~Cairo – Egito

– Mestre, o senhor tem certeza que está bem? – uma mulher de corpo invejável com longos cabelos negros e mechas azuis e douradas, olhos verdes, estavam com a pele transpirando por causa do sol forte que fazia. – não acha melhor me esperar em uma estalagem? Eu consigo completar a missão!

– Solaria, eu confio plenamente em você e em suas habilidades, por isso não posso permitir que vá sozinha – Hyoga, o cavaleiro de Cisne, estava vestido com uma túnica que cobria todo seu corpo, e a urna de bronze jazia em suas costas. Um palmo mais baixo que a garota, andavam em direção ao Palácio do Escorpião.

A garota franziu a testa percebendo o que o mestre queria dizer, e se calou. Estava vestida com uma saia curta mostrando as pernas torneadas e brancas, e um top que deixava a barriga à mostra com uma tatuagem nas costelas “Se eu não posso alcançar o céu, eu elevarei o inferno”.

– Estamos andando há quase dois meses, espero que estejamos perto – Solaria estava de salto e as ruas de Cairo não eram lá as melhores por onde já tinham passado, os dois guerreiros andaram por quase todo o Egito em missão. – um palácio é onde moram os reis certo mestre? E escorpião é mais ou menos parecido com aquele bicho não é mesmo? – Solaria apontava para um enorme castelo que surgia atrás de um prédio do governo local. Na torre central da construção estava um enorme escorpião de rubi.

– É, chegamos!

~ Cinco Picos Antigos de Rozan – Caverna atrás da cachoeira principal

– Quem está ai? – Izumo estava treinando quando sentiu um cosmo desconhecido surgir atrás da cachoeira onde estava.

– Garoto de Ouro, como Atena deixaria que uma criança a defendesse? – Brago, o general da Submissão da Gravidade apareceu diante de Izumo.

– Quem é você? Não quero lutar, saia daqui! – Izumo estava receoso diante da ameaça, não estava confiante para lutar com um inimigo tão poderoso.

– Vocês cavaleiros cismam em querer saber quem irá executa-los, mas infelizmente não irei dizer...

– Então sinto em dizer que iremos ter uma briga muito feia senhor do Sol. – o cosmo de Izumo começou a se elevar, um dragão vermelho brilhou nas suas costas, os cabelos vermelhos começaram a se elevar, a posição de ataque do dragão estava pronta.

– Acha que poderá me vencer moleque? Eu sou um..

– Cólera do Dragão Vermelho de Rozan – uma luz vermelha iluminou a caverna toda, o punho de Izumo parecia em chamas quando acertou diretamente o rosto de Brago, o general voou para fora da caverna e se chocou com uma montanha ao longe.

– Foda-se quem você é, o que eu sou é que importa! – Izumo saiu correndo em direção à casa de Shunrey, precisava leva-la a um lugar seguro.

~Casa de Libra – Santuário de Atena

A armadura de Libra começou a brilhar intensamente no corpo de Shiryu. O cavaleiro não entendia, mesmo tendo sentido o cosmo de seu pupilo elevar-se na China.

Ela queria ir, ele não queria deixar. Mas ela foi-se. O dragão verde de Rozan estava vestido apenas com uma calça de treinamento, seu peito nu trazia uma cicatriz no coração, e na parte de traz, a cabeça do dragão estava transfigurada.

~Trono do Sol – Monte Olimpo

Um grande salão era iluminado por apenas uma fonte de luz, um “homem” que a presença inspirava respeito e submissão estava sentado em um trono prateado cravado com rubis. Seus cabelos vermelhos dançavam como chamas vivas, seu corpo de pele bronze claro vestia uma túnica branca e uma capa vermelha pendia de seus ombros.

Dois indivíduos, que ao contrário do Deus, passavam a imponência humana, de querer ser mais que o outro. Uma mulher alta, de cabelos azuis ciano e olhos rosa perolado estava nua, cravado em seu seio esquerdo, um cristal das cores do arco Íris, seu corpo perfeito irradiava uma fraca luz colorida. Ao seu lado um homem caloroso vestido com uma túnica vermelha com um sol branco no centro, seu corpo musculoso deixava-a comprimida no corpo deixando em evidencia sua definição.

– Íris, Levende Ild, o que querem de mim? – a voz de Apolo era calma.

– Senhor, eu sei que Ele é seu filho também, mas não podemos permitir que faça o que bem entender. – a mulher caminhou até o Deus, seus seios balançavam com o movimento – ele matou meu subordinado, puna-o.

– Como se atreve a acusar Brago de tal coisa, Minha Luz! – Apolo levantou-se e andou a distancia que faltava entre os dois. Abraçou-a e sentiu o calor do corpo da mulher, a luz dela começou a aumentar, e logo mais nada era visto no salão. Quando voltou ao normal, Íris estava vermelha e ofegante, mas ainda sim determinada – quem o fez foi o Cavaleiro de Ouro de Câncer, Minha Estabilidade jurou diante de mim que essa é a verdade, portanto sabes que não irei fazer nada a respeito.

– Mas senhor, isso não é verdade...

– Cale-se Meu Aconchego, não permito que meus filhos acusem uns aos outros. Vão treinar seus subalternos. O dia está próximo! – e os dois generais saíram da cúpula solar.

~Jardim da Casa da Shunrey - Cinco Picos Antigos de Rozan

Izumo corria o mais rápido que podia pôr sua velocidade não chegar a da luz. Seus pensamentos vaguearam pela ideia de Shunrey estar morta, de que por sua culpa ela, a única missão que seu mestre havia lhe passado.

