De acordo com a realidade... escrita por maddiesmt


Capítulo 35
Cap 31- parte 1: Desafios


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem resolveu voltar a escrever..(n eu n parei por vontade...parei por necessidade...mas isso n vem ao caso afinal..ja estou d volta).
Quero mais uma vez agradecer a paciência, o amor, os comentários, as criticas e o apoio de tds!Mtu obg babs da minha life! Quero também pedir desculpas por qlqr erro, falha grotesca, ausencia e se ofendi alguem de alguma forma...essa semana tive uns exemplos n mtu legais q aocnteceram em um grupo no fcb portanto gostaria logo de me desculpar por qlqr coisa e salientar que n foi minha intenção ofende-las ou machuca-las de nenhuma forma. no mais...mtu obg msm!

ATENÇÃO : CONTEÚDO IMPRÓPRIO PARA MENTES PURAS E CARDIACOS. NÃO DIGAM QUE NÃO AVISEI PQ AGORA EU VOU COLOCAR EM CAPS LOCK!



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Ferdinando usava o grafite para eterniza-la nas folhas do seu diário. Desenhava cada contorno sublime e inesquecível. Ela dormia tranquilamente na cama de lençóis brancos. Os cabelos vermelhos espalhados pelo travesseiro, as pernas longas e torneadas sendo reveladas pela parte da coberta que não lhe cobria. Ela estava parcialmente de lado e ele conseguia delinear perfeitamente a costa nua dela. As mãos descansavam perto do rosto e os braços caiam por seu corpo escondendo os seios. Um verdadeiro pecado. Conseguia identificar e traçar a bela cintura da jovem esposa e toda a extensão que se perdia até os lugares escondidos pelo lençol. Perfeita. Sua.
Ele deixou o desenho inacabado de lado...não resistia ficar longe dela por muito tempo. Deitou –se ao seu lado e sentiu o perfume proveniente dela. Passeou os lábios da costa até a orelha dela e a sentiu movimentar-se.
–Bom dia senhora Napoleão.
Ela sorriu ainda com os olhos fechados. Sentiu os beijos do marido arrepiarem sua pele a medida que desciam por suas costas nuas....deixaria que continuasse se não lembrasse que era segunda...e o pai provavelmente a estaria esperando para o trabalho. Levantou-se em um sobressalto assuntando o rapaz que continuou na cama.
–Nando...que horas são? Estamos atrasados para o trabalho!- ela ainda estava abraçada ao lençol e ele apenas desejava que ela se desfizesse desse abraço. Apenas riu e balançou a cabeça negativamente...
–Amor...são 6 da manhã..
–Sim mais daqui até la são umas três horas de viajem ne?
Ele se levantou e a abraçou.
–Eu acho que a gente tem a desculpa perfeita para se atrasar...afinal estamos em lua de mel. – Ele dizia com os olhos fixos na mão dela que agora ele tinha sob a dele. O anel de trigo e folha repousava triunfal no dedo anelar dela.
–Você é um maluco...imagina se a minha mãe desconfiar disso...
–Você ta dizendo que o nosso casamento ontem não foi real?
Ela colocou as mãos sobre o rosto dele e fixou os olhos azuis nos seus.
–O nosso casamento foi a coisa mais real e certa que eu ja fiz na minha vida.- ele sorriu mas ela continuou.- mas isso não quer dizer que vai nos livrar da minha mãe. Por mais que eu prefira o nosso casamento...ela vai querer que o padre também nos abençoes sob ...
–“Os olhos do nosso senhor Jesus” –ele a ajudou terminar a frase e eles riram das insistências da mãe da moça.
–Tudo bem...mas bem que a gente podia ficar um pouquinho aqui hoje...ja vamos nos atrasar de qualquer forma... agente podia ir no horário da tarde...o que você me diz em...minha bela esposa?
Soava tão bem...chama-la de esposa...era natural...era certo. A enlaçou em seus braços e deixou que o lençou caísse...ainda estavam em lua de mel e ele iria se fazer valer disso.
Mergulhou os dedos nos cabelos vermelhos e a puxou para um longo e apaixonado beijo. Deu pequenas mordidas enquanto sugava seus lábios e a ouviu gemer baixinho. Sorriu entre os beijos e suspiros e a sentiu relaxar...Vitória.
*
Tinha virado um hábito acordar com as lembranças dele. Sentia que a cama nunca estivera tão gelada quanto agora...e não seria qualquer calor que a aqueceria.
Rolou mais uma vez no colchão e cobriu –se totalmente. Fez o tradicional casulo que a tornava invisível ao universo mas não de si mesma. Repensou suas escolhas e balanceou consequências. Nada estava muito correto em seu julgamento mas uma certeza inabalável a atingia com um poder alucinante...não esqueceria o segurança...pelo menos não tão facilmente como seus antigos amores.
Orgulho e incertezas se misturavam de maneira quase cruel em sua mente...e a única solução além de fugir era tentar esquece-lo...mesmo que para isso tivesse que ressucitar um antigo amor que não deu certo.
Tomada a decisão a moça resolveu seguir os rituais de segunda. Na hora do café, reparou que a amiga não estava mas, ao ver a cama desarrumada, apenas concluiu que a ruiva havia saído mais cedo para o trabalho. Terminou seus afazeres domésticos e não demorou muito para chegar na escola e mergulhar no trabalho. Passaria os dias assim...se concentrando em seus pequenos amores e esquecendo os grandes.
Enquanto isso, o dono dos pensamentos frequentes da moça de cabelos cor de rosa, ja se encontrava na casa dos Napoleão e esperava o patrão para seus compromissos políticos diários.
As divagações variavam de humor mais nunca saiam do contexto de doces olhos azuis. Vacilava entre lembranças felizes e respostas duras. Sorrisos e soluços abafados. Os conselhos do amigo e filho do patrão ainda ecoavam em sua mente e o faziam questionar sua decisão. Zelão sabia que não era o herói da estória assim com Juliana não era a mocinha...mas admitia que um pouco mais de paciência dele e atitude dela os teriam livrado de tamanha dor. Apesar de ter ciência de que ela tinha uma segunda opção de conforto...ele tiha certeza de que a dor que o dilacerava não era apenas dele. Ele pode ver no momento em que tomaram a decisão....de que a mesma não era bem vinda por parte de nenhum dos lados.
Enxugou algumas lágrimas revoltosas que se acumulavam em seus olhos e agradeceu mentalmente pelos passos duros que agora ouvia...Nunca desejou tão fervorosamente trabalhar.
