Os 7 Descendentes escrita por Paola Grimmheart


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, a partir do terceiro capítulo, continuarei apenas com reviews. Postarei 3 capítulos por semana - e algumas se eu estiver ocupada, um por semana. Por favor, eu tenho muitas coisas para fazer. Deixarei até o terceiro para deixar um gosto de continue =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533668/chapter/2

Melissa achou que fosse se machucar, mas Nate se jogou na direção dela e a puxou para perto dele e trocou de lugar com ela – a abraçou forte para não deixá-la sair e nem se machucar.

Ele conseguiu parar de rolar com ela e entrou em uma pequena cova que havia ali – e que nem Melissa sabia que existia.

Nate a soltou quando ela se sentou perto da saída da cova e limpou o casaco de couro preto.

– Se machucou?

Melissa o fitou.

– Não. Obrigada – ela esbanjou um sorriso que Nate observou por alguns longos segundos e depois virou a cara, estudando a cova.

Ela respirou fundo, ainda não acreditava que ela estava bem.

Melissa se levantou – o teto da cova era apenas um pouco maior que ela e Nate era alto, então teve que se curvar um pouco, o que fez Melissa rir em um tom baixo.

– Está rindo do quê? – Nate parou e pergunto, em um tom sério.

– Você é tão sério assim? – Melissa perguntou.

– Sempre.

Ela não disse nada e olhou para o lado de fora.

– Eu ouvi passos aqui – ela ouviu a voz de um homem e ao Nate ouvir também, a puxou para perto dele e os dois se abaixaram e ficaram juntos da parede de terra e tentaram fazer o mínimo barulho possível.

Um barulho de pedra sendo tacada soou, e passos apressados começaram a ficar fracos.

Mas logo passos de alguém andando – e não correndo como os outros passos – ficou mais alto ao lado da cova e alguém entrou, fazendo Melissa quase ter um ataque do coração.

Era um garoto de cabelo cor-de-areia e olhos azuis – que pareciam castanhos. Ele vestia uma camiseta xadrez e casaco bege por cima e calça jeans; tinha um rifle preso nas costas e um colar com o símbolo de um lobo.

Nate suspirou aliviado, mas Melissa não estava nada aliviada.

– Você me assustou, Connor – Nate disse se levantando (um pouco curvado) e indo até a saída da cova e cumprimentando o garoto.

– Desculpa – ele disse. – Havia alguns guardas aqui e consegui despistá-los.

– A pedra foi lançada por você? – Nate perguntou e Connor assentiu.

Ele moveu os olhos e o olhar parou em Melissa que estava já de pé. Connor piscou. Desde quando uma menina andava com Nate? Desde que ele conhecia Nate – e isso era desde os dois anos de idade –, ele nunca gostou de estar tão próximo de uma garota. Não, ele não era gay ou algo do tipo, mas Nate sempre pensou que as meninas daquela região era idiotas demais.

– Quem é ela?

– Eu estou aqui – a menina disse se aproximando dos dois. – Pergunte diretamente à mim.

– Essa é Melissa Miller – Nate disse. – Eu a ajudei a não morrer nas mãos dos guardas.

– Ajudou? – Connor ergueu uma sobrancelha e olhou para Melissa. – Você é um tipo de anja milagrosa?

– Como assim? – Melissa ficou confusa.

– Ele nunca ajuda garota nenhuma. Ah, sou Connor Raymond – ele ergueu uma mão, mas Melissa não o cumprimentou, apenas assentiu, fazendo-o retirar a mão do ar. – Ahn... Nate, precisamos dar o fora daqui para não morrermos. Eles acabaram de atirar em uma pessoa que estava descendo a floresta.

Melissa sentiu a respiração falhar e agarrou a gola do casaco de Connor, o surpreendendo.

– Quem era essa pessoa? Era meu irmão? Ele está bem?

Nate pôs a mão no ombro de Melissa e disse:

– Ele está bem. Ele saiu da floresta antes dos guardas entrarem. Acalme-se ou deixaremos você aqui para morrer.

Melissa suspirou e soltou Connor.

– Por que você não me disse?

– Porque você nunca me perguntou – Nate respondeu.

– Ah, cara – Connor disse olhando ao redor. – Eles vão se aproximar. É nossa chance para sairmos vivos.

Nate puxou Melissa enquanto seguia Connor pelas árvores, esquivando e escondendo-se dos guardas que estavam perto demais para os três poderem sairem vivos.

Nate puxou Melissa para agachar quando ouviram os passos do guarda.

