La Reine du Monde escrita por Laëtitia


Capítulo 6
Capítulo 6




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Teobaldo olhou para o ferimento causado pelo punhal, boquiaberto. Ele se afastou rapidamente.

"Ginevra...Gina...eu..." Murmurou, porém foi puxado por um de seus homens que havia visto a cena. Logo todos os Capuleto haviam ido embora.

Ginevra ainda estava surpresa com o que havia acabado de acontecer e pôs a mão sobre o ferimento. Os Montecchio comemoravam o fato dos Capuleto terem recuado. Benvólio e Romeu se abraçavam. Ela tentou andar até eles, porém a dor foi muito forte e ela foi obrigada a se sentar na escadaria mais próxima.

Ela viu Mercúcio cambaleando e rindo, enquanto apertava o estômago, chamando a atenção de Romeu e Benvólio.

"Uma praga nas suas famílias!" Gritou, se curvando de dor.

"Mercúcio, o que houve?" Perguntou Romeu. Mercúcio riu e se levantou com dificuldade.

"Eu...fui ferido" Grunhiu. Benvólio e Romeu se entreolharam.

"Como assim ferido?" Benvólio riu, como se não acreditasse.

"Ah, não foi nada, só um arranhão, não tão fundo quanto um poço e não tão largo quanto a porta de uma igreja" Deu alguns passos e caiu, sendo amparado por Benvólio, que levantou sua camisa, revelando um ferimento que sangrava mais e era mais profundo do que o de Ginevra.

Isso fez com que ela se colocasse de pé em um pulo e andasse para ajudar ele, o que apenas a fez cair no chão também. Romeu se virou para ela.

"Gina, você também?" Perguntou, a ajudando a se levantar. Ela acentiu com a cabeça. Mercúcio se arrastou até ela, irritado.

"Porque fez isso? Idiota, você se colocou em risco" Brigou com ela, que apenas revirou os olhos.

"Eu tentei salvar você" Disse. De repente Mercúcio se contorceu de dor. Ginevra o abraçou, fazendo com que parasse de tremer.

"Benvólio, chame um cirurgião, um médico, qualquer coisa" Pediu. Porém Mercúcio tentou se levantar novamente.

"Não, não, não é preciso" Falou. Ginevra tampou sua boca com a mão.

"Vá logo Benvólio!" Disse mais desesperada, fazendo o loiro sair correndo.

"E você Romeu? Por que foi enfrentar Teobaldo? Você sempre foi atrapalhado não é?" Mercúcio tentou fazer piada, porém ninguém riu.

"Desculpe" Murmurou Romeu, porém Mercúcio se levantou e apoiou-se em Romeu. Ginevra fez esforço também para ficar de pé.

"Não peça desculpas. Apenas crianças se desculpam. E Julieta precisa de um homem" Disse abraçando o amigo, e manchando as roupas de Romeu com sangue.

"Ah, Julieta. Ame-a Romeu, ame-a com toda sua alma, com toda sua força." Andou mais um pouco e caiu de joelhos, ao lado de Ginevra, que o deitou sobre suas pernas, acariciando seu cabelo.

"Procurem por mim amanhã e me encontrarão em um túmulo" Sussurrou. Ginevra começou a chorar e beijou seus lábios, fazendo com que Romeu soltasse uma exclamação de surpresa.

"Não ouse morrer agora Mercúcio" Pediu, fazendo-o rir com dificuldade. Romeu sentou-se do outro lado de Mercúcio.

"Estou morrendo na poeira, mas pelo menos estou em seus braços" Se virou para Romeu.

"Romeu, meu irmão, o que fará sem mim agora? Estou morrendo para que viva, mas não viverá." Pôs a mão na bochecha do amigo, que também começava a chorar.

Mercúcio se levantou, forçando os outros dois a se levantarem também para segurá-lo caso caísse. Ele olhou para o céu e Ginevra pode ver lágrimas se formando em seus olhos e ela correu para limpá-las quando caíram.

