O Caso do Slender Man escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 19
Bônus - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, meu povo e minha pova!

Me desculpem o tamanho do capítulo kkkkkkkkkkkkkkkk só agora eu vi que ficou meio longuinho.

Vejo vocês nas notas finais!

Espero que gostem!

PS: Capítulo cheinho de surpresas...



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Rachel passou pelos corpos e cabeças dos vampiros espalhados pelo chão do pátio da fábrica abandonada, com cuidado para não pisar nas poças de sangue que se formaram ali. Em seguida, procurou no bolso da jaqueta, uma pequena lanterna, se aproximou da entrada do prédio e iluminou o seu interior. Como não viu nenhum vampiro por perto, ela entrou, com passos lentos e silenciosos.

Seu rosto estava suado e seus cabelos tinham ficado ligeiramente bagunçados por conta da luta com aqueles vampiros, que agora estavam devidamente mortos.

Ao ouvir alguém tossir e gemer, ela apressou o passo e subiu uma escada logo a frente. No entanto, dois vampiros desceram por ela e Rachel viu-se obrigada a "cuidar" deles também.

Quando duas cabeças rolaram pelos degraus instantes depois, Rachel enxugou o rosto com a manga da jaqueta e continuou subindo a escada. Logo chegou ao andar superior, que era uma enorme sala com pilastras de ferro sustentando o teto e infiltrações por toda a parte. Havia algumas janelas a uns dois metros do chão e com os vidros quebrados. A luz da Lua iluminava o lugar parcialmente e logo Rachel reconheceu uma figura humana no meio de tudo aquilo.

O homem, de aparentemente vinte e cinco anos, estava sentado e amarrado em uma das pilastras. Ao perceber que tinha companhia, ergueu o olhar na direção da caçadora e murmurou com a voz fraca:

— Me ajude...

Rachel olhou em volta, e como não viu mais nenhum vampiro por perto, ela prendeu o facão nas costas e a arma no coldre em sua perna. Em seguida, se aproximou rapidamente e abaixou-se na frente do sujeito.

Como ele tinha fechado os olhos e pendido a cabeça para a frente, extremamente fraco e com manchas de sangue espalhadas por sua camisa branca, Rachel segurou o seu rosto com as duas mãos, o sacudiu levemente e chamou:

— Ei! Acorda. Ei! Você está me ouvindo?

Depois de sacudí-lo mais algumas vezes, o rapaz finalmente abriu os olhos lentamente e aos poucos encontrou o olhar curioso e preocupado de Rachel. E então ele ficou olhando para ela fixamente, com uma expressão indecifrável, mas que denunciava certa confusão. Antes que Rachel dissesse qualquer coisa, o sujeito a mediu da cabeça aos pés, voltou a fitá-la nos olhos e quebrou o silêncio:

— Por acaso eu morri e vim parar no céu? — mas como Rachel franziu o cenho confusa, o rapaz completou: — Você é um anjo, certo?

Finalmente entendendo o que ele quis dizer com aquilo, Rachel suspirou irritada e resmungou:

— Era só o que me faltava.

Desta vez foi o rapaz que ficou confuso e perguntou:

— Ser um anjo?

— Receber uma cantada velha dessas e ainda por cima de um moribundo. — esclareceu Rachel mal humorada.

— Ei! Também não precisa ofender. — protestou ele e depois de tossir um pouco, completou: — É que eu não resisto a mulheres bonitas, sabe? Mesmo que eu esteja morrendo, como agora. Eu não consigo evitar, é mais forte do que eu.

Rachel deu um sorriso amarelo e retrucou:

— Outra cantada? Sério? Olha, eu vou te dizer uma coisa, eu vim aqui com a intenção de salvar a sua vida, então, por favor, não faça eu me arrepender, desistir e sair correndo deste lugar, ok?

O sujeito riu, ainda sentindo-se fraco e zonzo, e concordou:

— Tudo bem. Desculpe, boneca.

Sentindo algo estranho ao ouvir a última palavra dita pelo rapaz, Rachel estreitou o olhar na direção dele e pediu incomodada:

— Não me chame assim. Aliás, não diga mais nenhuma palavra, ok? — quando o sujeito assentiu com um meneio de cabeça, um pouco assustado, ela completou: — Muito bem, agora eu vou te desamarrar. Você perdeu muito sangue e eu vou te levar para um hospital perto daqui também. Mas só se você se comportar e continuar calado.

