De acordo com a realidade... escrita por maddiesmt


Capítulo 26
cap 24 - Sogros


Notas iniciais do capítulo

Alo Alo menininhas lindas!! Hoje é sabado dia de "De acordo com a realidade"! e como agora so to postando no fds vcs vão perceber q os caps estão maiores..pq velho...é um acumulo mtu louco de inspiração!!hahahah!!Obg mais uma vez pelo carinho lindo de vcs !!vcs n sabem o quanto cada comentário ..cada palavra de apoio, cada ideia e cada crítica me fazem bem...me fazem crescer como escritora e...claro...geram novos capitulos!!hehehe!! espero q gostem e pra n perder o costume.. TIREM AS CRIANÇAS DA FRENTE DO PC que hj os casais vão botar pra fuder...literalmente!! haha!!Boa leitura



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Gina apertava as alças da bolsa que carregava enquanto mordia os lábios pensativamente. Era reservada demais para falar de suas intimidades mas sabia que Juliana a encheria de perguntas indiscretas e não teria outra escapatória a não ser contar sobre a semana maravilhosa que havia tido com o ,agora,namorado.
Namorado...essa palavra costumava lhe causar vertigem, nunca ligou para romance mas hoje em dia não sabia mais viver sem ele. A vertigem se transformou em um sorriso automático ao lembrar-se da pessoa que definia a palavra.
O andar chegou, forçando o término de sua breve viagem intima . A ruiva respirou fundo e se preparou para os gritos da amiga.
Juliana abriu a porta com o sorriso largo e esperado. As amigas trocaram um olhar de cumplicidade e falaram ao mesmo tempo:
–Eu to namorando!
Enquanto isso a situação dos rapazes relacionados ao assunto não era das melhores.
Nando chegava em casa com o olhar cansado e a mente em polvorosa. Não tinha gostado nada da reação que o pai teve ao telefone porém tentava se agarrar as promessas de Catarina de que reverteria a situação. No caminho para o portão notou uma sombra familiar e deixou que um leve sorriso lhe retirasse as marcas do estresse. Aproximou-se o suficiente para entender que o amigo também não parecia estar bem e ao encontrar os olhos quase vermelhos teve certeza de que Zelão não buscava o conforto de um sorrriso mas sim conselhos e desabafos.
Eles trocaram um aceno de cabeça cordial e desabafaram ao mesmo tempo.
–Eu estou perdido!
*
FLASHBACK

Zelao tentava convencer a mãe de que ele não iria abandona-la e que trazer a namorada para almoçar não significava chutá-la de casa a ponta pés.
–Mas mãe…é só um almoço. Só quero fazer tudo certinho…quero que vocês se conheçam.
–Começa com um almoço…depois vai querer colocar aquela uma aqui e acabar com a minha privacidade!
–Mãe a senhora está sendo irracional. Eu so quero que vocês se deem bem.
–Pois pode esquecer essa história. Você vai acabar fazendo que nem o seu pai. Vai viver pro trabalho e pra namorada e vai acabar me abandonando sozinha nesse apartamento…isso se eu ainda tiver o meu quartinho aqui para morar.- A senhora estava irredutivel e Zelão estava convencido de que talvez marcas do passado realmente trouxessem estragos irreparaveis no futuro.
–Mãe a senhora não acha que está exagerando? – O rapaz seria capaz de lutar para tornar o improvavel possivel mas admitia que a tarefa não estava sendo fácil.
–Exagerando eu? Veja só como você ja está falando comigo! Tudo é influencia daquela uma! Você não era assim meu filho!
Zelão não entendia a capacidade da mãe de ser um anjo com os pacientes e uma bruxa com o prórprio filho.
–Mãe me faz um favor…pelo menos tenta conhecer a Juliana. Eu juro que a senhora não vai se arrepender.
