Meu corpo todo parecia tremer em nervosismo. Eu observava os convidados chegarem lá embaixo e cada vez mais parecia que o nervosismo aumentava. Quando eu contei para os meus pais a reação dos dois foi bem diferente uma da outra. Papai ficou desconfiado e nos encheu de perguntas, já mamãe ficou histérica e, usando seu super poder de convencer as pessoas, nos convenceu de fazer o casamento na casa deles. E eu particularmente adorei.

Falando em histeria a reação da Kath poderia ser resumida apenas nessa palavra. Alem de reagir desse jeito apenas por saber sobre o casamento ela ficou mais histérica ainda quando contamos que havíamos decidido que ela e Luke seriam nossos padrinhos. Kath não nos deixou discutir e disse que organizaria o casamento, coisa que ela fez super bem. Até mesmo a empresa de organização que mamãe havia contratado achou o trabalho dela ótimo e a convidou para trabalhar no lugar e agora temos uma organizadora profissional entre nós.

A decoração estava impecável. Rosas brancas e douradas decoravam o jardim e as mesas dos convidados. Um tapete branco levava até uma construção decorativa que serviria de altar, ao redor do tapete cadeiras brancas estavam dispostas de uma forma perfeccionista e quase todas estavam ocupadas.

– Posso entrar? – escutei a voz da minha mãe e a porta sendo aberta. Virei-me para ela e ela sorriu, ficando com os olhos marejados. Sorri e andei até ela, abraçando-a.

– Não chora mãe. – eu disse me segurando para não chorar.

– Desculpe querida. – ela sorriu se afastando e eu sequei uma lagrima que escorreu em sua bochecha. Ela fungou e acariciou meu rosto. – Você está tão linda. Estou muito orgulhosa de você meu amor.

– Obrigada. – sorri para ela. A porta abriu de novo e meu pai entrou tendo, basicamente, a mesma reação da minha mãe. Andei até ele e o abracei. Papai retribuiu, apertando-me com força, como fazia quando eu era criança. – Você também não pai. Vão me fazer chorar.

– Ah meu bem, você está maravilhosa.

Sorri envergonhada e corei. Meus pais tinham esse jeito de me fazer me emocionar e sempre que eu estava junto deles eu me sentia feliz de um modo que não conseguia explicar.

– Eu vou descer lá para baixo. Vocês fiquem prontos, ok? – mamãe disse e tanto eu quanto meu pai assentimos. Depois de um tempo papai ficou ao meu lado, enganchando seu braço no meu.

– Pronta?

– Pronta.

Andávamos calmamente e quando chegamos ao começo do corredor branco eu o vi. Adam estava de cabeça baixa e quando a marcha nupcial começou e todos os convidados olharam para mim ele levantou a cabeça e seus olhos azuis profundos se prenderam nos meus. Um sorriso torto apareceu enquanto eu andava até ele. Não existia mais nada alem de nós dois e eu soube que tudo o que passamos, tudo o que sofremos valeu a pena, por que agora eu o teria ao meu lado e nada, nada mesmo iria atrapalhar o nosso amor.

– Cuide bem dela. – meu pai disse apertando a mão de Adam quando chegamos ao altar. Adam assentiu sorrindo e meu pai saiu. Adam segurou minha mão e me trouxe para perto dele.

– Você esta linda. – ele sussurrou no meu ouvido e meu corpo todo se arrepiou. Sorri para ele antes de me virar para o padre.

. . .

– Você aceita Adam Bennet como seu futuro marido? – o padre perguntou e eu olhei para Adam que arqueou uma sobrancelha e sorriu de lado, como se me desafiasse.

– Aceito. – eu disse e ouvi as comemorações dos convidados, fazendo com que eu e Adam rissemos.

– Pode beijar a noiva. – o padre disse e Adam sorriu, beijando-me. Mais gritos e palmas foram ouvidas, mas eu não prestei atenção, tudo o que importava é que eu e Adam agora éramos definitivamente um casal.

– Me concede a honra? – Adam perguntou quando a musica que eu dançava com meu pai acabou. Assenti e meu pai se retirou. Adam segurou minha cintura e uma das minhas mãos, conduzindo-me na dança. – Só dançou comigo agora Senhora Bennet?

– Você que só me procurou agora. – eu disse e ele riu, jogando-me para trás e me puxando de volta, fazendo com que nossos corpos ficassem colados. Estreitei os olhos para ele que riu, fazendo-me corar.

