Suicide Chain escrita por synchro, Alice


Capítulo 8
Flávia, Enzo, e a garotinha.


Notas iniciais do capítulo

Hey, i'm back, bitches.
Oi, Oi.
Gostaria primeiramente de agradecer aos comentários que recebi, e foram muitos, em um período bem curto, e também à Flávia Bathor, que recomendou minha fic em um post no facebook ♥♥ obligado, sua linda.

Gente, sei que demorei pra postar, mas estava em uma falta de criatividade enorme, sério, não sabia o que escrever.
Gostaria de agradecer todos que me ajudaram com músicas para a fic hoje, e principalmente, a que me levou a escrever esse capítulo, que vou colocar o link ali embaixo.

As mortes foram ideia da linda da Bird, eu apenas coloquei o recheio ai, então, agradeçam a ela.
Por enquanto é só.



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Música linda do cap.

E lá estava eu, em minha mente de novo. Despertar para um amanhecer mais escuro, e dessa vez, o amanhecer era acompanhado de um eclipse que obscurecia meus sentidos e minha razão, me deixando vulnerável aos ataques dela.

Ao acordar de meu sonho, ao encontrá-la, ela me levou ao meu subconsciente, e tudo que eu tinha lembrado até agora não parecia nada, Alice me jogou na base de uma catarata, onde o que caia em mim eram minhas memórias, todas elas, acho que esse é um bom momento para dizer que meu nome é Murilo, o mesmo do cara que namorou a garota, ou melhor, eu sou ele.

Minha falta de memória me ajudara a não me lembrar disso quando a vira na internet pela primeira vez, mas então eu percebi que isso não era um problema com meu cérebro, e sim meu psicológico se livrando das coisas que não queria me lembrar, como toda minha vida antes de me mudar para a minha cidade atual.

– Então, você entendeu? Eu me lembro Murilo, me lembro de nossos momentos.

– Você mentiu sobre eles em seu vídeo. Eu não fingia gostar de você, eu realmente gostava, da sua antiga pessoa. O que você é agora em nada se aproxima do que você era.

– Eu tive que mentir, para deixar as aparências perfeitas, para poder trazê-los todos para meu mundo, e agora você pode vir também, tudo voltará a ser como era antes, tudo será perfeito. – Ela sorria como nunca, e seu olhar mostrava que ela realmente acreditava naquilo.

– Não, Alice, você não entende? Nada está bem, nada está perfeito, nem ficará, enquanto você assombrar as mentes de todos para que se matem. – Eu falei calmo com ela, como se explicando a uma criança, uma criança muito má, que não se deve fazer coisas erradas. E como toda criança má, Alice não prestou atenção ao que eu disse.

– Meu amor, você pode estar comigo de novo, você e eu, juntos, governando meu mundo. – Sua mão se esticava para alcançar a minha, mas eu a retirei do caminho, com pesar nos olhos.

– Não, as coisas não são assim, você não pode continuar com isso, não dessa forma. Não vê o que está fazendo as pessoas? – Minha voz começou a adquirir um tom de raiva. Tudo que tinha acontecido, tudo que eu havia passado, havia começado nas loucuras daquela garota.

– Não, não, não. Não foi assim que eu planejei. Você tem que vir comigo! É uma ordem! Eu te amo, isso não basta? – Ela estava fazendo birra, mostrou um beiçinho e começou a fechar os punhos nas calças, como se reprimindo uma ação.

– Eu estou vivo Alice, você não pode ficar brava comigo por querer continuar assim.

– Você estará mais vivo que sempre comigo, e durará uma eternidade. – Ela abriu um novo sorriso, como se mostrando a mim o seu produto de ouro, a melhor parte da "venda" de seu mundo.

– Não, eu não quero durar uma eternidade, eu quero viver, morrer, e então descobrir se há algo mais. – Eu tentei cada vez mais sair de lá, forçando minha consciência a nadar até a superfície e tomar o controle de mim mesmo. Alice percebeu.