*
Eles desciam as escadas correndo...ela vestia apenas uma camisa que havia roubado dele e estava mais uma vez tentando escapar do ataque de cócegas que o marido havia começado. O rapaz a seguia com o maior e mais belo sorriso do mundo e vestia apenas o short do pijama. A moça apenas parou quando visualizou a grande mesa da sala de jantar.
–Amor...como você conseguiu tudo isso? – ela disse ainda perdida na visão. Ele se aproximou e a abraçou por tras ...perdendo-se no maravilhoso perfume dos cabelos dela. Ele Também admirou o trabalho empregado. Agradeceu mentalmente o realizador de tamanho capricho e fez uma nota mental para recompensa-lo mais tarde.
–Ontem, antes de ir la na sua casa, eu liguei pro Roda e pedi pra ele arrumar tudo...e bom, acho que ele foi muito sagaz ao pensar no café da manhã.
A mesa estava lotada de guloseimas que a lembravam da infância. As frutas frescas retiradas do pomar, as mais diversas variedades de suco e bolos, a manteiga batida e o queijo de fazenda que ela tanto amava.
–Mas esse meu maridinho pensa em tudo mesmo!!- ela se virou, colocou-se na ponta dos pés lhe deu um beijo terno. Sorriram...e ela voltou a ser a menina faminta e com olhos brilhantes que ele não cansava de admirar.
Ela se sentou e pegou um pedaço de cada coisa que estava disposta na mesa. Ele não sabia como ela podia fazer misturas bizarras como comer queijo com banana e geleia de amora ou como ela conseguia comer 5 pedaços de bolo e ainda fazer um sanduiche de quase 10 cm de altura...Apreciava cada uma de suas estranhezas e habilidades.
Conversavam amenidades entre beijos, elogios, brincadeiras e risadas...coisas de casal...coisas do amor.
–Amor...você viu o meu celular? – ela procurava pela mesa...mas lembrava-se vagamente de não ter descido com ele.
– Acho que a gente deixou tudo no carro ontem...mas por que?
–É que eu to meio preocupada com a Juliana...ela tá bem...estranha...fica cozinhando o dia todo, fica olhando pra televisão desligada...e eu acho que ela ainda vai se afogar nas lágrimas dela.
O rapaz riu...achava realmente encantador essa preocupação toda e concordava que a situação entre a professora e o segurança havia terminado sem o total consentimento dos dois.
–Sabe o que agente podia fazer? Tentar juntar aqueles dois de novo.- ele esqueceu o bolo que estava comendo e se virou na direção dela para olha-la nos olhos.
–Hmm....não sei não amor....não sei se a Juliana ia gostar dessa ideia da gente ficar se metendo na vida dela. –Ela também resolveu esquecer o enorme sanduiche.
–Mas se o humor dela ta te preocupando...tecnicamente ela ta alterando a sua vida...então por que que você não pode mudar um pouquinho a vida dela...?
–Muito espertinho o senhor meu marido!- ela sorriu, lhe deu um rápido beijo na bochecha e colocou os braços no pescoço dele...denunciando que ele tinha toda e qualquer atenção dela..- Então qual é o seu plano?
*
–Mancia!
A Cozinheira estava tão compenetrada em separar os ingredientes do almoço e ouvir o pequeno aparelho de música que nem percebeu a chamada da jovem babá.
A moça por sua vez não era das mais delicadas e resolveu que a cozinheira era uma pessoa melhor sem os fones.
–Manciaaa!! To falando com você!
A mulher deu um pulo de susto e deixou cair algumas batatas pelo chão.
–Rosinha! Que isso mulher...quer me matar de susto!
–Desculpa Mancia mais é que eu to precisando falar com você.
–Pois então fale logo que eu tenho que começar a fazer o almoço aqui.
–Então...é que hoje é o meu primeiro dia la no seu Giacomo ai eu pensei que você podia me dar cobertura...eu ja fui com Izidoro levar as crianças no colégio e vou pega-las....na hora que elas saírem. Mas enquanto elas estão lá eu não vou ficar mofando aqui...então se a Dona Catarina aparecer você inventa alguma coisa...ta?
–Rosinha...rosinha...isso não vai dar certo...
–A vai Mancia...só dessa vez...depois eu arrumo um jeito...ela nem vai desconfiar.
–Tudo bem...mas só dessa vez...
A babá deu um beijo na bochecha da amiga cozinheira, agradeceu mais umas mil vezes e desapareceu pela porta dos fundos. Ia de encontro com o novo futuro.
*
Aquela casa nunca mais tinha sido tão iluminada como agora...as risadas do jovem casal inundavam o ambiente de uma alegria fascinante e Ferdinando jurava que nunca tinha sido tão feliz ali do que agora...ao lado dela....sua esposa.
Andavam de mãos dadas a caminho do quarto quando a moça teve sua atenção voltada para uma sala com a porta levemente aberta.
–O que tem ali?
–A..sim..quando eramos crianças eramos proibidos de entrar lembra? Era onde nossos pais bebiam, falavam de politica e apostavam pequenas fortunas...
Ela tentou se lembrar e realmente teve um relance de memória no qual tentava, juntamente com aquele, que agora era seu marido, bisbilhotar por entre a fechadura da porta.
–Lembro vagamente...
–Então...penso que agora ja podemos entrar...- ele disse com um sorriso travesso nos lábios. Ela o acompanhou na expressão e logo eles ja estavam dentro da sala explorando o local e se decepcionando com a revelação de todo aquele mistério.
–Ué...é so isso...uma sala de jogos?
–É o que parece...
O recinto continha uma enorme mesa de sinuca no meio, alguns conjuntos de mesa e cadeira ao redor e cada uma delas continha um jogo diferente que variavam de damas, xadrez, dominó e várias caixas de baralho.
Ferdinando identificou a coleção de charutos do pai na prateleira superior e do lado os tacos de sinuca. Também notou a presença de um enorme bar com uma infinidade de garrafas de licor, whisky, vinhos e outras milhares de bebidas.
–Nossa...esperava mais depois de todo aquele mistério...
–Acho que eles não queriam que a gente entrasse nesse mundo de vícios..
–Bom...então eles conseguiram...mas – ela foi na direção dos tacos e ficou na ponta dos pés para pegar um deles...revelando, inocentemente, uma parte do bumbum e da calcinha que a camisa não escondia. Ele estremeceu, provocante...deliciosamente provocante. Ela continuou a falar depois de ter conseguido alcançar o objeto.- Isso não quer dizer que eu não sei jogar.
Ela pegou mais um taco e o jogou na direção dele que deixou cair vergonhosamente no chão...ainda estava com a imagem dela na sua mente.
