Misguided Angel escrita por Katsumi Liqueur


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Onde ordens não são obedecidas...



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Apesar da ordem recebida, nada mudou a princípio. E, novamente, Eric a convocou. Não era mais frustração que sentia, estava irritado com a falta de ação da pantera.

- Você escolheu me desafiar tão abertamente?

- Não é isso! – Exclamou a mulher, também se frustrara com aquelas noites. – Você sabe exatamente o que está acontecendo, porque eu posso sentir sua presença também. Estou o observando desde que você me deu aquela maldita ordem, Eric. – Amy falava de maneira fria, mas estava agitada, era uma combinação estranha para ela. A asiática tinha uma índole calma, mas aquele tipo de situação também a tirava de seus eixos. – Esperando uma brecha. Mas ela não existe! Eles não se separam mais. Ou saem, você sabe disso.

- Então eu acho que você vai ter que dar seu jeito. E esbarrar com ele no meio da rua.

- De dia? – Ela pareceu surpresa.

- Você, por acaso, tem o meu pequenino problema de não poder caminhar no sol? – Ele a cortou, cáustico.

- Não é isso, querido. – A voz dela saíra suave dessa vez. Amy suspirou e o encarou. – Você quer que eu o seduza, não é?

- Sim.

- À noite, com todo o ambiente, ele sozinho e bebendo já seria complicado. De dia? No meio da rua? É impossível.

- Você é mulher inteligente, Amy. Vai achar a solução. E você também é bela, não será difícil.

- Ele a ama, Eric. Você não é cego. Não dá para simplesmente seduzi-lo.

- Você não vai tentar. Você vai conseguir. Como eu disse, você é uma mulher bela e inteligente. Use o que você tem e faça o que eu mandei.

Eles se encaram em silêncio. Amy odiava quando ele conseguia encontrar alguém daquela linhagem. Eric se tornava agressivo demais, irritante demais. Não que ele fosse uma boa pessoa, no sentido literal. Mas Amy gostava dele, todos naquela casa gostavam dele. Só que quando ele encontrava algum deles se tornava tão irascível. A pantera sempre se afastava dele quando acontecia, o orgulho dos dois feridos demais por causa do embate constante. Ela se afastava, mas depois voltava e estava tudo bem outra vez. Entretanto, dessa vez, já chegara no meio de uma “situação” e acabara sendo envolvida nela. Um plano se formou na mente dela, algo que seria posto em prática no dia seguinte, independente das conseqüências.

- Precisamos conversar. – Amy havia esperado James deixar a garota na faculdade. Amy havia esperado eles se afastarem do campus, seguindo-o discretamente. Depois, quando estava longe dos olhares de Anna, se aproximou do homem, o tocando com suavidade no braço. Ele se virou e escutou o que ela falara, sua expressão confusa arrancou uma risada da mulher. – Desculpe... Você não faz idéia de quem eu sou, não é verdade?

- Eu deveria saber? – Suas narinas moveram-se sutilmente, inflando-se, ele inalou o odor dela. Um cheiro parecido com os de sua espécie, todavia, diferente. Seria aquela mulher, que o observava com um suave sorriso, uma metamorfa de outra raça? Aquela situação era estranha, será que ele deveria realmente conhecê-la? James e também estava confuso com a expressão vitoriosa da mulher.

- Eu sou uma amiga. Do Eric. – Amy viu o corpo dele retesar imediatamente. A expressão de seu rosto tornou-se mais sombria, de certa forma, mais selvagem. Ele era verdadeiramente bonito, a mulher não conseguia entender porque as coisas entre a humana e ele eram tão platônicas. Bem, não era esse o motivo de sua “visita”. – Como eu disse, precisamos conversar.

- Não precisamos, não. – Ele voltou a caminhar, passos largos e firmes. Amy o alcançou sem dificuldade.

- Eu não estou do lado dele, James.

- Com certeza, nem do nosso.

- Com certeza, não estou do lado dela. Embora eu quisesse que ele a deixasse em paz. – A mão dela tocou o braço dele, não um toque suave dessa vez, mas com força, o segurando, o fazendo para e fitá-la. – Mas você e ela? “Nosso”? Você não são um lado. Ela está de outro lado, sim. Mas você simplesmente ficou preso no meio dessa... Confusão.

- Me solte. – Ele havia tentando puxar seu braço, mas não conseguira. A mulher era forte, para se libertar de sua garra, precisaria empurrá-la ou puxar com mais força. Ele não queria fazer isso, era uma mulher ali. Mas, se ela não obedecesse, não pensaria duas vezes em fazê-lo.

- Ele me mandou seduzi-lo. – Isso arrancou uma risada dele. – Isso nunca daria certo, eu sei. Tente explicar para ele. – Ela suspirou e o soltou. – Você a ama, isso é tão evidente. Mas você não pode estar do lado dela, James. Anna não é uma de nós. Não é uma metamorfa. – A última palavra foi sussurrada. – Ela não pode ser protegida pela trégua entre raças, querido. E ele não vai desistir. E quando Eric cansar de esperar, teremos um grande problema nas mãos.

- “Teremos”?

- Você quer mesmo ser responsável por uma eventual guerra?

- Eu não vou deixar ele se aproximar dela. – Amy deu outro longo suspiro.

- Por que isso não me surpreende? Eu sabia que você seria irracional, por isso a necessidade de conversar.

- Não é o que estamos fazendo? Bem, de qualquer forma, não quero conversar com você. Então, eu poderia voltar a andar? Ou você vai agarrar meu braço outra vez?

- Ah, sim, precisamos! E não é o que estamos fazendo. Precisamos “debater” sobre o nosso lado.

- Nosso? – Amy apontou um dedo para si mesma e, depois, para ele.

- Eu não quero uma guerra contra os vampiros, sabe como é. Eles são mais numerosos. E tem alguns muito agradáveis. Mas você não vai abrir mão dela. Então, precisamos encontrar uma solução.

- Você? – James a olhou, incrédulo. – Vai ajudar a Anna?

- Não, eu vou impedir que você cause uma guerra. E eu já disse, nada contra ela. E, também, não é saudável pro Eric...

- Saudável pro Eric?! – Ele a interrompeu e repetiu suas palavras, gargalhando sem humor. – Você só pode estar brincando.

- Bem, vamos nos encontrar hoje a noite para conversamos direito, ok?

- De noite? Nem pensar.

- Eu prometo que ele não vai atacá-la! Eric estava viajando, foi até por isso que vim falar com você.

- Por que de noite?

- Bem, pra podermos conversar num lugar agradável e...

- Ah, você vai tentar me seduzir, afinal? – Ele a interrompeu outra vez, agora parecia estar realmente divertindo-se.

- Ninguém pode me recriminar por tentar.

- De noite, então? Qual seu nome?

- Amy. – A pantera sorriu vitoriosa, saíra tudo como tinha planejado. – Mesmo que eu estivesse mentido sobre a viagem dele, coisa que não estou fazendo, ele não iria simplesmente matá-la ou seqüestrá-la. Então, realmente, não tem problema nenhum ser de noite.

- Certo. Vou avisá-la para não sair de casa, é mais seguro de qualquer forma. E vai ser bom mudar um pouco a rotina, pra variar. – De certa forma, a última frase fora uma mentira. A rotina em si não o incomodava, estar com ela todas as noites? Como isso poderia incomodar James? Mas estava cada vez mais complicado controlar-se e controlar seu corpo, basicamente. Logo, seria bom ter uma noite de descanso só para si, sem precisar ficar se policiando.


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Notas finais do capítulo

\ooo/



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