Diário de viagem escrita por Beilschmidt


Capítulo 1
Certos bêbados...


Notas iniciais do capítulo

Olá;
Só avisando que será atualizada nas sextas, isso se eu não for sequestrada antes auhsuhshusauha~



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Aos tropeços e risadas maquiavélicas, mais para sem noção do que maquiavélicas, caham, mas enfim, segurando cada um uma garrafa de vinho, os três seguiam em direção ao carro. Mas como se estavam bêbados e mal viam o poste à frente quanto mais dirigir os nove quilômetros e meio até a casa mais próxima, de Francis. Com certeza daria um bom espaço no jornal Nacional como o trio idiota que capotou o camaro vermelho no primeiro barranco à vista.

Tentando inutilmente colocar o espanhol e o prussiano dentro do carro, Francis, com apenas um chute desajeitado, os mandou pra dentro do banco traseiro. Escorregou e caiu na poça de lama. Sorte que estava bêbado e na hora começou a gargalhar quando viu o estrago que aquelas botas cheias de lama fizeram no banco do motorista. Quando sua cabeça parasse de rodar e o álcool evaporasse de seu corpo no dia seguinte, com certeza morreria de desidratação de tanto chorar pelo trabalho que teria em limpar tudo.

-Cara, olha isso. – Antônio estava de cabeça para baixo no banco e batia na janela – É a figurinha de um pintinho. Fusosososo~ ah um desses na minha panela com bastante tempero.

-Não daria nem pra engatar no dente. – Francis quase caiu no bando do passageiro – Ei, cadê as chaves?

-Procura dentro da sua mão. – Gilbert gritou enquanto tentava botar o cinto corretamente, quase se enforcando – Argh, o grandioso eu não pode morrer enforcado por um mísero cinto patético. – e começou uma lutinha com a trava de segurança.

Ao encontrar as chaves, sorriu, ou melhor, quase morreu de alegria pela descoberta, tão Francis mesmo, e tentou ligar o motor. Inutilmente, pois nem conseguia acertar o buraco da chave. Gritou uns palavrões em francês e bateu a cabeça no volante. Ouviram batidas de nós de dedo no vidro, ao reconhecer a carranca de Ludwig estampada ali quase gritou feito uma garotinha. Tendo uma crise repentina de Parkinson, haha, abaixou o vidro.

-O que pensa que está fazendo dentro deste carro? – cruzou os braços em tom sério.

-Dirigindo para minha casa, por quê? Quer ir também Doitsu? Honhonhon~

-Não quero me juntar a um possível bando de suicidas. Trate de sair agora deste carro, não quero ter que reconhecer um irmão egocêntrico e idiota no necrotério.

-Mas eu dirijo melhor que você. E sai daqui.

Francis grudou no volante aos berros. O alemão suspirou pesadamente e abriu a porta para tentar tirar ele do motorista a força. Depois de uma sessão de cócegas, o francês se deu por rendido e foi jogado no banco traseiro. Um erro de Ludwig. A se ver no meio dos dois amigos, começaram a cantar músicas melancólicas, abraçados feito camaradas de velha data, aos choros e soluços.

Assim que alcançou metade do caminho, os “cantores” mudaram de repertório para músicas mais agitadas, enquanto imitavam guitarras e tentavam pular no banco, caíram e deram de cara no banco do motorista e do passageiro assim que o loiro freou bruscamente.

-Chegamos, agora fora desse carro.

-O carro é meu pra começo de conversa. – apontou o dedo na cara dele tentando sustentar o ar sério, mas mal sabia qual dos Ludwig apontar, tinha uns três na sua frente. E caiu na gargalhada – Honhonhon~

-Olha o estado do seu carro Francis, está imundo. Não pior que vocês. Levarei a um lava jato, e tratem de tomar um banho, estão parecendo porcos que passaram dia rolando na lama. – acelerou assim que Antônio, o último a sair, despencou em cima de Gilbert.

-Que irmão mais sem graça esse o seu Gilbert.

-Cala a boca Antônio, eu sei que o grande eu não merecia ter um irmão menor chato e per… perfic… perfeccionista como ele.