Ela o olhou nos olhos e viu que não ia se livrar do assunto tão facilmente. Normalmente não se preocupava com o tópico em questão pois nunca o tinha visto tão incistente…a ultima namorada do filho ela só conheceu por que trabalhava na casa do patrão do falecido marido….patrão esse que agora o filho servia.
– Tudo bem...um almoço só! Mas eu não lhe prometo nada José Aparecido!
A matriarca saiu da sala com passos duros e Zelão resolveu buscar ajuda com o amigo que provavelmente teria os mesmos problemas que ele.
Enquanto isso Nando seguia para sua casa após ter deixado a namorada no apartamento que antigamente dividiam.
Ouviu o telefone tocar e o ligou no viva voz para que não o atrapalhasse na hora da direção.
–Maninho!!Você ja voltou? –Pituca perguntava com a voz doce e curiosa de sempre.
–Estou chegando agora em casa maninha... por que? Ja esta com saudades do mano?
–Ahh...isso também... mas é que meu livro do Peter Pan ja acabou e eu queria saber se você não tem outro pra me emprestar...
Ferdinando sorriu com a maneira com que a menina conseguia ser esperta e meiga ao mesmo tempo.
–A sua interesseira...é so por isso que você quer me ver!- Ele ria enquanto provocava a irmã que ja começava a se desculpar. – Pode deixar irmãzinha eu tenho mesmo que passar ai em casa mais tarde e levo o livro pra você ...pode ser?
–Eba!!Obrigada maninho você é o melhor!!- Ferdinando riu e ia desligar porém ouviu a voz da madrasta no fundo e logo depois a ouviu chamar por ele no telefone.
–Nando meu querido como foi de viajem?
–Tudo tranquilo minha cara...aliais tenho um anuncio para fazer e pretendo passar ai mais tarde para conversar com todos.
–Ai Ferdinando que assim você me deixa curiosa...vamos vamos...me adiante...do que se trata o assunto?
–Eu estou namorando minha cara madrasta! – ele disse orgulhoso
–Ah meu querido! Meus parabéns! Namorando!!Quem diria em?!E quem é a moça de sorte?
–A Gina ora essa!
–A Gina?!- ele ouviu a voz de Catarina engrossar em um sinal de espanto evidente...ele até poderia rir se não tivesse ouvido o pai ralhar ao fundo.
–A Gina! A mesma uma que é filha do meu inimigo politico Pedro Falcão? Esse moleque tá de brincadeira comigo? Tá me desafiando assim na cara dura?
Ferdinando procurou um local pra estacionar a fim de continuar a conversa sem provocar nenhum acidente.
–Alo?! Ferdinando! Você ta maluco rapaz! Quer me envergonhar em plena campanha eleitoral? Você trate logo de acabar com essa brincadeira sem fundamento.
–Não é brincadeira meu pai! Eu a amo e vou leva-la pra o almoço de família no domingo ai na sua casa.
–Você não me desafie moleque! Aqui aquela chucra não entra!
–Você tome cuidado como se dirige a minha NAMORADA!
–Namorada o que?!...não tem essa de namorada não! Ela não serve pra você! E eu acho bom você parar imediatamente com essa história e tenho dito.
O rapaz ouviu os gritos da madrasta no fundo tentando reverter a situação e logo depois a linha ficou muda.
Respirou fundo e teve certeza de que a batalha com seu pai, dessa vez ,seria mais difícil do que imaginava.
FIM DO FLASHBACK

– É meu amigo...deveria existir uma lei universal que decretasse o fim da opnião parental sobre os relacionamentos de seus filhos.
Zelão riu da verdade dita pelo amigo e deu mais um gole no whisky que lhe fora servido.
–E o que o amigo pensa em fazer em relação ao vosso pai...por que ...pelo o que eu conheço do patrão...essa discussão está encerrada e ele ja saiu vitorioso.
–Minha prioridade agora é fazer com que a Gina nem desconfie dessa relutância do meu pai em relação a ela e suas origens...o resto eu vou pensando em como me livrar dessa situação...pelo menos tenho a Catarina do meu lado... e tendo ela eu automaticamente tenho o Lepe , a Pituca e todos daquela casa.