"Estou indo para o outro lado e irei esperar vocês lá. Continuem sua guerra, mas continuem sem mim." Fechou os olhos por alguns segundos e os abriu novamente, sorrindo.

"Estou morrendo na poeira, mas estou morrendo como um rei" Segurou a mão de Ginevra e a beijou.

"Eu te amo" Ela sussurrou. Um grande sorriso apareceu no rosto de Mercúcio, que se enclinou para beijá-la porém perdeu o equilíbrio e caiu, se segurando em Romeu e o abraçando.

"Faça um favor para mim, meu irmão. Cuide de Ginevra. E lembrem-se sempre de mim. Ah, Romeu...Romeu..." Sussurrou, caindo para trás e se chocando com Ginevra, que o segurou e se sentou com a cabeça de Mercúcio no colo. Os olhos do mesmo fechados.

O choro de Romeu aumentou. Ginevra cobriu a boca com as mãos e a cada soluço que dava ela podia sentir seu ferimento doer cada vez mais.

Benvólio apareceu na esquina da rua próxima de onde eles estavam.

"O cirurgião já foi avisado e está preparado, Mercúcio e Ginevra serão atendidos-" Parou assim que viu os dois junto ao corpo de Mercúcio. Benvólio correu até eles.

"É tarde demais" Ginevra murmurou, abraçando Benvólio, que começou a tremer e aos poucos lágrimas foram escorrendo por suas bochechas.
Romeu beijou a testa de Mercúcio.

"Quem saberá um dia quanto amor você tinha, Deus, a vida na terra é um inferno" Romeu sussurrou.

Ginevra notou movimento próximo a eles e viu Teobaldo se aproximando. Ela pode ver arrependimento e vergonha em seu olhar. Ele olhou para o corpo de Mercúcio e depois para Ginevra, o que fez com que o rosto dele se contorcer, o que sempre acontecia sempre que ele ia chorar. Teobaldo se aproximou mais ainda.

Romeu também o havia visto e agora sua respiração estava mais rápida e seu rosto vermelho de raiva.

"Teobaldo, Teobaldo!!" Gritou enfurecido. Pegou o punhal utilizado para ferir Mercúcio e Ginevra que estava no chão próximo a eles e correu até Teobaldo, que nem ao menos teve tempo de se defender, sendo apunhalado duas vezes por Romeu no estômago.

"Teobaldo! Teo!" Gritou Ginevra, se levantando e correndo aos tropeços até o corpo do irmão. Porém este já não se mexia mais. Ela se abaixou e abraçou seu corpo.

Romeu olhou para as próprias mãos e largou o punhal, assustado com o que acabara de fazer.

"Romeu, Ginevra! Ele está vivo" Benvólio gritou, chamando a atenção dos dois. Romeu se aproximou e se abaixou, colocando o ouvido no peito de Mercúcio.

"Ele está vivo, o coração está batendo e ele está respirando! Temos que levá-lo para o médico" Exclamou.

Ginevra não queria abandonar o corpo do irmão, mas viu que seus tios e alguns servos estavam vindo para a praça. Se levantou com dificuldade, indo até Romeu e Benvólio e os ajudando a levantar Mercúcio.

Romeu pegou Mercúcio no colo e Benvólio deixou Ginevra se apoiar nele para que não caísse enquanto caminhava. Conforme iam se afastando, conseguiram escutar a tia de Ginevra gritando ao ver Teobaldo.

"Foi ele, foi aquele Montecchio, Romeu. Ele matou Teobaldo. Vão atrás dele, ele está indo embora" Sua tia gritava. Ginevra parou, obrigando Benvólio a parar também.

"Minha tia não irá descansar até conseguir pegar Romeu. Vão na frente, vou tentar atrasá-los" Insistiu. Romeu parou, se virando para ela.

"Tem certeza?" Perguntou. Ela assentiu.

"Tenho. Tentarei encontrar vocês esta noite, na mansão dos Montecchio" Disse. Benvólio lhe beijou a testa e seguiu com Romeu, deixando Ginevra para trás. Ela andou até seus parentes, tentando evitar olhar para o corpo do irmão.