Em seguida, Rachel começou a desatar uma corda que mantinha os pés do rapaz amarrados. Distraída com aquela tarefa, ela não percebeu os passos traiçoeiros de alguém que subia a escada.

Mesmo sabendo que estava proibido de pronunciar qualquer coisa, quando viu o vampiro terminando de subir o último degrau e se aproximando rapidamente, o rapaz gritou:

— Ei! Cuidado! Atrás de você!

Imediatamente, Rachel colocou a mão no facão preso em suas costas, o retirou dali, se levantou e virou-se na direção da ameaça. Mas antes que ela movesse o facão e cortasse a cabeça do vampiro, ele segurou o seu braço e empurrou a caçadora com uma força descomunal.

Com isso, Rachel foi parar do outro lado da sala e seu corpo chocou-se contra uma das paredes, antes dela cair no chão um tanto zonza e soltar o facão que deslizou pelo assoalho úmido e fétido.

Enquanto o rapaz tentava soltar a corda que prendia os seus pulsos, o vampiro se aproximou a passos largos de Rachel. Mesmo tonta, ela conseguiu pegar a arma no coldre e mirou na direção dele. No entanto, antes que ela apertasse o gatilho, ele chutou a arma, que voou para longe.

— Filho da mãe. — xingou Rachel enquanto o vampiro se abaixava diante dela.

Ao ver aquela cena, o rapaz gritou desesperado:

— Ei! Deixe ela em paz! Ei! O meu sangue é muito melhor do que o dela, acredite! É uma delícia! Ei!

Sem se importar com aquilo, o vampiro segurou no pescoço de Rachel e começou a apertá-lo com força enquanto a erguia do chão. A caçadora começou a se debater ao mesmo tempo em que lutava para respirar. Sentindo um desespero cada vez maior, o rapaz continuou tentando se soltar, mas a corda tinha sido amarrada com bastante força em seus pulsos e qualquer esforço que ele fazia parecia em vão. Quando o vampiro empurrou Rachel contra a parede e mostrou os seus dentes para ela, ele gritou de novo:

— Ei! Deixe ela em paz! Por que você não mexe com alguém do seu tamanho?! Ei! Fica longe dela, sua coisa feia e dentuça! Ei!

De repente, o rapaz parou de falar e olhou na direção da escada. Alguém subiu rapidamente por ela e alcançou aquele andar sem que o vampiro percebesse. Então, tudo aconteceu muito rápido.

Henry avistou o facão de Rachel no chão, o pegou, correu até o vampiro e com um golpe rápido e certeiro o decaptou. A cabeça caiu para um lado, o corpo para o outro e Rachel caiu de joelhos no chão. Levou as mãos ao pescoço e começou a tossir compulsivamente. Aos poucos, foi recuperando o fôlego e ergueu o olhar na direção de Henry.

Embora estivesse aliviada por ele ter aparecido, e justo em um momento crucial como aquele, Rachel não conseguiu esconder certa raiva em seu olhar, afinal nada daquilo teria acontecido se Henry não fosse tão mulherengo.

— Não precisa me agradecer, priminha. — disse ele cheio de si, ignorando o olhar raivoso de Rachel.

Em seguida, ele ergueu a mão, oferecendo ajuda para ela se levantar. Rachel aceitou a ajuda, mas ao passar pelo primo, resmungou entredentes:

— Tomara que você pegue uma doença venérea, Henry.

O caçador sentiu um arrepio ao pensar naquela possibilidade, mas como sabia que Rachel não estava falando sério, ele seguiu a prima em direção ao rapaz que estava amarrado em uma das pilastras.

Rachel abaixou-se atrás dele e começou a soltar a corda que o prendia.

— Você está bem, boneca? — perguntou o rapaz preocupado, tentando vê-la por sobre o ombro.

— Ei! — protestou Henry dando um tapa na orelha dele. — Não a chame deste jeito.

O rapaz gemeu de dor e perguntou:

— Quem diabos são vocês afinal?

