Sentia o corpo todo aprovar os estímulos provocados por ele. Se deliciou com os apertos fortes que ele destribuia...ora em seu quadril...ora em suas pernas ...ora em seu bumbum. E prendia a respiração a cada vez que ele dedicava uma atenção especial ao seu busto. Ferdinando adorava o jeito com o qual ela se movimentava sobre ele, sentia o mundo girar a cada ação da ruiva. Ouviu a respiração dela se intensificar...a medida que os movimentos aceleravam. Sentiu o próprio corpo avisa-lo de que ele também precisava de mais ar em seus pulmões. A jovem deixou que o próprio corpo se desfizesse em mil pedaços de prazer e satisfação...e o marido seguiu a mesma trajetória.
Ela caiu sobre ele ainda ofegante e sorriu ao encontra-lo igualmente risonho.
–Menos um...qual o próximo...
–Você vai me matar menininha...
Eles riram e o rapaz passeou os dedos pelos cachos dela.
–Agora temos uma nova definição para biblioteca.- ela disse enquanto procurava, meio as folhas espalhadas, o papel especial deles.
–Você sabe que eu adoro construir novas definições com você ne? – ele a olhou nos olhos enquanto brincava com mechas soltas do cabelo dela.
Ela encontrou o olhar dele e deixou que um sorriso quase tímido lhe iluminasse o rosto.
–Eu também frangotinho...apesar de achar que essa nossa mania de destruição ainda vai nos levar a falência.
Eles riram ficaram curtindo a companhia um do outro por alguns minutos até Ferdinando se lembrar da surpresa que a esperava no quarto.
Ele a ajudou a se levantar e a moça arrumou o vestido enquanto tentava adivinhar o motivo de tanto mistério.
Eles chegaram na porta do quarto e ele fez menção de carrega-la.
–Ferdinando....mas o que você ta fazendo.
–Ora essa..chegando no nosso quarto com a minha esposa nos meus braços...não é isso que os recém casados fazem?
Ela parou de lutar e deixou que ele realizasse seu próprio desejo romântico.
O rapaz abriu a porta com ela em seus braços e revelou um quarto totalmente mudado.
A começar pela cor que deixava de ser azul para ter um tom de perola...as cortinas também tinham um tom mais pastel. O local agora tinha uma penteadeira com escovas de cabelo e alguns acessórios básicos que ela usava raramente e um armário que tinha dobrado de tamanho.
Ele a depositou no chão e ela começou a andar pelo novo ambiente, encontrou a cama coberta por pétalas vermelhas e algumas amarelas que estavam posicionadas de forma a completar a frase : “Bem –vinda Sra Napoleão”.
Ainda pelo passeio a moça se encantou com os porta –retratos espalhados..fotos deles, fotos dela..fotos que ela nem suspeitava que existiam...de tão espontâneas.
–Amor...eu nem sei o que te falar...isso aqui ta lindo demais!
–Você ainda não viu o banheiro.
Ele a conduziu para o local e ela encontrou algumas declarações no espelho, uma escova de dente repousando ao lado da dele, uma banheira enorme e toalhas e robes de banho com os dizeres sr Napoleão e sra Napoleão em cada um respectivamente bordados.
–Você é um maluco! – os olhos dela brilhavam e ela aconchegou o rosto dele em suas mãos pequenas.- Mas é o meu maluco...a pessoa que eu mais amo nessa minha vida!
–E eu nunca vou cansar de dizer o quanto a minha vida so existe em função da sua meu amor. Eu te amo menininha!
Eles se renderam a um longo e apaixonado beijo e deixaram que mais um item fosse riscado do tour...o novo banheiro.
*
Uma manhã de sábado nunca fora tão inspiradora para Juliana. A moça se remexeu na cama a procura dos braços fortes do amor rendido da noite passada.
Sentiu a cama vazia e abriu os olhos apavorada.
