O Caso do Slender Man escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 7
Se sangra você pode matar


Notas iniciais do capítulo

Oi?

Que título mais tenso... Eu hein... Talvez porque o capítulo esteja repleto de tensão... Será? Well, só tem um jeito de saber, né?

Perceberam como eu estou inspirada para escrever as notas hoje? kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Não me levem a mal, não é nada de mais. Nada mesmo.

O importante é que eu adorei escrever este capítulo, ele é super importante para o seguimento da trama e eu espero que vocês curtam também!

Lá vai...



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Depois de pegar uma cesta e uma sacola no banco traseiro do carro de Bobby, Jody voltou para o gramado onde o marido permanecia sentado, observando Rachel e Henry correndo entre as árvores.

As crianças não tinham percebido, mas algo maligno se esgueirava entre aquelas árvores e, apesar de não ter olhos, podia sentir as presenças dos dois... E ansiava pelo momento em que se aproximaria o suficiente para capturá-los.

Enquanto Jody estendia uma toalha xadrez no gramado e retirava alguns alimentos da cesta, Bobby olhou na direção dos netos, acenou e os chamou:

— Ei, crianças! — e quando eles olharam de volta, Bobby completou: — Pausa para o lanche!

Rachel suspirou frustrada, porque queria brincar mais um pouco antes de parar para repor as energias. Já Henry correu imediatamente na direção do avô e da xerife, com os olhos fixos nas guloseimas espalhadas sobre a toalha, visivelmente interessado em saciar a fome sem fim que sentia.

Rachel o seguiu, caminhando devagar, enquanto a criatura que espreitava ela e Henry percebia que teria que esperar mais um pouco para conseguir o que planejava.

Momentos depois, Rachel sentou ao lado do primo, que já estava devorando um pedaço de torta de maçã com um pouco de refrigerante.

A menina optou por um pedaço de brownie com suco de laranja e uma salada de frutas. Antes que ela comesse um terço disso, Henry já estava no segundo pedaço da torta e de olho em um pacote de cookies e alguns muffins que estavam em um pote sobre a toalha.

Em dado momento, Bobby olhou tudo em volta e percebeu que muitos pais e avôs já tinham ido embora, levando os seus filhos e netos. O parque estava quase vazio e o fim da tarde se aproximava, dando indícios de que a noite seria fria. O céu estava começando a ficar coberto por nuvens pesadas e um vento contínuo balançava suavemente as copas das árvores.

— Está começando a esfriar. Talvez seja melhor nós voltarmos. — sugeriu Bobby.

— Ah não! — protestou Henry de boca cheia.

— Isso não é justo. Nós quase não brincamos. — argumentou Rachel franzindo o cenho.

Jody riu e lembrou:

— Nós estamos aqui há pelo menos umas quatro horas. Vocês brincaram bastante.

— Por favor... Só mais um pouquinho. — pediu a menina lançando o seu característico olhar suplicante na direção do avô e da esposa dele.

Os dois observaram Rachel por alguns instantes, e sem conseguir dizer não para a neta, Bobby propôs:

— Só mais vinte minutos. Depois nós vamos embora.

— Meia hora. — pediu Henry imitando o olhar de cachorrinho abandonado da prima.

Jody e Bobby se entreolharam e a xerife acabou dizendo:

— Dez minutos a mais não faz tanta diferença assim.

O caçador pensou um pouco e, depois de pegar dois agasalhos em uma sacola que estava ao lado da cesta, e que Jody também tinha trazido do carro, ele estendeu as peças para as crianças e orientou:

— Tudo bem, mas primeiro vistam isso. Eu não quero que os idjits dos seus pais digam que vocês voltaram para casa resfriados.

Enquanto as crianças vestiam as peças, Jody deu uma cotovelada sútil no marido, desaprovando o jeito que ele falou sobre Sam e Dean na frente dos próprios filhos deles.

No entanto, Rachel e Henry já estavam acostumados com aquela expressão que o avô costumava usar. Eles achavam até engraçado e sabiam que no fundo, era uma forma carinhosa que o caçador usava para se referir às pessoas mais importantes para ele. No fim das contas, todos eles eram idjits para Bobby Singer.

