The Call Of The Moon escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 4
O que está a acontecer comigo?




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Toc. Toc. Toc.

O som das patas na folhagem era a única coisa que eu ouvia, no silêncio da noite. Estava frio, demasiado frio. O meu corpo tremia por dentro. Eu andava pela floresta sem rumo certo.

Toc. Toc. Toc.

Ouvi uma coruja algures piar. Olhei em redor. Silêncio. Conseguia ver perfeitamente bem, mesmo tendo como única fonte de luz a luz que brilhava no céu escuro.

Toc. Toc. Toc.

Um uivo cruzou a noite, arrepiando-me. Involuntariamente, segui na sua direção.

NÂO! Eu deveria fugir! Deveria correr! Afastar-me deles!

Se eu ouvia o uivo, era porque algum lobo estava perto. Demasiado perto, visto que o som não vinha de longe.

Toc. Toc. Toc.

O som de patas continuava. Olhei em redor. Onde estava? Onde ele estava? Onde estava o lobo que uivou?

Voltei a olhar em redor. Ele tinha de estar por ali!

Toc. Toc. Toc.

Vi o lago, à minha frente. Aproximei-me mesmo estando com frio, eu precisava de água.

Toc. Toc. Toc.

Abaixei-me vendo o meu reflexo e tudo o que vi foram enormes olhos. Enormes olhos amarelos!”

– Ahhh – gritei, sentando-me. A minha respiração estava acelerada e o suor escorria por todo o meu corpo. Foi só um pesadelo.

– O que se passa? – Thalia perguntou, ao meu lado, ainda sonolenta. Olhei-a. – Ah! Os teus olhos! – Gritou ela, despertando totalmente.

– Os meus olhos? – Questionei, confusa. – O que tem os meus olhos?

Vi Thalia afastar-se o mais que podia de mim. O que se passava? Tinha sido só um pesadelo, certo?

– Os teus o-olhos e-estão am-amarelos – disse ela, com medo. – O que és tu? Estranha!

– Thalia, eu… - tentei dizer.

– Sai daqui! – Gritou ela. – Sai! Tu és doida! Estranha!

Sem pensar duas vezes, abri a tenda e sai. Calcei os meus ténis e corri o máximo que podia. O que se passava comigo? Até Thalia, que era tão estranha como eu, não me queria por perto.

A minha pulsação estava acelerada, talvez devido à corrida. Ouvi o piar de uma coruja e saltei com o susto. Olhei em redor à sua procura. Sem saber como, eu conseguia ver. Está certo de que eu sempre tive uma visão melhor que as outras pessoas, mas nunca tive visão noturna. O que se passava comigo?

Uma pequena sensação de deja-vu me preencheu, como se eu já tivesse visto aquela cena. O meu sonho!

Limpei o suor que escorria na minha testa. Bolas, estava quente ali! Muito quente! O lago!

Corri na direção que me lembrava estar o lago. Quando o alcancei, deixei-me cair de joelhos e aproximei-me, tentando tocar na água. Mas algo me paralisou.

Não podia ser!

Lentamente, toquei com a minha mão na minha cara. Eu sentia o calor dos meus dedos na minha pele, sentia o suor na palma da minha mão. Aquela era eu! Mas o que tinha acontecido comigo? O que estava a acontecer comigo?

A minha cara não estava magra como costumava e os meus cabelos estavam mais volumosos. Mas isso não era o pior… Thalia tinha razão! Os meus olhos estavam amarelos!

Os meus olhos!

O uivo do lobo atravessou o ar silencioso da noite e a dor veio automaticamente. A minha cabeça parecia que ia explodir e o meu corpo estava em chamas.

Os meus joelhos cederam e as minhas mãos foram para a frente, impedindo-me de cair de cada no chão. Senti um arder pela coluna e gritei.

O que se passava comigo?

E foi ai que as coisas começaram a piorar. Ouvi, mais do que senti, estalos e vi os meus braços deformarem. Contra o chão, as minhas unhas cresciam e ficavam mais escuras, como se fossem garras.

Senti o mesmo acontecer com as minhas pernas e rebolei no chão, ficando de barriga para cima. Todo o meu corpo doía. Todo o meu corpo queimava.

Gritei.

– Para, por favor, - implore. – Para! – Gritei.

As minhas costas estalaram e eu soube que estavam partidas, mas como? O meu corpo remexia-se enquanto eu gemia e gritava de dor.

Não sei quanto tempo durou, apenas sei que, de repente, parou. O silêncio voltou e já não sentia tanto calor. Continuei deitada no chão, tentando acalmar a minha respiração.

Estava cansada… muito cansada. Conseguia ver a lua entre a folhagem das árvores, lá no alto.

“Lua cheia!”

Essa foi a ultima coisa que eu pensei antes de desmaiar.


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