– Murilo, você não me ama mais? Não quer mais estar comigo? Eu quero estar com você! Para sempre, prometemos isso um ao outro, prometemos enquanto estávamos em minha cama, você me disse! – Sua presença começou a tomar uma forma assustadora, como quando você sente que um animal tenso está partindo para o ataque.

– Não me entenda mal, Alice, eu fiz o que fiz, e pronto, eu tive de me mudar, criei uma nova vida, meus pais me obrigaram, minha mente me ajudou. Sua vida não foi fácil depois que me movi para cá, eu sei disso agora, mas de nada adiantará você fazer alguma coisa agora.

– NÃO! Você é meu, e nem que eu tenha que mover mundos, isso vai continuar assim, eu farei você desistir dessa vida. Eu posso me apoderar de seu corpo, mas você irá fazer isso por vontade sua, e eu vou criar essa vontade.

Ela desapareceu, mas sua voz continuava presente e onipresente em minha consciência.

– Você gosta de suicídios, quer uma inspiração para o seu? Então comece por esse, está acontecendo agora.

No momento em que sua voz se silenciou, eu me senti vagar para fora de mim, e, através de Alice, de sua forma espiritual, estava agora do lado de um casal, eu estava atrás da câmera, como se os incitando a continuar. Eu não tinha o controle sobre aquele corpo, estava ali apenas através dos olhos dela, da menina que um dia eu amei.

"Oooi a vocês do outro lado da tela, como estão? Se estão vendo isso, não estão nada bem, como nós, certo?"

A garota e o garoto se abraçavam, um casal. Ela estava tentando me dizer algo? Eu não saberia contar.

"Meu nome é Flávia." A garota disse com uma voz doce. "Eu sou Enzo. Nós temos 15 anos, e Alice nos chamou para sua terra." Ela era bonita, tinha olhos verdes e cabelos loiros ondulados. Já o garoto era puro marrom. Seus olhos eram castanhos, do mesmo tom do cabelo, e toda sua roupa de patricinho era em tons beges e marrons.

Alice, o que você quer? Vai me torturar até eu ceder? Pois eu não irei, não vou cair em seus contos, nós não temos mais nada juntos.

"Não sabemos muito como fazer isso, mas vamos direto ao ponto, não temos nada muito original, apenas cortes e uma morte lenta para oferecer à Alice, mas caso isso não funcione, a piscina atrás de nós está cheia de gasolina, e o fogo nos consumirá." Apesar de Flávia ter falado isso com naturalidade, o garoto tremeu um pouco, e eu quase rezei para que ele repensasse suas ações, mas provavelmente o amor por aquela garota o fez continuar em frente. É isso Alice, é isso que quer que eu veja?

Os dois se beijaram, provavelmente pela última vez, e então pegaram sobre um mesa, que eu não tinha visto até então, duas facas de cozinha. De longe eu pude perceber o quanto estavam gastas. Os fios das lâminas mal seriam suficientes para conseguiram se cortar, quando menos matar. As pontas estavam quase dobradas, e através das leves convulsões que a de Enzo sofria, era possível deduzir que ele ainda estava com medo, e sua mão tremia.

"Adeus para todos. Olá à Alice." Ambos começaram simultaneamente a mutilação. A garota infligia danos extremamente mais sérios à seu corpo que o garoto, devido ao medo que ele sentia, mas mesmo assim as lesões não seriam o suficiente para matá-la.

Eu pensei em olhar para baixo, e pela primeira aquele corpo me respondeu. De um tom pálido e transparente, o corpo de minha ex-namorada começou a passar para um rosa desbotado, e a ter uma ligeira sombra na pedra que estava sob seu pé. Flávia e Enzo perceberam isso, e suas reações foram o extremo oposto. Enquanto ela abria um sorriso e aplicava ainda mais força na faca que estava em sua mão, ele começou a tremer mais, fazendo uma careta de pânico, mas que foi tranqüilizada pela garota que começou a cantar algo em murmúrios.