— Não importa. — cortou Rachel antes que Henry os apresentasse. — Só o que importa é que nós vamos te tirar daqui. — completou depois de terminar de soltá-lo.

Em seguida, Rachel levantou-se e ela e Henry ajudaram o rapaz a se levantar também. Cada um se posicionou de um lado dele e logo começaram a deixar aquele lugar. Obviamente, o rapaz sempre pendia mais para o lado de Rachel, a fim de sentir o aroma suave dos seus cabelos macios e dar uma indiscreta espiada no decote da caçadora. Acabou notando que ela tinha uma rosa tatuada em um dos ombros e achou aquilo curioso.

XXX

Com uma mochila no ombro, Isabel andava apressada por um beco estreito e mal iluminado que ficava nos fundos daquele bar. De vez em quando, ela olhava para trás, para ver se estava sendo seguida. Em um desses momentos, depois que ela voltou a olhar para a frente, foi surpreendida pelo rapaz do bar, que tinha vindo na direção oposta. Então, com um movimento rápido, ele a segurou com força e a empurrou contra o muro que cercava aquela área, mas sem soltá-la. A mochila escorregou pelo ombro de Isabel e caiu ao seu lado.

— Fugindo de mim, princesa? — perguntou o rapaz a poucos centímetros do rosto dela e revelando seus olhos totalmente pretos e demoníacos. — Que pena, eu jurava que tinha rolado um clima entre a gente lá dentro. — completou e em seguida seus olhos voltaram a tonalidade normal.

Com raiva e sentindo-se acuada, Isabel cerrou os dentes e empurrou o demônio o mais forte que pôde. Com isso, ele se chocou com a parede do bar, se desequilibrou um pouco e apoiou-se em uma lixeira. Mas, imediatamente, ele se recompôs e partiu para cima de Isabel aos risos e dizendo:

— Ora, ora... A Nephilim imunda está ficando mais forte.

— Você não faz ideia. — retrucou Isabel antes de deferir alguns golpes contra ele e empurrá-lo de novo, desta vez em direção ao chão.

Em seguida, ela se posicionou sobre ele e o imobilizou, segurando firmemente em seus braços e os mantendo contra o chão. O demônio grunhiu com raiva e tentou se soltar, mas Isabel o manteve preso e isso o deixou ainda mais possesso e raivoso.

— Eu não estava fugindo de você, eu só queria te atrair para o lado de fora, seu idiota. — esclareceu Isabel. — Eu não podia deixar você machucar aquelas pessoas, tampouco te exorcizar diante delas.

— Você vai me exorcizar? — duvidou o demônio voltando a rir com deboche.

— Foi como você disse, eu estou ficando mais forte. — lembrou Isabel com segurança, enquanto prendia o demônio ainda mais embaixo do seu corpo. — Para você ter uma ideia, eu nem preciso de uma Chave de Salomão para te manter preso. — mas como ele continuou rindo, ela acrescentou: — Tudo bem, me deixe te mostrar. — em seguida, Isabel começou a proferir as palavras do exorcismo com ênfase: — Exorcizamus te omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, — Isabel prendeu um dos braços do demônio embaixo da sua perna e assim pode colocar a mão sobre a testa dele, o fazendo gritar e arfar atordoado pelo efeito do lado anjo dela sobre ele, — omnis incursio infernalis adversarii...

O demônio começou a se contorcer e então pediu em desespero:

— Espera! — e quando Isabel parou de proferir o ritual, ele tentou barganhar: — Você não vai perguntar quem eu sou, por que estava atrás de você, a mando de quem, e o que ele quer?

— Vocês demônios são todos iguais, não é? Basta a coisa se complicar um pouquinho e já ficam dispostos a traírem o chefe. A fazerem qualquer coisa para salvarem a própria pele. — refletiu Isabel com deboche. — Desculpe, mas eu não estou interessada em fazer nenhum acordo com um verme como você. Mesmo porque eu sei exatamente quem te mandou atrás de mim e por que. Eu sei que o Crowley quer se vingar da minha mãe. Então, poupe o discurso e aproveite a viagem de volta para o inferno. — ao terminar de dizer isso, Isabel voltou a pressionar a testa do demônio embaixo da palma de sua mão, fazendo os olhos dele se iluminarem em um tom alaranjado, semelhante ao fogo. E então ela continuou o ritual: — Omnis legio, omnis congregatio et secta diabolica, in nomine et virtute Domini Nostri Jesu Christi, eradicare et...