XXX

A quilômetros dali, Dean dirigia feito um louco, cada vez mais preocupado com o filho e a sobrinha, e Sam voltou a ligar para Bobby e Jody. Ele tinha feito uma pausa minutos antes, justamente no momento em que a xerife tinha ido até o carro.

Mas agora Jody estava distante do veículo de novo e, por isso, não ouviu os celulares tocando no porta-luvas.

Aflito, o Winchester mais novo colocou o celular no bolso e passou as mãos pelo rosto, tentando conter a preocupação que o dominava a cada instante.

Dean olhou para o irmão de canto, depois voltou a olhar para a estrada e, embora também estivesse aflito, ele disse:

— Vai dar tudo certo, Sammy. Não precisa ficar assim. As crianças estão bem.

— Então por que nem o Bobby nem a Jody atendem? — rebateu o caçula. — Eu já perdi a conta de quantas vezes eu liguei, Dean.

O mais velho pensou um pouco e, tentando encontrar uma explicação para tranquilizar não só o irmão, mas a si próprio, ele respondeu:

— Nós conhecemos muito bem os filhos que temos, Sammy. Às vezes, é impossível atender o telefone perto daquelas duas pestinhas. Você sabe, com eles colocando o bunker abaixo, pulando feito macacos, correndo e gritando como se estivessem possuídos, se pendurando nos lustres, essas coisas.

Sam respirou fundo e tentou se convencer de que o irmão podia ter razão. Henry e Rachel eram crianças cheias de energia, e quando estavam com Bobby, aquela energia se multiplicava e se tornava inesgotável.

Pensando nisso, Sam mudou um pouco o rumo da conversa:

— Você acha que nós devemos falar com a Claire e com a Natalie sobre o que está acontecendo?

— Claro que não. — discordou Dean prontamente. — Não aconteceu nada, então para que preocupar as duas?

— Dean, tem um monstro perseguindo os nossos filhos. — ressaltou Sam.

— Exato. — assentiu o outro. — Aparentemente, o Slender Man está espreitando as crianças, mas isso não significa que ele vai conseguir o que quer. Aliás, ele não vai e sabe por quê? Porque eu e você não vamos deixar isso acontecer. Nós vamos pegar as crianças e mantê-las no bunker até despacharmos o magrelo do mal, tudo bem? É isso o que vai acontecer. — argumentou Dean veementemente.

Por fim, Sam assentiu com um meneio de cabeça e disse:

— Eu espero que você esteja certo, Dean, porque se o Slender Man ou qualquer monstro encostar em um fio de cabelo da Rachel ou no Henry... Eu não sei o que sou capaz de fazer. Eu vou até o Inferno se for preciso para acabar com o desgraçado.

O mais velho ficou em silêncio por algum tempo antes de afirmar de um jeito extremamente sério:

— Então somos dois.

Sam parou de olhar para o irmão e fitou a estrada a frente por longos instantes. Em seguida, ele pegou o celular no bolso da jaqueta e voltou a ligar para Bobby e para Jody. Novamente, sem sucesso.

Resolveu então ligar para uma das dezenas de linhas telefônicas que havia na residência de Bobby. Ele ou Jody iam ter que atender pelo menos em um daqueles números.

XXX

Rachel e Henry tinham voltado a brincar entre as árvores do parque e Bobby estava começando a ficar preocupado com o horário. Eram quase seis horas, estava esfriando e o lugar estava praticamente vazio. Apenas algumas pessoas corriam pelo parque e as últimas crianças começavam a ir embora com alguns adultos.

Percebendo a preocupação do marido, Jody olhou no relógio que usava no pulso e falou:

— Só faltam cinco minutos. Seja um avô bonzinho e deixe os dois brincarem mais um pouco. — e olhando para a ligeira bagunça sobre a toalha do piquenique, ela completou: — É só o tempo de nós organizarmos estas coisas.

