Found you escrita por TheRainbowFlash


Capítulo 1
Capitulo antigo [Pode ser ignorado]


Notas iniciais do capítulo

Antigamente, la em 2014, eu criei uma historia que era pra ser sobre A-ya e C-ta, essa nova história vai manter o mesmo objetivo, mas vai ser narrada de um modo diferente para poder ter mais emoção.



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Cap 1

Ouço o sinal bater e as pessoas indo embora, mas não faço nenhum movimento. Continuo sentado em minha carteira fingido que estou dormindo até que a ultima pessoa saia. Mesmo sozinho continuo parado, ouço passos no lado de fora da sala e conversas diminuindo conforme se afastam.

Depois de alguns minutos decido levantar e pegar minha mala para sair da sala, quando o faço, viro-me para a janela, está quase anoitecendo. Saio da sala fechando a porta atrás de mim e faço meu caminho até a antiga escola.

Não há quase ninguém à minha volta, conforme vou me aproximando da antiga escola os alunos restantes e suas conversas vão diminuindo até o ponto e que não vejo e ouço mais nada. Subo até a sala no segundo andar em que sempre vou e abro a porta.

Desde que entrei para o ensino médio tenho vindo cada vez mais para esta sala, é a sala do clube de musica que fica na antiga escola, um prédio em que foi abandonado há quase dez anos e esquecido assim que o novo prédio foi construído.

“Hey” Digo assim que percebo que não estou sozinho.

“Bem vindo, A-ya.” C-ta olha para mim e sorri.

“O que faz aqui?” Pergunto sem o olhar, sentando-me na carteira mais perto de mim e abrindo o antigo diário que estava em minha mala.

O encontramos naquela mesma sala há um tempo, nele há vários rumores que nunca escutamos e isso me deixou interessado. O que mais me motivou a guarda-lo foi o fato de que, na ultima pagina que conseguimos ler, as pessoas disseram que haviam conseguido o lendário livro.

“O mesmo que você.” Ele responde chamando minha atenção conforme anda em minha direção e para na minha frente “Achou algo legal nesse diário?”

“Nada demais” Digo procurando pela ultima pagina e mostrando a ele “Vamos tentar isso?”

“Hm? O que é isso?” Ele pega o diário para ler.

“Podemos chamar B-ko e aquela amiga dela” Digo, recebendo um olhar de C-ta “O que foi?”

“Nada... Por quê?”

“Você leu, não leu? Precisamos de pelo menos três pessoas para podermos começar”

C-ta coloca o livro, ou melhor, joga o livro na minha cara se virando e pegando sua mala. Guardo o livro com cuidado em minha mala e abro a boca para reclamar com C-ta quando o vejo saindo da sala sem dar uma única palavra.

Confuso, pego minha mala e levanto em sua direção fazendo-o diminuir o passo assim que percebe que estou tentando acompanha-lo. Olho para ele tentando recuperar um pouco o fôlego antes de falar.

“O que foi?”

“Hm?” Ele me olha confuso.

Olho de volta, sabendo que ele não irá me responder pego meu celular e o abro começando a escrever sobre possíveis boatos que eu vou inventar futuramente.

“Nada” Digo a ele, olhando-o pelo canto do olho por alguns segundos apenas para vê-lo ficar sério e olhar para frente.

Eu não sou de admitir, não, na verdade eu nunca me importei com algo do tipo, mas pode-se dizer que C-ta é meu melhor amigo, o conheço desde pequeno e sempre andamos juntos, não que ele tenha tido muita escolha, nossas mães são conhecidas e somos vizinhos.

Desde pequeno minha mãe me arrastava para a casa de C-ta e então passávamos horas brincando. Com o tempo acabamos nos tornando melhores amigos, meu quarto e o quarto dele têm vista um para o outro e como as casas são separadas por uma grande árvore, se quiséssemos brincar sem ter que sair era só subirmos os galhos e andarmos até a janela do outro.

C-ta sempre foi o tipo de pessoa que se importava com o que os outros pensavam dele, o tempo que passei com ele me fez perceber que ele tentava sempre agir de modo que fosse bem falado, mas nem tanto. Também, com o tempo, percebi que havia varias situações em que ele tentava me livrar de ter inimigos.

“A-ya.” Tiro os olhos do meu celular. “Chegamos.” C-ta aponta para a minha casa.