–Ferdinando...o que ta acontecendo? – ela ria da cara perdida dele enquanto o mesmo se abaixava para pegar o taco. – Vai jogar ou vai ficar ai sendo o frangote de sempre.
Ele riu...iria mostrar quem era o frangote.
Ela colocava as bolas no formato triangular clássico sobre a mesa enquanto perguntava.
–E ai? Posso começar?
–Por favor- a voz dele saiu quase rouca os olhos ja estavam escurecidos de desejo...mas ela estava tão concentrada em alinhar os objetos que não notou o quanto ele a rondava e admirava de longe. Um animal esperando a presa apresentar alguma fragilidade para, enfim, dar o bote.
Ela se posicionou na mesa e inclinou o corpo na direção da mesma, passando levemente o taco por sobre os dedos e mirando o triangulo.
O rapaz estava mais atrás apenas admirando o espetáculo de ve- la tão alheia a todos os pensamentos que lhe ocorriam no momento. Passeava os olhos por todas as curvas do corpo dela...de cima a baixo e vice e versa. Salivou e passou a língua nos lábios quando ela se curvou um pouco mais, revelando assim, mais do que deveria devido aos trajes que não purificavam em nada a imaginação do engenheiro. Ela estava ali...concentrada apenas em acertar a mira...e ele ja tinha feito dela... o seu alvo.
–Amor...
Ele estava perdido nas pernas torneadas dela, no botão solto perto do colo.
–Nando...
Perdido na quase transparência da sua blusa branca sobre o corpo que ele tanto desejava.
–Ferdinando!
–Oi?
–Amor ..você tem certeza que está bem? Estou te chamando ja faz algum tempo...
Ele riu maliciosamente
–Estou ótimo...
–Que bom...por que agora é sua vez.
Ele tinha esquecido que quando ela tinha um objetivo ela focava. Resolveu entrar no jogo de sedução dela...mesmo sabendo que não era exatamente isso que ela estava fazendo.
Se aproximou da mesa e observou que a ruiva ja tinha derrubado 2 das 8 bolas em jogo. Escolheu as mais dificilmente localizadas e as derrubou facilmente.
–Como você fez isso?
–Se você quiser eu posso lhe ensinar...- o sorriso devasso novamente...
–Tudo bem mas primeiro vamos terminar essa partida – ela não percebeu e ele deu um suspiro longo e demorado.
A moça repetiu a ação de se debruçar sobre a mesa e ele novamente passou a apreciar a visão que ela nem desconfiava que proporcionava. Mordeu os lábios...como poderia ser tão tentadora?
A viu comemorar algumas vezes, os pulinhos de entusiasmo faziam com que a camisa subisse ainda mais e ele ja estava perigosamente excitado.
–Vamo lá frangotinho...eu to ganhando..olha- ela mostrou o placar que estava anotando com o giz na própria mesa e ele decidiu que queria acabar logo com isso...mas de uma maneira diferente. Errou a ultima bola de forma proposital deixando nas mãos da ruiva a missão de derrubar a bola de numero 8.
A posição em que o objeto se encontrava era complicada e ela rondou a mesa por algumas vezes até achar a posição que julgava adequeda. Se debruçou e mirou no alvo que julgava certo. Ele sorriu...era a sua deixa. Se aproximou vagarosamente, prendeu o taco na mesa e sussurrou no ouvido da esposa.
–Se você mirar no centro da bola...ela não vai cair...você tem que mirar levemente para a esquerda dela...assim.
Ele ajeitou as mãos dela no taco e redirecionou a mira. A ruiva sentia a respiração forte em seu pescoço...a voz sedutora a fez esquecer o que realmente estava fazendo...fechou os olhos e apreciou a proximidade dele. O rapaz percebeu e a pressionou sobre a mesa...subindo uma das mãos pelas pernas dela até chegarem no bumbum onde aproveitou e deu um aperto que a fez suspirar. O jovem mordeu uma das orelhas dela e continuou o passeio pelo corpo da esposa....em seu processo ele ia explorando o mundo por dentro da camisa que ela usava. Gina não sabia muito bem onde sua consciência estava...apenas não desejava outra coisa senão ser dele...ali...naquele momento. Sentiu as mãos do engenheiro se aprofundarem em carinhos ousados invadindo o tecido que a vestia. Relaxou nas mãos dele...estava derretida...estava entregue novamente.
Respirou fundo quando sentiu a mão dele deslizar para dentro da lingerie que a cobria. Mordeu os lábios, largou o taco e fechou os olhos. Se deliciou em cada sensação que o movimento dos dedos do marido lhe proporcionavam.
Ele retirou a mão que ainda segurava o taco e levou a nuca dela puxando seus cabelos na medida certa da dor. A pressionou ainda mais fazendo com que ela notasse que o prazer que ele estava provocando nela também o estava estimulando.
A ruiva sentia o corpo todo estremecer, arrepiar, gritar por ele. O rapaz aproveitou para espalhar beijos e mordidas pelo pescoço. Escolheu deixar os cabelos dela para então escorrer a mão para o bumbum da moça e o apertou mais algumas vezes. Parou a onda de sensações brevemente para então começar um novo caminho. Levantou a camisa o suficiente para que pudesse descer beijos pelas costas dela até chegar no bumbum novamente...revezou mordidas e beijos em toda a sua extensão até agarrar a calcinha dela com os dentes e força-la para baixo. Ela gemeu...ele salivou. Voltou a contornar suas curvas com as mãos, analisando todo o corpo da esposa com olhos ferozes. A moça não tinha reação alguma, foi pega de surpresa em todos os atos dele e agora apenas seguia o ritmo que ele estava impondo.
O engenheiro, então, a puxou para o seu encontro segurando –lhe firmemente pela cintura e atirando da posição que estava para logo depois a virar e a colocar em cima da mesa.
Pela primeira vez, desde que o desejo substituiu o inocente jogo de sinuca, ele pode olha-la nos olhos e ver que ele não era o único a ter o olhar sombrio de quem ansiava pelo prazer.
Ela estava corada, com a respiração forte e o coração saltando... adorava tudo aquilo mas ve-lo olha-la com tanta intensidade ainda a deixava desconcertada. Baixou o olhar e mordeu os lábios...não estava envergonhada apenas não sabia lidar com tanta cobiça envolvida.
