Pov – Rachel

D E S A P A R E C I D OS

Você reconhece essas caras?

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Favor, caso tenha qualquer pista verdadeira, ligar para o número 5006-1092. A sua ajuda é bem-vinda e terá um bom reconhecimento. Desde já agradecemos.

Plec.

O barulho do grampeador já estava me enlouquecendo. Ler esse mesmo texto estava me deixando louca. Nesse momento aceitaria ler qualquer Lei de Privacidade de qualquer rede social a ficar relendo esse panfleto novamente. Três dias. Hoje completava três dias desde o desaparecimento dos filhos do Olimpo. Os donos da Olímpicos contrataram um grupo de adolescentes voluntários para espalharem cartazes a procura de seus filhos, e eu estava entre eles. De início todos pensamos que eles tivessem feito uma brincadeira para chamar a atenção dos pais, todos julgaram bastante e até criaram uma página no Faceline* com as fotos dos oito desaparecidos com intuito de darmos opiniões negativas ou positivas.

Plec.

Os comentários eram horrorosos, o povo não perdoava uma, traziam histórias do passado para usar contra Piper, julgavam que Annabeth, a novata como ficou conhecida, fosse a líder do grupo e a causadora de tudo. Calipso era a menos julgada da história, a não ser por Drew, que não a deixava em paz. Fountain Valley e a Elite pararam. Eu me sentia em plena Rosewood. As duas escolas estavam dividas em três facções: 1. Os que zoam os filhos do Olimpo. 2. Os que protegem os filhos do Olimpo. 3. E os “quem são os filhos do Olimpo?”*

Plec.

Resumindo, o circo está pegando fofo.

– ... chamando Rachel, alguém está ai? – Perguntou-me Hazel.

– Hã, oi! Estou sim.

– Agora. Quer me contar o que estava pensando?

– Hã eu? Eu não estava pensando em nada.

– E foi nesse nada que fez você colar cinco cartazes de ponta cabeça?

– Os morcegos também precisam saber da história. – Digo sorrindo de uma maneira falha.

Hazel riu.

– Já que você não quer contar o que estava pensando, eu conto. Plec. Eu acho super estranho esse desaparecimento, sabe? Falta de luz em meio a uma festa da empresa resultando no sequestro de oito adolescentes?

– Não vou negar que também acho estranho. Mas como disse a polícia no noticiário, pode ser uma quadrilha querendo dinheiro.

– Pode ser, só temos que esperar agora.

Hazel atravessou a rua para colar o cartaz em outras lojas. Já estava ficando tarde, dei um tchau para Hazel e caminhei fazendo o trajeto da minha casa. Alguma coisa não me caia. Alguma coisa não estava certa nessa história.

Senti o cheiro de pizza e o segui. No Hall, olhei para cima e li até onde tinha caminhado “Ratatouille T”, o hotel e restaurante da família de Drew. Entretanto o lugar parecia deserto, o que me era estranho, já que esse era um dos melhores restaurantes de SoHo. Andei pelo recinto e parei quando vi um espelho. Minha cara estava toda manchada de tinta, minha blusa amarrotada e rasgada em algumas partes graças ao grampeador demoníaco que ficava querendo beijar minha pele. Procurei o banheiro mais próximo, entretanto acabei me perdendo. Comecei a ouvir gritos vindos do andar de cima e como eu não sou curiosa, fui até lá.

– ... vai melhorar pai!

– Não vai filha, os rumores estão se espalhando, teremos que vender o restaurante. Precisamos do dinheiro.

– Mas isso é herança da família!

– Nem vem querer fingir que liga para esses negócios de família, Drew. – Drew? E aquele era o pai dela? – Você só não quer mudar de escola.

– Claro, meus amigos estão lá!

– Os seus serviçais? – Sussurrei comigo.

– Você não pode fazer isso comigo! – Gritava Drew.

– Não é que eu queira, eu já te disse o que acontece, estamos falidos! Em menos de duas semanas irão fechar isso aqui, a dedetização irá vir e ai estaremos perdidos.

