Suicide Chain escrita por synchro, Alice


Capítulo 9
A morte manda recado


Notas iniciais do capítulo

Okay, podem me crucificar. eu amo vcs.



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Como eu me sentia? Bem, eu estava exausto, meu corpo todo estava dolorido, mas isso foi fácil de suportar, difícil mesmo eram todas as perguntas que faziam para mim, todos os remédios que eu tinha que tomar, todas as notícias que eu tinha que assistir, enfim, tudo que estivesse relacionado ao fato de eu não estar em minha casa, tomando meu café da manhã, num mundo livre do eterno pesadelo de ter em minhas mãos o sangue de tantos suicídas. De saber que o fim de cada um deles só foi encontrado tão cedo pois eu fui estúpido o suficiente para esquecer como amar uma garota. Mas esse não era o pior de todos meus pensamentos, e sim o conflito que ocorria dentro de mim, todos meus pensamentos gravitavam ao redor daquela garota, todos pensando em como ela tinha mudado, como, por mais que as histórias em seu vídeo tivessem um fundo de verdade, a maior parte era mentira e mesmo assim ela havia arrastado milhares, se não milhões, de almas para seu mundo.

Depois dos dois dias de cama e perguntas e remédios, eu fui liberado, um pouco melhor, para ir para casa. Enfim minha vida voltaria à um nível de normalidade mais aceitável.

Fui andando até minha casa, chegando lá procurei pela chave reserva e depois de abrir a porta devolvi a chave para seu lugar, trancando a casa com a minha própria cópia, e sentei em uma cadeira na sala, comi alguma comida pronta que estava na geladeira, provavelmente minha mãe havia feito para o almoço, mas meu paladar não identificou o gosto, e não me preocupei em olhar, minha mente estava em outro lugar naquele momento.

Como ela poderia ter feito aquilo com outras pessoas, ter feito elas se matarem de forma tão fria. O que era, afinal, o mundo de Alice? Ele existia, era fruto de uma alucinação em massa ou apenas uma mentira que a garota contara e que atingira uma grande população inocente procurando algum tipo de ideologia?

Nenhuma dessas respostas, por mais que eu as gritasse em minha cabeça, me foi respondida, dessa forma simplesmente joguei o prato apenas meio vazio de qualquer forma na pia e fui para o meu quarto. A tela do meu computador piscava, havia eu deixado ele ligado ou então alguém o ligou? Por que todas as questões que eu me vazia agora vinham grudadas à respostas vagas ou nem chegavam a ter respostas? Eu não sei... droga, eu não sei!!

Tudo seria mais fácil se eu tivesse apenas não postado aquele video, ou então se eu não estivesse mais aqui tudo isso não me afetaria. E essa seria a perfeita hora para Alice zombar de meus pensamentos e aparecer em meu quarto, não em sua forma feminina, mas sim fazendo a tela do meu computador piscar e a página que foi minha amiga durante tanto tempo aparecer. Dessa vez ela estava mais sombria, mas de uma forma que eu não podia descrever, algo nela estava diferente, como se um mensageiro da própria morte tivesse capturado sua essência e colocado ela de alguma forma naquele site.

E então a própria morte resolveu me dar um presente, um vídeo começou a rodar, corri para colocar meu fones de ouvido, talvez por costume, talvez por instinto, mas sabia que não podia perder nem mesmo um segundo do que quer que aquilo fosse.

O reprodutor transmitia um chiado intenso, mas nenhuma imagem concreta se formava, apenas flashes aleatórios de uma face sombria, com a pele colada aos ossos, olhos profundos e escuros, boca ressecada e ferida por variados tipos de cortes e hematomas. Então as luzes se acenderam de forma permanente e pude ver que trajava apenas a pele que a natureza lhe deu, seu tórax visivelmente pulava no mesmo ritmo de seu coração, seus pulmões, provavelmente já fracos devido aos cigarros, dos quais um ele terminava de tragar, o faziam respirar pesada e sonoramente. A câmera só chegava ao seu abdômen, mas mesmo assim pude ver marcas de intensas lutas, seu corpo todo era marcado por cicatrizes, algumas recentes.

Ele terminou o cigarro e colocou o resto em um lugar que não pude ver, tomou um grande fôlego e se preparou para falar alguma coisa.

–Murilo...


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Notas finais do capítulo

o que acharam?



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