Bobby deu mais uma olhada para as crianças e em seguida assentiu:

— Tudo bem.

Então, enquanto Jody guardava as guloseimas que tinham sobrado, ele se encarregou de recolher o que seria descartado, como algumas embalagens e guardanapos.

Enquanto isso, Henry parou de correr atrás da prima e sugeriu:

— Ei! O que você acha de brincar de esconde-esconde agora?

Rachel olhou as árvores em volta, depois voltou a fitar o primo e respondeu:

— Não tem muitos lugares para se esconder por aqui.

— Claro que tem. As árvores. Um monte delas, aliás. — argumentou Henry indicando as várias árvores que formavam um bosque perto de onde eles estavam.

Rachel olhou na direção daquela área do parque. Em algumas partes, as árvores estavam muito perto umas das outras, formando um emaranhado quase impenetrável. Em outros locais, a escuridão do final da tarde já tinha se espalhado e tornava o cenário um tanto assustador. O vento balançava os galhos, causando ruídos perturbadores, como se houvesse sempre algo à espreita.

Sem gostar da ideia de brincar naquele lugar, Rachel retrucou:

— Eu não acho que seja uma boa ideia, Henry. Eu estou cansada. Além disso, já é quase hora de ir embora.

O menino olhou para trás, viu que Jody estava caminhando na direção da saída do parque, levando a cesta com o que sobrou do piquenique, enquanto o avô recolhia o lixo e o jogava em algumas lixeiras. Em seguida, Henry voltou-se para a prima e pediu:

— Só uma vez. Eu me escondo, você me procura e depois nós vamos embora. Eu juro! — ao perceber que a prima hesitava, o menino provocou: — Você não está com medo, está?

Rachel fechou a cara e respondeu com raiva:

— Claro que não! Não seja ridículo, Bebê Awesome!

— Ei, não me chame assim, Princesinha do Papai! — rebateu Henry se lembrando de que o seu tio costumava chamar a menina daquele jeito.

Em seguida, ele deu um puxão no cabelo da prima, que abriu a boca surpresa, formando um “O”. Por reflexo, ela o empurrou imediatamente e esbravejou:

— Não mexa no meu cabelo!

O menino deu alguns passos para trás e riu sem se importar com a reclamação. Aliás, disposto a provocá-la ainda mais, Henry se reaproximou rapidamente e puxou novamente o cabelo da prima, que ficou ainda mais revoltada com o descaramento do menino.

Quando ela ia empurrá-lo de novo, desta vez para derrubá-lo no chão e enchê-lo de socos e pontapés, Henry lhe deu as costas e correu na direção das árvores.

Sem pensar duas vezes, Rachel o seguiu aos trancos e barrancos e logo os dois adentraram o bosque. E adentraram mais um pouco. E mais um pouco.

— Ei! Crianças! — chamou Bobby depois de terminar de jogar o lixo fora.

Ele olhou na direção de onde Rachel e Henry estavam instantes antes, mas ao perceber que os dois não estavam mais lá, deu alguns passos a frente e ampliou o olhar por uma área maior do parque, tentando encontrá-los entre as poucas pessoas que ainda estavam ali.

Jody, que tinha acabado de deixar a cesta no carro, se aproximou, colocou as mãos nos bolsos da calça, olhou tudo em volta e questionou:

— Onde aqueles dois se meteram?

— É o que eu vou descobrir. — assegurou o caçador caminhando na direção das árvores onde os netos estavam brincando antes.

Jody o seguiu e logo os dois viram o bosque que se formava a alguns metros daquela área. Os dois se entreolharam preocupados e recomeçaram a caminhar enquanto chamavam por Henry e Rachel.

O que nem Bobby, nem Jody e nem as crianças imaginavam, era que eles não estavam sozinhos naquele bosque. Além das pequenas formas de vida, representadas por inúmeras espécies de insetos, e de vários pássaros e também alguns esquilos que havia na região, algo maligno e sobrenatural se camuflava entre as árvores. Algo que seguia Henry e Rachel a certa distância. Algo poderoso que manipulava a realidade de tal forma que impedia que as crianças ouvissem os incontáveis chamados de Bobby e Jody.

