Shiver escrita por Aurora


Capítulo 12
All the Pretty Stars


Notas iniciais do capítulo

Notas iniciais não querem mostrar tudo, então no próximo eu coloco o que ia dizer aqui. (Obrigada, fanfiction ¬¬')



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Subiu o zíper da jaqueta, calçou seu tênis novamente e saiu de seu quarto. Todas as luzes da casa já estavam apagadas, a não ser pela da cozinha. De cima das escadas, conseguia ouvir sua mãe conversando com Al num tom baixo.

Desceu as escadas sorrateiramente, e mesmo que soubesse que sua mãe não a ouviria sair da casa, Al a ouviria. Abriu a porta dos fundos da sala e saiu sem protelar.

Deu a volta no jardim, se abaixando ao passar pela janela da cozinha.

Kaito estava escorado em sua moto, mãos no bolso e olhar distante.

– Encantadoramente pontual. – ele chegou seu relógio e pulso, dando um sorriso de canto.

– Vamos logo, antes que eles venham atrás de mim. – o comentário foi ignorado, e ele nem sequer pediu permissão para sentar-se sobre a moto.

Dessa vez Miku não se assustou quando Kaito começou a correr logo em 100 km/h. Mas se agarrou ao seu corpo só por precaução.

A corrida não foi longa até que as casas desaparecessem e tudo que visse de ambos os lados da estrada fossem árvores. Talvez se fosse com outra pessoa, ela ficaria assustada e pediria pra voltar. Por algum motivo, não com Kaito. Sabia que ele não tentaria fazer nada com ela contra sua vontade.

Uma estrada de terra coberta por folhas entre as árvores se abriu e a moto entrou naquele caminho. Teve vontade de perguntar para onde estavam indo, mas decidiu esperar para ver.

Tudo que seus olhos viam eram as árvores. A cada vinte metros aparecia um poste, mas poucos desses funcionavam. Ainda era uma figura bonita de se ver.

Vendo que estavam cada vez subindo mais e mais, virou seus olhos na direção mais superior. Era como um monte gigante e achatado, com árvores e alguns riachos.

Dez minutos depois, uma casa apareceu no seu campo de visão, com a abertura das árvores. Era contemporânea, com cores paralelas e muitas janelas grandes. Um portão guardava a casa, e se abriu praticamente sozinho ao que se aproximavam. Uma trilha de pedras curtas levava a uma garagem aberta que guardava um Lexus RX carvão, e havia espaço para a moto.

Kaito a parou na abertura, descendo dela imediatamente e Miku foi atrás.

– É sua casa? – ela estava um pouco atônita por algumas razões, mas tentou manter suas expressões dentro dos padrões.

Kaito virou o rosto e sorriu, balançando a cabeça positivamente. Tirou do bolso uma chave, subindo os três degraus que levavam a porta.

Abriu a passagem para que ela passasse primeiro, entrando logo atrás e fechando a porta.

A casa era ainda mais bonita por dentro. Era aberta, com uma vista linda. Uma sala de móveis escuros, com uma cozinha aberta e um corredor que levava a portas fechadas. Uma varanda com a porta aberta trazia para dentro uma brisa que balançava as cortinas de cores fortes.

Ela esperava que sua casa fosse bagunçada e com um impregnado cheiro de cigarro. Na verdade, aquela casa era mais arrumada que a sua.

Kaito tirou o casaco e o pendurou sobre o sofá, indo para a cozinha e abrindo a geladeira.

– Quer alguma coisa? – na verdade, ela queria. Mas não se sentia confortável em pedir, então negou por educação.

Andou cegamente até a mesa de centro que havia na sala, vendo algumas folhas sobre ela. Vários desenhos estampavam as folhas, e ela pediu permissão antes de vê-las.

– Posso?

Kaito levantou os olhos e olhou fixamente para as folhas, como se tentasse se lembrar de algo.

– Essas, sim.

Miku sentou sobre o sofá e admirou os desenhos. Eram muito bons, na verdade. Todos a lápis e sem cores, e cenas agradáveis de olhar, como o oceano, mandalas e navios medievais.

– Você desenhou isso? – ela perguntou, passando as páginas e viajando entre os desenhos.

Ele andou até perto de onde estava, mas não se sentou ao seu lado.

– Tenho bastante tempo livre.

Miku colocou as páginas cuidadosamente organizadas novamente sobre a mesa, levantando e indo até uma prateleira cheia de livros, todos antigos. Seu indicador correu sobre o título e autor, e ela riu. Todos escritos pela mesma pessoa.

– Um grande fã de Hemingway, vejo eu. – ela puxou um livro em particular, analisando a capa e correndo entra as páginas.

– Dramático e descritor. – ele escorou-se na parede mais perto, e a olhou estudar o livro. – Gosta?

Miku arqueou as sobrancelhas, sorrindo.

– Se você obtém sucesso, terá sido sempre pelas razões erradas. Se você se torna popular, será sempre pelos piores aspectos do seu trabalho. – ela citou sorridente, pondo o livro de volta na prateleira e esperando para ver se ele identificaria qual ela havia acabado de citar.

Kaito pareceu pensar por alguns instantes, e quando havia chegado a uma resposta, sorriu também.

– Jogos de tarde: Contos de pais e filhos, página 348.

– Apurado.

Ele se desencostou da parede e foi até a cozinha novamente, buscar alguma coisa. Seus olhos o seguiram, mas pararam na metade do percurso, sobre a fruteira. Sete peras verdes e suculentas descansavam ali, e seu estômago roncou tão alto que Kaito se virou para ver o que era. A encontrou fitando as frutas com desejo e riu.

– Porque não pediu logo? – ele abriu um armário e tirou de lá um prato de louça branca. Botou a pera mais bonita sobre ele, e tirou de uma gaveta uma faca não muito pontuda, e não maior que um bisturi. Pôs o prato com a faca sobre o balcão, voltando a fazer o que fazia antes. Miku ficou parada, sem saber se avançaria ou não. – O que está esperando? Venha comer.

Andou devagar até o balcão, sentando-se sobre um dos bancos altos de acrílico duro, e começando a comer a fruta devagar. Tirava pedaços pequenos e mastigava com calma, tentando se mostrar a mais educada possível.

Kaito tirou de um armário cheio de vinhos uma garrava e serviu sobre uma taça. A ofereceu, mas ela recusou. Não via mais graça na bebida.

Ouve um momento de silêncio enquanto ele a fitava comer.

– Descreva-a para mim. – ele falou, colocando a taça de lado e se debruçando sobre o balcão a sua frente.

Miku franziu as sobrancelhas, esperando engolir para falar.

– Não sabe que gosto tem uma pera?

– Não sei que gosto você tem da pera. – ele virou o rosto um pouco para o lado, estreitando os olhos. – Descreva-a para mim. Descreva como Hemingway.

Ela arqueou as sobrancelhas, fitando a fruta a sua frente. Porque não?

– Doce. – ela começou, focando-se nas informações que sua boca lhe dava. – E áspera. Macia, de certa forma. Parece areia. Como areia doce que dissolve na boca.

Kaito sorriu, erguendo o corpo e tomando em mãos a taça novamente.

– Não foi tão difícil, foi?


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Notas finais do capítulo

E então? Fiz o que pude, mas só vocês podem me dizer se está bom! Espero vê-los nos comentários!



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