“Ah,” Digo fechando meu celular e o guardando.

C-ta sorri e acena para mim entrando logo em seguida em sua casa e fechando a porta. Permaneço parado por alguns segundos antes de ir até a porta da minha casa e parar em frente a ela.

“C-ta esta agindo estranho” Resmungo. Não que seja algo anormal, desde que B-ko e D-ne começaram a encontrar conosco percebi uma mudança na atitude de C-ta.

Abro a porta, tiro meu tênis e vou direto ao meu quarto. Meus pais trabalham até tarde e saem cedo de casa, devido a isso às vezes eles nem voltam e ficam em algum lugar mais perto de seu trabalho. Tenho que admitir que talvez seja meio solitário. Abro a porta do meu quarto e deito em minha cama encarando o teto por alguns segundos.

“Amanhã é fim de semana...” Digo como um sussurro.

Isso é algo que me deixa desapontado. Não que eu goste da escola, eu não me interesso por nada disso, mas gosto de espalhar boatos e vê-los crescer conforme as pessoas vão contanto para a próxima.

Viro o rosto a direita, sentando-me um pouco e olhando para minha janela que esta fechada, consigo ver perfeitamente o C-ta sentando-se em frente a seu computador. Depois de alguns segundos ele vira seu rosto e acena para mim, o encaro em resposta e então me viro para o outro lado pegando o controle perto do meu travesseiro e ligando a Tv.

Não tem nada de interessante passando, mas continuo mudando de canal até desistir e deixar em algum tipo de filme de terror. Fico observando o filme sem prestar atenção em quase nenhuma das falas quando escuto um barulho atrás de mim.

Sento direito, olhando para janela e vendo C-ta no galho da grande arvore com duas vasilhas e talheres. O encaro confuso e me levanto destrancando a janela e levantando-a para ouvir o que C-ta tem a dizer.

“Poxa, é triste que você ainda tranque isso.” Ele diz entrando no meu quarto e andando em direção á minha cama.

“Se eu não o fizer, você vai ficar entrando durante a noite e mexendo nas minhas coisas. Isso é assustador.” Digo me sentando em frente a ele e pondo meu travesseiro entre meus braços.

“Ah,” Ele ri “Eu só fiz isso uma vez quando éramos crianças, você nunca vai se esquecer?”

“Eu acordei e você estava usando minhas roupas e brincando com minhas meias” Digo vendo-o ficar corado.

“Esqueça isso. É constrangedor”

“É assustador”

“A-yaaaaaa” Ele choraminga soltando as vasilhas, que por sorte não abrem, e tampando seu rosto com as duas mãos.

“O que é isso?” Digo desviando meu olhar para as vasilhas.

“Minha mãe disse que seus pais provavelmente não vão voltar esse fim de semana, então ela fez comida para você.” Ele resmunga tirando as mãos de seu rosto, ainda vermelho.

“Por que duas?”

“Idiota.” Ele pega uma das vasilhas e a abre com um sorriso. “Eu vou comer com você.”

O encaro sem saber o que responder. C-ta sempre age de um modo protetor comigo, desde pequeno, quando ficava sozinho, ele não comia até que eu concordasse em comer com ele, então ele sempre vinha até aqui com os pratos que sua mãe fazia e comíamos juntos.

“Você é estranho.”

“Você acha?” C-ta responde com a boca cheia. “Você que é o garoto que fica excitado com rumores”

“Eu não fico excitado.” Coro um pouco, mas tenho certeza que ele não percebeu.

“Você diz isso, mas suas ações dizem o contrario.” Merda. Olho para ele ainda envergonhado e ele retribui meu gesto piscando com um olho.

Tiro o travesseiro do meu colo e pego a vasilha, com esperança de que ele cale a boca e esqueça isso. Passamos o tempo em silencio assistindo o filme de terror. Assim que C-ta acaba de comer fecha sua vasilha e a coloca na mesinha entre a janela e minha cama, deitando-se logo em seguida e encarando a TV.

Termino de comer minutos depois, fecho a vasilha colocando-a em minha mesinha também, permaneço sentado encarando o filme quando sinto um travesseiro em minha cabeça. Olho para C-ta, pronto para dar um soco nele quando o vejo sentando, sorrindo para mim.

“Posso dormir aqui?”

“Não.” Digo sem pensar duas vezes.

