Late In Paris escrita por Gabi P


Capítulo 1
Minha irmã é louca


Notas iniciais do capítulo

Hey heeeey! Pode acreditar, você já tem todo o meu respeito e admiração só por clicar no primeiro capítulo. Estrelinha na sua testa, leitor(a) lindinho(a) ♥ E, gente, você sabem como são primeiros capítulos, né? Prévia da história, apresentando a vida dos personagens e tal... Se estiver muito chato, me avisa, mas não precisa abandonar ainda, viu? Prometo que vai ficar ainda mais legal depois :D Boa leitura!



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— Droga, Crys! Eu não posso ir, você está me botando contra a parede! — gritei ao telefone, sentando no sofá pela milésima vez. Meus pés já doíam pela minha mania de andar em círculos. Ainda mais com um telefonema estressante como esse.

— Mas é a sua afilhada, se você não for, ela vai ficar devastada!

— Não vai não, você é a mãe dela e vai estar lá.

— Ela te adora, Cassie! — minha irmã retrucou. — A Lily vai ficar muito triste se você não a ver se apresentando. Eu vou, é óbvio, mas você tem que ir também.

— Crystal! — levantei de novo, já me aborrecendo novamente, nesse ritmo a gente só ia desligar amanhã. — É a sua filha, eu não tenho obrigação de ir às apresentações dela, você que tem. E, olha, eu sei muito bem que você só vai chegar no meio porque “tinha que trabalhar”, e só por isso quer que eu vá.

— Mas... — ela suspirou. Depois ouvi um ruído no outro lado da linha.

— Crys? Você tá aí? — apertei o celular com mais força contra minha orelha, ele já estava quente, então troquei de lado. — Crys!

— Tia Cassie? — uma voz de criança respondeu. Droga, eu deveria ter suspeitado que minha irmã jogaria tão baixo.

— Ah, oi, Lily, tudo bom? — respondi, sorrindo o mais aberto que eu podia, mesmo sabendo que ela não podia me ver. Acho que isso faz minha voz ficar mais convincente, sei lá.

— Tudo sim!

— Ótimo, posso falar com sua mamãe?

— Mãe, ela quer falar com... — fez uma pausa — Ah, sério? Tia, a mamãe disse que você vai me ver na apresentação de balé, é verdade?

Suspirei. Óbvio que ela disse.

— Claro que vou, Lily, não perderia por nada!

— Mas você não disse que tinha que viajar? Você não vai ver o casamento da tia Ann em Paris?

— É, mas eu posso viajar depois da apresentação, querida, tudo bem.

— Ah, que legal! — eu podia a ouvir pulando. — Então te vejo amanhã!

— Claro que sim, anjo, beijo! A tia Cass te ama.

— Também te amo!

Então ela desligou.

Amaldiçoei Crystal baixinho, ela sabia que eu não conseguia dizer um simples “não” para a Lily. Perfeito, porque eu também não consigo dizer “não” para a Ann, e eu vou ter que dar a tremenda notícia que talvez eu chegue atrasada em Paris. Porque todos os voos para amanhã estão lotados, e sim, eu tinha checado. Como se a Anna não tivesse problemas demais na cabeça... droga, eu era a madrinha principal!

Olhei no relógio: 14:05, o Jayden estava meia hora atrasado para irmos almoçar. Acho que ele vai viajar amanhã, então até ele vai chegar a tempo para o casamento e eu não. Eu sou a pior melhor amiga da noiva de todas, era para eu estar indo hoje, só faltam três dias. E, que maravilhoso, eu teria que ligar para a Ann hoje de noite, e ela com certeza vai me matar.

Meu celular tocou de novo. Atendi, já me preparando para gritar com a Crystal.

— Cass, você não vai descer nunca?

Ele já estava lá em baixo? Não bastava ser a pior melhor amiga para a Anna, eu tinha que deixar o Jay esperando todas as vezes, droga, não era por querer. Soltei um gritinho frustrado, pegando minha bolsa em cima do braço do sofá. Fechei a porta cuidadosamente — já que meus vizinhos sempre me lixavam nas reuniões do condomínio por “bater portas” — e a tranquei, indo pra as escadas. É, eu não tinha tempo para elevador.

— Desculpa, esqueci que o interfone está quebrado, Jay — falei ao telefone.

— Isso não é desculpa, eu estava buzinando aqui na rua há dez minutos, e seu celular só dava ocupado.

Fui até o portão do prédio e o avistei do outro lado da rua. Desliguei o celular.

— Eu estava brigando com minha irmã, foi mal — eu disse, fazendo minha melhor cara de “pelo amor de Deus, não me odeie”.

— De novo? Me apresentar a ela que é bom, nada, né? — ele riu, fingindo estar magoado. Era só falar de mulher que ele já esquecia todos os problemas. Tenho que lembrar disso da próxima vez que estivermos brigando.