– Adoro isso.

– Isso o que? – perguntei confusa.

– O jeito que você fica corada quando eu me aproximo de você. – ele disse e eu sorri envergonhada. – A primeira vez que a gente se viu você também corou e isso me fez me apaixonar ainda mais por você.

– Ainda mais? Então quer dizer que você já estava apaixonado por mim? – perguntei e Adam sorriu de lado.

– Me apaixonei por você no momento em que vi uma foto sua quando seu pai me contratou. – ele se aproximou e sussurrou no meu ouvido: - E me apaixono cada dia mais.

– Desculpa atrapalhar casal, mas eu preciso da noiva. – Kath chegou ao meu lado e agarrou meu braço, me separando de Adam que riu. – Ta na hora do buque Luce.

Sorri e a acompanhei até o pequeno palco. Kath, Anne e Lisa se arrumaram na primeira fila, sendo seguidas por varias outras garotas. Passei os olhos pelo lugar e vi Luke, Carter e Lucas sentados em uma mesa com expressões apavoradas. Ri e virei-me de costas para elas.

– É um, é dois e é três. – ouvi um coro na ultima palavra e joguei o buque para trás.

– Isso! – Kath gritou, levantando o buque o mais alto que podia e acenando para Luke que estava tão branco que parecia que ia desmaiar.

– Parabéns. – a abracei e andamos até a mesa onde os rapazes estavam. – Aí Luke, você vai casar com ela não vai? – perguntei e senti Kath ficar tensa ao meu lado. Luke sorriu divertido para a namorada se levantando e indo até ela.

– É claro que vou. – ele disse beijou Kath. Nós gritamos e batemos palmas, fazendo Kath bater com o buque na pessoa mais próxima dela, que no caso era eu.

– Até parece que você fez de propósito. – senti Adam me abraçar por trás e apoiei minha cabeça em seu ombro.

– Confie em mim, de mira eu não entendo. – eu disse e nós dois rimos. – Talvez seja o destino dos dois.

– É, talvez. Só espero que os filhos deles não herdem a loucura dos dois. – Adam disse eu ri. Virei-me para ele que me encarou com um sorriso pequeno nos lábios. – O que foi?

– Nada, só estou feliz. – eu disse e ele sorriu me beijando. Aquilo era tudo o que eu queria e precisava.

1 ano depois:

Encarei o teste em minhas mãos ainda sem acreditar. Esse era o quarto teste que eu fazia e que dava positivo. Coloquei a mão sobre minha barriga, todos aqueles enjôos e mal estar que eu vinha tendo tinham um motivo. E não existia um motivo melhor.

Ouvi a campainha tocar e desci até o primeiro andar da casa. Eu e Adam havíamos nos mudado a um mês para uma casa maior. Parece até que prevíamos o que ia acontecer.

– Finalmente. – Kath disse quando eu abri a porta para ela. – O que foi? Parecia tão ansiosa no telefone. - Sorri e mostrei os testes para Kath que primeiro ficou sem reação e depois gritou, me abraçando com força. – Oh Meu Deus, Oh Meu Deus. Parabéns! Eu vou ser madrinha né?

– Madrinha de que? – ouvi Adam perguntar e congelei. Kath me largou e pegou a bolsa que tinha jogado no chão.

– É... eu vou indo. – ela sorriu amarelo e foi até a porta, passando por Adam e dando um tapinha em seu ombro. – Parabéns.

– Parabéns pelo que? – Adam me olhou confuso quando Kath saiu. Essa garota ainda não perdeu a mania de contar as coisas, mesmo sem querer.

– Eu acho que não foi uma idéia tão ruim assim a gente se mudar. – eu disse e Adam me olhou ainda mais confuso. – Acho que vamos mesmo precisar de mais espaço.

Sorri de lado para Adam que me encarou sem reação. Seu olhar foi para a mesinha de centro onde Kath havia jogado os testes.

– Você... Você esta... – assenti e ele sorriu, vindo até mim e me abraçando, rodando-me no ar. – Você me fez o homem mais feliz do mundo.

Ri e ele me beijou. Eu nunca tinha pensado que um dia podia ser mãe e agora eu me sentia insegura. E se eu não fosse boa mãe? Mas ao ver o sorriso de Adam eu sabia que tudo iria dar certo. Por que eu teria a pessoa que mais amo ao meu lado.