"Ginevra, querida, você está bem?" Sua tia correu para abraçá-la assim que a viu se aproximando. Ginevra negou com a cabeça e olhou para baixo, para o ferimento em seu abdômen.

"Oh Deus, o que aconteceu?" Perguntou. Ginevra nada disse, e seu tio, que estava examinando o corpo de Teobaldo foi até ela, colocando as mãos em seus ombros.

"Quem fez isso? Foi aquele Montecchio maldito? Foi ele quem lhe feriu?" Perguntou furioso.

"Não tio, foi Teobaldo." Todos ficaram em silêncio e sua tia pareceu surpresa.

"Teobaldo? Mas como?" Perguntou. Ginevra respirou fundo.

"Houve um desentendimento entre Mercúcio Escalus e meu irmão, Romeu Montecchio entrou no meio da briga. Teobaldo estava pronto para apunhalar Romeu e Mercúcio entrou na frente." Explicou.

"Mas se o senhor Escalus entrou na frente, porque você foi atingida?" Seu tio indagou.

"Porque eu entrei na frente dele." Confessou. Ele e sua tia se entreolharam.

"O que a levou a fazer isso Ginevra?" Quis saber. Ginevra riu com escárnio.

"Ele era meu amigo" Murmurou. Sua tia fez carinho em seus cabelos.

"Como assim era? O que houve com o jovem Mercúcio?" Perguntou.

"Está morto" Mentiu, mas as lágrimas que agora escorriam de seus olhos eram verdadeiras.

"Ah Ginevra, vamos para casa, o médico irá cuidar de seu ferimento." Ela foi obrigada a assentir e seguir seus tios, alguns criados mais atrás carregavam o corpo de Teobaldo.

Ao chegarem em casa, Ginevra foi encaminhada para seu quarto por um médico, que iria tratar dela. Nem seu ferimento era tão doloroso quanto ter que passar pelo quarto de Teobaldo, com a porta aberta e se dar conta de que ele nunca mais dormiria naquela cama.

O médico limpou a ferida e deu alguns pontos, depois enfaixou todo seu abdômen. Durante todo o procedimento, Ginevra não conseguia parar de pensar em Mercúcio.

O doutor terminou e saiu do quarto, a deixando sozinha com seus pensamentos.

Não muito depois ela ouviu alguém bater diversas vezes na porta. Ela mandou a pessoa entrar e logo Julieta abriu a porta e entrou correndo, se jogando na cama e chorando como Ginevra nunca a havia visto chorar.

"O que houve?" Perguntou se sentando com dificuldade, já que as ataduras estavam muito apertadas. Julieta a abraçou.

"Conde Páris me pediu em casamento. E eu fui obrigada a aceitar" Falou entre soluços. Ginevra correu seus dedos pelos cabelos de Julieta.

"E o que você vai fazer?" Inqueriu Ginevra.

"Não sei, eu não posso me casar com Páris, eu já sou casada!" Se desesperou, passando a mão pelos cabelos.

"Eu não sou boa em dar conselhos, você sabe disso" Julieta assentiu e enxugou as lágrimas dos olhos.

"Eu vou falar com o Frei Lourenço. Foi ele quem casou Romeu e eu. Ele deve saber o que fazer" Se despediu da prima e saiu do quarto, deixando Ginevra sozinha novamente.

Ela não teve outra opção senão ler alguns livros para passar o tempo até a hora do jantar. Assim que deu seis horas, ela se levantou com dificuldade e foi para a sala de jantar.

Se sentou à mesa onde agora havia um lugar vazio ao seu lado, o lugar onde seu irmão costumava se sentar.

Ela pôde perceber o quão desconfortáveis seus tios estavam toda hora que olhavam para a cadeira vazia. Julieta de vez em quando olhava para a cadeira porém abaixava o olhar e se encolhia.

Julieta foi a primeira a terminar sua refeição e se retirou, Ginevra se levantou logo depois, porém seu tio lhe chamou.