–É mais no final você bem sabe que quem manda em tudo é o vosso pai.
–Sim...mas eu vou ensina-lo que o tempo de casamentos arranjados, dotes e status não faz parte da minha realidade. Eu vou arranjar um meio de contornar a situação...só preciso de tempo.- Ferdinando virou a dose de whisky de uma vez só e sentiu os órgãos arderem com o álcool.
–Eu admiro essa confiança do amigo...eu nem sei o que dizer a Juliana.
–Mais dizer o que? Você não está pensando em dizer que a sua mãe não aprova o relacionamento está?
–Não...nada disso...mas terei que inventar alguma coisa para justificar esse ódio todo que eu sei que ela não vai fazer questão de esconder.
–É meu amigo...nesse quesito eu nem sei o que lhe falar. –Ferdinando colocou mais uma dose no copo vazio e completou o copo do amigo.
–Aos pais que nos odeiam e as namoradas que nos amam! –Ferdinando ergueu o copo e brindou com o amigo. Era tempo de aliviar as tensões e abrir as mentes para planos criativos.
*
–Aiii minha amiga!! Que coisa mais romântica!!
–É pois é...eu nem sabia que o Ferdinando podia ser tão assim...tão.... –a ruiva se perdia nas palavras para definir o namorado.
–Apaixonante? –Juliana ofereceu e Gina riu concordando
–É...apaixonante! Mas...- A moça que estava deitada na cama sentou-se e olhou para a amiga de cabelos rosas com um semblante inseguro.
–Mas?
–Mas ai...você não sabe do pior...
–O que?
–Ele quer que domingo eu vá lá na casa do pai dele almoçar com toda a família dele. Não ele não quer que eu vá lá..ele quer vim me buscar...mais...mais...enfim Juliana...isso ta me deixando muito nervosa.
–Ora mais nervosa por que?
–Não sei! Mas eu acho que é por que eu vou ter encarar o pai dele, a madrasta dele...a madame Catarina...se bem que ela não tem problema não...mas ficar frente a frente com aquele pai dele...não sei não..
–Ai minha amiga eu até lhe entendo viu...
–Você também tem medo de encarar o pai do Ferdinando?
–Não...o seu Epaminondas não...eu tenho medo é da mãe do Zelão.
–Ora essa mais por que?
–Pelo mesmo motivo que você tem medo de encarar o pai do Ferdinando.
–Por que ela é inimiga política dos seus pais e por que o histórico de suas familias se resume em uma briga estratosférica?
–Não... tirando essa parte
–E o que sobra?
–A parte que tanto eu como você temos medo...de que fazendo isso estaremos tornando tudo muito mais oficial...estaremos em um relacionamento sério mesmo...tudo será mais real...e eu não sei o que esperar dessa realidade.
As amigas se calaram e refletiram sobre a condição que apenas um almoço oferecia a elas.
Os dias passaram mais rápido do que o esperado para ambos os casais...Ferdinando e Zelão corriam contra o tempo em busca de ideias para tornar o convívio com os familiares e suas namoradas mais fácil e Juliana e Gina tentavam a todo o custo se livrar da obrigação de irem ao almoço.
–Meu amor eu ja acabei com a papelada aqui e você? –Ferdinando dizia enquanto ia ao encontro da namorada na parte do deposito da loja.
–Eu também ja acabei por aqui. – O rapaz sorriu e a abraçou pela cintura.
–E então o que você acha de me ajudar com as compras e depois ser a primeira e única a saborear uma comida feita exclusivamente por mim!
–Você ta querendo dizer que vai cozinhar pra mim? É isso...? É claro que eu topo!
Ferdinando riu da facilidade com que a namorada era convencida quando se tratava de comida.
–Então vamos?- ele lhe deu um leve selinho e segurou sua mão.
–Vamos!- ela sorriu satisfeita.
