Redenção escrita por Ingrid Renê


Capítulo 8
Abandone tudo e vamos embora.


Notas iniciais do capítulo

Por favor comentem, só irei postar novo capitulo se houver comentários... Estou desanimada pensando em abandonar a fic, SE ALGUÉM ESTIVER LENDO AI COMENTE POR FAVOR.



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Pouco mais de cinco pensamentos passaram pela minha mente, todos insanos, independente do que fizesse seria sua refém, minha vida estaria em risco. Completamente aturdida e amedrontada, liguei o carro e antes de por o cinto virei e o observei, seu rosto estava com algumas marcas e arranhões, abaixo dos seus olhos profundas olheiras e o canto da boca escorria um filete de sangue.

– E seu eu me recusar o que acontece ? - Mostrei não estar intimidada.

– Ah, nada. Se você não me acompanhar levarei outra pessoa para me fazer companhia, quem sabe a Mel? - Ele não me olhou, apenas se deitou no banco de trás.

– O que você quer ?

– Conversar, além do mais estou machucado, quero que você cuide de mim. - Ele levantou sua blusa, tirou um pano e mostrou um ferimento que tinha em seu abdômen.

– Eu lhe levo ao hospital. - Virei-me e passei o cinto sobre meu corpo.

– Eu já lhe disse, sem brincadeiras, vamos para a cabana. - Carter já havia passado uma lamina em volta do pescoço e antes de voltar a se deitar, senti algo arder, o moreno me cortou.

Sem delongas nós saímos do estacionamento, o caminho para aquele lugar era tão vivo em minha memoria como as lembranças infelizes que eu tinha. No banco de trás Antony não pronunciou nada, de tempo em tempo o olhava pelo retrovisor, a mancha de sangue em sua blusa ficava cada vez maior.

As vezes fazemos escolhas de que aparentam ser erradas e terminamos nos afastando do quem realmente somos . É justamente ai que o caminho se bifurca, onde nasce os mais instintivos e avassaladores sentimentos humanos, onde você preza por fazer o bem ou usar suas habilidades para o mal.

Olhei novamente pelo espelho e os olhos de Carter encontram os meus, desviei e voltei a olhar a estradinha de terra batida.

– Para o carro! - Ele gritou. Espantada, pisei no freio, mas não parei. - E surda ou o que sua vadia ?

– Parei o carro bruscamente, ele saiu, e começou a vomitar sangue.

Pensei em dar ré e ir embora, deixa-lo ali para morrer, contudo escutei um baque, era o rapaz caído ao chão. Sai apressadamente do carro, me ajoelhei ao seu lado, seu rosto estava pálido.

– Preciso te levar ao hospital.

Ca...baba...na, me espe...ran...do.– Sem forças pronunciou.

Devo admitir que oportunidade igual aquela não teria mais, eu não posso, seria igual a ele, voltaria a ser um monstro, desisti. Juntei forças, passei seu braço sobre meu pescoço e ao poucos nos levantamos e o coloquei na caminhonete. Não demorou e chegamos, havia uma picape ao lado da casa, ao escutar o barulho da buzina um homem alto, de traços fortes veio ao nosso encontro.

– Estacione bem perto da casa. - Ele disse sem olhar pra mim.

Então o fiz, sem muito esforço o homem o tirou do banco de trás e eu fiquei ali esperando. Logo escutei um grito de dentro da casa:

– Garota, eu preciso de ajuda. - Sem pestanejar eu fui.

Entrei no lugar, ele estava um pouco diferente, principalmente por haver uma maca e ao lado alguns instrumentos médicos, o homem já havia posto o soro no rapaz e eu sentei em uma cadeira próxima.

–Lave suas mãos e vista isso aqui. - Ele me entregou uma roupa de hospital. - Você vai me ajudar, já soube o que aconteceu ?

Olhei para o Carter e ele estava desacordado, sem roupa apenas um lençol que cobria sua genitália;

– Não sei, eu vou embora já fiz o que ele me pediu.

O homem não me olhou apenas enchia as veias do Moreno com medicamentos.

– Olha, eu não lhe aconselharia, não vou poder ficar muito tempo, você ira cuidar dele. Retrucou impaciente.

– Como assim ?

– Va se vestir e lhe contarei aos poucos.

Entrei no banheiro, lavei minha mão, vestir aquela roupa de hospital, sai e fiquei perto da maca.

– Ele me disse quem era você, eu sei o que o senhor Carter faz, ele me salvou uma vez de ser levado por uns compradores. - Ele passava um algodão com um liquido marrom perto do ferimento. - O pobre teve um problema com um comprador mexicano, ligou-me e avisou do ferimento, eu apenas pedi para que arranjasse alguém de confiança para ficar com ele pois eu não poderia passar a noite aqui, mas faria o possível, para cuidar do seu problema.

– Eu sou de confiança ?

– Se ele lhe trouxe, creio que seja. - Ele me olhou da cabeça aos pés. - Pegue aquele pacote que esta em cima da mesa.

Eu estava auxiliando, ele se apresentou como sendo Peter, um médico-cirurgião, não fiquei muito tempo dentro da cabana pois fiquei enjoada de vê e sentir o odor que estava exalando, mas ele disse que por pouco o Carter não morreu por hemorragia interna, me passou alguns conselhos e disse que voltaria pela manhã.