Ainda mais atordoado com aquelas palavras e com o efeito da nephilim sobre ele, o demônio abriu a boca e logo uma fumaça negra começou a sair por ela em alta velocidade. A fumaça percorreu todo o beco e em seguida mergulhou no chão, o queimando um pouco e desaparecendo completamente instantes depois.

Isabel respirava de forma ofegante e olhava para o rosto inerte embaixo do seu corpo, quando notou que as pálpebras do rapaz moveram-se sutilmente. Ela franziu o cenho e se aproximou mais um pouco, pensando que seus olhos tinham a enganado, mas então o rapaz começou a tossir e logo abriu os olhos um tanto confuso.

— Ai meu Deus... Você está vivo. — murmurou Isabel, surpresa já que era a primeira vez que ela fazia um exorcismo e a pessoa que tinha sido possuída sobrevivia.

Na verdade, na maioria das vezes, a vítima já tinha sido morta pelo demônio que se apossava do seu corpo. De qualquer forma, Isabel estava feliz. Aquilo era um claro sinal de que ela estava mais forte e aprendendo a usar melhor os seus poderes.

— Você está bem? — ela perguntou encarando o sujeito com certa preocupação.

Ele a olhou um tanto confuso e deixou escapar:

— Por que tem uma garota tão gostosa em cima de mim?

Isabel arregalou os olhos ofendida com a ousadia do rapaz e num gesto impulsivo, deu um tapa no rosto dele. O rapaz gemeu de dor e levou a mão a bochecha, surpreso e atordoado com a agressão.

— Eu acabei de salvar a sua vida, então um pouco de respeito seria ótimo! — exigiu a nephilim indignada.

Em seguida, ela deu-se conta de que ainda estava em cima do rapaz e levantou rapidamente.

— Como assim salvou a minha vida? — questionou ele enquanto sentava-se.

— Você não lembra de nada do que aconteceu? — sondou Isabel.

O rapaz ficou em silêncio, pensando sobre aquela pergunta, e pela sua expressão, a nephilim entendeu que ele estava tentando se lembrar.

Por fim, o rapaz disse:

— A última coisa que eu me lembro é de estar no meu apartamento e então... Eu vi uma fumaça negra entrando pela janela e... — depois de hesitar um pouco, ele levantou-se do chão e perguntou aflito: — Espera, o que era aquela coisa? O que significa isso? Onde eu estou e como vim parar aqui?

Uma coisa que Isabel tinha herdado de Castiel era a total falta de sutileza para dar uma notícia difícil e absurda para pessoas leigas, como aquele rapaz, por exemplo. Por isso, ela não mediu as palavras quando respondeu prontamente:

— Olha, isso vai ser meio chocante, mas você foi possuído. Mas não se preocupe, eu já mandei o demônio de volta para o inferno. Claro que ele pode voltar. Então, neste caso, eu te aconselho a fazer uma tatuagem antipossessão o quanto antes.

— O quê?! — surpreendeu-se o rapaz, sem saber se acreditava ou não naquilo.

— É absurdo, mas é verdade. Eu juro. — assegurou Isabel o deixando pensativo. — Se você quiser, eu posso te levar em um lugar perto daqui. Eles fazem essa tatuagem que eu te falei.

O rapaz ficou ainda mais confuso. A sensação que ele tinha era a de ter acabado de acordar de um pesadelo. Um pesadelo extremamente real que ainda confundia a sua mente. Lembranças de quando ele estava possuído começaram a surgir em um lugar remoto do seu cérebro e, com isso, ele começou a se questionar se o que aquela garota estava afirmando era tão absurdo assim. Por fim, ele se convenceu de que só tinha um jeito de descobrir se aquele absurdo era verdade ou mentira. E então respondeu:

— Tudo bem, eu vou com você. Aliás... Quem é você mesmo?

A nephilim sorriu levemente, tentando ser simpática, estendeu a mão direita na direção dele e apresentou-se:

— Isabel. Eu não vou te dizer o meu sobrenome porque... Quanto menos coisas você souber a meu respeito, melhor para você. Acredite.