Melissa sentiu a vontade de gritar e chorar de medo. Ela sempre fora tão medrosa e chorava quando uma borboleta morria. Durante a guerra, Melissa sofreu muito por causa do medo de morrer em alguma explosão ou até mesmo por armas. Jackson sempre a protegeu e sempre que precisava de algo, ele a abraçava e ficava perto dela, dando paz à Melissa.

Mas Jackson não estava ali. Nate e Connor, dois estranhos garotos estavam ali. Como Melissa podia se sentir em paz com garotos que mal conhecia?

– É logo ali – Connor sussurrou à eles e descerem por um caminho tortuoso e quando saíram do monte e da floresta, eles suspiraram aliviados e se esconderam em uma casa abandonada.

Nate sentou na escada da casa e Melissa preferiu ficar sozinha em outro cômodo enquanto ele e Connor conversavam.

Ela se ajoelhou no canto atrás da porta e tampou o rosto com as mãos e chorou silenciosamente.

– Eu me odeio por isso – ela sussurrou para si mesma.

Ela só queria ter Jackson por perto. E poder conversar com Stephanie na aula do dia seguinte.

– Cara, o que você vai fazer agora? – Connor perguntou à Nate que parecia pensar enquanto estava sentado na escada.

Ele não respondeu por dois minutos, mas depois ele suspirou.

– Vamos atrás da menina sequestrada – Nate disse. – Ela é uma de nós. Assim como você escapou, ela escapará.

– Você é muito sortudo – Connor disse cruzando os braços. – Aprendeu a controlar seus poderes antes de ser pego pelo exército e logo foi liberado nos dias de controle populacional.

Dois dias por ano, o Exército ia em escolas e casas para certificar que não havia pessoas problemáticas – rebeldes ou bruxos – na cidade. Nate sempre passava limpo, desde pequeno sabia de suas habilidades e aprendeu a controlar e não precisar delas.

Ele se levantou ao ter uma sensação.

– Já volto.

Nate andou até a cozinha e olhou procurando Melissa, até puxar a porta e encontrá-la agachada e chorando.

Ele não entendia o motivo do choro dela e o porquê dele estar se preocupando.

Melissa ergueu o rosto e ao vê-lo, abaixou novamente e limpou as lágrimas enquanto se levantava.

– Nada... Caiu cisco no olho – ela mentiu.

– Alguém já disse que você é uma péssima mentirosa? – Nate perguntou.

Melissa deu de ombros.

– Não sou de mentiras. Gosto da verdade – Melissa respondeu. – E sim, alguns já me disseram isso.

Nate assentiu.

– O que aconteceu?

– Nada que você queira saber – respondeu Melissa.

– Onde ela está? – ela ouviu uma voz familiar e ignorou uma pergunta de Nate e andou até a porta da entrada onde Connor tentava falar com um garoto.

Era o irmão de Melissa, era Jackson.

Ao vê-la, o irmão correu e a abraçou.

– Desculpa ter te deixado lá sozinha – ele abraçou forte Melissa e ela fez o mesmo com ele. – Nunca mais farei isso novamente. Eu prometo.

– Mesmo? – Melissa perguntou, derramando uma lágrima e assim que se afastou, Jackson a enxugou.

– Ela é mesmo tão chorosa e medrosa? – Nate perguntou a alguns metros de Jackson e Melissa.

O irmão mais velho se virou na direção de Nate.

– Sim – Jackson afirmou. – É o jeito dela. Obrigado por protegê-la.

– Não me agradeça – Nate disse. – Eu não fiz isso por você nem por ninguém. Só queria evitar sangue desnecessário. Você deve ser Jackson Miller, o irmão mais velho dela.

– Sou sim.

– Contou à ela sobre as Sete Casas, certo? – Connor perguntou.

Jackson franziu a testa.

– Por quê?

– Tudo aquilo é verdade.

– Eu sei. As pessoas têm poder, isso é algo que nem imaginaria não ser verdade. Afinal, é dali que explica o motivo das pessoas terem poderes – Jackson disse. – Bem, mais ou menos.

Connor assentiu.

– Eu e Nate somos descendentes das Sete Casas.

– O quê? – Melissa perguntou, ficando séria.

Connor estalou os dedos e apareceu atrás dela, fazendo-a virar com uma expressão de assustada.

– Você se... Teletransporta – Melissa disse.

– Não só isso – Connor disse, animado. – Posso levitar coisas e empurrar alguém contra uma parede.

– Nunca foi pego por isso? – Jackson perguntou e olhou para Nate que esticou a mão e uma faca feita de gelo apareceu sobre a mão dele.

– Aprendi a controlar isso – Nate afirmou. – Connor foi pego quando tinha treze anos, mas eu o salvei.