A porta bateu atrás de mim, pude escutar um carro se distanciando, olhei para o rapaz que ainda estava inconsciente, uma súbita lembrança de que já estava tarde e não havia avisado onde estava, sai correndo para pegar minha bolsa que havia ficado dentro da caminhonete.

Peguei meu celular, mentalizei uma desculpa, ai destravei o aparelho, 16 chamadas perdidas, disquei o numero do Nou, chamou uma, duas ele atendeu.

– Onde você esta?

– Com uma colega, tentando pegar umas matérias para o teste de amanhã. - Deixei fluir com naturalidade. - Ela está insistindo para que eu durma aqui, não sei se devo.

– Se você precisar estudar isso, não tem problema.

– Ela é muito chata, não sei se aguento. - Tentei dar uma risada.

– Apenas me passe um numero e o endereço dela por mensagem depois, tenho que por a Mel para escovar os dentes agora. Não esqueça que preciso do carro amanhã de manhã .Se cuida.

– Beijo.

Voltei para a cabana, girei a maçaneta, respirei fundo, hoje não havia sido fácil. Decidi tomar um banho, vesti uma camisa qualquer do Anthony, como estava sem fome apenas me deitei, virei de um lado para o outro tentando dormir mas não consegui.

Olhei para o notebook em cima da mesa, uma intensa vontade me tomou, poderia arranjar provas e por este homem na cadeia, então peguei e liguei logo apareceu para que digitasse a senha, tentei varias vezes até que lembrei a frase favorita do rapaz " Tenha, antes de tudo determinação e sangue frio" em milésimos de segundos senti que poderia dar um fim nisso, eu consegui e logo comecei a procurar por cada pedaço da memoria do aparelho, salvei em um pen drive e guardei na bolsa. Com aquilo em mãos irei discernir o que seria possível fazer e quem sabe fazer com que ele pare de me perseguir

Escutava apenas o barulho das folhas da arvores e do forte vento, decidi ir lá fora, quem sabe assim me daria sono. Quase não observei o lugar que estava turvo, com uma má iluminação, mas sentei na varanda. Passei pouco tempo lá, pois escutei um barulho de alguma coisa caindo, devia ser o Moreno acordando.

Quando entrei o silencio reinava, olhei o garoto na maca e andei até lá. Ele segurou minha mão com força eu me assustei.

– Meu corpo está doendo, latejando... - Resmungou.

– Por pouco você não morreu. - Puxei com força meu pulso e consegui ficar livre..

– Não entendo, a mademoiselle poderia ter se aproveitado e me matado...

– Ah, eu não sou como tu és. - Dei um sorriso de deboche.

– Obrigada. - Eu não esperava por isso, me assuste, foi quase impossível não esboçar alguma expressão.

O rapaz tirou o pano que o cobria e pude vê que estava cheio de hematomas e cortes não muito profundos. Ele tentou se levantar, olhou para porta do banheiro eu fingi que não estava vendo. O rapaz respirou fundo e mancou debilitado em direção ao banheiro, ele estava deplorável, nunca o havia visto assim, seu corpo estava totalmente machucado, ele não importou-se em esconder suas partes. Não demorou muito e ele voltou, deitou-se, definhava de dor.

– Deve está se divertindo. - Sorriu sarcasticamente.

– Claro que não... - Retribui o sorriso. - Talvez um pouco. Qual motivo lhe levou a pensar que não lhe mataria?

Ele me fitou por sobre o ombro e uniu as sobrancelhas era frio, calculista, engenhoso... Pensou em algo e respondeu:

– Olga, você nunca foi como eu quis que você fosse... Eu sei que no fundo o que queres é recomeçar a vida. - Ele desviou o olhar e pensou por um longo tempo. - Desisti de tudo, vamos embora, eu nunca te deixarei em paz, vamos Olga, será apenas eu e você...

Eu acharia um absurdo a forma como ele tratava a resolução de tudo como acatar suas ordens, se não fosse algo absolutamente comum dele, como se tivesse que me sujeitar a tudo, caso contrario minha vida seria uma desventura.

Balancei a cabeça em sinal de negatividade, um gosto amargo se espalhou pela minha boca, pensei mais um pouco, o que parecia ser uma eternidade, sentei ao lado da sua maca e por alguns segundos eu pude vê em seus olhos um ar de gloria por ter alcançado seu objetivo.

– Eu te odeio. - Sussurrei por fim.

Ele me olhou abismado.

– Eu pensei que seria mais fácil. - Institivamente ele levantou a mão e passou por trás do meu pescoço fazendo com que nossas faces ficassem muito próximas.

– Cansei, tentei ser uma boa pessoa lhe dando escolhas.

– Claro uma de ser capacho e outra der ser infeliz. - Disse cortando sua fala. - Me responde, o que lhe leva a pensar que eu vá querer ter uma vida ao lado de um ser nojento e sem escrúpulos como tu és ?

Ao terminar minha frase apenas sentir algo abrasar o meu rosto, ele havia me dado um tapa.

– Vai embora sua vadia, vai agora... - o Rapaz disse cuspindo cada palavra.

Olhei para o relógio era um pouco mais das cinco horas da manhã entrei no banheiro recolhi minha roupa e a bolsa que estava sobre a cama sai batendo a porta.


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Notas finais do capítulo

Comenteeeeeeeem por favor... Odeio " ameaçar" vocês mas quero saber se tem alguém que realmente gosta dessa fic.



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