Um borrão purpura passou ao lado do garoto e a sua frente estava Brago.

– Gurabiron! – o corpo de Izumo foi colado no chão por uma força gravitacional. – Moleque patético, achou mesmo que iria conseguir me derrotar com um ataque tão fraco? – o general passou a mão no rosto onde se via uma marca roxa muito forte me contraste com sua pele branca.

Izumo levantou-se e encarou o homem a sua frente. Olhou o hematoma na pele alva e sorriu vitorioso. Ele não era tão invencível, afinal.

– Não pense que o poder dos Guerreiros de Athena se acaba em um só golpe. Eu ainda estou aqui, pronto para a luta. Venha e me ataque, mostre do que é capaz.

– Hahahaha - uma gargalhada profunda saiu da boca de Brago, seu corpo tremia loucamente - eu não sou qualquer um, meu poder supera o de todos os cavaleiros de Atena e guerreiros do Sol. Eu sou quase um deus! Irei acabar com você agora mesmo, sinta a força da gravidade, Gigano Reisu! - uma esfera roxa saiu das mãos esticadas do general, a força de atração era gigantesca, Izumo começou a ser puxado pela esfera.

Tentou se firmar no chão, cravando seus pés na Terra, mas continuou sendo atraído pela grande esfera. Moveu-se rapidamente, lançando o Dragão de Rozan no meio da redoma magnética, golpe que foi atraído e anulado.

– Nada pode parar essa técnica, você deveria ter se rendido garoto, venha para a morte - e mais gargalhadas.

Observou a posição do homem e então seus pés arrastaram no chão, sendo levado para mais perto. Semicerrou os olhos, chegando mais próximo, lançou o Dragão Voador em direção ao abdômen do adversário na maior velocidade possível. Brago foi lançado para trás, e arqueou seu corpo arfando, seus olhos vermelhos se dilataram e um filete de sangue escorreu da sua boca.

Aproveitou a deixa para formar uma boa posição e, sentindo seu corpo já quente.

– Essa é de brinde, otário. Cólera dos Cem Dragões!

– Kueaborutsu Gurabirei - três paredes roxas subiram em volta de Izumo, e tudo ficou lento. Izumo passou a mover-se na velocidade do som, e com apenas uma mão, Brago segurou o punho dos Cem Dragões; - agora já chega Dragão Vermelho - e com a mão esquerda na face de Izumo lançou uma esfera de gravidade que o jogou no chão.

O golpe lhe deixou tonto, mas aos poucos se levantou e limpou o sangue que escorria na lateral de seu rosto.

– Filho da puta. - xingou e correu em direção ao oponente, simulando utilizar o golpe dos Cem Dragões, mas logo em seguida lançando o Dragão Voador de baixo para cima, mirando no peito do outro. Brago foi pego de surpresa e lançado longe, quando levantou seu rosto estava possesso, seu maxilar tremia e seus olhos se dilataram mais.

– Mareisu! - um calor repentino surgiu no ambiente, um meteoro gigante estava caindo, Izumo desesperou-se, os cinco picos de Rozan iriam ser destruídos, quando olhou novamente, Brago não estava mais lá.

Olhou o meteoro, abismado, e passou a raciocinar rápido demais. Seu corpo estava aquecido, precisava agir rápido e a adrenalina corria por suas veias, então tomou impulso e lançou esperançoso, Golpe enfurecido do Dragão Vermelho de Rozan, tentando despedaçar o meteoro. Porem seu cosmo não atingia o ápice por causa dos ataques que deu e recebeu, a única opção era pegar Shunrey e deixar que o local sagrado que o protetor do selo de Hades permanecia perecer diante de um poder tão grandioso.

Enquanto corria para longe com sua cuidadora nos braços, ouviu-se o impacto do meteoro com os Cinco Picos de Rozan, uma nuvem de poeira invadiu grande parte de toda a região. Shunrey chorava desesperadamente e apenas uma lágrima caiu de seus olhos, seus pensamentos eram profundos e uma promessa era feita a Atena e a si mesmo.

"Estarei sempre sereno e jamais me entregarei à loucura e tampouco sucumbirei aos meus sentimentos no campo de batalha novamente, pois se fizer isso estarei me guiando à minha própria ruína."

~Palácio do Escorpião – Egito

– Bom dia, eu sou Hyoga, Cavaleiro de Atena. Estou aqui para recruta-lo para a nossa causa. – o cavaleiro de Cisne estava com sua armadura, assim como a Amazona de Leão. – É de conhecimento do Santuário que você não possui o poder necessário para as divindades que cultuava, e sim o poder vindo do cosmo, que é a fonte de vida e de poder dos defensores da Terra em nome de Atena. Peço que venha conosco pra lutar ao nosso lado.

Um homem estava sentado no topo de uma escadaria em um trono de ferro. Seu corpo forte e bronzeado estava vestido apenas com uma tanga preta, seus cabelos lisos e cortados em linha reta na altura dos ombros estavam adornados com peças de ouro, e seu olho extremamente verde era delineado por uma tinta preta. Observava atentamente os cavaleiros a sua frente.

– O que acha que está fazendo “Hyoga”? – seu tom era sarcástico e voraz. – vem a minha casa, e diz para mudar minha crença e servir uma deusa guerreira? Os sacerdotes da minha religião podem ter me rejeitado, mas ainda sim tenho conhecimento sobre magia e irei continuar orando a Isis e Osíris!