My Kind of Love escrita por Thaaai


Capítulo 2
Desculpar ou não desculpar? Eis a questão!


Notas iniciais do capítulo

Galeraaaa, muito obrigada pelos comentários!!!! Vocês me deixaram muuuito feliz!!!! Mais cedo faltou energia aqui em casa, tipo,surtei! Mas graças a Cristo voltou a tempo de eu postar o segundo. Valeeeeeeeeu



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Eu poderia passar o dia todo aqui listando quantos ossos pareço ter quebrado de tanta dor que eu tô sentindo. Abro os olhos com um pouco de dificuldade e vejo um mutirão de gente ao meu redor:

– Karina? Tá me ouvindo? – perguntou Pedro desesperado tentando me tirar do chão.

“Não, moço. Eu li num jornal que não se pode mexer em vítimas de atropelamento. Ela pode ter fraturado algum osso.” Um desconhecido falou para ele.

– Quebrar...

– Quebrar o que? Ai, meu Deus, não tá falando coisa com coisa! – passou a mão no cabelo, nervoso.

– Eu vou quebrar sua cara quando sair daqui – sussurrei, sentindo minha boca secar.

– É...ela tá bem! – disse Pedro, sorrindo abertamente para o pessoal, enquanto eu voltava a fechar os olhos, sentindo-o fazer círculos em minha mão com a ponta dos dedos. Decidi não interromper, estava cansada e com dor demais para pensar em algo, que não fosse uma cama confortável.

Não demorou muito e uma ambulância chegou, fazendo aquela aglomeração de pessoas se dispersar. Enquanto era colocada na maca, ouvia uma pequena discussão do guitarrista com um enfermeiro que não queria deixa-lo entrar na ambulância comigo. Depois não lembro de muita coisa, logo peguei no sono...

****

João ia em direção à academia quando Pedro foi correndo, literalmente, pedir sua ajuda: o enfermeiro não havia permitido sua ida ao lado da esquentadinha.

– JOÃO – o garoto virou-se para ele – Me ajuda, cara! Eu preciso de um carro, moto, bike, sei lá, qualquer coisa... – disse ofegante.

– Calma. Explica o que houve!

– A esquentadinha...

– Hum...ela que te deixou assim ofegante? - o amigo arqueou as sobrancelhas, em expressão safada.

– Ela tá no hospital, maluco!

– EEITAAA. Que isso, Pedrinho? – gargalhou. – Tá mandando ver, hein?

– Quer experimentar também? – ironizou – Sério, não é nada disso, mané! Por minha causa ela foi atropelada e eu preciso de alguma forma de ir lá no hospital.

– Foi mal, minha moto tá lá na oficina, eu não tenho mesmo como te ajudar!

– Tudo bem, eu dou um jeito...

– Ah, olha o Jeff ali de carro com o pai! – apontou - Fala com eles, rápido!

– Tá bom, valeu!

– Vá lá, cara – deu um leve tapa em suas costas – manda notícias!

– Ok – a essa altura Pedro já estava quase na esquina, de tão rápido que foi.

Jeff conversou com o pai, que ocupado, permitiu que o filho desse uma carona ao guitarrista e o caminho todo eles foram em silêncio. Vez ou outra o bailarino perguntava para Pedro sobre o acidente, este, respondia brevemente, sua cabeça estava ocupada com imagens da loira, a briga dos dois, o acidente...E ele não conseguia deixar de se culpar pelo que havia ocorrido. Repentinamente sentiu um frio na espinha, ao pensar na possibilidade dela querer se afastar dele de vez...

*****

Na Ribalta, Dandara deu por falta do filho e ao descer as escadas encontrou com um dos amigos de Pedro, o João. “Com certeza ele deve saber onde esse menino se meteu”, pensou.

– João, espera!

Apressou o passo. O menino, que mexia no celular, voltou sua atenção à professora de canto.

– Oi, tia. O que foi?

