O jovem Cross estava sentado no parapeito da janela de seu quarto.Observava com seus olhos castanhos,por trás das lentes transparentes de seus óculos,os últimos raios de sol sumirem na linha do horizonte,dando lugar às primeiras estrelas da noite.Sua mente vagava livre pela imensidão lá fora.Porém seu corpo permanecia ali,naquele lugar que nunca gostara:a Ordem negra.Era como se estivesse numa prisão,sem ser um prisioneiro.A única coisa que o alegrava era o bater das asas de seu inseparável golem dourado:Tincampy.
_Poxa Tim,esse lugar é um saco!Quero sair numa missão logo.Ficar parado aqui enquanto o mal se estende pelo mundo é um desperdício total de tempo!Aff!
Como se atendesse o pedido do jovem o rádio transmissor chiou,convocando-o a comparecer na sala de seu mestre,o General Kevin Yeegar.
Cross não perdeu um segundo sequer.Saltou do parapeito e saiu correndo como um raio até a sala do General.
O mestre Yeegar estava sentado em sua escrivaninha no seu próprio escritório.Era um homem magro,alto e com cabelos loiros prateados.Encarou seu discípulo com olhos severos porém gentis.
_Estou aqui,mestre!O que o senhor deseja de mim?_disse o empolgado aluno
_Boa noite,Cross.Quero convocá-lo para uma missão muito importante no norte europeu e,quero que vá com o...
Antes que o mestre pudesse terminar a frase,a grande porta do escritório se abriu devagar,revelando um outro jovem exorcista.Froi Tiedoll entrou timidamente na sala.Era um pouco mais velho que Cross;tinha cabelos castanhos desgrenhados e olhos pretos e calmos,sob grossas lentes de seus óculos.O uniforme da Ordem que o jovem vestia estava esfarrapado e sujo de tinta,assim como suas mãos.
_Des...desculpe o atraso,ahn...,mestre...er..._disse o tímido rapaz,ficando vermelho como um pimentão.
_Oh,olá Froi.Vejo que esteve pintando muitos quadros ultimamente._disse o General,calmo.
_Ahn...é sim,sim mestre.Eu...er...eu estava pintando hehehe...
_Bom,já que ambos estão aqui,vou falar sobre a missão que darei aos dois.
_Ahn!?Como assim “dois”?Não quero ter esse sujinho como colega de equipe,mestre!_falou Cross,apontando o dedo na cara de Tiedoll.
_Ah,é!?Também não quero a companhia desse mauricinho,mestre!_disse Tiedoll,virando o rosto para Cross.
_Ei,parem com isso os dois!Saberem trabalhar em equipe é o mais importante na missão de um exorcista.Querem parar com essa briguinha infantil e ouvirem o que eu tenho pra dizer a vocês?
Os dois alunos se calaram e fixaram seus olhares atentos no General.
_Agora está bem melhor._disse Yeegar_Alguns dias atrás,uma equipe de finders(encarregados da Ordem)voltaram de uma busca em uma pequena vila no norte da Europa,trazendo notícias interessantes a respeito do local.Não encontraram nenhum akuma(máquinas de destruição em massa) mas,registraram isso no meio de uma floresta próxima a essa vila.
O general mostrou ao seus dois alunos uma pequena fotografia,na qual mostrava uma pegada gigante de alguma espécie de animal desconhecida.Cross e Froi estudaram a imagem com uma mistura de curiosidade e medo.
_A equipe de busca relatou que essa pegada não foi feita por um akuma,e sim por uma innocence(ou “inocência”,a fonte de poder dos exorcistas).Ou seja,essa criatura misteriosa é uma innocence.
_Nossa..._disseram os alunos incrédulos
_E,a tarefa de vocês é capturar essa suposta “fera’’.Peguem o mais rápido possível as suas bagagens e,se dirijam ao saguão da Ordem.Lá,uma equipe de busca esperam pelos dois.Alguma pergunta?Fui claro?
_Certamente,mestre!_responderam os discípulos o mais firme possível pois,um suor gélido escorria pelos rostos de ambos os rapazes.
_Então,sucesso aos dois!
Os exorcistas Cross Marian e Froi Tiedoll arrumaram uma pequena mala com algumas roupas e utensílios essenciais.Ao chegarem no saguão da Ordem,como o mestre dissera,a equipe de busca os esperava lá.Partiram poucos minutos depois,em uma pequena carruagem.A viagem até a tal vila seria longa mas,para os jovens exorcistas a única coisa que importava era a captura daquela misteriosa fera.E só de pensar em como seria a forma da innocence,Cross e Tiedoll sentiam um arrepio percorrer a espinha.