Não poderia ter sonhado...seria muita crueldade do seu inconsciente. E se não fosse realmente o sonho...a realidade da fuga dele pela manhã denunciaria arrependimento...e ela sabia que não suportaria a rejeição do amor.
Não teve muito tempo para pensar em possibilidades e preencher o coração com culpas...pois a razão de toda essa agonia agora entrava no quarto com uma bela bandeja de café da manhã.
–Espero que não se importe de eu ter abusado um pouco da sua cozinha.
A moça via o verdadeiro banquete ser depositado em seu colo e sorriu ...uma mistura de alivio, certeza e amor.
–Eu te amo...mas- ela sussurrou e encostou a testa na dele...- Nunca mais me deixe no meio da manhã...você não sabe o medo que me deu..
Ele sorriu ...beijou a testa da jovem professora e prometeu solenemente.
Aproveitaram o café para colocarem todas as conversas do mundo em dia, planejaram futuros proximos, riram do plano que deu certo de seus amigos e decidiram que seriam eternamente gratos, pesaram as ações que fariam para lidar com a mãe do segurança , juraram amor eterno e sonharam acordados com a linda história que estavam escrevendo.
*
O resto da manhã passou tranquilo pra quem estava acordado...mas pra quem despertava atrasado para os compromissos do dia...toda a tranquilidade se transformava em nervosismo.
–Nando! O almoço!- a voz da moça saiu quase desesperada quando viu o alarme da cama anunciar que ja eram pouco mais de 11 da manhã.
–Ai meu deus...como a gente foi esquecer...- ele levantava igualmente aflito tinham exatamente 30 minutos para se arrumarem e deixarem o local.
–Eu sabia que esse negocio de tour não ia dar certo... - Ela se levantava procurando o celular...a bolsa...a responsabilidade perdida em algum lugar.
–Ah..vai dizer que você ta arrependida? – ele parou um momento para encara-la...ainda estavam perto da cama...perto demais.
–Não...so acho que a gente podia ter maneirado...
–Não tem como Gina...você sabe que eu não me controlo quando eu to do seu lado...- ele a abraçou pela cintura e sussurrou em seu ouvido- e eu sei que você também não.
–Nando....não vai começar que a gente ta atrasado...- ela fechou os olhos enquanto ele lhe confundia os sentidos apenas com a proximidade.
–Tudo bem tudo bem....ja provei o meu ponto.- ele sorriu e se dirigiu ao ármario.
A moça estava seguindo para o banheiro quando ele a chamou novamente.
–Amor.
–Oi..- ela o olhou e ele sorriu.
–As surpresas ainda não acabaram.
O rapaz abriu a porta do quarda – roupa e revelou um belo e longo vestido azul royal. Ele era simples mas elegante...estilo ombro grego e com detalhes delicados na cintura.
–Eu estava pensando se você não ia preferir usa-lo no almoço de hoje...
–E claro meu amor...ele é lindo.- ela tocou a fabrica leve e sorriu na direção dele. Lhe deu um breve beijo nos lábios, agradeceu novamente e pegou o vestido do cabide. Admirou ainda mais a peça e se retirou para o banheiro. O sentiu segui-la e antes de entrar, decretou.
–Se você pensa que esse vestido vai lhe comprar uma passagem para um banho comigo....está perdendo seu tempo...
–Mas amor...
–Você sabe que estamos atrasados Nando...
–Por isso mesmo...acho que se a gente tomar banho juntinho vai ser muito mais rápido.
–Você sabe muito bem que não é assim que a gente funciona...agora vamos nos apressar é que é...- Ela se fechou no local e ele suspirou e tentou encontrar e separar a roupa para as apresentações do dia.
*
A senhora se embalava em sua cadeira de balanço. Tinha os pensamentos longes e arrependidos. Não aguentava mais a tristeza do filho. Sentia falta das palavras carinhosas, do jeito reservado porém afetuoso, do brilho nos olhos e da vontade de viver. Culpava-se por ser a responsável pela destruição de mais um lar. Afinal não fora ela que decretou o fim do próprio romance a anos atrás? Uma decisão que até hoje manchava suas ações e impregnava suas palavras.
