“Faz mais de 1000 anos desde que eu nasci, essa é a única coisa que me lembro, agora olhando em frente ao espelho não consigo me lembrar de como era meu verdadeiro rosto”. Laurique, um homem que aparenta 40 anos, alto, bem nutrido, destituído de alguma beleza. É um fotógrafo em Karakura, mora sozinho, todos os dias sai de casa para o trabalho e vice versa, a última coisa que ele se lembra é de alguém ter colocado sua alma em um corpo humano em seu aniversário de mil anos, “mas quem ou o que poderia viver tanto assim?”, era o que ele se perguntava todos os dias. Nas paredes de seu quarto haviam rabiscos de pistas e acontecimentos que poderiam estar ligados a ele “eu tenho que recuperar minha memória, se eu a conseguir, poderei ter meu corpo de volta”. Shun, era o melhor amigo dele, na verdade a única pessoa em que ele confiava, tinha um coração bom e calmo, cabelo curto e ruivo com uma barba mal feita, era divorciado a pouco tempo da esposa que o traíra com outra mulher, ele as vezes fazia piadas a respeito disso.

Em um dia comum como qualquer outro, Laurique havia acabado de chegar do trabalho as seis horas da noite, quando estava prestes a abrir a porta de sua casa, ouviu gritos de socorro, parecia ser uma jovem, então correu em direção para ajudá-la se possível, enquanto corria tentava discar para a polícia, porém a rua estava muito escura para acertar os números, ao se aproximar do ocorrido percebeu que os gritos haviam cessado, se aproximando do local dos gritos entrou em um beco e sentiu como se tivesse pisado em algo, então olhou para baixo com um pouco de receio, não poderia acreditar no que seus olhos lhe mostravam, “É mentira, tem que ser mentira”, com os olhos arregalados e com uma das mão em sua boca tentava segurar a ânsia de vomito que surgiu subitamente ao perceber que havia pisado em um braço humano e involuntariamente seus olhos seguiram o rastro de sangue até um corpo mutilado jogado na canto da parede.