“Hm? Por que ser tão rude A-ya.” Ele faz beicinho.

“Por que sempre que você me pede para dormir aqui, você quer dormir na minha cama e não em um colchão.”

“E?”

“Você não me deixa dormir no colchão de qualquer modo.” Ele resmunga e volta a deitar. “Isso é estranho.” Completo.

“Você é o único que tem problema com isso.” Ele boceja voltando sua atenção à TV.

“Hey” Pergunto a ele levando minha atenção para o filme em seguida.

“O que foi?” Ele diz quase como um sussurro.

“Por que você não quer que B-ko e D-ne façam aquilo conosco?” Digo, mesmo sabendo que ele não vai responder.

“A-ya”

“Hm?” Olho pelo canto do olho e percebo que ele esta me encarando com uma expressão séria.

“Você realmente que obter aquele livro e aquele marcador?”

Sim. O livro em branco e o marcador de gato, eles são uns dos maiores rumores que corre na minha escola, ninguém sabe quando ou onde surgiu, mas dizem que há dez anos um grupo de estudantes conseguiu o livro. E finalmente encontramos o diário deixado por esse grupo.

Um livro preto com um símbolo branco cuja paginas estão em branco e um marcador meio transparente com um gato preto, chamado de o marcador da morte. Dizem que no livro há varias lendas e jogos urbanos e, que, onde estivesse o marcador, a lenda ou jogo irá se realizar.

Eu queria conseguir o livro para provar a mim mesmo se este rumor é ou não verdadeiro, tudo que sei é que todos aqueles que o conseguiram morreram. Nem uma única pessoa foi deixada para trás. Tendo meu silencio como resposta, C-ta se sentou.

“Tudo bem.”

“Sério?” Respondi não conseguindo acreditar em suas palavras.

“Mas...” Ele levanta o dedo indicador apontado para o teto e sorrindo em minha direção. Suspiro, sei exatamente o que ele vai dizer. “Eu vou dormir aqui com você nesse fim de semana e NÃO, você não pode dormir no colchão e muito menos eu.”

“C-ta...”

“Se concordar com isso eu vou concordar em chamar D-ne e B-ko para fazerem o jogo.”

Resmungo palavras que nem eu mesmo sei dizer o que é... E então, depois de alguns segundos em silencio, eu concordo. C-ta comemora se levantando logo em seguida e pegando os talheres e as vasilhas.

“Vou avisar minha mãe e já volto.” Ele diz indo até a janela e subindo no galho centímetros abaixo dela. “Não tranque a janela.”

“Você vai trazer mais comida?” Pergunto.

“Sim, ela provavelmente vai querer que você guarde no micro-ondas até a hora da janta.” C-ta responde se virando e sorrindo.

“Não traga talheres, eu tenho aqui.” Resmungo ouvindo-o rir e então escalar até a árvore indo para o outro galho e depois para seu quarto.

Fecho a janela vendo-o parar em frente a seu computador e então me viro para a TV e continuo assistindo. Fecho os olhos por alguns minutos e quando os abro de novo está tudo escuro.

Sento-me esfregando meus olhos e procurando por algum sinal de C-ta, não o encontrando desço até a cozinha e o vejo comendo na mesa e assistindo a TV da sala. Ele demora a me perceber, mas assim que o faz ele engole a comida e então sorri.

“Te acordei?”

“Não”

“Hm, tem comida no micro-ondas, é só esquentar.”

“Ok” Digo indo até o micro-ondas e apertando um minuto.

“Deixe-me adivinhar, sonhou com alguma possível lenda que possa espalhar segunda?”

“Não.” Digo como um resmungo. “Eu não sonhei com nada.”

“Sentiu minha falta?”

“O que?” tiro meus olhos dos números em contagem regressiva do micro-ondas e o olho.

“Na cama” Ele aponta para cima

“Senti como a pessoa mais feliz do mundo quando acordei sem ver sua cara” Digo fechando os olhos e voltando minha atenção para os números ouvindo C-ta choramingar.

Paro o micro-ondas quando marca um segundo e então pego meu prato e talheres, sento no lado de C-ta que esta tentando se livrar das lagrimas e começo a comer. Quero dizer a ele que estava brincando quando disse aquilo, mas permaneço em silencio. Não quero que ele fique me incomodando depois.