O rapaz achava todos os atos da jovem esposa os mais perversos possíveis. A forma angelical com a qual ela desviava o olhar se sobrepunha ao modo com que ela estava sentada na mesa...com as mãos a apoiando em frente as pernas abertas. Ela se lembrou do jogo, resolveu tomar o controle novamente e o puxou para um beijo de necessidades. Deslizou a mao pelo corpo dele e o ouviu suspirar entre os beijos denunciando a queda completa da peça de roupa que o cobria. Sessou o beijo, o viu se aproximar e recolheu as pernas cima da mesa. Ele estranhou mais continuou a segui-la até que teve que subir na mesa. Ela sorria de forma travessa enquanto ele engatinhava na direção dela...um animal espreitando a sua presa. Um movimento em falso e ele atacaria...um olhar errado e ela seria dele. Foi então que ela foi verificar o quanto de mesa ainda tinha para andar que ele se aproveitou...a puxou pela cintura. Ela tomou um susto mais não negou que o ato a excitou ainda mais. O rapaz estava ajoelhado diante dela...e aproveitou para segurar-lhe as pernas e traze-la ao seu encontro enquanto se deliciava na boca doce que tanto amava. As mãos dele passeavam irrevreaveis pelas pernas da esposa até chegar no quadril da mesma. Afundou os dedos na carne macia dela e a ouviu suplicar por ele. Ele sorriu entre beijos, suspiros e pedidos da moça...ela o queria tanto quanto ele a desejava. Ainda de joelhos o rapaz a deitou, forçou ainda mais as pernas dela e as posicionou seguramente em sua cintura. Viu a jovem levantar, involuntariamente, o quadril exigindo o encontro aguardado por ambos. Ele passeou mais uma vez as mãos pelo bumbum dela para logo depois traze-la para a sensação única que era te-lo aos seus pés. A ruiva fechou os olhos e mordeus os lábios. Adorava a vontade insaciável dele, adorava as novas maneiras com que ele lhe mostrava o quanto a amava e principalmente...achava extremamente excitante o fato de que, pra eles, o lugar era o que menos interessava. Se envolveu na cadencia dele, algo lento porém forte e arranhava a mesa com as unhas na falta de apoio...em seu passeio inconsciente pela área...ela encontrou a bola numero 8 que estava ainda na posição de quase queda. A segurou e a apertou todas as vezes que sentia que iria gemer mais alto. Ela não entendia como ele conseguia torna-la tão dependende dos toques dele, das ações dele e principalmente das sensações que ele lhe proporcionava.
O melhor som do mundo vinham dele...a voz rouca pela manhã, a voz imponente e cheia de desejo que a fazia arrepiar e, sem duvida nenhuma, os suspiros que agora ele dava em função dela. Sabia que não poderia viver sem ele...mas sabia também que ele não sobreviveria sem ela. Forçou ainda mais o aperto que dava com as pernas e dançou o ritmo dele, o frenesi que ela adorava e que ele sabia impor tão bem.
O jovem não sabia como ela conseguia fazer com que qualquer lugar fosse adequado a eles. E cada vez que ela se entregava a todas as suas loucuras...ele sabia que era ele que se revelava tão súdito dela. Se perdia no turbilhão de sentimentos que ela o conduzia e dedicava-se única e exclusivamente a servi-la.
Acelerou ainda mais os movimentos quando a ouviu pedir por ele, não podia e nunca poderia nega-la. Ela comandava e ele apenas obedecia as doces ordens que saiam entre suspiros e gemidos. A pressão que suas mãos exerciam sobre a cintura dela era deliciosamente bem vinda...e provavelmente deixariam marcas de adorável lembrança. A ouviu respirar cada vez mais fundo e sabia que ela logo embarcaria na viagem que ele a estava levando. O rapaz também começou a sentir os tremores característicos de quem teria sua alma roubada em alguns instantes. Aproveitou para revezar os apertos entre as coxas, bumbum e quadril da esposa enquanto o ritmo frenético era adotado. Gina sentia o corpo todo planar em um estado quase irreal...apertou ainda mais o numero 8 em suas mãos, deixou que o corpo explodisse em pequenos espasmos de satisfação assim como o marido e enfim..soltou o objeto que bailou pela mesa até alcançar o alvo...o jogo havia terminado...eles haviam ganhado.
Ferdinando não deixou o fato passar despercebido, aproximou-se do ouvido da amada e sussurrou
–É assim que se joga sinuca na lua de mel.
Eles riram utilizando as poucas forças que ainda tinham e ele permitiu que o corpo caisse ao lado do dela na mesa de sinuca. A abraçou ainda mais forte e lhe deu um breve beijo na testa molhada de suor.
Conversaram assuntos aleatórios por breves minutos até o rapaz sentir que a esposa estava dormindo. Ele, então, desceu da mesa e delicadamente a carregou de volta ao quarto...sabia que ele mesmo precisava repor as energias. A colocou na cama, ainda desarrumada, para logo depois se juntar a ela sobre as cobertas. A moça, mesmo dormindo, sabia o caminho exato para um descanço tranquilo: os braços dele.
*
O italiano deixava o cheiro maravilhoso de comida o levar para a terra das lembranças felizes. Não tinha dúvidas de que tinha feito a coisa certa...a moça era detalhista na apresentação dos pratos, perfeccionista na hora da preparação da comida e...o principal...parecia muito feliz em desempenhar seu trabalho.
–Io fico muito contento ...muito contente de você estar trabalhando aqui senhora Rosa.
–Ora essa por favor Seu Giacomo não me chame de senhora.
–Então...vamos combinar que Io não te chamo de senhora e você não me chama de Seu Giacomo...seremos apenas Rosa e Giaco...o que acha?
O som de seus nomes juntos causou um arrepio estranho na jovem babá. Uma combinação que parecia soar simplesmente correta.
Os elogios que recebia a faziam ter cada vez mais certeza de que ser babá era apenas um contra tempo na vida. Os clientes não cansavam de apreciar a comida e parabenizar o italiano pela nova cozinheira e o senhor levava todos os recados e criticas positivas para a moça. Rosinha ficou tão encantada em ser o centro das atenções que ignorou a realidade de ser apenas coadjuvante na casa dos Napoleão. Só voltou a realidade quando Izidoro apareceu no restaurante.
–Rosa esse senhor disse que precisava lhe falar com urgência.
–Izidoro...mas o que aconteceu?
O italiano se retirou para continuar a atender os clientes...deixando o motorista e a babá a sós.
–Rosinha! Você esqueceu que horas são?
–Ai meu deus! As crianças!
–Pois é! Eu ja fui pega-las...mas o recado que eu vim lhe trazer não é dos bons. – A moça podia notar o tom de preocupação na voz daquele que um dia a amou absurdamente...e hoje apenas a admirava. Pensou se seria sempre assim...se perderia amores por super valorização como foi o caso de Zelão ou a falta dela...como foi o caso de Izidoro.
– Eu vim lhe trazer um recado da Amancia...que disse que a Dona Catarina ta fula da vida com você.