Deveria engolir o orgulho...precisava ser mãe acima de tudo e não suportaria ver o filho entrando em depressão ou coisa pior por causa dela.
Era injusto com o rapaz que o proibisse de algo tão natural como o amor...mesmo que não acreditasse tanto em tal sentimento entre um homem e uma mulher...apenas entre mães e filhos. Não entendia que eram amores diferentes e portanto incomparáveis.
Se agarrou a certeza de que estava apenas tentando proteje-lo e lembrou –se da antiga história da borboleta....na qual um garoto encontra um casulo e acaba ajudando a borboleta sair. O inseto voou para logo depois caiu no chão....morto. Não deveria tentar proteger a cria dos desafios da vida...pois se tentasse ele não iria adquirir maturidade o suficiente para sobreviver a ela.
Decidiu que assim que o filho voltasse teriam uma conversa definitiva. Estava arrependida e desejava profundamente concertar os erros que a faziam uma sogra...bem sogra.
*
–Juliana..você tem certeza?
–Tenho Zelão...é melhor resolvermos isso de uma vez por todas.
O rapaz tocou a campainha da própria casa. Juliana nem chegou a olhar para a escada de incêndio que sempre tinha como rota de fuga...estava segura...estava apoiada na certeza do seu amor.
–Filho! Dona Juliana.
–Olá mãe Benta...será que eu poderia entrar para conversar com a senhora?
–Claro entre.
O rapaz resolveu deixa-las sozinhas e se retirou para a cozinha.
–Mãe benta eu...
–Posso lhe dizer uma coisa Dona Juliana?
–Ah...claro...
– Eu to muito feliz que a senhora tenha vindo aqui Dona Juliana...aliais eu queria começar essa nossa conversa com um pedido de desculpas pelas bobagens que eu andei falando....essa coisa de raiva...é coisa de mãe enciumada.
–Eu entendo..naquela época eu até achei que a senhora tinha toda razão.
–Mas foi por causa disso que vocês brigaram não foi?
– De certa forma foi sim...mas isso é uma briga que ja acabou...e eu quero lhe dizer que eu amo muito o seu filho...e que eu vou lutar sempre por esse amor.
–Tai uma coisa que eu não entendo...como é que a senhora...uma professora formada no exterior, foi gostar justamente do meu Zelão. Eu quero dizer uma coisa pra senhora...o Zelão é o melhor filho desse mundo...agora eu não posso dizer pra senhora que ele é o melhor marido desse mundo...a senhora vai ter que ver.
–Eu estou disposta a arriscar mãe Benta. Eu gosto tanto do Zelão e eu até penso que isso pode ir mais longe...do que eu jamais fui.
–Ai minha filha...eu quero que você saiba que eu abençoo vocês...se você é a escolhida do meu filho...se é pela senhora que ele carrega esse sorriso no rosto...então eu faço muito gosto desse relacionamento de vocês...e se caso isso for terminar em casamento...fique sabendo que sempre teremos espaço para a professora aqui.
–Ahh mãe Benta..muito obrigada...a senhora não sabe o quanto eu fico feliz ...mas devo lhe dizer que não é minha intenção tirar-lhe o conforto da sua privacidade.
–Mas onde é que vocês vão morar depois do casório?
–Eu ainda não sei...mas se um dia chegarmos a casar de fato....nós com certeza vamos dar um jeito nisso. Juntos nos dois.
–Vamos dar um jeito mãe....vamos achar uma solução.- o rapaz agora entrava na sala com um copo de água e trazia consigo o sorriso de quem estava escutando por detrás da porta.
–Mãe...posso lhe dar um abraço?- a moça pediu timidamente.
–Claro minha filha...minha nora...venha cá e me de essa felicidade.