Quando acabo de comer, me levanto e começo a lavar minha vasilha, C-ta agora esta sentado no sofá, quando termino de lavar a coloco no escorredor e saio da cozinha indo em direção à escada.

“Vai dormir?” Viro vendo-o parado atrás de mim.

“Sim. Pode assistir mais um pouco se quiser, eu estou cansado.”

“Posso assistir com você lá?” Ele pergunta indo até a sala e desligando a TV.

Não digo nada, virando-me para subir as escadas. Mesmo que eu recuse seu pedido, ele ainda vai fazer. Abro a porta do meu quarto e ascendo a luz deitando-me na ponta da cama virada para a parede e me cobrindo. C-ta logo entra no quarto, indo em direção à TV e a ligando.

“Onde você deixa o controle?”

“Lado do travesseiro” Respondo sem me virar, não sei onde está, mas como eu desmaiei sem arrumar minha cama o controle deve está em algum lugar atrás de mim.

“Quer que eu apague a luz?”

“Não precisa.”

“Você vai dormir, não vai?”

“Vou” digo em um bocejo fechando meus olhos e depois abrindo. Quando percebo que está tudo escuro me viro e vejo as costas de C-ta. “Eu disse que não precisava.” Resmungo encarando suas costas. C-ta se vira, me encarando por alguns segundos e então sorrindo.

“Você disse que ia dormir, não quero atrapalhar mais seu sono.” Ele diz se sentando e pegando um pouco de minha coberta. “Não seja egoísta A-ya”

“Hell no” Resmungo “Pegue sua própria coberta, já deixei você ficar na minha cama, não vou dividir a coberta.”

“Mas a coberta é grande o suficiente para nós dois”

“Não”

“Sim”

“Não”

“Sim” Ele puxa mais a coberta, deitando e a prendendo.

Estalo minha língua, virando-me para a janela e fechando meus olhos logo em seguida. Quando os abro novamente estou apertado, quero me levantar, mas sinto algo pesado em cima de mim.

“Mas que merda C-ta.” Sussurro me virando e tentando fazê-lo se soltar de mim.

Um dos motivos do qual odeio dormir com C-ta é que sempre que acordo no meio da noite ele está abraçado comigo, ele é pesado e não consigo me mover, então sempre detestei isso. Tento tirar seu braço de mim, mas isso apenas faz com que ele resmungue e me prenda mais, usando-me como um travesseiro.

“C-ta” Eu resmungo tentando acorda-lo. Eu estou apertado. Muito apertado. “Porra, acorda!”

“Que foi?” Ele resmunga sem abrir os olhos.

“Me solta”

“Hm?”

“Eu preciso ir ao banheiro, me solta.”

“Hm” Ele responde, mas não se mexe. Nesse momento tive certeza de que ele ainda está dormindo.

Com toda minha força tentei empurra-lo cada vez mais para a ponta, na tentativa de derruba-lo, por sorte eu consigo fazer isso. Assim que ele cai da cama ele me solta e eu vou correndo para o banheiro sem ouvir uma palavra sequer dele.

Assim que saio do banheiro encontro com ele no corredor. Ele está coçando suas costas com uma expressão dolorida e sonolenta. Ele boceja antes que me perceba e então me encara, o encaro de volta pronto para me defender quando ele começar a falar.

“Foi mal” Ele resmunga movendo o olhar.

“Tudo bem” Digo passando por ele e indo direto para meu quarto.

Provavelmente C-ta foi ao banheiro, mas eu não me importo com isso. Deito-me de volta em minha cama, caindo no sono logo em seguida.

Cap 2

Assim que A-ya passa por mim vou correndo para o banheiro lavar meu rosto. Minhas costas doem pela queda, mas sei que não adiantaria reclamar por isso.

Quando termino de lavar, me encaro no espelho, depois de alguns segundos, suspiro pegando a toalha, secando meu rosto e saindo do banheiro. Quando volto para o quarto, A-ya está deitado em sua cama, penso em voltar para a posição em que estávamos antes, mas ao me sentar na cama o escuto resmungar e então dizer.

"Hmmm, o que foi?"

Espantado por pensar que o acordei e em guarda para não levar um soco respondo pegando um travesseiro e o usando como escudo. "Nada. Desculpa por te acordar."

"Hmmm" Abaixo o travesseiro o encarando e então me aproximando dele.