Em dado momento, enquanto corria atrás do primo segurando a sua inseparável boneca, Rachel olhou para o lado e pensou ter visto algo se esconder atrás de uma árvore. Sentindo o seu coração gelar, a menina correu ainda mais.

Quando voltou a olhar naquela direção, ela arregalou os olhos ao reconhecer a forma de dois braços enormes e esguios atrás de um dos troncos.

Automaticamente, Rachel se lembrou do pesadelo com o homem alto, magro e sem rosto. Assustada, ela acabou tropeçando em uma pedra e caiu no chão, soltando a boneca em meio às folhas secas.

Rapidamente, ela se virou, ficando sentada no chão, e chamou:

— Henry!

Como não obteve resposta, Rachel tomou coragem e se arriscou a olhar na direção de onde tinha visto aqueles assustadores braços. Mas, para seu alívio, não havia nada no local. No fim, ela se convenceu de que sua própria visão a enganou e a fez confundir simples galhos com braços de uma criatura misteriosa. Então, lentamente, ela se levantou do chão e esperou sua respiração ofegante voltar ao normal e o seu coração se acalmar.

Enquanto isso, Henry finalmente parou de correr e se escondeu atrás de uma árvore centenária. Ele riu ao imaginar o susto que daria na prima quando ela passasse por ali, mas em seguida ficou no mais absoluto silêncio para não denunciar sua presença.

Bobby e Jody, já profundamente preocupados com o sumiço das duas crianças, se espalharam e começaram a cobrir áreas diferentes do bosque, sempre chamando pelos dois. Porém, os seus gritos nunca chegavam aos ouvidos de Rachel e Henry. Primeiro porque as crianças já estavam bem longe de onde o avô e a xerife estavam e segundo porque um dos poderes do Slender Man era o de confundir as pessoas que entravam em seu território. Ele podia manipular o som, criando ilusões e ocultando a realidade.

Outro poder do Slender Man, e que ele começava a utilizar naquele instante, era o de produzir uma espécie de névoa para confundir o campo de visão de suas vítimas. Sendo assim, depois que Rachel se abaixou para pegar a sua boneca no chão e se endireitou, ela percebeu que o bosque estava coberto por aquela misteriosa névoa. E que aquilo se espalhava cada vez mais. Por entre as árvores, em volta dela, a cercando.

Voltando a ficar apavorada com aquele cenário de terror, e completamente desorientada, Rachel se virou, disposta a correr para qualquer lado. Mas, antes que pudesse dar um passo no meio daquela névoa, a garotinha esbarrou com algo bem na sua frente e caiu para trás. Mesmo com a névoa, Rachel pode ver a criatura se erguer bem diante dos seus olhos e esticar ainda mais os enormes braços em sua direção.

Ela gritou ao reconhecer o monstro do seu pesadelo, e protegeu o rosto com as mãos quando novos braços surgiram das costas do homem magro e de terno preto.

Rachel sentiu tentáculos se prenderem em suas pernas e começou a se debater, numa tentativa nula de tentar escapar. Ela tentou se arrastar, mas o Slender Man a puxava de volta e a prendia com mais força entre seus oito braços.

— Henry! Vovô! Jody! Socorro! Alguém me ajude! — gritou Rachel desesperada, mas ninguém podia ouví-la, nem mesmo o primo que também estava sob o efeito da névoa sobrenatural daquela criatura. — Socorro! — repetiu ela já com lágrimas nos olhos.

De repente, o Slender Man finalmente conseguiu prender a vítima de uma forma que anulava completamente qualquer possibilidade de fuga. Em seguida, Rachel sentiu que estava sendo erguida do chão e fechou os olhos, sem aguentar mais o pavor de fitar aquele rosto sem olhos, boca ou nariz na sua frente.

Quando a criatura a envolveu ainda mais entre os seus braços e a névoa se ergueu em volta deles, os gritos de Rachel finalmente cessaram. Quando a névoa se dissipou momentos depois, apenas a boneca da menina continuava no local.