Cambaleante, o francês tentou colocar a chave na porta, praguejou uns palavrões novamente e girou a maçaneta, caindo no tapete vermelho da sala. Assim que entraram na sala, se jogaram ao chão ao lado dele e dormiram.

-Kesesese~ comi o seu cavalo, e agora, o que vai fazer?

-Golpe baixo esse. – colocou a mão direita no queixo coçando o cavanhaque pensando em uma jogada – Hei Antônio, estamos com fome, quando é que esse seu café da manhã sai?

-Acho que na hora do almoço.

Antônio estava com fones nos ouvidos e cantarolava baixinho alguma música espanhola enquanto virava panquecas na frigideira, rebolando feito a(o) louca(o) do Féliks. Equilibrando os pratos de sanduíches e torradas e outro de panquecas e algumas frutas, botou à mesa e pegou um jarro de suco de laranja, outro com leite e café.

-Aqui, bom apetite.

-Hm, para um espanhol que vive em meio de tomates até que você cozinha bem. – Gilbert colocava xarope de bordo em suas panquecas. – Ah, xeque mate tá Francis? Kesese~

-Aff, não jogo mais com você. E me dá essas torradas.

-O que faremos esta tarde? – Gilbert perguntou enchendo a boca de xarope e suco e passando o prato de torradas ao outro – Soube que hoje tem uma festa na casa do Lovino, o que acham?

-Lovino? Oh, eu topo, faz tempo que não vejo o meu pequeno.

-Pensei que tivesse sabendo, seu pedófilo. Afinal, é aniversário dos irmãos.

-Mas Francis, faz tempo que não o vejo, desde que começou a… namorar aquela garotinha lá. – fechou o punho de repente e espirrou xarope na cara do francês – Não confio nela.

-Quem? Estou fora do papo aí.

-Daquela italianinha, Gilbert. A Pietra, linda aquela garota.

-Pois eu não acho que ela seja suficiente para meu Lovi, hunf.

Emburrou no seu canto ouvindo os risos maléficos dos dois. Tentava pensar em algo que pudesse separa-los o quanto antes, sentia ciúmes de seu pequeno, não gostava de mulher alguma nos braços dele.

-Às vezes acho que você o ama, Antônio.

O espanhol engasgou com o suco ao cair da cadeira. Hm, Francis tocou na ferida.

-N-não é bem isso, eu só disse que não vou com a cara dela.

Assim que saíram de casa, entraram no carro de Francis, que havia sido deixado por Ludwig na garagem depois da lavagem geral, e aceleraram até a casa de Lovino.

Feliciano estava saltitando alegre feito um dos pintinhos de Gilbert quando descobriu o pote de doces debaixo da cama dele. Pegou o prato de pasta e saiu correndo para sentar-se ao lado de Lovino, estavam arrumando o quintal para a festa de aniversário dos irmãos.

-Lovi, mi amore, terminei a lasanha que pediste. – vinha trazendo uma enorme travessa de lasanha, dando água na boca de Feliciano.

-Mal posso esperar para provar essa lasanha, veh~

-Sai de perto, chigi. É para mais tarde.

-Bom, espero que passe bem rápido, quero almoçar logo.

Assim que o camaro vermelho parou na garagem, Lovino quase teve um ataque epilético, tentou procurar uma rota de fuga, mas foi prensado contra o peito moreno de Antônio, quase enforcado.

-Lovino que saudades de você meu pequeno tomatinho. – olhou rapidamente para Pietra que arrumava as flores de um vaso no canto da enorme mesa.

-Me solta seu idiota. Não quero minha roupa amassada e com cheiro de tomate, chigi.

-Mas você vive se lambuzando de tomate, Lovino.

-Cala a boca idiota dos pintos, ou te faço morrer sufocado com um de seus gilbirds.

-Ai que grosseria, kesesese~

Afanou um bolinho de queijo da bandeja sobre protestos do italiano.

O almoço em si foi muito calmo, por se dizer, as brincadeiras e piadas, o que é normal deles, e também as cantadas de Francis para cima de Pietra. Mas certo momento, Antônio se descontrolou e começou a dar ataques esquisitos. Já no chão, chorando feito um bebê com prisão de ventre, o espanhol agarrava no pé da mesa murmurando pragas e palavrões que só Lovino entendia.