"Ginevra, gostaria de conversar com você. Sobre seu irmão" Disse. Ginevra tremeu ao se lembrar de Teobaldo.

"Desculpe tio, mas estou muito cansada. Podemos conversar amanhã?" Deu uma desculpa. Ela realmente não estava preparada para falar do que havia acontecido com Teobaldo. Seu tio abriu um pequeno sorriso e concordou. Ginevra foi embora.

Ela conseguiu alcançar Julieta logo antes dela entrar em seu quarto.

"Julieta, falou com o Frei Lourenço?" Perguntou. Julieta se virou para ela, sorrindo.

"Sim, e eu tenho um plano. Ele me deu uma poção que faz com que meus batimentos cardíacos sejam retardados até que eu pareça estar morta. Eu vou enganar todos e quando acharem que morri, eu fujo com Romeu." Disse.

"E acha que isso dará certo?" Perguntou. Julieta assentiu.

"É a única maneira" Respondeu. Se abraçaram e cada uma foi para seu respectivo quarto.

Ginevra ficou deitada na cama, olhando para o teto e esperando pacientemente até parar de escutar os passos de criados pelos corredores.

Se os criados tiverem ido dormir, isso queria dizer que seus tios também já estavam dormindo. Esperou mais alguns minutos só por via das dúvidas e então se levantou rapidamente.

Ela trocou de roupa, tomando cuidado com as bandagens e saiu do quarto tentando fazer o máximo de silêncio possível, o que era difícil, já que a cada passo que dava, suas bandagens esfregavam contra o machucado, fazendo com que caminhar fosse bem doloroso.

Ela estava quase chegando próximo à porta quando deu de cara com a ama de Julieta.

"Ginevra, o que faz aqui a essa hora?" Perguntou em um sussurro.

"Vou visitar um amigo ferido. Ou melhor, ver se está vivo" Contou. Ela a abraçou.

"Ah, você vai ver aquele menino Escalus" Disse sorrindo. Ginevra a olhou confusa.

"Como sabe?" Perguntou. A ama sorriu.

"Eu vejo o amor nos seus olhos. Agora vá antes que mais alguém a veja aqui" Falou. Ginevra saiu e foi vagarosamente andando até a casa de Romeu e Benvólio.

Para chegar na mansão Montecchio, ela teve que passar pela Piazza delle Erbe e isso fez com que viessem à sua cabeça lembranças do duelo que havia acontecido naquele dia mais cedo.

Lágrimas vieram aos seus olhos porém ela as enxugou rapidamente, continuando seu caminho.

Chegando lá, bateu na porta e esperou alguém a atender. Logo Benvólio abriu a porta, suas roupas amassadas, olheiras embaixo dos olhos e o cabelo mais despenteado do que o normal.

"Ah, Ginevra, fiquei imaginando que horas você viria" Disse, a deixando entrar.

"Desculpa, fiquei esperando todos irem dormir. E então, como ele está?" Perguntou ansiosa. Benvólio deu uma pequena risada.

"O médico cuidou de Mercúcio assim que chegamos, por sorte o punhal não atingiu nenhum órgão, ele havia apenas perdido sangue. Ele ainda não acordou, porém a respiração dele está mais estável e os batimentos cardíacos mais acelerados." Explicou. Ginevra colocou a mão no peito, aliviada.

"Ele está no quarto de Romeu" Apontou para uma porta entreaberta que Ginevra reconheceu.

Quando eram pequenos era bem comum eles brincarem no quarto de Romeu, fingindo serem cavaleiros e Ginevra era sempre a princesa em apuros, o que a irritava na época, fazendo com que ela batesse em Benvólio por sempre sugerir essa ideia.

Ela adentrou o quarto, tomando cuidado para não fazer barulho.

Na cama, estava Mercúcio, com bandagens envolvendo todo seu peito, seus cabelos emolduravam seu rosto, causando um contraste entre o negro dos cabelos e o seu rosto pálido, que embora tivesse uma aparência doentia, estava melhor do que da última vez que Ginevra o havia visto.