O rapaz a encarou um tanto intrigado, mas em seguida apertou a mão da jovem e retribuiu:

— Erik. E eu só vou te dizer o meu sobrenome, quando não for mais um problema você me dizer o seu.

— Muito bem. — assentiu ela achando aquela condição justa.

Em seguida, os dois ficaram se olhando e sem explicação aparente ficaram constrangidos com aquilo. Então, rapidamente soltaram as mãos e Erik perguntou:

— Ok, onde está o seu carro?

Isabel riu e repetiu:

— Carro? — em seguida, ela caminhou até onde sua mochila tinha caído, a colocou nas costas, passou por Erik e pediu: — Me siga.

Mesmo intrigado com aquela garota e com tudo o que ela alegava que tinha acontecido com ele, o rapaz resolveu manter a sua decisão e por isso a seguiu.

Quando saiu daquele beco, Isabel avistou a sua moto, estacionada em frente ao bar e caminhou até ela. Erik deteve o passo porque morria de medo daquelas coisas.

Isabel colocou a mochila em um baú que havia na moto e depois montou nela. Colocou um capacete e estendeu o outro para o rapaz.

— Você não vem? — perguntou logo depois.

Ainda hesitante, Erik aproximou-se timidamente, colocou o capacete e montou na moto. Isabel percebeu que ele estava tenso e aconselhou:

— Se você estiver com medo, é só segurar firme.

Erik acatou aquela orientação no mesmo instante, se aproximando mais um pouco de Isabel, passando os braços em volta de sua cintura e a segurando com certa força.

Estranhando tanta proximidade, ela deu um novo conselho:

— Se você tem amor à sua vida, não segure tão firme.

— Desculpe. — lamentou ele um tanto constrangido antes de se afastar alguns centímetros e mantendo apenas as mãos na cintura de Isabel, que sorriu sem que ele visse e ligou a moto.

Instantes depois, os dois seguiram pela estrada.

XXX

Rachel e Henry acomodaram o rapaz, que resgataram do ninho de vampiros, no banco traseiro do carro. Em seguida, a caçadora sentou ao lado dele e o primo se acomodou no banco do motorista. Antes de dar partida, ele olhou os dois pelo retrovisor e percebeu que apesar da situação estressante pela qual tinha passado, aquele rapaz estava olhando demais para Rachel, com um interesse palpável.

— Você não vai me dizer o seu nome, boneca? — recomeçou o rapaz.

A caçadora o fuzilou com o olhar e por fim decidiu que o melhor era se apresentar de uma vez:

— Rachel. E eu juro que se você me chamar de boneca mais uma vez, eu quebro todos os seus dentes.

O rapaz riu sem se intimidar com a ameaça e ainda por cima disse de uma forma provocadora:

— Sabe de uma coisa? Eu gostei de você.

Henry respirou fundo e insinuou em tom ameaçador:

— Para o seu próprio bem, eu espero que não tenha gostado muito. À propósito, eu sou Henry. Primo e defensor da honra da Rachel, ok? Portanto, sem gracinhas ou eu esqueço que você foi preso e atacado por vampiros e te jogo no meio da estrada sem pensar duas vezes.

O rapaz ergueu as mãos em sinal de rendição e concordou:

— Tudo bem, Sr. Esquentadinho. Relaxa.

— Eu não preciso que você me defenda, Henry. — protestou Rachel com raiva. Em seguida, ela olhou para o rapaz ao seu lado e fez questão de perguntar: — E você? Tem um nome?

— Pode me chamar de Tony. — disse ele e depois de segurar e beijar a mão direita de Rachel, ergueu o olhar de uma forma sedutora e completou: — Ou do que você quiser, boneca.

Rachel franziu o cenho, tendo uma estranha sensação de déjà vu, mas logo parou de pensar nisso, já que Henry freou o carro bruscamente e ela e Tony tiveram que se segurar para não baterem nos bancos da frente.

— Eu avisei. — lembrou Henry irritado, retirando o cinto de segurança e saindo do carro rapidamente.

— Tudo bem! Foi mal! Desculpa, cara! — disse Tony tentando consertar o estrago.