— Você conhece ela, você já jantou com minha família, tipo, várias vezes.

— Ah, é. Droga, eu podia ter conhecido ela melhor antes, não?

— Jayden, ela é casada. E você tem namorada! — respondi respirando fundo, enquanto me acomodava no banco do carona.

— Mas ela era ano passado? — ele perguntou, confuso.

— Era.

— Mas quando eu a vi naquele bar e te perguntei quem era, lembra? Isso foi...

— Há muito tempo, Jay! Estávamos na faculdade, seu idiota.

— Ah, foi! — ele exclamou, parecendo se lembrar — Eu tinha estudado para cacete nesse dia, aí a gente foi no bar para esfriar a cabeça e...

— É, faz tempo, agora podemos ir? Estou morrendo de fome.

Ele riu, enquanto dava a partida.

— Como sempre, Cassie.

— Você está me chamando de gorda? Tá parecendo a Crystal! — bufei, era só o que minha família sabia dizer. Também, me comparando com minha irmã naquele corpo magricelo, fica difícil.

— Foi por isso que vocês brigaram?

— Não, ela me obrigou a ir à apresentação de balé de Lily.

— Quem é Lily?

— Minha afilhada, Jay, eu já te disse várias vezes. Ela é filha da minha irmã.

— Pera, a Crystal tem filha?

Suspirei.

— Jayden! Você conhece minha família! Lembra? Você a viu quando ela tinha três anos, você deu os cookies que tinha no bolso para ela e Crys ficou uma fera.

Ele riu.

— Por que eu sempre me esqueço dessas coisas?

— Porque você tem a memória de um peixe.

— Ei, eu me lembrei de comprar as passagens para o casamento da Ann, e ela entregou o convite tipo há dois meses, ou algo assim.

Olhei para baixo, mordendo o lábio inferior. Por que ele tinha que falar nisso? Por que todo mundo só sabia falar nisso?

— Talvez eu só chegue depois de amanhã, Jay. E de noite.

Ele me encarou por dois segundos, depois voltou a prestar atenção na rua.

— Por quê? O casamento é depois de depois de amanhã — ele fez uma pausa, se enrolando — Ah, você entendeu, daqui a três dias. A Ann não está uma fera com você, não?

— Eu não contei ainda. Foi por isso que eu estava brigando com minha irmã, Lily tem uma apresentação de balé amanhã e eu tenho que ir.

— Por que você “tem que ir”? A menina só tem o quê? Dois anos, nem vai notar.

Ela tem cinco, Jayden.

— Ah, é. Então é melhor você ir se preparando para o sermão — constatou, sem tirar os olhos da rua.

— Vou ligar para ela hoje à noite. É capaz até de ela me tirar como madrinha, vai pirar com minha cara.

— Disso eu não tenho dúvidas. Lembra quando aquele cara do ginásio...

— Esqueceu o aniversário dela? — ri — Claro que lembro, ela terminou com ele e ainda o chutou bem no...

— É, foi hilário vê-lo rolando no chão.

— Pelo menos não tem como ela me chutar por telefone — dei de ombros.

— Olha, do jeito que é estressada, eu acho que ela arranja um jeito de enviar por correio — ele estacionou perto do restaurante e puxou o freio de mão, desligando o carro — E nós chegamos.

— Jay, você não disse que ia almoçar com a Emily hoje? Porque mudou de ideia?

— Ah, ela arranjou outro compromisso — respondeu despreocupado, saindo do carro.

O segui. Ele estava com aquela cara de novo, como se quisesse fingir que estava tudo bem.

— Brigaram? — perguntei e cruzei os braços.

Jayden me encarou por um tempo. Entortou a boca, sabia que não poderia mentir para mim.

— Mais ou menos... a gente discutiu.

— Ah, mas está tudo bem, certo?

— Claro — deu de ombros. — vamos, hoje eu pago.

Balancei a cabeça negativamente, sorrindo. Dessa vez eu com certeza ia pagar.

— Da última vez a gente dividiu, Cass! — Ele afirmou.

— É, mas... fui promovida! — cantarolei.

— Sério? Parabéns, senhorita colunista.

— Não, não. Agora eu sou a mais nova diretora criativa, tenho até porta com meu nome! — Dei pulinhos.

— Caramba, essas novidades você nem me conta, dona Cassie?

— É, eu queria falar pessoalmente e você está sempre ocupado — revirei os olhos e fiz bico, fingindo mágoa.

— Sem desculpas, você não fala mais comigo porque não quer.

— Certo, você vai ser o primeiro a saber da próxima novidade. Agora vamos logo, estou com fome. E eu pago! — Fui andando até a porta.

— Eu acho que a gente vai acabar rachando de novo — ele respondeu, balançando a cabeça e me seguindo.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Se gostaram, comentem! E se não gostaram, comentem também, e digam como eu posso melhorar, viu? Vou responder todos os reviews, não se preocupem! Até o próximo ♥



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