– Nada demais, é que o Pedrinho não apareceu hoje, nem tá atendendo minhas ligações, então eu tô preocupada...

João coçou a cabeça. Mentir nunca foi o seu ponto forte, muito menos atuar...Justamente por isso, aliás, estudava na Ribalta pensando no sonho de montar uma banda, não para dançar, atuar, ou coisa do tipo, assim como o amigo. Não tinha escapatória, com certeza ele não enganaria Dandara, a mãe que ele não teve, só pensava agora no quanto ouviria do guitarrista quando ele voltasse.

– Ele foi para o hospital, mas não é com ele o pro...

– O MEU FILHO TÁ NO HOSPITAL???

Levou as mãos à cabeça e todos, no sentido mais literal da palavra, vieram assistir a cena, inclusive Gael. Convenhamos que esse tinha mais privilégios que os demais, né?

Institivamente ele envolveu os braços na cintura dela, na tentativa de acalmá-la.

– Não é o Pedro que está no hospital, quer dizer, ele tá, mas foi só pra acompanhar o paciente...A paciente – corrigiu.

– Tá, e quem é?

Antes de responder olhou de canto de olho para Gael...Se seus tímpanos saíssem ilesos ao final do dia seria um milagre!

– É a K-Karina...

– A KARINA?? – o dono da academia questionou num tom que ultrapassava os limites do “bravo”.

É, seria um longo dia...

****

No hospital, Karina esperava a enfermeira responsável por fazer seus curativos, havia esfoliado os cotovelos e tinha um pequeno corte na testa, uma dor muito forte do tornozelo também, mas ainda não haviam informado a respeito. Como de costume revirou os olhos, assim que notou Pedro adentrando o pequeno cômodo.

– Olha, se você veio aqui me atormentar com suas piadinhas idiotas eu...

– Não – baixou a cabeça, claramente envergonhado – eu só vim pedir desculpas.

Karina olhou-o incrédula, enquanto o menino dos cabelos desgrenhados sentava-se numa poltrona perto dela.

– Sério, foi mal. – ela estava completamente nervosa pela forma na qual ele a olhava mas, não porque Pedro tinha algum tipo de efeito sobre ela. O que estava acontecendo só poderia se resumir em uma palavra: inexperiência. Sim, Karina não era acostumada com esse tipo de coisa, ou contato. Sempre odiou sua aparência e qualquer tipo de olhar duradouro sob ela que não fosse do pai ou perante uma luta no ringue, causava-lhe desconforto e a incômoda sensação de estarem analisando seus defeitos.

Mesmo ciente de que brigar com ele era praticamente parte da sua rotina, Karina sabia que tudo tinha um limite. Poderia recomeçar uma discussão, mas ali naquele momento, decidiu baixar a guarda.

– Tudo bem, eu desculpo. Mas, só porque eu tô muito cansada pra brigar – cruzou os braços – E pode ir tirando esse sorrisinho aí que assim que eu melhorar farei questão de demonstrar um novo golpe de muay thai que aprendi!

– Ih, lá vem ela querendo me agarrar...- brincou, mas logo fingiu seriedade vendo a cara de “poucos amigos” da loira – Mas, nem com todo esse gelo aí você esfria, né esquentadinha?

Referia-se à compressa que estava em seu tornozelo. Ela ia retrucar, mas antes de qualquer tentativa, Gael apareceu visivelmente estressado e Pedro...Ah, esse nem tinha mais cor!

Engoliu seco, pensando numa mínima possibilidade de Gael se preocupar com o estado da filha, esquecendo-se de um possível envolvimento seu no acidente.

Mas, ao julgar pela forma intimidadora que ele o olhou, sabia que de mínima, a possibilidade passou para inexistente.


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Notas finais do capítulo

Eitaa, qual será a reação do seu Gael? :S
#CorrePedrinho

Espero que tenham curtido...Beijãao :*



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