A casa estava repleta de uma mistura de felicidade e esperança...coisas desconhecidas para o ambiente...porém bem vindas.
*
Ela olhou mais uma vez a riqueza de detalhes em uma única maçaneta. Viu o marido gira-la e entrou em um mundo tão diferente do seu. Engoliu em seco...era hora da verdade...era hora do almoço.
Entrava na casa com passos tímidos porém firmes, os olhos guardavam cada peculiaridade , a elegância evidente do gosto do dono da casa se alinhava com a quase extravagancia da mulher do mesmo. Identificava os moveis de madeira de lei, os cristais e porcelanas de algum século passado, o piso de marfim e algumas tapeçarias espalhadas pela sala em contraste com o Monet, obvia escolha da madame, o Rembrant, escolha certa do político e até o Romero Britto evidenciava que a pequena Napoleão também tinha voz na hora da compra de obras de arte.
A casa mais parecia um labirinto com várias portas espalhadas, uma escada em formato de caracol que levava para mais um andar cheio de portas e uma sala que nunca terminava. Percebeu o aperto em sua mão se intensificar e verificou que enfim estavam chegando ao centro da sala de estar, onde a família do marido esperava anciosa.
Engoliu em seco e sentiu todos os olhares lhe avaliarem cuidadosamente.
Ferdinando se postava ao lado da mulher, seguro e orgulhoso de apresentar tal beldade.Enfim tinha reunido em um mesmo local as pessoas que mais amava na vida.
Todos estavam muito elegantes e apresentavam sorrisos diversos que variavam do alegre e ancioso riso da garotinha com roupas de princesa à um sorriso acanhado por parte do pai do rapaz. A admiração era evidente no olhar dos presentes...ela estava linda e bem diferente da moça da fazenda ou aquela que fugiu no meio do casamento.
O engenheiro resolveu começar as apresentações para que a tensão se dissipasse o mais rápido possível.
–Essa...é a minha namorada...Gina...meu pai, minha madrasta e minha irmãzinha. Eu trouxe ela para almoçar conosco e eu espero que ela seja muito bem tratada.- o olhar foi certeiro na direção do pai...mas foi Catarina que se pronunciou.
–Nós estamos aqui justamente para recebé-la minha querida...você se sinta muito a vontade aqui ..
–Seja muito bem vinda senhorita.- o pai do rapaz não sabia muito bem como ser simpático sem ser político.
–Também não precisa dessa frescura ne meu pai.
A ruiva se aproximou do ouvido do marido e sussurrou para que não fosse ouvida por ninguém...apenas por ele.
–Se for pra ter frescura...eu posso ir embora agora mesmo.
–Calma amor...vai da tudo certo eu prometo.- Ele beijou a mão da esposa e ouviu o pai continuar o discurso.
–Eu quero que vocês saibam que estão sendo muito bem recebidos nesta casa.
O casal sorriu e viu a pequena Napoleão se aproximar...a garota notou um certo nervosismo no olhar da namorada do irmão e decidiu que um abraço ajudaria a arrancar qualquer medo presente nela.
A cena era doce aos olhos dos coadjuvantes. A meiga garotinha enlaçava as pernas da moça e admitia o quanto estava feliz em ve-la.
–Maninha! Que bom que você veio!- A menina olhou pra cima e encontrou um olhar mais aliviado por parte da cunhada.
–E eu não mereço um abraço também pituquinha?
A pequena se desfez do abraço para se atirar nos braços do irmão!
–Oi maninho!- a menina ria enquanto o engenheiro a carregava em um abraço divertido...digno deles.
–Me diga uma coisa...cade o seu outro irmão?
–A o Lepe não pode vir...a tia Clotilde também tinha um compromisso muito especial.
O rapaz direcionou o olhar questionador ao pai mas a madrasta tratou logo de informa-lo dos últimos acontecimentos.
–A Clotilde resolveu que vai casar com aquele namorado antigo dela...aquele que o Lepe viu no dia que fugiu...e decidiu que hoje era o melhor dia...você sabe como ela é...sempre querendo chamar atenção.