*
Juliana andava de braços dados com o namorado que a acompanhava de volta ao apartamento depois de um dia de trabalho até que sentiu o celular tremer...leu rapidamente a mensagem e abriu o sorriso mágico que fazia o coração de Zelão disparar.
–Amor você nem sabe!
–Pelo seu sorriso lindo...só pode ser coisa boa!
Juliana corou com o galanteio e lhe deu um selinho em forma de agradecimento.
Voltou a atenção para o celular e o jogou na bolsa sem verificar em que compartimento da mesma ele tinha ido parar.
–Vamos...- ela disse puxando a mão do namorado que a seguia a passos rápidos.
–Mas o que foi que aconteceu? É um incêndio...
–Pode ser...basta você querer...- ela disse com um sorriso malicioso e Zelão entendeu que o conteúdo da mensagem só poderia ser algo voltado para o tópico “Estou com o Ferdinando...não me espere. By: Gina”
Zelão olhou rapidamente para o céu e gravou em sua mente que devia um agradecimento especial ao casal de amigos que tornava a sua vida muito mais fácil e prazerosa.

*
Gina e Ferdinando chegaram do supermercado aos risos provocados por uma lembrança da infância.
–E você nem sabe o quanto me enlouquecia com aquela sua rebeldia toda.
–Enlouquecia é...que dizer que agora não enlouqueço mais? – Ela dizia fazendo bico
Ferdinando tomou o rosto da amada em suas mãos e lhe deu um beijo breve porém apaixonado.
–Você sabe que isso não é verdade. –Ele a olhou nos olhos e depois sussurrou em seu ouvido- Ainda mais quando tenta parecer estar chateada.
Ela riu e o empurrou fingindo aborrecimento e falhando drasticamente.
–Eu vou colocar isso aqui na geladeira...você pode verificar se eu tenho alguma mensagem na secretaria eletrônica?
–Claro! – Ela riu e lhe deu um selinho antes do rapaz desaparecer pela cozinha.
Gina observou a luz do telefone piscar e apertou o botão para deixar que a sala fosse invadida pela voz da ligação perdida.
–Ferdinando...meu querido...eu estou tentando o máximo que eu posso mais esse seu pai está irredutível. É um velho teimoso mesmo. – A voz da madrasta foi interrompida por uma voz grossa e ameaçadora.
–Catarina! Você esta falando com aquele meu filho ingrato novamente! Me de esse telefone! –Ferdinando correu pra sala ao ouvir a voz do pai invadir usa casa.
–Ferdinando Napoleão! Se você continuar com essa história de trazer aquelazinha para almoçar nesta casa no domingo você vai se arrepender amargamente rapaz! Eu ja lhe disse que aquela Gina não serve pra você! Eu lhe dei educação seu moleque! Você foi estudar fora e nem advogado você se tornou mas eu perdoei! Agora namorar com uma desqualificada e ainda por cima filha do meu inimigo político isso só pode ser uma forma de me desafiar e eu lhe digo mais Ferdinando Napoleão...isso não tem perdão! Acho bom você parar com essa brincadeira de mal gosto e arrumar uma mulher do seu nível...e tenho dito!
O silêncio que predominou o local após os berros do pai foi torturante. Gina estava estática, sabia que não seria fácil mas ouvir o pai do namorado falando tantas, ao seu ver, verdades machucava de uma forma traiçoeira. Ela levantou o olhar e encontrou os olhos assustados do namorado. Não poderia ser responsável por mais uma briga familiar.
*
Juliana e Zelão chegaram aos beijos em casa. Agora a moça dos cabelos rosa entendia o por que dos amigos sempre quebrarem os objetos de decoração.
Deixou os livros caírem e se concentrou em tirar a camisa preta que o namorado usava no trabalho.
Zelão apertou a cintura da namorada e descobriu o laço que prendia o vestido ao corpo da jovem.
Eles sabiam bem o caminho para o quarto da moça e o fizeram sem esbarrar nas paredes.