"A-ya?" Digo vendo-o resmungar novamente.

"Hm?" Rio me sentando e tampando minha boca para não fazer muito barulho.

"Então você está falando enquanto dorme?" Continuo rindo por mais alguns segundos e paro com um suspiro, me aproximo novamente de A-ya o virando para mim. "Hey, A-ya, o que você acha da B-ko?"

"B-ko?" Ele resmunga "Ela é... legal?"

"Você gosta dela?" Pergunto sentindo meu estômago doer

"Eu acho...?"

"E de mim?" Digo em meio a um suspiro.

"Hã?"

"O que você acha de mim?" Repito a pergunta subindo em cima dele e o prendendo. Não que ele tenha percebido, já que está dormindo.

"Sei... Lá?" Ele responde em um tom baixo. Acho que ele vai para de me responder em breve.

"Você gosta de mim?" Pergunto ficando impaciente quando ele não me responde. "A-ya," Digo mudando o tom da minha voz "O que você acha de mim?"

"O que quer dizer?" Ele responde com sua voz ficando fraca a cada palavra.

"Merda, não desmaie completamente agora. Quem você prefere?" Digo não recebendo nenhuma resposta. "A-ya?" Pergunto chegando à conclusão de que ele apagou completamente. "... Merda" Digo suspirando.

Sem pensar direito, aproximo meu rosto ao dele lentamente, consigo sentir sua respiração e começo a sentir meu rosto esquentar, aproximo meus lábios aos dele e então fecho meu olhos, o beijando.

Quando afasto meu rosto me sento na ponta de sua cama e suspiro colocando uma mão sobre meu rosto. Olho para cima da televisao, onde há um pequeno relógio, são 3am. Me viro novamente para ele, me deitando ao seu lado e suspirando segundos depois.

"Hey... A-ya, me pergunto se você um dia vai perceber..." Sussurro o encarando e então me aproximando dele e o abraçando.

Quando acordo novamente são 9am e o celular de A-ya esta tocando, o solto e me estico sobre ele para pegar seu celular. Quando o abro sinto meu estômago arder, é a B-ko. Permaneço em silencio encarando o celular, ela me irrita. É tão obvio que ela tem uma queda pelo A-ya que me surpreende o fato de que ele não percebeu isso. Tiro meu olhos do celular para o A-ya, estico minha mão em sua direção e paro quando encosto em seu cabelo.

"Quantas ligações você já atendeu dela?" Sussurro parando de brincar com seu cabelo quando o celular para de tocar. Não se passam nem dois minutos e o celular volta a tocar novamente, desta vez A-ya acaba acordando.

"Hm, que barulho é esse?" A-ya se senta coçando sua cabeça e me encarando. "O que foi?"

"Nada" digo desviando olhar e apertando o celular em minhas mãos.

"Ah" A-ya diz quando percebe o celular "Quem é?" Ele estica sua mão tentando o pegar, mas eu o afasto dele.

"B-ko" respondo sorrindo.

"Sei... Me deixa atender" ele diz tentando pegar o celular novamente.

"Nao sabia que vocês mantinham contados" digo sentido-me bravo comigo mesmo por agir de um modo infantil.

"Ela me encheu o saco pedindo pelo meu número, então eu o dei, mas eu so respondo uma ou outra mensagem e raramente ela me liga" ele diz me encarando de um modo estranho.

"O que foi?" Digo com um tom bravo.

"Por que está irritado?"

"Não estou"

"Então me deixe atender o celular. Ela vai ficar brava comigo se eu a ignorar as-" Interrompo A-ya, o beijando.

Não fecho meus olhos observando-o me encarar chocado, o forço a abrir a boca deixando minha língua entrar. A-ya fecha os olhos no momento em que nossas línguas se encostam e tenta me empurrar, me afasto segundos depois o observando colocar uma mão sobre sua boca e arfar a procura de ar.

"Pra que isso?" Ele pergunta com dificuldade.

"Sua culpa" respondo sem me mover.

O silencio permanece enquanto A-ya tenta recuperar o ar, apenas se quebrando quando o seu celular começa a tocar. Bravo com a situação, pego seu celular e vou correndo para o banheiro. A-ya se levanta e começa a me chamar, mas assim que entro no banheiro tranco a porta e atendo o celular.

"O que você quer?"