–A e?- ela estava nervosa...mas resolveu aparentar indiferença.- Mas eu to pouco me importando....por que pelo menos aqui o Giaco sabe do meu valor.
–Deixa de falar bobagem Rosinha...você sabe que a Madame Catarina sempre foi uma boa patroa.
–Sim e não estou desmentindo isso...apenas estou dizendo que aqui eu trabalho no que gosto e sou admirada por isso. Eu amo as crianças...mas sempre gostei mais de cozinhar do que de arrumar brinquedos.
–Bom...ela mandou dizer que quando você voltar ...ela quer ter uns dois dedinhos de prosa com você.
–Mas o que que ela quer falar comigo?
–Ela disse que você está despedida
–EU? Despedida?!
–Bom...eu ja dei o meu recado agora você faça da sua vida o que você quiser...eu sinceramente espero que você não se arrependa.
O motorista deixou a moça afogada em pensamentos confusos dos quais ela sabia que deveria se livrar.
*
–Amor! A gente ta atrasado de novo!- a moça chamava e procurava o marido com o olhar.- Nando...onde você ta?
–Aqui...- ele, agora, entrava no quarto com uma filmadora antiga nas mãos- Olha o que eu achei! Você acha que funciona? – Ele estava realmente curioso sobre o funcionamento do equipamento e testava alguns botões despreocupadamente.
–Amor! A gente ta atrasado...larga isso e vamo...
–Aha! Consegui!- ele a interrompeu quando percebeu que a filmadora estava realmente funcionando. – E hoje senhora e senhores é o primeiro dia do resto de nossas vidas...estrelando a minha maravilhosa esposa...a senhora Gina Falcão Napoleão...- ele se aproximou e deu um close no rosto da moça que ria da jeito infantil com que ele conseguia faze-la esquecer das responsabilidades.
–Nando...o trabalho...esqueceu?- ela não conseguia para de rir das caras e bocas que ele fazia enquanto a filmava...parecia realmente querer incorporar o diretor de cinema.
–Não...mas também não acho que vale a pena a gente sair agora e chegar na metade do turno da tarde...então eu pensei da gente ficar por aqui mais um pouquinho e voltar depois...dai chegamos na cidade no final da tarde...
–A é ? E eu digo o que pra minha mãe ? Acho que ela ja deve ta me procurando até em necrotério...
–Você pode dizer a verdade...que eu te sequestrei ...ela ja não gosta de mim mesmo...
–Nando...você sabe muito bem que não é isso...
–Corta!- ele queria filmar apenas assuntos felizes e a sogra estava longe de ser um assunto agradável. Ele sentou do lado dela na cama e colocou a câmera antiga ao seu lado.
–Você sabe que a gente podia fazer um jantar la na casa dos meus pais...na noite anterior ao almoço...iria calhar com o nosso plano maquiavélico de juntar a Juliana com o Zelão e aproveitamos para você resolver logo esse assunto com a minha mãe.
Ele suspirou...ela estava certa.
–Tudo bem...eu concordo. – ele a olhou nos olhos e segurou seu queixo com uma das mãos. – Você sabe que eu faço tudo por você ne?
Ela riu, lhe deu um selinho rápido e o ouviu completar a fala- Até enfrentar a sua mãe.
Ela pegou a filmadora antiga e ele a ajudou a ligar.
–Então – ela começou a filma-lo – Meu excelentíssimo marido que tal nos nos arrumarmos para ir pra casa?
Ele pegou a câmera das mãos dela e resolveu enquadra-la junto a ele na mesma cena filmada.
–Meus futuros filhos...a mãezinha de vocês é meio careta...mas eu prometo que vou torna-la um pouco mais divertida...- ele sentiu o tapa leve que a esposa dava em seu ombro mas a cara de irritação que ela tentava fazer era desmontada pelos seus próprios risos .
–Filhotes...o pai de vocês é um desmiolado...mas eu prometo que a mamãe vai dar um jeito nele.
Os olhos do engenheiro brilhavam com as palavras ditas por ela. Mesmo que fosse uma brincadeira...ve-la aceitando tão bem o futuro deles e ouvi-la falar sobre seus futuros filhos de forma tão mágica parecia incrivelmente correto.
Não resistiu e afundou os lábios na bochecha da esposa em um longo beijo.
–Então ja que vamos ficar aqui meu marido...quais são seus planos para o resto da tarde?
–Acho que meus planos são impróprios para a câmera...
–Mas ja Nando?- ela riu...estava impressionada mas ao mesmo tempo instigada com o apetite dele.
–Ora essa...estamos em lua de mel minha esposa...e além disso temos que tornar esses filhinhos reais...
Ela gargalhou e ele começou o caminho de beijos pelo pescoço dela.
Ele deixou a filmadora na cama e ela se levantou...
–Eu acho que eu vi uma banheira naquele banheiro ali...- ela disse seguindo para o local
–Você é cruel minha mulher... –ele a via se distanciar...retirando lentamente a única peça de roupa que vestia...a camisa.
–Mas eu não disse que você não poderia vir...- ela piscou na direção dele e por fim entrou no banheiro.
Ele levantou-se na mesma hora e correu para encotra-la...deixando os shorts jogados e a câmera ainda ligada.
*
Na mansão dos Napoleão o clima não era dos mais acolhedores.
–Uma ofença! Você não devia ter tomado uma decisão dessas sem me consultar Rosinha!
–Eu ...eu só queria ajudar o Seu Giaco coitado...
–O Dona Madame Catarina...perdoa ela...
–Mancia! Não tem como! Você deixou meus filhos sozinhos Rosinha...e se eles fossem sequestrados? E se alguma coisa acontecesse? Não tem como você servir dois lugares Rosinha...
–A mais eu pensava que ia conseguir fazer as duas coisas...
–Você pensou errado Rosinha...- a madame nunca tinha soado tão dura aos ouvidos da babá...mas ela bem que podia entender o nervosismo que ainda se encontrava presente no sistema da patroa e evidente em sua voz. Esquecer das crianças foi um erro...e agradecia a Deus por nada de ruim ter acontecido caso contrário ela nunca se perdoaria. A senhora da casa retirou da gaveta o envelope com as documentações e o dinheiro da demissão da babá e o entregou para a moça.
– Eu sinto muito....mas eu estou te demitindo...suas contas estão feitas...esta tudo ai...você pode ir embora agora....e...boa sorte menina.
A madame deixou escapar uma lágrima solitária que foi o suficiente para Rosinha ter certeza de que realmente era querida naquela casa. O sentimento de culpa aumentou mas não o suficiente para que ela se arrependesse do caminho que havia escolhido.