Ao deita-la na cama Zelão deixou as mãos percorrerem as pernas da namorada enquanto deixava beijos estalados em seus ombros.
Juliana deixou os carinhos do namorado a levarem para um universo alternativo no qual eles eram felizes e não deviam nada a ninguém.
Resolveu esquecer as obrigações de domingo, do encontro iminente com a futura sogra e até da compostura que a rotulava de mocinha indefesa. Hoje ela seria a dona do jogo.
*
–Eu disse que não ia dar certo!- Gina andava rápido em direção a saída do apartamento do namorado e tentava se livrar das lágrimas desordeiras que ameaçavam cair.
–Não Gina espera volta aqui!- O engenheiro corria para tentar alcança-la buscando no cérebro alguma maneira de se desculpar dos absurdos que seu pai falara ao telefone.
–Eu não sei por que você insiste nessas coisas Ferdinando! – A ruiva descia as escadas do prédio de poucos andares e não parava para encontrar os olhos do rapaz que a seguia ofegante.
–Insistir no que? Meu amor quem ta errado aqui não somos nós!
–E se estivermos errados? E se tudo o que o teu pai disse for verdade?
–Gina..espera...Gina volta aqui! – ele conseguiu alcança-la no segundo lance de escadas a segurando pelo braço e a empresando na parede do ambiente deserto e quase escuro...não fosse pela velha lampada amarela pendurada no teto.
–Não Ferdinando! O seu pai ta certo! Eu não sirvo pra você! Onde é que eu tava com a cabeça quando resolvi esquecer tudo e...
–Você ta dizendo que ta arrependida de ter ficado comigo?
Ele foi sério e a frase saiu certeira como uma navalha. Ela o olhou assustada ainda sentindo o peso das palavras do pai dele e o corte no peito provocado pela pergunta que ainda ressoava no local.
Os corpos estavam colados, empresados e eles podiam sentir a pulsação e o acelerar de fluxo sanguíneo de cada um.
Ela precisava resistir...e ele tinha necessidade de provar a ela que tudo o que fizeram até hoje valia cada dificuldade futura.
–Você não pode me obrigar a nada Napoleão.
–Não...mas eu posso te provar que nós não fomos feitos para ficarmos separados.
Com isso ele a beijou de forma fervorosa...quase violenta e ela sentiu o corpo todo amolecer aos toques dele.
*
Zelão não acreditava que aquele ser com cara de anjo teria ações tão diabólicas...ela o provocava de todas as formas possíveis e ele lhe declarou vassalagem no mínimo 100 vezes naquela mesma noite.
–Você fique ai quietinho e me obedeça.- ela dizia enquanto o prendia na cama com uma gravata e um cinto.
–Você meu caro...vai fazer tudinho o que eu mandar hoje.
Definitivamente ela estava apagando qualquer traço de delicadeza que a tornavam tão senhorita.
O rapaz estava paralisado...dominado pelo desejo de possui-la e a agonia das brincadeiras provocantes dela.
Ele sentiu os lábios da moça encontrarem a sua orelha e tremeu quando ouviu a sua doce voz rouca por um desejo indescritível.
–Hoje vai ser do meu jeito.
Com isso Zelão deixou –se guiar sob uma perspectiva diferente para um mundo completamente deles.
*
As vidrarias tão cuidadosamente escolhidas estavam no chão. Estilhaçadas...abandonadas...irrecuperáveis. Por cada ambiente que passavam deixavam um rastro de destruição característico deles. Nunca foram atenciosos com objetos domésticos...porém também nunca foram tão agressivos. Os sons dos objetos caindo contrastavam com os dos corpos se chocando contra a parede. Uma hora era ela que sentia a falta de ar promovida pelo impacto na outra era ele que experimentava a sensação deliciosa de ser lançado contra a superfície solida. Haviam momentos de domínio e servidão que se trocavam a todo instante oferecendo uma mistura de deleite e agonia com toques de rebeldia.