Romeu estava dormindo encolhido ao lado dele na cama, segurando uma das mãos de Mercúcio. Do outro lado da cama, o sofá que costumava ficar encostado em uma das paredes havia sido puxado para perto da cama, e Ginevra presumiu que era ali que Benvólio havia passado a noite, cuidando de Mercúcio.

Benvólio se sentou em uma das extremidades do sofá e Ginevra na outra.

"E então, como você está?" Ele perguntou. Ela deu de ombros.

"Estou bem, meu ferimento foi superficial, um arranhão apenas. Nada muito grave" Disse. Benvólio bocejou e se espreguiçou.

"Pode dormir se quiser, eu ficou acordada" Ela sugeriu. Benvólio concordou e apoiou a cabeça no braço do sofá, pegando no sono rapidamente.

Ginevra segurou a mão de Mercúcio e lhe fez carinho, deitando a parte superior de seu corpo na cama. Não demorou muito para Ginevra adormecer ao som dos leves roncos de Benvólio e Romeu.

Ela porém foi subitamente acordada ao sentir algo em seu nariz. Ela abriu os olhos e viu Mercúcio ainda deitado com um sorrisinho no rosto cutucando seu nariz com um dos dedos.

"Bom dia raio de sol" Disse. Ginevra se endireitou no sofá, se espreguiçando.

"Bom dia? Ainda são cinco da manhã" Disse olhando o relógio.

"...você tem sempre que me cutucar no nariz?" Perguntou fazendo bico. Mercúcio riu levemente.

"Tentei acordar Romeu assim, mas ele apenas virou para o outro lado" Apontou para o amigo que ainda dormia. Ginevra pôs a mão na bochecha de Mercúcio e ele pressionou o rosto para mais perto da mão dela, fazendo um som de contentamento, quase como o ronronar de um gato. Ginevra deu risadinhas.

"Eles passaram a noite inteira aqui?" Perguntou. Ginevra assentiu.

"Não só a noite como o dia também. Eu cheguei algumas horas atrás." Disse.

"Como você está?" Perguntou. Ginevra riu.

"Você quase foi empalado e me pergunta se EU estou bem? Estou sim" Riu. Mercúcio arqueou a sobrancelha.

"Você definitivamente está andando demais comigo, está começando a ser irônica" Disse, fazendo a menina revirar os olhos.

"Então...você me ama?" Perguntou se referindo à confissão dela no dia anterior.

"Eu só disse aquilo pois achei que estava morrendo" Respondeu corando. Mercúcio revirou os olhos.

"Claro..." Disse. Ao lado de Ginevra, Benvólio estava começando a se mexer.

"Anda Benny, está na hora de levantar" Mercúcio chamou. Benvólio se sentou e esfregou os olhos, se assustando ao ver Mercúcio acordado.

"Mercúcio! Acordou?" Perguntou. Mercúcio apontou para si mesmo.

"Obviamente" Respondeu. Benvólio sorriu e se levantou, abraçando o amigo cuidadosamente.

"Como se sente?" Perguntou. Mercúcio deu de ombros.

"Digamos que não pretendo dormir por um bom tempo" Riu, porém começou a tossir. Benvólio se levantou, pegando um copo com água na escrivaninha e o entregou para Mercúcio.

"Bom, eu vou ver se já tem algum pão pronto no padeiro e trarei para o café da manhã. Juízo vocês dois" Falou Benvólio colocando seu sobretudo.

"Nós dois estamos feridos, você acha que temos condição de aprontarmos alguma coisa?" Perguntou Ginevra. Benvólio riu.

"Não dúvide do que Mercúcio é capaz" Disse saindo logo em seguida. Com o bater da porta, Romeu se mexeu um pouco. Mercúcio levou o dedo aos lábios, indicando que era para Ginevra fazer silêncio.

Mercúcio virou-se levemente de lado, com a cabeça acima da de Romeu e começou a sussurrar em seu ouvido.