A jovem abraçou a amiga cozinheira e tratou logo de se despedir sem mais choros e dramas.
–Eu vou sentir a sua falta Rosinha...
–Ora essa não se preocupe Mancia...eu prometo que não vou lhe largar...continuaremos amigas..certo?
–Certo!
Elas se abraçaram mais uma vez ...a ex babá agora respirava os ultimas lembranças vividas ali e resolveu que as manteria guardadas em uma caixa em algum lugar da memória e do coração. Era hora de uma nova vida...uma nova Rosinha...ou agora...seria Rosa?!
*
Juliana voltava sozinha para casa...sentia falta de companhia enquanto fazia o curto percurso...não era uma pessoa que gostava de ficar ouvindo os próprios pensamentos...eles eram muito confusos e complexos. Procurou o fone de ouvido na bolsa e quando foi conectar ao celular percebeu que a caixa de mensagens denunciava que pelo menos alguém havia se lembrado dela. Se decepcionou quando reparou que metade das mensagens eram de propaganda e as outras eram de ligações perdidas da mãe da amiga...estava realmente sem paciência para ouvir os lamentos da senhora ou questionamentos sobre o relacionamento entre a ruiva e o engenheiro então resolveu ignorar. Segurou firmemente o celular na mão e resolveu mandar uma mensagem para um certo médico que conhecia .Precisava de atenção...mesmo que tivesse que desenterrar antigos questionamentos adormecidos.
*
Seu Pedro passou o dia conferindo a porta. Queria acreditar que a briga entre a filha e a esposa não tivesse chegado ao ponto de lhe tirar uma delas. Andava nervosamente pelo escritório e, cada vez que via a cadeira do engenheiro vazia, um frio lhe percorria a espinha. Sabia que eles teriam coragem...mas não queria pensar na rapidez da decisão. Respirou fundo. Ja tinha ligado pra filha, pro genro, pra amiga da moça e nenhum sinal deles. Eles apenas não tinham ido trabalhar...deveria haver outra explicação que não fosse a de fuga. Se agarrou a esse pensamento mas não podia evitar que os olhos avançassem para a porta cada vez que ela se abria.
Percorreu as mãos pelos cabelos e coçou a barba pela terceira vez em apenas 1 minuto. Observou o relógio marcar a hora do encerramento de mais um dia de trabalho e decidiu...se não tivesse noticias da filha ao chegar em casa....teria uma conversa definitiva com a esposa.

*
Era fim de tarde quando Gina deu boa noite ao porteiro. Ela ainda vestia o robe de dormir e o homem ficou sem entender como a garota apareceu se nem ao menos a viu sair. O homem não foi o único a se surpreender com a ruiva.
–Gina?! Onde você estava...e vestida desse jeito?
A moça sabia que Juliana não a deixaria escapar do longo questionário e resolveu que iria direto ao ponto.
–Eu fugi com o meu marido de novo ontem a noite...desculpa não ter te avisado...é que você sabe...essas coisas a gente não planeja...
–Como assim fugiu? Eu pensei que você tinha ido trabalhar...mas...perai...marido?!Que história é essa?!
Muita informação para uma cabeça de algodão...era apenas isso que Gina pensava quando notou a cara espantanda da amiga. Resolveu então se sentar ao lado de Juliana no sofá e contar todo o acontecido...sem muitos detalhes...obviamente.
–Ai meu deus! Vocês são dois loucos!
–Eu sei...mas acho que é por isso que a gente se da bem.
–Seus pais ja sabem disso?
–Nossa Juliana...deus me livre...a mãe ia enfartar...
–Mas vocês faltaram o trabalho hoje...juntos...e depois de você ter feito ameaças de fugir...deve ser por isso que ela me ligou umas 30 vezes só hoje...minha amiga...você sabe que eu detesto ter que lhe falar isso mas...acho que você vai ter que falar com a sua mãe.
Gina respirou fundo e engoliu o medo...era chegada a hora da verdade.
*
Ferdinando dirigia com um sorriso no rosto...nem o estresse da hora do rush o atingia...relembrava cada detalhe do dia maravilhoso...da noite inesquecível e da doce companhia da esposa que agora lhe fazia tanta falta. Não entendia como isso funcionava...esse negocio de saudade...só sabia que sentia falta dela no momento em que ela saia do seu campo de visão. Enquanto esperava o sinal abrir imaginou que toda essa angustia iria desaparecer...agora estavam casados e portanto morariam juntos daqui pra frente...pelo menos esse era o plano que tinham elaborado a alguns minutos atrás quando ele foi deixa-la em casa.
FLASHBACK

–Mas não é justo...agora nos somos casados...e eu preciso dormir com a minha esposa...bem agarradinho...assim..- Ele a abraçou fortemente e ela riu ao mesmo tempo que procurava ar.
O carro estava estacionado bem na frente do prédio dela...e a discussão sobre como iriam lidar com a vida de casados havia começado na entrada da cidade.
–Amor você sabe muito bem que por mim a gente ja tinha dado um jeito nisso...mas eu tenho que falar com meus pais...você sabe que eles são um pouco...tradicionais demais.
Ele a olhou nos olhos, lhe deu um selinho e a deixou respirar.
–É você esta certa...mas vamos logo então tratar desse assunto...não vou conseguir ficar mais uma semana vivendo sobre as regras da sua mãe e longe de você..onde ja se viu um marido ter que marcar hora para ver a esposa? –Ele se preparou para sair e acompanha-la na batalha que seria a de convercer os pais da moça de que o casamento da noite anterior tinha sido real.
–Não amor espera...deixa que eu falo com eles primeiro ta? So pra garantir...dai sexta a noite você vem aqui e a gente arranja o plano pra juntar o Zelão com a Juliana e depois vai la jantar com meus pais.
–Mas Gina....eu vou ficar até sexta sem você?!Isso não é justo!
–Ferdinando Napoleão...pare de ser dramático!- ela falava enquanto ria do bico que ele fazia.- São so alguns dias...eles tem que se preparar psicologicamente...afinal de contas não é todo dia que se descobre que a filha casou escondido e que vai viver na casa do marido.
Ela estava certa...e ele odiava admitir isso. A deixou ir a muito custo. E passou o resto do caminho planejando a arrumação que teria que fazer na casa para receber a nova moradora...sua esposa.

FIM DO FLASHBACK
O rapaz despertou das lembranças com o som irritante das buzinas que o alertavam que o sinal estava verde. Retomou o caminho até sua casa ainda com os planejamentos e surpresas que bolaria para recepcionar a mulher da sua vida.
*
–Nossa minha filha!Você ainda tem coragem de falar uma coisa dessas com a gente?