Poucos minutos depois, eles repararam o que eu já havia me tocado desde o começo, aquelas facas seriam insuficientes. Flávia pede à Enzo para acender a piscina e o garoto atende rapidamente, feliz por se livrar do objeto mal afiado com o qual estava tentando se mutilar. Ele pega alguns fósforos que estavam na beira da piscina e se perde enquanto tenta acendê-los, isso faz com que muitos dos palitinhos caiam no chão, mas ele continua tentando.

O corpo de Alice se mexe, ele anda até a garota no chão com sangue por sobre todo o corpo e coloca a mão sobre a face dela, derramando uma lágrima. Eu não sabia se éramos, ou melhor, se o corpo dela, era visível para a câmera, mas no momento aquilo não era mais importante do que a grande piscina que irrompeu em chamas, causando uma pequena explosão que atingiu o teto da casa vizinha e um poste de luz, fazendo com que fios elétricos se desprendessem e chicoteassem como longas garras elétricas de um animal furioso.

Flávia se levantou, e começou a andar por sobre o caminho de pedras amarelas para o fogo, e Enzo, sem mais querer fazer seu sofrimento durar, se joga completamente para dentro do inferno na Terra. Mas algo acontece, e ela não tem mais forças para andar. A menina de sangue caiu em terra pela falta do mesmo. O garoto grita, a dor é muita.

O corpo de Alice começa a ficar cada vez mais sólido. Ela se arrasta pelo chão até a beira da piscina, e é puxada com brutalidade pelo garoto que quer apenas se içar para fora do fogaréu, percebendo todo o erro que cometeu.

Achando que tudo já estava feito e terminado, fecho meus olhos. Mas aquela frase sobre tudo poder ser pior me atinge como a pancada de um carro, e eu ouço uma voz fina vindo de dentro da residência.

Uma garotinha, de no máximo sete ou oito anos sai pela porta dos fundos para ver o que estava acontecendo. O brilho escarlate refletido em seu rosto quase sufoca o terror de sua expressão. Seus olhos mínimos se arregalam diante da visão de sua irmã e seu cunhado naquele estado, e ela começa a chorar. Ficando cada vez mais próxima, mas medindo a segurança, ela chora pela irmã, mas não vê meios de salvá-la.

Alice se move até ficar atrás da garota e tenta consolá-la, mas a mão apenas atravessa o corpo pequenino que ali estava.

Algo se move rapidamente em minha visão periférica, era um dos fios de luz, que vinha rápido em minha direção. Tento, em reflexo, apará-lo, mas o corpo não se mexe, e o fio atravessa completamente, atingindo a garota e a jogando para dentro da piscina em chamas.

Eu grito, inconscientemente, incontrolavelmente, e sem emitir um som, eu grito, grito em minha mente, para meu ser interior, eu grito que a culpa era minha, que era toda minha, mas não adiantaria mais.

Uma pequena esperança surge em meu ser, eu escuto um barulho bem conhecido na distância. Era a sirene dos bombeiros. Uma centelha de possibilidade de a pequena garota sobreviver, mas era inútil. Eles não chegariam à tempo, ninguém chegaria, pois já não havia mais tempo, e era assim com Alice. Ela não daria mais tempo para ninguém. Nem para mim.

Fantasmas etéreos dos três recém-cadáveres aparecem em nossa frente, com diferentes expressões, mas Alice não quer que eu veja aquilo.

– Me desculpe Murilo, a partir daqui, território restrito aos mortos. Volte para sua consciência, e reflita sobre tudo que pensou durante os dias que passamos no hospital.

Eu voltei para o lugar escuro que pertencia apenas a mim, mas fiquei um pequeno infinito de tempo me debatendo, eu não estava no hospital, ou estaria?

Foi então que acordei, dois dias atrás. Eu passara mais de quatro dias no hospital, desacordado, lembrando de meu passado.


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Notas finais do capítulo

Ah, não esqueçam, comentar é bom, e faz bem a saude do escritor.
Tambem não esqueçam, podem me enviar mp's pedindo face, e tals, é bem legal conversar com quem gosta da fic, e eu realmente nao ligo.