"Romeu...Romeu..." O rapaz se mexeu um pouco mais, porém continuou dormindo. Mercúcio então fez cócegas no pescoço de Romeu, fazendo o mesmo se levantar em um pulo e cair da cama.

"Sempre funciona" Riu Mercúcio. Romeu se levantou, uma expressão de surpresa no rosto.

"Ginevra, olá, não a vi chegar" Disse indo até ela e a abraçando.

"Claro que não, você deitou aí e dormiu direto até agora." Falou cruzando os braços. Romeu coçou a parte de trás da cabeça.

"E você Mercúcio, está bem?" Perguntou.

"Ah, estou ótimo. Sabem, morrer é muito chato. Mas enquanto eu estava morto...não, morto não, dormindo. Sim, eu vi a Rainha Mab" Disse se sentando e se encostando na parede atrás da cama.

"Quem?" Ginevra perguntou curiosa. Romeu balançou a cabeça.

"Oh não, esta história de novo não..." Murmurou. Ginevra permaneceu confusa.

"Rainha Mab! Ora, mas você não a conhece? Ela é a rainha das fadas que visita as pessoas apaixonadas. Ela confunde seus cérebros, como o do nosso doce Romeu aqui" Explicou fazendo Romeu corar.

"Sim, mas se sonhou com ela quer dizer que ela o visitou também" Romeu disse. Mercúcio olhou para Ginevra e abriu a boca para responder alguma coisa porém a fechou novamente.

"Então, o que faremos daqui em diante?" Mercúcio perguntou, mudando de assunto.

"Não sei, os boatos já estão se espalhando por Verona. Todos acham que você morreu" Romeu respondeu.

"Garanto que o rei dos gatos está dando pulos de alegria com a falsa notícia" Mercúcio riu. Ginevra abaixou a cabeça e Romeu corou, olhando para as próprias mãos.

"O que foi que eu disse?" Mercúcio perguntou preocupado.

"Meu irmão está morto" Ginevra murmurou, ainda cabisbaixa.

"Eu o matei" Romeu disse.

"Romeu, não..." Ginevra começou porém foi interrompida.

"Não! Você viu, eu o matei. Eu não tive controle sobre mim mesmo. Eu sou um assassino" Romeu estava quase a ponto de chorar. Ginevra andou até ele e o abraçou.

Naquele mesmo momento, Benvólio entrou correndo no quarto, carregando uma cesta de pães.

"Romeu, preciso falar algo urgente para você" Disse ofegante, tentando recuperar o ar após ter corrido.

"Pois então fale!" Romeu disse impaciente.

"Tudo bem, é sobre Julieta"

"O que tem minha amada?" Romeu perguntou se preocupando.

"É melhor se sentar Romeu...Julieta está morta" Contou. Romeu que havia acabado de se sentar, levantou-se rapidamente, os olhos arregalados.

"Mas...como?" Perguntou.

"Enquanto eu caminhava para a padaria, vi a procissão dos Capuleto indo para a Igreja carregando o corpo dela. Sua mãe e sua ama choravam" Explicou.

Ginevra ainda tentava compreender o que Benvólio havia falado, algo estava muito errado.

"Preciso vê-la" Disse Romeu.

Ele calçou suas botas e saiu rapidamente, deixando Mercúcio, Benvólio e Ginevra sozinhos no quarto.

"Algo está muito errado" Ginevra disse. Os dois olharam para ela.

Ginevra então ouviu um clique em sua cabeça. Ela se lembrou do que a prima havia dito, da poção que havia pego com o Frei e que a faria parecer morta para que ela pudesse fugir com Romeu. Ginevra então se desesperou.

"Oh, merda!" Disse saindo do quarto, Benvólio seguindo logo atrás dela.

"Aonde vai?" Perguntou.

"Procurar Romeu, e avisá-lo que Julieta não está morta antes que ele faça alguma besteira" Respondeu já do lado de fora da mansão.


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Notas finais do capítulo

Sim, nessa fic o Mercúcio vive porque ele é meu personagem favorito e eu não quero matá-lo jdshfksjdh



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