–Claro...bom vamos combinar um dia para sair com o Lepe...não é amor...- O engenheiro sorriu e esperou a afirmativa da esposa.
–Sim...claro.
–E eu?- Era um absurdo para Pituca...não participar do passeio com os irmãos e a cunhada.
–Você também maninha.- Ferdinando sorriu e a colocou no chão...voltando a entrelaçar seus dedos com os da ruiva.
–Com licença ...- a cozinheira e amiga da família escolheu o momento para também recepcionar a convidada- Seja bem vinda dona Gina.
–A ..mas aqui não tem nenhuma dona não...é só Gina mesmo..- não estava acostumada com rótulos...não sabia muito bem se gostava deles...apenas sabia que o único rotulo que amava ter era o de sra Napoleão...mas apenas pelo simples fato de que ele determinava o enlace com o amor da sua vida.
–Então..Gina mesmo.
Os presentes riram e a madame resolveu perguntar pelo almoço.
–A...sim madame Catarina...o almoço esta servido. – A cozinheira brindava a todos com um sorriso gigante e a informação que todos estavam esperando.
–Ahh obrigada Amancia...Vamos?
Todos se dirigiram a sala de jantar ...e Gina mais uma vez admirou a riqueza do local. Pratos de porcelana e detalhes em ouro, taças de cristal e um enorme lustre no centro do teto.
–Gina minha querida...sente-se aqui oh...com o Ferdinando.- a madame era realmente a alegria daquela casa. Simpática, espalhafatosa e muito agradável.
Ele puxou a cadeira para a esposa e ela continuou perdida no universo de ostentações da casa.
–Gina...amor?
–Oi?
–Eu puxei a cadeira pra você sentar...esse é o seu lugar.
–A sim...desculpa...- ela corou e ele teve certeza de que o nervosismo ainda não tinha passado completamente.
Com todos sentados, a cozinheira trouxe o almoço. Um belo e enorme porco a pururuca. A ruiva lembrou-se das palavras da amiga sobre a fineza preferir o arroz e feijão...e respirou aliviada ao perceber que o prato não era em nada exótico...e sim delicioso.
–Eita olha o leitão!- Madame Catarina era, sem duvidas, a melhor pessoa.
–Hoje nós vamos saborear um vinhozinho para modo de comemorar esse dia especial.
–Eu acho uma ótima ideia meu pai...mas não vamos exagerar...por que a Gina não esta acostumada e ontem nos acabos tomando uma taça na casa do Seu Pedro.
– A mas se for um tantinho eu bebo sim.
–So pra brindar não é mesmo.- a madame concordou.
–Então pode deixar que eu sirvo.- o senhor da casa fez questão de servir as taças de todos.
–Eu também quero brindar mãe.
–Amancia...suquinho.
Ferdinando esperou até que todos ja tivessem alguma bebida em seus copos para que fizesse o tão esperado anúncio.
–Eu gostaria de fazer um brinde...
–É claro meu filho...faça as honras da casa.
– Antes do brinde...eu...eu quero fazer uma coisa muito especial que ta bulindo com meu coração faz tempo.
– Levanta Gina.
Ela tremeu...e acabou derrubando a pesada cadeira no simples ato de levantar.
–Opa...desculpa..madame Catarina..
–Não se preocupe Gina.
Foi so quando a cadeira retornou ao seu lugar que Gina percebeu que Ferdinando não tinha voltado a ficar em pé... e sim estava ajoelhado aos seus pés.
Todos da mesa ficaram apreensivos e o coração da ruiva parecia correr uma maratona.
Da cozinha, Izidoro e Amancia observavam toda a cena, e cozinheira fazia questão de narrar os acontecimentos para a ex babá via mensagens.
O engenheiro retirou do bolso do blazer a caixinha que ela reconheceu na hora. Ele retirou um dos anéis do embrulho e segurou firmemente a mão da moça que não continha a aliança de trigo.