– Treze? Empurrar alguém contra uma parede? – Jackson franziu o cenho e virou-se para Connor. – Você é o garoto que eu vi sendo pego?

Connor observou Jackson.

– Ah! Eu te vi.

– Lembra-se de mim?

– Claro que lembro. Ah, tenho que mencionar que eu tenho uma memória excelente.

– Legal – Melissa afirmou e olhou para Nate. – Exist mais alguém assim como vocês e que não foi pego pelo exército?

Nate parou para pensar.

– Que saibamos, existe mais uma. Harley Claire.

– Oh! Ela é da minha sala – Melissa afirmou. – Eu a conheço.

– Legal – Connor disse.

Um estrondo forte soou do lado um pouco perto da casa e os quatro se jogaram no chão.

Melissa ergueu o rosto.

– O que é isso?

– Um foguete? – Connor perguntou.

– Não – Nate respondeu se levantando. – Tem um tanque de guerra lá fora – ele olhou por um buraco da porta.

Melissa se levantou e olhou junto de Nate, mas Jackson a puxou.

– Vamos. Quando eu era pequeno eu brincava nessa casa. Tem um porão e um bunker nessa casa.

Connor seguiu Jackson, mas Melissa continuou com Nate.

– Vai logo, senhorita Medrosa.

Ela bufou.

– Eu vou se for você.

Ele franziu a testa.

– Não posso deixá-lo aqui. E se eles te virem? Eu não tenho poderes estranhos como você. Eles não iriam me machucar.

Nate a observou e outro estrondo forte soou.

– Desce logo! – ele disse.

– Não! – Melissa protestou.

Nate a agarrou pelo pulso e tentou levá-la até o porão, mas algo que ninguém conseguia distinguir o que era, fez metade da casa ameaçar a desabar.

– Não! – Melissa disse e se soltou de Nate, se virando na direção da porta solta.

Eu preciso de alguém para matar esses soldados, pensou Melissa, não podem fazer isso após a guerra acabar.

Ela mesma não se entendia e o motivo de pensar coisas assim. Ou pensar em matar alguém, mesmo que seja um soldado. Ela só queria uma coisa: ajuda para se salvar e salvar os colegas e o irmão dela.

O chão perto da porta abriu-se e caveiras – literalmente caveiras, de pé com armas militares em mãos (ou ossos) e roupa de exército – surgiram e olharam para Melissa. Ela sentiu um medo, mas no fundo sabia que aquilo foi causado por ela.

– O que é isso? – Nate perguntou confuso.

– Não sei – Melissa respondeu. – Apenas desejei que tivesse ajuda para nos salvar e... Eles surgiram.

– Ótimo – Nate afirmou e apuxou para o porão.

Eles ouviram tiros e bombas enquanto estavam no bunker.

O bunker não era apertado, tinha o tamanho da casa e quatro metros de altura. Era iluminado por tochas que Nate havia posto e acendeu com fogo; tinha camas de ferro em um lado e um ármario com comida em lata e garrafas de água em temperatura natural.

Melissa estava longe dos garotos, pensando sobre as caveiras que havia conjurado. Ela não queria acreditar naquilo, mas foi bem real. Melissa chegou até a se beliscar para saber se estava em um pesadelo ou não, mas era real.

Aquilo tudo era real.

Jackson se aproximou de Melissa que estava sentada e abraçada ao joelho, e se ajoelhou em frente à ela.

– Estou com você – Jackson disse. – Nate me disse sobre as caveiras.

– Eu sou um deles? – Melissa perguntou sem tirar os olhos do joelho. Ela estava com medo.

Com medo de morrer ou do que poderia acontecer se ela fosse levada pelos militares. Ela estava com muito medo.

Jackson a abraçou, mesmo Melissa ainda não ter largado o joelho, ele queria abraça-la. Ela tinha que sentir que ele estava ali.

– Senhorita Medrosa – Nate se aproximou de Melissa que foi afastada de Jackson para ele olhar para o garoto e a menina ergueu o rosto. – Ninguém vai deixar você ser levada por eles.

Ela não disse nada. Não iria acreditar nas palavras de um desconhecido.

Connor se aproximou com um sorriso bobo no rosto.

– Você é uma de nós. Não deixamos ninguém tocar em um de nós.

– Vocês deixaram Stephanie. Ouvi que vocês iriam salvá-la, mas vocês a deixou ser levada.

– Mas vamos resgatá-la – Connor disse. – Ela é sua amiga?

– Como uma irmã – Melissa disse e se lembrou dos melhores momentos com Stephanie.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os 7 Descendentes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.