— Henry, você não vai fazer isso! — protestou Rachel quando o primo abriu a porta detrás.

No entanto, quando ele ia puxar Tony para fora do veículo, uma luz forte, proveniente de outro carro que vinha na direção oposta, fez o caçador olhar naquela direção e cobrir parte do rosto com uma das mãos.

O carro se aproximou ainda mais e freou abruptamente na frente deles, fazendo Henry murmurar confuso e surpreso:

— Que diabos...

Logo uma jovem abriu a porta do veículo e desceu. Aproximou-se rapidamente e Henry ergueu as mãos quando viu que ela empunhava uma arma na direção dele.

— Cadê o meu irmão?! — ela gritou parando a uma distância segura, mas como Henry ficou muito distraído, admirando a ruiva mais linda que ele já tinha visto no mundo, ela reforçou com certa impaciência: — Eu perguntei cadê o meu irmão!

— Oi? — balbuciou Henry sem entender do que ela estava falando, e sem conseguir desviar o olhar daquele rosto tão lindo, delicado e ao mesmo tempo... Selvagem e sexy.

— Irmão? — repetiu Rachel e inevitavelmente olhou para Tony ao seu lado.

Ele arqueou as sobrancelhas, retirou um celular do bolso da calça, depois guardou o aparelho de volta e explicou:

— É a minha irmã. Ela deve ter me localizado pelo GPS. Ela sempre ativa essa coisa porque eu vivo bebendo por aí, não dou notícias e ela fica morrendo de preocupação.

— Não me diga? — falou Rachel, cruzando os braços contra o peito e deixando claro que desaprovava aquele tipo de comportamento, embora não estivesse surpresa, já que estava claro que Tony era um bom vivant irresponsável e, com certeza, um mulherengo como Henry. — E você não vai falar com ela? De preferência, antes que ela atire no meu primo?

— Até que não seria uma má ideia, hein, boneca? — provocou Tony rindo um pouco. No entanto, como Rachel o fuzilou com o olhar de novo, ele ficou sério e assentiu: — Tudo bem, eu vou falar com ela. — então ele saiu do carro, também com as mãos erguidas e disse em voz alta: — Emily, está tudo bem! Eles me resgataram de um ninho de vampiros e iam me levar para o hospital. Só isso! Está tudo bem, não atire neles!

Ao bater os olhos no irmão e ver que ele estava relativamente bem, a ruiva abandonou a expressão ameaçadora, que deu lugar a uma expressão visivelmente aliviada, e guardou a arma. Em seguida, deu alguns passos a frente e Tony a alcançou. Os dois se abraçaram com força e, de onde estavam, Henry e Rachel observaram tudo com certa confusão.

— Emily? — repetiu Henry baixinho ao lembrar do nome que Tony tinha dito antes.

Sentindo aquela sensação de déjà vu se intensificar em sua mente, Rachel saiu do carro e disse também em um tom baixo que só o primo escutou:

— Tony?

Em seguida, os dois se entreolharam, trocando um olhar significativo, e ouviram Emily perguntar:

— Quem são eles?

— Caçadores. — respondeu Tony.

Automaticamente, Rachel e Henry olharam na direção dos dois. Embora eles tivessem matado vampiros na frente daquele rapaz, nenhum deles se lembrava de ter mencionado com todas as letras que eles eram caçadores. E aquele não era um termo muito usado entre pessoas leigas. Então como Tony sabia?

— Como você sabe disso? — a voz de Henry fez com que os irmãos se afastassem um pouco e olhassem para ele e para Rachel. — Como você sabe que nós somos caçadores?

— Eu conheço bem o tipo, as armas, os métodos. — respondeu Tony de uma forma misteriosa.

Henry encontrou o olhar de Emily, que respirou fundo e revelou:

— Nós também somos.

O choque de saber que Tony e sua irmã compartilhavam o mesmo tipo de vida que eles, não foi nada comparado a avalanche de lembranças que acometiam Henry e Rachel naquele momento. Lembranças da época em que eles foram levados por uma maligna criatura para outra dimensão. Lembranças sobre o Slender Man e sobre as pessoas que eles conheceram por causa do que viveram naquela época.