–Minha querida Gina...é com essa aliança que eu oficializo o nosso noivado. E eu quero que brevemente passe para sua outra mão e faça companhia para a nossa aliança de trigo. Por que essa aliança Gina é a prova do grande amor que eu tenho por você.- Com isso o rapaz deslizou o anel no dedo anelar da moça. Ela era durona e piscou algumas vezes para que as lágrimas permanecessem caladas.
Ele beijou a mão dela e ela engoliu o choro. O pai do rapaz observava a cena mudo, a irmã tinha um sorriso contente e a madrasta ja usava o segundo guardanapo para enxugar as lágrimas. O jovem olhou novamente a moça....que estava completamente perdida em ações e sentimentos.
–O que que eu faço agora.- ela sussurrou e ele se levantou e sorriu.
–Agora você pega o anel da caixinha e coloca no meu dedo...- o sussurro era doce e paciente...mas não aliviavam em nada o nervosismo que agora era evidente nas mãos tremulas dela. Não sabia nem se conseguiria completar a ação de pegar as alianças sem deixar a caixa cair...e não conseguiu. O objeto fez um barulho abafado ao se chocar com o chão e ela fez menção de se abaixar para pegar...porém foi parada pelo jovem com uma expressão divertida no rosto.
–Pode deixar meu amor.- ele pegou a caixa, retirou o anel e o colocou nas mãos dela. Fácil...bem mais fácil.
A moça deixou que a calmaria do olhar dele lhe trouxesse alguma paz em seus movimentos.
–Ferdinando...eu não sei o que dizer...- Ela não conseguiria dizer mais nada sem derramar uma lágrima...então resolveu ser breve...porém verdadeira.- Mas essa é a prova do meu amor por você.
Ele riu do embaraço que a fazia ainda mais encantadora.
–E nesse momento...você ta me fazendo o homem mais feliz do mundo Gina.- ele beijou a mão dela novamente para logo depois lhe oferecer a taça de vinho.
–E eu ofereço um brinde...a nossa saúde...e ao nosso amor.
–Que vocês dois sejam muito...mas muito felizes. – Catarina ainda estava emocionada...e fazia questão de enfatizar o quanto admirava o casal.
–Tomara...- O pai do rapaz estava conformado...mas não menos sincero.
–Eles vão ser.- Para Pituca...tudo aquilo ja era obvio demais. Sentia em seu coração...que o irmão ia ser feliz para sempre.
Após o brinde, todos foram imediatamente servidos com o belo almoço e trataram logo de apreciar o belo leitão.
Gina tentou se adaptar aos pesados talheres de prata mas acabava sempre errando a carne e atingindo o osso...ja estava faminta e não consegui nem chegar perto de tirar um pedaço decente. Decidiu que seria melhor matar a fome do que tentar ser uma moça elegante...tentaria mais tarde...quem sabe com algumas dicas de Juliana...
–Vocês me desculpem mas la em casa a gente como porco a pururuca é com as mãos mesmo.
Dizendo isso a ruiva resolveu comer o prato do jeito que estava acostumada.
Os presentes se alternavam em pensamentos diferentes sobre a atitude da moça...A madame se divertia, a pequena pituca tentava entender como passou tanto tempo aprendendo a usar o objeto tão desnecessário quanto os talheres , o senhor tinha que admitir que a moça era original em suas ações e o engenheiro resolveu acompanhar a noiva.
–Eu garanto pra vocês que é muito melhor
–Eu nunca comi porco a pururuca sem garfo e faca mais também vou experimentar.
–E esse vinho ta bom por demais...não é não frangotinho.
O jovem engasgou quando ouviu o apelido ser revelado diante da família...mas as risadas de Catarina tiraram qualquer atenção que poderia ser direcionada a ele.
–Então por favor...me deixe lhe servir um pouco mais senhorita.
–A sim...por favor..