A moça sentia o gosto de ferro característico do líquido que lhe invadia a boca...não ligava para o sabor do sangue que lhe era tirado tão violentamente dos lábios, mas sim para a sensação quente que ele proporcionava...ela sabia que poderia estar cometendo um erro mas não resistia ao ato quase animalesco na qual era uma das protagonistas.
Enquanto isso a outra parte envolvida sentia as unhas da garota deixarem assinaturas próprias em suas costas e cada vez que ela as afundava ainda mais na carne nua dele um arrepio de dor deliciosamente excitante lhe percorria o corpo.
Poderiam até se recuperar dos roxos e arranhões que eram causados a cada movimento mais bruto de ambas as partes porém a sensação incrível que um proporcionava ao outro nessa briga de egos e de corpos ficaria gravada para sempre.
O caminho feito da escada para o quarto do rapaz parecia eterno e algumas preocupações como portas abertas e gemidos sufocados eram ignorados completamente.
O desejo que os consumia tornava o universo completamente deles e qualquer pensamento fora da luta por se satisfazer era apagado. O casal agora estava a meio caminho do corredor da casa e ja tinham deixado o cenário de guerra para trás. As mãos dela estavam presas nele e forçavam ainda mais a proximidade do evidente resultado de toda aquela cobiça. Ela o queria desesperadamente mas não iria confessar o fato. O rapaz sentia a força que a moça fazia para traze-lo de encontro a ela e a cada perto mais forte ele depositava mas uma marca roxa em seu pescoço.
Em um movimento rápido, o rapaz a virou fazendo com que ela perdesse o contato com seus olhos azuis. Gina sentiu o corpo tremer ao senti-lo, de maneira tão ansiosa, abraça-la por trás. As mãos dele se detiveram no quadril da moça e faziam uma pressão incrivelmente deliciosa com a intensão de se fazer notar. Os beijos ardentes no pescoço não cessaram e ele retirou as mãos do quadril dela apenas para prender os braços da moça contra a parede. A ruiva não iria admitir mas a surpresa de se sentir súdita dele a excitou ainda mais. Não havia espaço entre eles, muito menos controle ou consciência. Uma das mãos do rapaz deixou a função de algema dos braços da moça e encontrou lugar em um dos seios dela fazendo com que a respiração da jovem se tornasse cada vez mais forte. A moça ja tinha conseguido se livrar da camisa e do cinto do rapaz porém ainda permanecia totalmente coberta pelas roupas do trabalho o que para o engenheiro era totalmente injusto. Entre pressões, mordidas, gemidos altos e carinhos selvagens o casal enfim conseguiu chegar até o quarto. A moça resolveu que ja era hora de se tornar senhora de suas ações e jogou o rapaz de forma deliciosa na cama. Ele fez menção de se levantar e foi surpreendido com o olhar tentador da ruiva. O jovem a observou se aproximar vagarosamente , depositado os joelhos na cama e entre o corpo dele, engatinhando de forma sedutora e ardilosamente lenta. Ele se adiantou tentando tirar a blusa da moça mas sentiu as mãos dela o prenderem na cama. Era a vez dela de torna-lo submisso. O rapaz fechou os olhos ao sentir os lábios quentes dela o torturarem com beijos pausados e molhados. Sentiu-se arrepiar quando notou que ela aumentou a intensidade com que as pernas dela o prendiam pela cintura e perdeu o fôlego quando a viu soltar seus braços apenas para retirar a própria blusa e atira-la longe. Ele não se cansava de se surpreender com ela e buscou com os lábios a sua carne nua até que sentiu as mãos dela o empurrem de volta para a cama. Ela não tinha terminado.
A moça sorriu maliciosa. Adorava ver o desespero dele por ela e a provocação era uma das chaves principais. Ela deixou as mãos passearem pelo corpo do namorado até alcançarem os botões da calça dele e com uma calma torturante tornou o simples ato de desabotoar um martírio sem fim para o jovem jogado na cama.