–Isso não tem cabimento não filha...
–A...pai eu sei que não foi bem assim que vocês planejaram o meu futuro ....o meu casamento...mas foi assim que aconteceu...do jeito mais magico e incrível que eu poderia imaginar...e foi real sim...tendo amor...tudo se torna verdadeiro não foi isso que vocês me ensinaram?
– É...você até que tem razão nesse ponto- o pai não podia se contradizer...e realmente estava aliviado de ter a filha de volta.
–Mas não é assim que a santa amada igreja manda!
–Mas foi assim que o meu coração mandou...mãe...
–Ta vendo pai...eu to te falando...que a gente tem que ficar com o pé atrás ans influencias desse doutorzinho.
–Mas a senhora ta vendo... a senhora ta vendo como a senhora fala dele?!
–Mas não é ela não...foi ele que te fez uma proposta dessa de casar do nada sendo que vocês dois sabem o pensamento que ela tem sobre isso. Poxa minha filha tinha que levar em consideração e respeitar a tradição.
–Pai...a gente levou a tradição em consideração...teve até buque ...mas é que a gente preferiu fazer da nossa maneira...e vou logo lhe avisando...a vida é nossa e nós vamos tomar decisões como um casal...
–Mas o que você quer dizer com isso filha? – senhor de barbas ruivas estava confuso entre a admiração pela coragem dos jovens e o medo de perder a filha.
–Que eu vou me mudar pra casa do meu marido ora essa.
–Mas nós não podemos deixar isso acontecer...esse apartamento é seu minha filha...e será para sempre seu...você não pode simplesmente deixa-lo pra viver com outra pessoa...seja com o Ferdinando ou seja com um outro qualquer...
–Não....mas com outro qualquer eu não quero não!- ela não conseguia pensar na possibilidade de perde-lo- Pai eu até que queria que a gente morasse aqui no prédio...la no meu apartamento...e o Nando ja tinha até concordado mas ai a mãe fez questão de lembrar que tem uma habilidade sobrehumana de saber tudo o que se passa na nossa vida e além de tudo ela ainda tem uma copia da chave de casa.
Seu Pedro pesou as razões da filha e os motivos da esposa...sabia que os argumentos o estavam abandonando.
–Então minha filha você fala assim pra ele...mas fala com jeitinho...que o vosso pai e a vossa mãe não podem deixar que você saia de casa antes do casamento...- ela ia retrucar mas não teve tempo- casamento na igreja...ai depois é outra história...ai depois vocês podem morar onde vocês quiserem.
–Onde ele quiser...
–Onde ele quiser uma ova mãe...onde nós dois quisermos.
–Nossa minha filha...não precisa falar assim comigo não...você nem ta parecendo mais a nossa filha.
–O pai...eu não to deixando de gostar de vocês...faz a mãe entender isso por favor.
– Pode deixar filha...eu tava pensando hoje mesmo que tenho que conversar com a vossa mãe...não se preocupe que o pai vai saber lidar com ela...- ele ofereceu um sorriso confiante e ela o abraçou agradecida.
–Obrigada mesmo pai!
–Nunca se esqueça minha filha...que por mais que as coisas não saiam do jeito que eu e sua mãe esperamos...nós sempre lhe apoiaremos...a sua mãe é do jeito dela e não há o que fazer...mas eu tenho certeza que ela lhe ama muito assim como o seu velho pai.
Gina encarou os olhos cheios de lágrimas do senhor a sua frente e deixou que os seus próprios se inundassem dessa mistura salgada.
–E eu vou ser sempre grata por isso meu pai...e eu queria pedir pra gente jantar sexta a noite...eu e o Nando e você e a mãe...para que não tenha nenhum mal entendido afinal...agora somos uma família não somos?
–Somos sim...então você pode chamar aquele seu marido- ele ainda engasgava ao se referir ao genro...era difícil admitir que agora teria que dividir, com outro homem, um espaço no coração da filha- para vir jantar conosco sexta...e com relação a sua mãe...você pode deixar que eu me viro com ela.
Eles se abraçaram mais uma vez e se despediram. O senhor sabia que teria uma longa noite pela frente.
*
A professora ja estava de volta ao seu casulo. Longe das preocupações do mundo e afundada em pelúcias e travesseiros. Repensou o dia de acontecimentos irrelevantes e se arrepiou ao se lembrar da sombra que viu perto da escola quando saiu. Ja estava acontecendo a alguns dias e ela estava com medo de estar ficando louca. No entanto a presença invisível dele a agradava mais do que a deixava com medo. Tinha certezas que a faziam duvidar de sua sanidade...como da vez que jurou te-lo visto observando sua janela, a sombra do lado de fora da escola e até mesmo o perfume dele que as vezes ela sentia o vento trazer. Estranhava toda essa fragilidade de ser aquela atingida por um fim de relacionamento...afinal não estava acostumada a ser a rejeitada e sim a rejeitar.
Se mexeu em seu casulo e tentou encontrar uma posição que a fizesse esquecer...como se fosse possível. Seria então a largata presa em sua morada temporária...esperaria toda essa onda de sofrimento desaparecer...esperaria as asas crescerem para então sair do esconderijo de lençoes que a cobriam...apenas tinha medo que o tempo demorasse...ou então nunca chegasse.
*
–Pai!Nossa...nossa senhora pai...faz muito tempo que eu não me sentia assim desse jeito ..- A senhora ja não tinha mais as tranças organizadas e muito menos as longas roupas de beata. A vela do altar dos santos havia sido “acidentalmente” apagada e a as imagens haviam sido viradas de costa.
–E eu então mãe...o loco...
–Você tá que nem vinho pai...quanto mais velho melhor... – ele sorriu satisfeito e a beata se aconchegou ainda mais nos braços do marido.- e eu acho que isso so aconteceu a essas horas...por causa dessa tal conversa que você teve mais a Gina..to certa ou to errada?
–Como assim mãe?
–Você sabe como me fazer concordar com as coisas pai...com esse seu jeitinho de sempre.
Ele riu satisfeito...agora era a sua vez de tentar fazer a vida da filha e do genro mais fácil.
–É mãe...mas você há de concordar que essa ciumeira ja deu o que tinha que dá ne? Os dois se amam e ja provaram tantas vezes que são capazes de loucuras para ficarem juntos...por que que a gente não facilita para que esse casamento saia logo.
A mulher respirou fundo e começou a levar em consideração as palavras do marido.