–Olhe meu marido o senhor não chame a moça de senhorita que ela não gosta não...
–A que isso...não...eu não fico brava não madame...- ela recebeu a taça e soltou um ditado antigo do pai que trouxe lembranças saudosas ao sogro.- solta os porcos.
–Meu pai o senhor cuidado com esse vinho viu...pelo amor de Deus.
–Filho eu to gostando da alegria dela
–É amor...e esse vinho ta bom demais...
–E então deixa eu colocar essa tacinha aqui do meu lado...que fica mais bonito.
–Ferdinando deixa ela...
–Não amor...esse ai eu o meu mesmo- ela trouxe de volta a taça para o seu lado.
– Eu sei Gina...mas eu vou colocar ela aqui.- ele voltou a trocar a taça de local
–Mas você ja tem o seu amor...passa o meu pra ca.
E eles ficaram nesse eterno baile de mudança de taças e locais...divertindo a todos da mesa e provando que além do amor...ainda existiam ali as duas crianças brincalhonas dos tempos de fazenda.
*
O dia foi feito de almoços em comemoração ao amor...fossem eles em uma mansão, no restaurante fechado depois do expediente, ou no pequeno apartamento no centro da cidade...os pratos variavam de um grande leitão, comidas italianas e qualquer prato sem quiabo e muito menos sem jiló.
Parecia que o mundo estava voltando ao eixo natural e cada coisa no universo estava se alinhando.
A ruiva voltou a confundir o porteiro com o seu bom noite sem ter sido previmante alertado pelo bom dia.
Chegou em casa para encontrar uma Juliana que a tempos não via.
–Ai minha amiga!! Que bom que você chegou!- a professora puxava a amiga para o lugar delas no sofá e não parou de falar até concluir toda a aventura que ia da reconciliação com o namorado até o maravilhoso almoço na casa da futura sogra.
–Você ta me dizendo...que você ama o Zelão.
– Amo...eu amo o Zelão...e eu vou ser eternamente grata a você e o Ferdinando por me abrirem os olhos.
–A que isso a gente não fez nada não...a gente so deixou um vinho em casa.
As amigas riram...mas Gina sabia que tinha um assunto delicado que deveria ser discutido.
–Mas...Juliana...e o Renato?
– A...eu não sei...
–Como é que ele vai ficar nessa história..
–Ainda não deu pra pensar direito nisso...mas...antes de tudo acontecer...nós tínhamos combinado que tentaríamos uma ultima vez...e como eu decidi não ir ao nosso encontro...eu acho que ele concluiu que eu desisti.
–É...eu não vou dizer que eu to com pena dele não...até por que tava na cara que essa história toda so podia acabar assim.
–E a mãe dele? Parecia outra pessoa!
–Aii eu so sei é que mãe é uma ciumeira só.
–Ai minha amiga...imagina quando você for mãe...
–A...eu até acho q eu vou ter até uns três filhos sabia...não pra falar a verdade eu acho que eu vou querer ter até uns quatro.
–A pois eu aposto que quando você tiver o primeiro você vai jogar a chave fora.- a moça ria dos planos da amiga e começava a pensar ela mesma nos seus próprios planos.
– A mais isso vai depender do Ferdinando...se a gente tiver condiçãoo de sustentar eu acho que a gente pode ter até uma meia dúzia...depois a gente vai ter a ajuda da mãe e do pai...fora que a Pituca ja começou a perguntar sobre o sobrinho...imagina só...
A noite transcorreu tranquila e com várias confabulações sobre o futuro...que cada vez que se aproximava parecia mais irresistível.


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Notas finais do capítulo

Penultimo cap...penultima chance de vcs me dizerem o q vcs gostam...n gostam...o que vcs querem q aconteça...q cenas vcs acham q merecem releitura e q n foram colocadas na fic ainda...vamo la gnt..eu quero ouvir vcs...que são as principais autoras dessa história.=)



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