Ela obteve sucesso na tarefa mas se recusou a continuar os carinhos localizados. Ele a olhou com os olhos semicerrados de desejo e determinou que era a sua vez
de faze-la suplicar por ele. Forçou ainda mais a aproximação das pernas dela enquanto que afundava as mão em seus cabelos vermelhos e os puxava sem delicadeza alguma para que pudesse depositar mordidas deliciosas no queixo dela. O rapaz então a agarrou em um abraço traiçoeiro apenas para logo depois lança-la na cama violentamente. Gina sentiu –se chocar contra o colchão macio e deixou os lábios nervosos dele lhe arrancarem gemidos altos. Os rastros quentes que ele deixava sobre seu corpo faziam com que ela se contorcesse em direção a ele em busca de mais toques e mais beijos. Ele dedicou uma atenção especial aos seios dela e os libertou da peça que os cobria. Sentiu ela o agarrar pela nuca em um pedido inconsciente de que ele não se afastasse. Ela mordia os lábios a cada vez que sentia que iria implorar por ele...era teimosa o suficiente para negar até seus próprios impulsos. A moça então e o sentiu percorrer a sua cintura nua, o abdômen liso e afundou as mãos nos travesseiros quando sentiu os lábios do rapaz se aproximarem perigosamente do alvo em questão. A ruiva sentiu as mãos nervosas do namorado a livrarem de seus próprios botões e decidiu se mexer de forma a ajuda-lo a retirar a peça de roupa que a cobria. Ele removeu o item juntamente com os sapatos dela...os seus próprios ele nem sabia onde tinham ido parar. A jovem observou o rapaz parar os carinhos, se levantar da cama e admira-la. A troca de olhares durou o tempo necessário para que eles apenas sentissem um segundo de frio e saudade, no momento seguinte a ruiva ja o ajudava a tirar as ultimas peças que os atrapalhavam. Eles sabiam que suas vidas seriam assim...uma calmaria breve seguida de momentos intensos, beijos apaixonados que trariam mordidas selvagens, uma troca ardente entre agonia e prazer, ordem e submissão todos eles recheados de uma paixão insaciável e um amor indescritível.
Ferdinando voltou a aperta-la fortemente contra si e deixou que suas mãos buscassem os caminhos conhecidos porém dessa vez não se importou em deixar marcas na pele branca dela.
Gina experimentava a sensação única de ser desejada de forma tão febril e também decidiu esquecer de medir a força que aplicava em cada movimento. Ele resolveu retomar o caminho que havia parado e a livrou do ultimo acessório que a vestia. A moça deixou os olhos descansarem enquanto sentia os lábios do namorado a invadirem com sensações extraordinárias. A teimosia sendo derrotada pelo desejo, a garota turrona sendo humilhada pela mulher insaciável que havia se tornado. A ruiva sentia que a cada ponto certo dele mais barreiras eram derrubadas. Ela não sairia derrotada...sairia apenas mais mulher...afinal apenas uma seria capaz de ter certeza do que realmente queria...e nesse momento...ela queria ele.
–Ferdinando......- ela dizia ofegante e inconscientemente contorcendo o corpo na direção do namorado. – Nando...por favor...eu ...preciso...de...você...por favor!
Ele voltou a atenção para ela a fim de lhe olhar nos olhos e a encontrou com as bochechas rubras e o olhar escuro de desejo. O rapaz sorriu satisfeito...ela havia implorado... e ele atenderia com prazer o seu pedido. A puxou fortemente em sua direção e sussurrou em seu ouvido
– Eu te disse que não fomos feitos para ficarmos separados...eu te amo menininha!
Ela sentiu os lábios apaixonados dele exigirem os dela e enterrou as unhas na costa do namorado ao senti-lo toma-la pra si. Apertou ainda mais as pernas na cintura dele...ela o queria por completo com o gosto do errado confundindo o certo, ela queria o doce dos lábios dele sugando cada gota de lágrima salgada de satisfação que ela deixava rolar, desejava ser a única capaz de fazer sua natureza mais animalesca se libertar, desejava ser sua dona e escrava.