–Você se lembra mãe...como era difícil pra gente noivar? Os seus pais marcando em cima, o tempo que a gente demorou pra se beijar pela primeira vez...tudo isso é desnecessário hoje em dia...toda aquela agonia ja não precisa existir...os tempos são outros...e namorar um pouquinho não faz dos dois pecadores...afinal...você só suspeita das coisas...e não tem certeza de nada...portanto você está julgando e pelo que eu me lembre na bíblia ta escrito “Não julgueis para não seres julgado” to certo?
–Tá sim pai...olhando por esse lado isso é verdade mesmo...mas você sabe que o diabo atenta.
–Atenta sim...mas os dois são responsáveis...e você tem que mostrar um pouquinho mais de confiaça neles. Eles ja estão noivos e ja estão cuidando de tudo para que o seu sonho de ver a nossa filha entrando na igreja se torne real.
–Eu so não quero que a nossa filha fique falada pai...e que tudo ocorra na santa paz de Deus.
–Mas não se preocupe mãe...que vai acontecer e fique tranquila que a Gina sabe o que faz...apesar dessas brigas ela lhe tem um amor enorme e sabe o quanto te machuca quando comete algum deslize...e digo mais...eu tenho certeza de que ela só ta aceitando casar na igreja por conta vossa...por que ela quer lhe ver feliz.
A senhora sabia que tudo o que o marido dizia era verdade...a filha nunca foi de ir pra igreja ou ter crenças fervorosas. Nunca ligou para os bons modos e muito menos pensava em casar. Dona Tê tinha mesmo era que levantar as mãos pro céu e agradecer o fato de que, apesar de tudo, a filha sabia da importância da religião na vida da mãe... e deveria também agradecer ao genro por respeitar a vontade dela de que a filha casasse na igreja.
Sabia que se fosse pelos jovens a decisão ja havia sido tomada a muito tempo e talvez eles nem estivessem mais por perto...mas o respeito e o carinho que tinham com a senhora era tanto que decidiram ficar e enfrentar uma verdadeira batalha de regras e proibições...apenas para que todos, no final, saíssem felizes.
–Você ta certo pai....eu vou aliviar pra cima dos dois...mas eu não admito que a Gina se mude antes do casamento na igreja...daqui ela só sai casada.
–Tudo bem mãe...então isso você fala sexta feira quando eles vierem pro jantar.
–Ta certo...- ela suspirou e fechou os olhos ainda abraçada no senhor de barbas ruivas- tomara que esse casamento saia logo...e bem bonito pai.
Deixaram que o cansaço os dominasse e dormiram como a muito tempo não faziam...abraçados.
*
A semana foi tortuosa para Ferdinando...e seus lamentos de “mas nós estamos casados” e “isso não é justo” eram repetidos todos os dias. A ruiva não se importava nem um pouco em ouvi-los ...adorava ser lembrada de que ele era seu mas concordava que a situação era um tanto complicada. No entanto, para evitar mais problemas com a mãe, a moça resolveu ser a garota perfeita naquela semana , pelo menos até o jantar. Não queria dar motivos para outra crise da mãe, não agora que a senhora estava um pouco mais calma.
Juliana continuava metida em projetos escolares durante o dia para que a noite voltasse a se esconder em seu casulo de reflexões...composto de lençoes e escuridão.
Zelão trabalhou mais que o necessário e praticamente implorava por mais serviço ao patrão...não queria lembrar de que estava machucado...mas a missão parecia impossível.
Rosinha se ambientava muito bem a nova profissão de cozinheira e ria mais vezes do que estava acostumada. O patrão era um verdadeiro cavalheiro e ela não escondia o quanto amava os galenteios do italiano.
Enfim sexta chegou e Juliana finalmente resolveu aceitar o convite de Renato para um jantar em um famoso restaurante da cidade. Tinha enrolado o médico por uma semana ...até que resolveu que deveria ao menos tentar ser feliz.
Se arrumava sem muita vontade mas com a vaidade de sempre. Ouviu a campainha e ia se dirigir a porta quando a ruiva passou correndo pelo corredor. Riu com o entusiasmo da amiga e logo lembrou que Ferdinando iria acompanha-la no jantar com os pais da moça no outro apartamento do prédio. Resolveu deixa-los a vontade na sala e voltou para o seu quarto.
Apesar das insistências do rapaz, Juliana achou melhor encontrar o médico no local. Ela sabia , tanto quanto ele, que movimentos errados agora seriam fatais.
Respirou fundo e abriu a caixa da maquiagens..se olhou no espelho e suspirou novamente...levaria algum tempo para apagar as olheiras. Pegou os produtos e começou a trabalhar nas expressões tristonhas.
Ja na sala Gina olhava espantada para o enorme buque de rosas coloridas .
–Amor...você sabe que eu gosto de plantas...mas não tanto assim...
O engenheiro riu e logo se justificou...
–A..isso não é pra você meu amor ...me desculpe...as flores são para a sua mãe...
–Mas esse meu maridinho é muito esperto mesmo.- Ela depositou os braços nos ombros dele e o beijou ternamente.
–Mas...isso não quer dizer que esqueci de você...- ele tirou de uma das sacolas que carregava uma caixa cheia de trufas de todos os sabores.
–Aii meu amor...como você me conhece!- Ela agarrou a caixa...e logo depois espalhou vários beijos pelo rosto do rapaz, o que o fez respirar fundo algumas vezes até que se lembrou do por que de precisar de tanto auto controle: 1 semana ...1 semana lenta e tortuosa sem ela...
–Amor...acho melhor a gente ir indo por que se você continuar ...eu não garanto a nossa pontualidade no jantar.
Ela riu e concordou...também desejava que o jejum acabasse o mais rápido possível...mas isso seria depois do jantar. Ela se aproximou ainda mais do marido e sussurrou em seu ouvido.
–Então eu acho melhor a gente ir...por que quanto mais cedo jantarmos...mas cedo teremos a sobremesa.
Ele estremeceu...sentiu todos os pelos do corpo se eriçarem e todos os músculos responderem a provocação dela.
–Menininha...- o tom era de ameaça e as risadas levadas dela o faziam contar até 10 para que não chegasse descomposto a casa dos sogros.
–Vamo logo então...você cumpriu a sua parte do plano?- ele sabia que ela se referia a missão de juntar os dois amigos.
–Sim! Ele está a caminho.
–Otimo!
–E você ja arrumou as coisas?
–Ta tudo certinho e ela nem desconfia.
–Então so nos resta esperar que tudo de certo...para eles e para nós.- ele sorriu e ofereceu o braço para a esposa. –Pronta?
–Sempre.
O casal então se dirigiu para o apartamento dos pais da moça deixando uma professora sem saber o que lhe aguardava...e um segurança que agora...entrava no elevador indo em direção ao andar dela.


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