– Então me dê uma semana, apenas uma semana, eu resolvo isso pai. – Ouvia Drew falar melosamente. – Eu sei que consigo.

– De tanto você pedir, você tem uma semana. Como você vai resolver isso, não sei.

Ouvi passos e sai correndo para fora do restaurante.

Pov – Atena Chase.

Minha filha havia sido sequestrada, ou será que havia fugido? Eu me sinto horrível, se eu não cobrasse tanto dela quanto eu costumava cobrar, quem sabe ela ainda estaria aqui?

A cafeína em meu corpo já está fazendo efeito, não consigo parar de andar pela empresa.

– Senhorita Chase, se continuar assim vai fazer um buraco no chão. – Anuncia Afrodite entrando em minha sala.

– Eu não sei como você consegue ficar tão calma.

– E quem disse que estou? Talvez eu esteja atuando.

– Então me ensine a atuar também.

– Talvez quando tivermos tempo, Zeus está chamando nós duas a sala de reuniões.

~

– Isso foi tudo culpa sua! – Gritava para Poseidon.

– Culpa minha? Se você não tivesse pressionado tanto a sua filha talvez ela ainda estivesse aqui!

– Calem a boca! – Zeus grita.

Não mudo minha posição nem me recolho. Meu orgulho é o último que morre.

– Ok. – Zeus limpa a garganta. – Agora me respondam, de quem foi a ideia de fazer o baile?

– Sua. – Diz Hades revirando os olhos.

– Certo, mas quem deixou ele acontecer?

– Você. – Diz Deméter.

– Ok... Mas quem me apoiou?

Silencio.

– Vocês. Então vocês são os culpados.

– Uma ova. – Afrodite grita.

Todos olhamos pasmos para ela. Afrodite não é o tipo de falar palavrões ou ter ataques de raiva.

– Sabe, estou cansada dessas reuniões inúteis que temos só para um acusar o outro. Somos todos parte de uma filial, uma família. Todos erramos com os nossos filhos, agora querem repetir o erro?

Ninguém fala nada.

– Por favor, desculpe o palavreado, mas somos todos um bando de trouxas.

– Sempre pensei que eu fosse da Grifinó...

– Cala boca Poseidon. – Continua Afrodite, e eu dou um curto riso. – Os panfletos nem a polícia estão resolvendo alguma coisa. Vocês querem mesmo esperar que os sequestradores liguem? Até eles ligarem, o que vai acontecer com os nossos filhos? O que está acontecendo com eles agora?

– Afrodite tem razão. – Digo, e ela me olha surpresa. – Isso mesmo que vocês ouviram, concordei com ela. Todos aqui sabemos que o motivo mudarmos o estilo dos nossos filhos na festa, foi para que eles vissem seus companheiros neles mesmos, certo?

Todos concordam.

– E quem teve essa ideia ridícula mesmo? – Pergunta Hefesto, pai de Leo Valdez e dono da filial Oficina do Olimpo.

– Seu chefe, - responde Zeus.

Hades revira os olhos e Hefesto encolhe.

– Mas quem além de nós sabia disso?

– O que você está querendo dizer, Atena? – Deméter pergunta.

– Quem te passou essa ideia, Zeus? – Pergunto.

– Hã, eu que tive...

– Não minta para mim. – Lanço meu melhor olhar de medo.

– Recebi um e-mail. – Suspira Zeus. – Alguém por engano me convidou a uma festa a fantasia e eu tive a ideia daí.

– Você lembra qual era o e-mail da pessoa?

– Uma mistura de letras, acho que era tnkcst.

Como pensei.

– Os sequestradores te mandaram esse e-mail. Eles queriam desde o início sequestrar os oito, não apenas Percy e Annabeth.

– Ta, mas e as provas mostrando que eles queriam só os dois? – Disse Poseidon.

– Eles nos fizeram pensar isso.

– Mas, eu ainda não entendi porque eles precisaram que nossos filhos mudassem suas características. – Comentou Hades, pela primeira vez.

E essa questão eu ainda estava solucionando. Eu não sabia a resposta de mais uma pergunta. Isso estava me frustrando.