O rapaz sentia os cortes em sua pele serem feitos de forma brutal e deliciosa...e cada arranhão o deixava mais excitado. O ritmo adotado era frenético e forte. Queria demonstrar para a namorada que ela possuía um poder arrebatador sobre ele e ao mesmo tempo confirmar que ela não poderia e nem deveria resistir.
Ele foi se aprofundando cada vez mais sobre ela até provar que estavam mais unidos do que nunca. A única fonte de sanidade de sua vida o estava enlouquecendo com movimentos cada vez mais sincronizados e ele não resistia aos gemidos que deixava escapar.
Gina ainda sentia Ferdinando limpar o gosto excitante do sangue em seus lábios e a cada pressão mais intensa ele calava seus gemidos com um beijo ardente. Sugava os lábios da namorada com força e sofreguidão e se arrepiava a cada respiração mais forte dada por ela.
O mundo girava novamente e a corrente elétrica que lhe dominava o corpo seria capaz de acender uma cidade. Sentia pontos do seu ser se acenderem a cada investida mais intensa do rapaz e o ouvia gemer junto a ela com satisfação até que experimentou a efeito de plenitude que só ele a proporcionava e o sentiu se desfazer na mesma sensação.
Ainda ofegantes, os dois trocaram um olhar verdadeiro, conheceram o desconhecido sobre eles mesmos e se aventuraram um no outro com a certeza de que se pertenciam para sempre.
*
–Mas você é mesmo uma diaba!- Zelão dizia ofegante e suado. Juliana riu satisfeita mas deixou que a lembrança do domingo próximo retirasse o soriso dos lábios.
–O que foi meu amor?
–Não é nada não...só que deu uma canseira né?
–Nem me fale! To pensando que vou ter que virar atleta para lhe acompanhar!-Ele riu e a fez gargalhar com a comparação.
–A deixe de bobeira que lhe acompanhar também não é coisa fácil!
Ele segurou a mão da moça e analisou os pequenos e finos dedos dela contrastarem com os longos e grandes dedos dele.
–Você não sabe o quanto me faz bem meu amor! E eu não vou deixar nada e nem ninguém acabar com esse amor que eu já gravei no meu peito.
–Ora essa e por que você ta falando desse jeito agora?
–Nada não... eu só quero que você saiba que meu mundo não existe sem você.
Ele era doce, romântico e sexy....Juliana não poderia pedir destino melhor do que ficar ao lado dele para o resto da vida.
*
–Nando...- ela dizia com a voz cansada.
–Hm...- ele apenas continuava abraçado a ela e com os olhos fechados.
–Você tem certeza de que eu sou a pessoa certa pra você? –Gina não escondia a insegurança causada pelas duras palavras do pai do namorado.
–Mas eu não acabei de lhe provar isso meu amor?- ele a abraçou ainda mais e a conduziu a olhar em seus olhos- Não há status nenhum, ou seja qual for a exigência que meu pai tenha, que vão te livrar d mim- ele disse sorrindo fazendo com que ela o olhasse tímida e risonha. –Eu te amo menininha...e pra mim é isso que importa.
Ferdinando depositou um breve selinho na namorada e a abraçou novamente.
–Além do mais...eu até tenho que confessar que gosto de brigar com você. E espero que a gente ainda brigue muito.
Ela se afastou em um misto de irritação e surpresa.
–Ora essa mais por que?
–Por que eu adorei essa nossa maneira de fazer as pazes...- e com isso ele a calou em um beijo calmo e envolvente.
Por enquanto o resto do mundo não importava. A única atenção, naquela noite, seria voltada exclusivamente para o responsável pelos seus batimentos cardíacos....até que a manhã seguinte chegasse e os acordasse para a realidade dos problemas familiares.


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Notas finais do capítulo

sobre o prox cap? "You can leave your hat on" ; P