XXX

Estranhando a demora da prima e começando a se sentir culpado por tê-la provocado tanto, Henry saiu de detrás da árvore onde estava escondido até então e olhou na direção de uma clareira, por onde ele tinha corrido antes de chegar ali. Porém, não havia qualquer sinal de sua prima. Então ou ela havia seguido outro caminho, ou estava perdida, ou estava esperando a oportunidade ideal para dar um susto nele.

Henry ainda pensava nessas coisas, quando notou que uma névoa se formava ao longe. Sentiu um calafrio percorrer o seu corpo e notou que estava ficando cada vez mais escuro e frio.

Após engolir em seco e sentindo uma ponta de medo dominá-lo, ele chamou:

— Rachel? — como a menina não respondeu, muito menos apareceu, ele continuou: — Olha, me desculpe pelo seu cabelo, ok? Eu só estava brincando. Sem ressentimentos, certo? Você sabe que é a minha priminha querida, não sabe?

Ao notar que a névoa se mexeu sutilmente, como se tivesse vida própria, Henry deu um passo para trás e acabou batendo as costas no tronco da árvore.

— Rachel?! ­— gritou ele preocupado instantes depois. — Onde você está?! Tudo bem, já chega por hoje. Você venceu! Vamos encontrar o vovô, a Jody e ir embora daqui!

Henry se deteve quando percebeu que a névoa estava se espalhando, cercando a área onde ele estava. O menino não sabia se era fruto da sua imaginação, mas ele teve quase certeza de ter visto alguém passando entre as árvores mais a frente. Alguém bem mais alto que sua prima e bem mais magro que o seu avô.

Quanto mais Henry olhava ao seu redor, mais parecia que aquela pessoa estava se aproximando dele. Às vezes, parecia que eram apenas os galhos das árvores criando ilusões, mas em outros momentos, ele podia ver claramente a silhueta de um homem. Um homem extremamente alto e magro. E que ao virar o rosto na direção de Henry, fez o coração do menino acelerar, tomado pelo susto. Isto porque o tal homem não possuía um rosto como todo mundo. E ele era exatamente igual ao homem que tinha habitado os últimos pesadelos de Henry.

O menino fechou os olhos e pressionou os dedos contra as pálpebras por alguns instantes, achando que estava imaginando coisas. Quando abriu os olhos, não viu mais o homem misterioso. No entanto, a névoa se tornava cada vez mais densa e se aproximava cada vez mais de onde ele estava.

Se sentindo acuado e confuso com aquela situação, Henry se afastou da árvore e começou a correr. Correu o máximo que pôde, porém quanto mais ele corria, mais tinha a sensação de que aquela névoa o perseguia. A névoa e aquela criatura que parecia controlá-la.

Sem fôlego e com o coração acelerado, Henry se escondeu atrás de outra árvore. Definitivamente, tinha algo de sobrenatural acontecendo ali, ele podia sentir isso e tinha que fazer alguma coisa a respeito. Aquele homem tinha entrado nos seus sonhos e agora estava o perseguindo.

Henry fechou os olhos mais uma vez e começou a se perguntar o que os seus pais fariam numa situação como aquela. Sem perceber, ele começou a sussurrar:

— Se sangra você pode matar. Se sangra você pode matar. Se sangra...

Em seguida, ele parou de balbuciar aquela frase que já tinha ouvido tantas vezes no bunker, quando seus pais ou os outros estavam procurando uma forma de matar determinada criatura. Em seguida, ele abriu os olhos e ficou em silêncio. Olhou para o chão e viu um galho perto dos seus pés. Era relativamente resistente e tinha uma ponta um pouco afiada. Claro que o ideal seria uma faca de prata, mas Natalie e Dean relutavam em entregar este ou qualquer tipo de arma para o filho. Então o galho ia ter que servir. Pelo menos por enquanto.

Pensando nisso, Henry se abaixou cautelosamente e segurou o galho com força. Apoiou as costas na árvore por alguns instantes antes de se arriscar e olhar na direção de onde a névoa parecia vir.