-Larga minha mesa seu bastardo.

-Essa idiota não te merece, meu pequeno, essa vaca de meia tigela, prancha seca… - e outros palavrões em espanhol.

-O que diabos ele está falando? – Gilbert perguntou.

-Não faço a mínima ideia. – Ludwig não movia um músculo.

-Pietra querida, poderia trazer uma vassoura para tirar esse pulguento daqui?

Ela resmungou algo e saiu. Antônio fez cara feia e abraçou Lovino.

-E você ainda quer essa vaca? Abra os olhos, pequeno.

-Eu vou é abrir um buraco na tua fuça se não me soltar, idiota.

-Lovinoooo!

Assim que Pietra voltou, Antônio já estava pendurado no italiano fogosamente desesperado.

-O que é isso?

Em um acesso de fúria, ela desceu o cabo da vassoura nos dois para logo sair correndo aos berros. Feliciano tentou para-la, mas foi barrado por Ludwig. Lovino desgrudou do espanhol depois de soca-lo e começou a chorar.

-É não foi legal essa despedida, feat, rompimento. – Gilbert comia uns docinhos que encontrará ali na mesa, seu gilbird em um dos ombros beliscava um brigadeiro.

-Bom Antônio, você está bem?

-Estou péssimo, me leva pra casa Francis.

Ainda meio choroso Lovino foi se acalmando aos poucos.

Já na casa do espanhol, tentaram de tudo para fazê-lo sair do carro sem levar o banco do passageiro junto. Parecia uma criança birrenta que não queria largar o pirulito só porque causava cáries.

-Se não largar eu mesmo agarro o Lovino. – Francis gritou, e de imediato ele soltou do banco e começou a esganar o loiro – ARGH, FALEI DE BRINCADEIRA, CALMA!!!

-Idiota, ninguém toca no meu Lovi. – arrancou a camisa branca de mangas longas que usava e amarrou no pescoço do loiro pervertido enforcando-o.

-Larga o bebedor de vinho. Antônio, você é homem, Lovino também. E cadê toda aquela pose quando você saía para as baladas da vida pegar as garotas? QUEM É VOCÊ? TRAGA O ANTÔNIO DE VOLTA, EXORCIZA ESSE DEMÔNIO. – balançava o coitado pelos ombros que só faltava largar os olhos das órbitas.

-AI ME SOLTA.

-Cara, você precisa beber. Vem, nós vamos tomar todas hoje na casa do Gilbert.

-Nem vem Francis, o West disse que ia sair com o Feliciano e não me queria em casa. “Você pode tacar fogo na cozinha tentando fazer panquecas belgas; você pode escorregar da escada tentando correr pelo corrimão enquanto usa como escorregador; pode quebrar um dente comendo a comida que o Arthur deixou para mim, não toque nele até que eu volte e dê um fim nessa gororoba azulada; você pode queimar minha cozinha tentando fazer brigadeiro, que com certeza sairá mais com gosto de bunda do que brigadeiro…” etc e etc, ele me deu uma lista e mais um manual. Sinceramente eu não sei o que diabos o Feli viu no meu irmão pra aturar tanto essa necessidade de manuais e ataques perfeccionistas dele. Só mesmo o meu grandioso eu para atura-lo debaixo do mesmo teto. Contemplem-me minha pessoa. – dando beijinhos.

-Deve ser algum tipo de doença. – Antônio pegou a lista – “Você pode tacar fogo na casa tentando fazer aqueles bolinhos que Elizabeta lhe ensinou; pode quebrar o pescoço e morrer se escorregar na água que você deixa pingando pela casa depois de sair da piscina; pode se enforcar com as roupas que estão no varal, ou mesmo com a linha do varal; pode engolir as bolas de pelo do gato e morrer sufocado, pode quebrar a coluna enquanto tenta fazer algum tipo de solo dentro do banheiro tentando imitar aqueles metaleiros, e enquanto se esganiça com o shampoo…” Mas como?

-Coitado de você Gil. Enfim, vamos fazer algo… sair… catar umas minas aí, que tal?

-Estou a fim de tomar um sorvete, que acham?

-Boa. Deixa só eu jogar uma água na cara.

Continua...


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