Quando conseguiu se recompor um pouco, Henry arriscou:

— Emily e Tony Carter?

Os dois ficaram visivelmente surpresos e confusos, até que a ruiva questionou:

— Como você sabe?

O filho de Dean e Natalie engoliu em seco antes de conseguir responder:

— Porque eu sou Henry... Jones Winchester. — indicando a prima ao seu lado, ele completou: — E esta é a Rachel... Lembra?

Surpresa com aquela revelação, Emily não conseguiu esboçar nenhuma reação e apenas manteve o olhar fixo em Henry, lembrando-se pouco a pouco dele e do que viveram naquela dimensão.

Tony, por sua vez, riu surpreso, estreitou o olhar na direção da prima de Henry e indagou como se pedisse uma confirmação:

— Boneca? É você mesma?

— Estrupício? — Rachel deu a confirmação que Tony precisava.

Ele riu novamente, surpreso por ter reencontrado aquelas duas figuras do seu passado. E enquanto ele continuava olhando para Rachel, e ela para ele, Emily e Henry também se encaravam, no mais absoluto silêncio, enquanto seus corações aceleravam sem explicação aparente.


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada, apresento-lhes Erik na minha concepção: http://2.bp.blogspot.com/-EXZgySophvw/UcDm_YVyrWI/AAAAAAAAAqw/huQdfXil7tg/s400/026.png

É o ator Brant Daugherty e apesar de "meio velhinho" para o papel quando eu bati os olhos no bicho, pensei: "Pronto! Achei o Erik!"

Por falar nisso, surpresos com a forma que eu trouxe o muchacho de volta para a história? Possuído por um demônio? Isabelzinha tendo que exorcizar o danado? Isabelzinha em cima dele? Oi? kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Eu gostei!

Prosseguindo, apresento-lhes Henry (ator Chace Crawford): http://4.bp.blogspot.com/-8XvrHnV7cTM/TaYguDhFNqI/AAAAAAAABCY/KozM_cuEgUE/s1600/chace-crawford.jpg

Uau!

Gostaram da forma como o Henry reapareceu? Já chegou chegando, né?

Bem, agora em relação ao Tony... Não consegui imaginar nenhum ator para interpretar o moçoilo. Sugestões? Lembrando que ele tem vinte e cinco anos, cabelos castanho claro e olhos cor de mel. Difícil né? Vou continuar procurando algum muchacho por aqui, vocês procuram daí e quem achar primeiro agarra! Oi?

Por falar em Tony, gostaram do reencontro entre ele e a Rachel???? Eu ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii kkkkkkkkkkkkkkkk Estrupício e Boneca é muito amor, cara kkkkkkkkkkkkkk

E o reencontro entre Emily e Henry???? Os dois completamente mudos, só se abizoiando (abizoiar: sinônimo de "olhar/encarar" no meu dicionário).

Por falar em Emily, eu a imagino como a Karen Gillan (ruiva, meiga e diva): http://img1.wikia.nocookie.net/__cb20131130225748/shield-high-roleplay/images/6/69/Karen-gillan-14.jpg

Well, well, well, o que acharam do reencontro entre as mini pessoas? Mini não, né? Big! Gostaram?

E como assim Emily e Tony viraram caçadores também? Sementinha para a próxima fic, ok?

Ressalva importante:

Sobre o Crowley estar atrás da Isabelzinha para atingir a Mia, acredito que quem lê os meus outros devaneios entendeu melhor o x da questão. De qualquer forma, ao citá-lo desta forma em OCSM, eu quis dizer que não importa quantas fics eu escreva depois de Heaven and Hell, a relação entre Crowley e Mia sempre será tensa (para dizer o mínimo). Tanto no presente como no futuro. Também achei interessante citar o Rei do Inferno porque assim fica claro que ele sempre será um grande e contínuo vilão na minha saga. Talvez em alguns momentos, ele seja derrotado, mas no fim das contas, ele sempre dará o seu jeitinho de voltar e atormentar a vida dos personagens do bem.

Eu tenho certeza que eu tinha mais coisas para comentar aqui, mas minha cabeça está meio negoçada hoje, então vou passar a bola para vocês, ok?

Contem-me tudinho nas reviews!

Bjs e inté o epílogo!



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