Mas, para sua surpresa, a névoa havia desaparecido completamente. Assim como o vulto daquele homem misterioso.

Henry começou a se questionar e a se sentir um idiota. Certamente tinha imaginado tudo aquilo e Rachel iria rir da cara dele se soubesse. Então ele soltou um suspirou profundo e soltou o galho no chão. Fechou os olhos e se xingou mentalmente por ter sido tão estúpido. E não percebeu que uma névoa se erguia bem atrás dele.

O estalo de pequenos galhos e folhas secas no chão fez o menino abrir os olhos novamente. Engoliu em seco. Podia sentir algo bem atrás de si. Hesitante e tentando controlar o medo que sentia, ele se virou lentamente. Não conseguiu enxergar nada através daquela névoa que o rondava e ao dar um passo a frente bateu em cheio na árvore onde tinha se escondido antes.

Henry praguejou baixinho e deu a volta na árvore com cuidado. A névoa não parecia tão densa naquela parte. E foi assim que ele conseguiu captar algo com a sua visão periférica. Algo que se mexeu discretamente. Algo que estava encostado na árvore. Imóvel.

O menino engoliu em seco mais uma vez e virou o rosto devagar, torcendo para que estivesse imaginando aquilo. Mas, infelizmente, aquilo, seja lá o que aquilo fosse, era bem real.

Primeiro Henry viu as pernas. Enormes, esguias e protegidas por uma calça preta. Em seguida ele ergueu o olhar na direção do tronco. Viu enormes e finos braços. O terno preto. E por fim... Ele gritou aterrorizado quando aquele rosto, ou melhor, aquela cabeça sem rosto, se virou bruscamente na sua direção.

Quando o menino ia dar meia volta e correr, aqueles braços se esticaram na sua direção e seguraram com força nos seus ombros. Henry ainda gritava quando outros braços o envolveram e a névoa se ergueu em volta dele e daquela criatura maligna.

E então Henry não viu mais nada... E então a névoa se dissipou... E então aquela área do bosque estava completamente vazia...


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Notas finais do capítulo

E então fu...

É isso aí, meu povo e minha pova, o Slender levou as criancinhas sabe-se lá para onde. Confesso que me deu dó deles quando eu estava escrevendo este capítulo, mas no fundo vocês sabiam que isso ia acontecer, não é mesmo?

E é agora que a coisa vai se complicar de vez porque quando Sam e Dean souberem que seus rebentos sumiram, quando Claire e Natalie souberem, quando a Guarda Costeira souber... Oi?

Well, antes de começar a escrever esta fic, eu pesquisei algumas coisinhas sobre o Slender e lembro de ter lido que ele pode desorientar as vítimas, causar alucinações nelas e tal. Foi daí que surgiu o lance da névoa, de manipular os sons e também a questão dele ter entrado nos sonhos das crianças. Ou seja, eu estou me inspirando nas diversas vertentes da lenda do Slender Man, mas ao mesmo tempo eu estou soltando a imaginação e criando a minha própria versão do dito cujo.

Portanto, não se espantem se de repente, não mais que de repente, o bicho começar a dançar o lepo lepo em alguma cena, ok? Oi? Brinks kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mas que ia ser legal, ia...

Eu também li que ele pode esticar seu corpinho (tipo o Sr. Fantástico) e que tem mais braços/tentáculos saindo de suas costas. Ou seja, o bicho é porreta mesmo. Não dá qualquer chance de fuga para suas vítimas.

Bem, é isso. Próximo capítulo no sábado que vem e nele teremos adultos desesperados, Miastiel e a pequena Isabelzinha dando o ar de sua graça.

Apesar da tensão, gostaram do capítulo de hoje?

Bjs!

PS: Para quem ainda não viu, eu postei uma nova fic de SPN esta semana. É um especial dentro da saga. Quem quiser dar um confere, me deixará muito happy! http://fanfiction.com.br/historia/544597/E_Se_Fosse_Verdade/



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