"Nossa! Que demora A-ya, por que diabos você não atendeu mais cedo?" B-ko começa a reclamar, céus, sua voz me irrita. "... A-ya?"

"Não é o A-ya." respondo voltando ao meu tom normal.

"Ah? C-ta...?" Ela pergunta confusa.

"Sim"

"Ah, sim! Vocês dois são vizinhos! Me esqueci disso!" Ela ri e forço uma risada.

"E então? O que você quer com o A-ya?" Me esforço para que ela não perceba a irritação na minha voz.

"Ah, sim. A-ya me contou que queria tentar fazer o que os donos do diário fizeram para conseguir o marcador" ela diz alegre. "Eu pensei sobre isso e cheguei à conclusão de que seria interessante participar, foi por isso que liguei."

"Sei" digo apertando o celular em minhas mãos, então A-ya já havia contado a elas, antigamente eu era o primeiro a ficar sabendo de coisas assim.

"C-ta?" Ouço B-ko me chamando, mas não respondo. Se eu for falar algo agora provavelmente irei arruinar a imagem que tentei construir durante esses anos.

Do outro lado da porto, ouço A-ya bater enquanto me diz para explicar o por que de eu fazer aquilo, olho para o celular o deixando em cima da pia e abro novamente a porta. A-ya me encara em guarda, o fato de ele estar com medo de que eu faça algo me deixa realmente doente. Passo por ele e desço até a sala, abrindo a porta da frente e saindo.

A-ya foi atras de mim, eu ignoro tudo que ele fala, abro a porta de casa a fecho sem ao menos me virar. Vou direto para o meu quarto e fecho a cortina no momento em que vejo a porta do quarto dele abrir e ele olhar para janela. Tranco minha janela, não que eu precise tranca-la, A-ya nunca se deu ao trabalho de ficar vindo ao meu quarto, e me deito em minha cama, minutos depois ouço meu celular tocar, quando o pego vendo o nome B-ko nele e, suspirando, atendo.

"Alguma coisa aconteceu?" Ela pergunta.

"O que quer dizer?" "Voce parou de me responder e quando A-ya atendeu, ele pareceu extremamente perturbado com alguma coisa"

"Hm"

"Ele parou de me responder quando perguntei se alguma coisa aconteceu e desligou na minha cara!"

"E por que exatamente você me ligou?" Pergunto cansado demais para fingir um tom mais feliz.

"Você estava na casa dele, não?"

"O que você quer dizer?"

"Bem, se nada aconteceu então é só minha imaginação. Afinal, A-ya quase nunca me responde por muito tempo quando ligo para ele."

"Hm"

"Mas, não sei se o A-ya já lhe disse. Amanhã nós três vamos nos encontrar na frente do colégio para tentar fazer o que está no livro."

"Amanhã?"

"Sim, amanhã." Ela repete "O colégio vai estar aberto por que alguns clubes como o de artes vão estar terminando seus projetos para uma exposição. Então nós podemos entrar de boa"

"Que horas?"

"11 na frente do colégio. Não se esqueça"

"Ok" digo desligando o celular.

Não quero ir para o colégio amanhã, mas não quero deixa B-ko e A-ya sozinhos. Eu sei que ele vai me perguntar o por que de eu agir assim hoje. Então tudo que tenho que fazer é fingir que nada disso aconteceu. Suspiro me virando para a janela e encarando minhas cortinas.

"Me pergunto se você trancou as janelas de novo" rio e depois de alguns minutos acabo dormindo novamente.

Durmo praticamente o dia todo, acordando apenas uma vez no meio da noite para ir ao banheiro. Quando volto para meu quarto vou até a janela, afastando  um pouco as cortinas e observando que a janela do quarto de A-ya está meio aberta, rindo comigo mesmo fecho minha cortina novamente e volto para minha cama. Tudo que se passa pela minha cabeça é: "Realmente não quero ir amanhã."

 


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Notas finais do capítulo

Estes capitulos só foram reescritos e melhorados, mas caso você queira saber como era a hist original eu vou deixá-los aqui.

A antiga sinopse era:
A-ya é um garoto que não se importa com quase nada que não seja rumores e C-ta, por outro lado, é o oposto de A-ya mas mesmo assim ambos são melhores amigos. Um dia A-ya decide começar com um jogo que causará problemas a eles e mais duas amigas e fará com que C-ta admita e faça coisas que nunca faria.



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